CAPÍTULO 20 SENDO CAÇADDA
CAPÍTULO 20
A CAÇA
Uma vez sozinho Marcelo pegou o interfone chamou sua secretária.
―Dona Julieta passe todos os meus compromissos para amanhã. ―Falou enquanto procurava algo nas gavetas.
―O senhor procura algo especifico Dr. Marcelo? ― A senhora observava o patrão abrir e fechar gavetas sem tirar nada de dentro.
―Minha agenda, não tenho noção de onde coloquei, vivo perdendo. ― Fechou a ultima gaveta e fez um giro de 360 graus com a cadeira de rodinha, passando a vista em toda a sala quando estava desanimando sorriu ao ver a agenda na maõ da secretaria.
―Quando o senhor desceu para o galpão deixou em cima da minha mesa.
Recebeu a agenda e foi direto na pagina que queria encontrar passando o dedo em todas as anotações, satisfeito com os compromissos do dia sem muita relevância. Voltou novamente para a mulher que aguardava pacientemente.
―Pronto, todas as anotações desta pagina e mais essa outra passe para o Rogerio, ele vai fazer no meu lugar. É só isso por hoje,―Observou a senhora sair Pegou suas chaves, carteira e celular, e foi embora mais cedo. Sua única preocupação no momento era a segurança das mulheres de sua família. Mesmo com apenas vinte e dois anos Marcelo agia como um empresário experiente já que desde os doze anos vivia dentro das lojas junto com o pai, aliás ele Matias e Mateus não tiveram a mesma ousadia de marcos em recusar ir para a loja aprender a ser dono como o pai deles sempre dizia, Amava o seu trabalho e trabalhava por prazer, gostava de lidar com as pessoas, fechar negócios, examinar peças, visitar montadora, tinha um tino para saber se uma mercadoria iria ser mais vendável do que outra, e apreciava quando influenciava no desejo de compra do cliente quando oferecia uma peça desconhecida, dando a garantia de ser a melhor para o carro, e dias depois receber elogios e agradecimentos do cliente que sempre voltava trazendo um amigo e assim a clientela só aumentava, os compradores preferiam fechar negocio com ele, nunca com o pai, e dessa forma ele passou a ser diretor de compras com apenas dezenove anos , antes mesmo de terminar a faculdade de Adiministraçao.
___ Matias, oi irmão aqui é Marcelo falando. preciso que você vá para a loja da Dom Luís o papai está com um mês que não aparece por lá.
―O papai não vai gostar nadinha de me ver por lá sabe disso né―Matias começou a guardar suas coisas na sua Bag Dark Grey bolsa lateral na cor presta combinando com o sapato social que usava para todo canto que ia.
―Papai esta desaparecido.
―Me conte do começo―Trespassou a bolsa sobre o ombro, apagou a luz, fechou tudo e saiu ainda com o celular no ouvido, entrou no elevador escutando o que o irmão dizia.
― Eu Acho que ele está dando as ordens por telefone com a desculpa de viagem, com isso o gerente faz o depósito das vendas no banco. E ele não fica sem grana. Avise o seu Francisco que amanhã as 10 horas quero uma reunião geral com todos da loja, vou passar todo o serviço para seu Francisco ele é muito bom e de confiança, mas não é o dono. Fique por la e controle tudo. Papai anda fazendo merd* das grandes como sempre.
___ Aconteceu algunha coisa. Por que eu tenho que está na UNIFOR hoje à tarde nós temos aula de campo, vai ser no Tribunal as quatro da tarde meu professor é um pé no saco, se eu mudar o dia além de pagar uma taxa, vou ficar atrasado junto a turma. __ a pergunta veio do outro lado da linha.
___ Cara tenta remarcar essa aula para outro dia, o belo do nosso pai espancou um rapaz pelo simples fato de ser gay na loja onde o garoto trabalha, tem uma ordem judicial expedida para ele que pra variar não está em casa e a polícia encontrou várias fotos da mamãe e da Luíza eles desconfiam que papai está planejando sequestrar elas e torturar.
― E o pior de tudo Marcelo e que nós ouvimos tudo que ele falou que faria com as duas― Matias lembrou da noite do aniversário da Marina.
― Preste atenção, vá para loja, descubra com quem ele conversou por último. Ou se tem algunha compra de casa, sitio, qualquer coisa. Estou indo para casa. Vá cedo também e cuidado ― se despediu do irmão quando desligou o celular Marcelo fez mais uma ligação enquanto se dirigia para o estacionamento da loja.
___ Mamãe.. estou indo para casa, tem notícia da Luiza Como não? Já ligou para a construtora? Calma ...mamãe fique calma eu já estou indo para casa. Até já. __ desligou. Entrou no carro guardou tudo no porta luvas. Retirou o revólver de dentro, olhou se estava carregado era uma pistola Magnum preta 357 de 9mm. Colocou no meio das pernas. Sabia atirar muito bem e tinha posse de armas. E numa emergência atiraria para matar, pouco importava se o morto era o seu pai. ― Ligou o carro e saiu com cuidado e sem afobação, no trânsito todo cuidado ainda era pouco.
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[...]
Assim que recebeu o telefonema do filho Marcelo, seu coração apertou numa dor de rasgar a alma. Ligou para Luíza, que deveria estar na construtora, planejando a construção de um shopping em um bairro da periferia. Estava trabalho nesse projeto já fazia oito meses, e finalmente o projeto ia sair do papel
___Alô... Construtora "L e Filhos", bom dia, em que posso ajudar?
- Bom dia, eu gostaria de falar com a Dona Luíza ou com a Dona Geruza, por favor. - Fabiana pediu a jovem do outro lado da linha.
- Senhora, a Dona Luíza foi para o canteiro de obras. E a Dona Geruza ainda não chegou. Posso ajudar em algo mais? -
___ Avise a primeira que chegar, para ligar para a Fabiana, por favor. - Encerrou a ligação, buscando no celular o número da loira, deu caixa postal. esperou trinta minutos, o telefone tocou. Atendeu, mas não era Luíza, como gostaria. -
___ Bom dia minha filha, sua mãe está por aí? -
___Não madrinha, assim que ela chegou foi para o canteiro de obras. - Disse Geruza do outro lado da ligação. - Por quê? Aconteceu alguma coisa? - Perguntou já desconfiada. -
___ Não, é que eu não estou conseguindo falar com ela, nem na aí nem no celular.
___ Madrinha, o Bernardo está chegando aqui. Vou pedir a ele para dar uma passada no canteiro que fica perto daqui. Talvez minha mãe tenha esquecido o celular desligado ou descarregado. Ela vive fazendo isso.
___ Faça isso meu bem e entre em contato comigo. Antes que eu esqueça, avise a todo mundo que hoje tem um jantar em família, às nove. - Se despediu e desligou. Estava decidida a contar tudo que estava acontecendo para que todos ficassem em alerta. Alberto não era mais de confiança, não ia arriscar a segurança dos filhos e nem fechar os olhos para a gravidade do assunto.
[....]
Luíza havia terminado de fazer a vistoria no prédio que estava sendo erguido junto com outros engenheiros.
___Eu não te falei que tudo ia estar pronto dentro do prazo, João. ― Assinava a papelada na prancheta e devolveu ao rapaz que aguardava paciente, para entregar as ordens aos motoristas para colocar o material de construção para dentro do canteiro de obra
___Realmente. É que eu tenho o pé atrás quando o negócio é prazo de entrega. A prefeitura sempre acha um defeito para embargar a obra aí já viu, né? A gente perde tempo, dinheiro e investidor. - Falou seu amigo de faculdade e um dos sete sócio que Luíza tinha naquele empreendimento.
___ Agora com tudo no prazo certo, nada impede de a inauguração ser em novembro, já podem pensar na decoração de suas lojas. - Não deixava de demonstrar o contentamento no sorriso largo estampado.
___ Vamos marcar uma reunião geral com os locatários, assinar contratos e depois vamos chamar o restante dos sócios, só os colocar a par de tudo. ―Luiza vinha conversando tranquilamente quando sentiu falta do celular.
___ João, vou ter que voltar, meu celular ficou lá na marcenaria.
deixava disso mulher, pede para alguém trazer, aliás, eu vou pedir. Vem, vamos sentar-nos ali na sombra enquanto esperamos. - João tirou o aparelho do bolso enquanto falava com os operários.
Luíza achou uns tijolos que ainda seriam usados e que, por milagre, estava embaixo de uma sombra gostosa.
Tirou o capacete de proteção ficando só com os óculos, para evitar uma nuvem de poeira de cimento, coisa muito comum em construção grande como aquela. Passou os olhos por todo o local. Antes todo aquele espaço era um matagal e terreno baldio, agora estava sendo erguido um belo shopping com 3 andares e 180 lojas, se tudo desse certo esse seria o primeiro de muitos. Sempre sonhara em construir para comunidades carentes.
No início pensou em casas populares a preço acessível, mas, como sempre, foi barrada pela burocracia.
Então reuniu o grupo de amigos que fez ao longo da vida e todos envolvidos no ramo de construção, expôs seus planos e o grupo entrou com 7% e ela com os outros 51%. A vinda do shopping para o bairro o faria este crescer e muito. A prefeitura havia
cedido linhas de ônibus ligando os bairros ao shopping, facilitando o transporte dos moradores da comunidade. Avenidas foram abertas, uma cidade nova estava nascendo, se sentia muito satisfeita, tinha lutado muito para tirar o sonho do papel e transformar em realidade.
Quando o estado negou investimento, ela injetou o seu. Agora políticos corruptos andavam querendo investir seu dinheiro sujo, pois sabiam que aquele shopping era uma galinha dos ovos de ouro.
Não aceitava mais ninguém, os investidores que tinha já eram o suficiente. Quando as lojas abrissem os lucros, que irão para os bolsos do grupo de investidores, será de 50% líquido, se tudo desse certo, no próximo ano abririam mais dois.
Nesses a prefeitura queria comer uma fatia generosa, já havia cedido o terreno.
O grupo entrava com o dinheiro da construção. O que para ela é os sete amigos, não seria problema, todos eram donos de construtoras e tinham imóveis alugados por toda cidade.
Romildo, seu amigo de faculdade, tinha imóveis até no Rio de Janeiro. Logo eles estavam tranquilos.
Fim do capítulo
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