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The only exception por Kivia-ass

Ver comentários: 3

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Palavras: 2114
Acessos: 7661   |  Postado em: 31/03/2021

Notas iniciais:

Oioi, vocês estão bem? Espero que sim!

 

Não esqueçam da mascara! 

Foi para o seu bem!

POV MARCELA

 

 

         Arranquei com o carro e o cheiro de Beatriz ficou presente em meu carro, era um perfume adocicado que me dava uma sensação estranha de paz. Liguei o som do carro e fui pra casa, eu tinha desviado minha rota, mas não era um desvio grande assim. No rádio tocava um MPB suave e meu telefone começou a tocar, era Jaqueline me ligando.

 

-Oi Marcela, tudo bem? – Ela tinha uma voz suave.

 

-Estou bem Jaqueline, e você? Como sua mãe está? – Perguntei sem tirar os olhos do transito.

 

-Está tudo bem, mas te liguei pra dizer que preciso ficar alguns dias a mais aqui. – Parei no semáforo e ela continuou. – Vou organizar algumas coisas aqui na fazenda.

 

-Ok Jaqueline, faça como quiser. –Bufei irritada. – Preciso desligar, estou dirigindo.

 

-Marcela, sem dramas. – Jaqueline dizia calma o outro lado da linha. – Eu não posso deixar minha mãe resolver tudo.

 

-Tudo bem, eu entendo! – Me despedi e desliguei o telefone.

 

        Eu não estou conseguindo entender o que anda acontecendo com meu relacionamento com Jaqueline, ultimamente andamos brigando mais que o normal, ela estava viajando mais e o sex* já não rolava há algum tempo. Eu sei que o trabalho ocupa um espaço grande em nosso tempo, mas quando ela chegasse teríamos uma conversa. Cheguei em casa e tratei de me livrar desses pensamentos.

 

-Boa noite Tiana. – Passei pela mais velha e ela me cumprimentou de volta.

 

-Boa noite Marcelinha, o jantar está quase pronto. – Ela secou as mãos no pano de prato e acenei com a cabeça. – Está tudo bem?

 

-Só alguns problemas, mas nada muito grave. – Tiana era uma das poucas pessoas que me conheciam tão bem. – Vou tomar um banho e já desço.

 

-Ok, qualquer coisa você sabe que pode contar comigo. –Ela me abraçou calorosamente.

 

-Eu sei disso.

 

         Subi para o meu quarto e fui direto pro banheiro, deixei a água cair enquanto pensava em minha vida. Os conselhos do meu pai começaram a martelar em minha cabeça e pensava se eu estava cega ou se meu pai só não gostava de Jaqueline. Eu sempre confiei demais nas pessoas e sempre me ferrei por isso,  mas Jaqueline me amava, não queria pensar essas coisas dela.

 

        Terminei meu banho, coloquei short e uma camiseta básica, em casa eu gostava de me vestir a vontade. Peguei meu celular mandei uma mensagem para Sandro dizendo que precisava conversar com ele e desci para o jantar.

 

-Que milagre é esse? – Desci e encontrei Giovana e Lív me esperando pra jantar.

 

-Somos uma família tradicional. – Lívia cantarolou sorrindo. – Mesmo com a mamãe sempre viajando.

 

-Eu já me acostumei. – Giovana era a mais apegada na mãe.

 

-Mas eu estou aqui Gi, não fique triste. – Abracei seus ombros e beijei seus cabelos. –Vamos jantar?

 

      Tiana nos serviu e jantamos com um papo animado sobre séries e filmes. Eu era muito apaixonada nas filhas de Jaqueline, sem duvidas elas eram o maior presente que a vida já me deu.

 

-Mama, bruno te entregou as fotos de ontem? – Lív estava falando de trabalho na mesa do jantar, algo que me deixou surpresa. – Quero mostrar o resultado pra Bia logo.

 

-Vejo que você ficou empolgada com essas fotos! – Falei e ela revirou os olhos. –Algum interesse especifico?

 

-Claro que não Marcela. – Lív não dava ponto sem nó, e eu não era boba. – Esse é o motivo pelo qual eu não gosto de falar de trabalho na mesa do jantar.

 

-Então vamos mudar de assunto. – Giovana nos e interrompeu. – Marcela, esse fim de semana eu vou ir à casa da vovó com o Artur ok?

 

-Só você mesmo pra querer levar seu namorado naquele fim de mundo. – Lív sempre implicava com a irmã.

 

-Só eu mesmo, pois ninguém visita a vovó. – Olhei confusa e deixei que ela terminasse. – Hoje ela me ligou dizendo que está se sentindo sozinha demais, e que ninguém foi visita-la mais.

 

-Como assim? - Questionei intrigada, por até onde eu sei, Jaqueline estava lá.

 

-A ultima vez que fomos visitar a vovó, foi no aniversario da Izabel. – Izabel era a moça que cuidava de dona Lourdes, minha sogra. – E ela disse que você que nem é filha dela, se preocupa mais do que a mamãe.

 

O meu mundo tinha parado de girar por alguns instantes, se Jaqueline não visitava a mãe a algum tempo aonde ela estaria? E por que ela mentiu pra mim?

 

-Marcela? Está me ouvindo? – Giovana tocou em meu braço e sai do transe.

 

-Estou sim, me desculpe.

 

-Estou perguntando se você pode me dar o dinheiro da gasolina.

 

-Abasteça no cartão. – Eu não estava mais me sentindo bem pra continuar ali. – Meninas, vou subir, preciso descansar um pouco.

 

-Ah não Ma, íamos te chamar pra vermos um filme. – Lív protestou e Giovana fez uma cara de triste.

 

-Me desculpe, prometo que assisto com vocês outro dia. – Dei um beijo em cada uma. – Boa noite princesas.

 

-Boa noite. – As duas responderam juntas e emburradas.

 

         Subi rápido e passei a chave na porta, eu precisava pensar e não queria ser incomodada. Não queria acreditar que depois de tudo o que vivemos, depois de tudo que enfrentamos, Jaqueline estaria me enganando. Eu enfrentei tudo por ela, sempre fiz tudo que estava em meu alcance para fazê-la feliz, eu ainda tinha fé que tudo seria um mal entendido, mas minha intuição gritava ao contrario.

 

SANDRO VIA WHATSAPP:

 

-O que aconteceu? Eu juro que não fiz nada de errado.

 

-Sandro, eu acho que Jaqueline está me traindo!

 

      Assim que enviei a mensagem meu celular começou a tocar desesperadamente. Sandro era a única pessoa em que eu confiava e eu sabia que ele não falaria nada com ninguém.

 

-COMO VOCÊ DESCOBRIU? – Atendi e ele gritava do outro lado da linha.

 

-Eu disse que acho que ela está me traindo. – Era cortante usar essa palavra. – Eu não descobri nada ainda.

 

-Como aconteceu? – Ele já falava tranquilamente e contei tudo que Jaqueline havia me contato e como Giovana desmascarou a mentira sem querer. – Porr*, mana que filha da puta.

 

-Eu não sei se é só um mal entendido ou se realmente ela está fazendo algo de errado. – Sandro pareceu suspirar do outro lado.

 

-Ma, você sabe que tudo o que eu faço é para o seu bem né? – Eu não respondi e ele continuou. – Eu não sei se devia te contar isso, mas há um tempo atrás eu estava saído com uma das modelos da Cyber, e acabei levando ela em um motel que tem lá próximo e eu vi o carro de Jaqueline entrando no estacionamento no momento em que eu estava saindo.

 

-O QUE? – Me exaltei, pois além dele não me contar isso ele ainda quebrou nosso trato. – POR QUE VOCÊ NÃO ME CONTOU ISSO ANTES? EU SENDO FEITO DE TROUXA E MEU PROPRIO IRMÃO ME ESCONDENDO ISSO.

 

-Foi para o seu bem, e eu também não podia afirmar que era ela. – Ele tentava se justificar e minha raiva aumentava. – Você não iria acreditar em mim.

 

-VÁ SE FERRAR SADRO, VOCÊ É UM TRAÍRA IGUAL A ELA. – Desliguei o celular sem dar ele o direito de resposta.

 

        Eu precisava sair, se eu ficasse naquela casa eu ia pirar, eu não vou agir por impulso, Jaqueline vai me pagar e o preço vai ser alto.  Me troquei  colocando uma calça jeans e uma jaqueta peguei a chave do carro e desci pela cozinha sem que ninguém me visse.

 

        Minha cabeça girava, meu coração batia acelerado e minha mente começou a trabalhar nas lembranças e tudo fazia sentido agora. Me lembrei de todas as viagens que ela “fazia” a trabalho e não me entregava nada de produtivo, todas as ligações, mensagens que ela recebia tarde da noite e ia pro banheiro atender, todos o jantares com “clientes que ela ia e dizia que eu não precisava ir junto, e ainda por cima tudo isso com o meu dinheiro. Acelerei o carro e nem sei a quanto quilômetros por hora eu estava, só me voltou a consciência quando o perfume de Beatriz que estava impregnado no meu carro me despertou. Parei no acostamento e do outro lado da rua havia um bar não muito movimentado, seria ali que eu passaria a noite.

 

         Acordei com o dia amanhecendo, minha testa estava colada no volante do carro e minha cabeça latej*v* de dor, não me lembro em qual momento eu vim para o meu carro, minha ultima lembrança foi pedir uma garrafa inteira de uísque, e quando olhei pro lado ela estava no banco do carona completamente vazia. Passei a mão no rosto e dei partida no carro, eu precisava colocar minha cabeça no lugar e pensar em que eu iria fazer.

 

 

         Ainda estava muito cedo, ninguém em casa iria acordar aquela hora, subi as escada sem fazer barulho e coloquei a banheira pra encher, eu precisava de um banho relaxante, tomei um analgésico, me despi e entrei na água aquecida. Todos os músculos do meu corpo estavam tensos e banho sempre será minha fonte de novas energias. Perdi as horas que fiquei dentro da banheira, me lembrei que tinha que sai de lá quando meus dedos estavam enrugados e a água já estava fria. Fui ao closet escolhi conjunto de calça e blazer preto, prendi o cabelo em um coque e passei uma make pra disfarçar, hoje eu tenho uma reunião com o agente de uma atriz global, e não dava pra remarcar, e eu não vou deixar meus problemas com Jaqueline atrapalhar meu desempenho profissional.

 

-Bom dia Marcelinha. – Tiana me viu entrar na cozinha, e logo percebeu minha cara de poucos amigos. – Dormiu bem?

 

-Eu nem dormi. – Respondi sem olhar pra ela. – Hoje eu quero só um café preto Tiana.

 

Ela me serviu e tomei o liquido sentindo o amargo descer pela minha garganta, Tiana me olhava como se quisesse falar algo, mas ela respeitava meus limites.

 

- Quer dizer algo? – Perguntei e ela se assustou.

 

-É só um recado que Sandro deixou pra senhora. – Não queria falar com esse traíra. – Ele pediu pra que a senhora o atendesse.

 

-Se ele ligar novamente, diga que eu o mandei ir à merd*. – Me levantei e pude notar a cara de horrorizada que Tiana ficou.

 

         Parti rumo a Cyber, e hoje meu humor estava em nível catastrófico, serei capaz de demitir o primeiro que se atrever a cruzar no meu caminho de forma torta. Em poucos minutos eu estacionava na minha vaga e subi pelo elevador, parecia que estava subindo com uma lerdeza fora do comum e ainda por cima parou no térreo para alguém entrar.

 

-Bom dia Marcela. – Beatriz entrou correndo na caixa metálica e logo as portas se fecharam.

 

-Você está atrasada. – Falei mal humorada e ela me olhou confusa. – O funcionários da Cyber precisam iniciar o trabalho as oito, e não chegar em cima da hora.

 

-Me desculpe Marcela, eu me atrapalhei com o horário. – Ela dizia quase que gaguejando.

 

-Não me interessa seus motivos Senhorita Mendes, eu só preciso que minha empresa ande na linha. – Ela abaixou a cabeça e não me respondeu mais.

 

       Minha vida até pode estar uma bagunça, mas não quero que minha empresa se espelhe em minha vida.

 

-Bom dia Marcela. – Alice me cumprimentou com seu bom humor de todo dia e eu nem me dei o trabalho de responder.

 

-Alice não quero ser incomodada por ninguém hoje. – Ela acenou com a cabeça de forma seria. – Só me chame na hora da reunião, do contrario será demissão em massa.

 

      Ela me olhou assustada e eu me direcionei a minha sala, mas ainda ouvi ela sussurrar que “hoje era dia”.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Vish, e agora?


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Comentários para 7 - Foi para o seu bem!:
Acarolinnerj
Acarolinnerj

Em: 01/04/2021

Estou adoro a história..

Vc escreve muito bem até me inspirou. 

Responder

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Acarolinnerj
Acarolinnerj

Em: 01/04/2021

Estou adoro a história..

Vc escreve muito bem até me inspirou. 

Responder

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bicaf
bicaf

Em: 01/04/2021

Oi.

Não disse? Eu tava certa. Coitada da Marcela, levar chifre é do pior. Mas logo logo ela vai afogar suas mágoas numa certa funcionária kkkk.

Beijo.

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