ATENÇÃO
LEIA O AVISO ANTES DE COMEÇAR A LER, POR FAVOR!
ESSE CAP TEM CENAS DE TORTURA, QUEM FOR SENSÍVEL, PULE ESSA PARTE, Ñ VAI ATRAPALHAR NO ENTENDIMENTO DA HISTÓRIA.
OBG PELA ATENÇÃO
BORA LER ????
BOA LEITURA ><
CAPÍTULO 15
Minha boca se abre em choque.
"Mudança? Não, não, não..."
" Por favor não..."
Sinto Elisângela me puxar pelos pés até o limite do banco. Ela segura meus ombros e os puxa, me fazendo sentar na beirada do banco. Minha cabeça gira com o movimento brusco, uma queimação no estômago me faz abrir a boca desesperada por ar, fazendo minha garganta doer e latejar. O pulsar da dor de cabeça me deixou enjoada, e ignorei a bile que subiu pela garganta.
Elisângela põe um braço em volta da minha cintura me ajudando a levantar, caminhamos com dificuldade até a entrada da sua casa, onde ela toca a campainha repetidamente.
- Srta. Elisângela! - Um mordomo de cabelos grisalhos, mas com uma aparência jovial, vestido com terno preto, abre a porta e não esconde sua surpresa ao nos ver.
- Guarde meu carro para mim Júlio. - Passamos por ele assim que ele abre mais a porta, nos dando passagem para entrar.
- Sim Srta. Precisa de ajuda? - Elisângela para pensando.
- Seria ótimo Júlio. Coloque ela na minha cama por favor. - Elisângela me entrega para ele, que me pega no colo como se eu não pesasse nada.
- Onde você vai? - Pergunto com dificuldade.
- Olhar alguns papéis, não se preocupe, já vou indo. - Ela desaparece na escada, Júlio se dirige a mesma escada, sem muita pressa.
Júlio é um homem forte, me carregou pela escada até o quarto de Elisângela sem ao menos soar e alterar a própria respiração. Ao me deitar na cama grande de dossel de Elisangela, uma fisgada no estômago quase me faz vomitar todo o pouco conteúdo que usufrui nas últimas horas. Gemo de dor, abraçando meu próprio corpo. Não soube quanto tempo se passou até Elisangela aparecer, mas quando apareceu, com livros e papéis nas mãos, o celular no ouvido, que ela segurou entre a orelha e o ombro, desajeitadamente, me sentia prestes a vomitar todo conteúdo em meu estômago e talvez mais um pouco. Com quem ela está conversando? Minha curiosidade não foi tão longe, as dores se intensificaram, deixando minha mente em branco, cortando qualquer raciocínio.
"O que quer que tenha nesses livros, acho bom me ajudar em alguma coisa."
- Entendi, entendi. Não, eu preciso? Tudo bem. Ok. Tchau. - Ela desliga o celular o jogando em cima de uma poltrona bem posicionada no canto do quarto, ajeita os livros nas mãos e vem até mim. - Lorena? - Incapaz de responder devido a dor, tento focar meus os olhos nela. - Como está se sentindo? - Sem respondê-la somente fechos os olhos desejando que aquilo acabasse o mais rápido possível. - Está sentindo algum impulso de beber alguma coisa? Sede? - Ela pergunta sem jeito.
- Não... - Minha voz saí num sussurro rouco, meus ouvidos não registram se Elisangela responde, mas não me importei mais, a dor ferveu pelo meu corpo, senti cada músculo dos meus braços e pernas queimar e endurecer em seguida, como uma cãibra eterna que nunca cessava. Minha cabeça latejou junto com minha garganta e coração, impossível dizer quem doía mais. As fisgadas em meu estômago me fizeram encolher a cada nova contração no estômago, durante os intervalos das contrações, pude sentir o suor escorrer pelo meu corpo, pelas minhas costas e entre meus seios. Num momento, me sentia quente, e sofria por sentir tanto calor a ponto de achar que estava numa fornalha de fogo. No outro, o frio se instalava, e meu corpo tremia pelo frio repentino, meu nariz escorria e os pelos da minha pele se erriçavam devido ao frio, nesses momentos, meu corpo tremeu fracamente, pois eu não tinha forças para nada, nem mesmo tremer. Ouvi Elisangela discorrendo sobre alguma coisa que não consegui entender, e por mais que tentasse não conseguia ouvi-la com exatidão, meus ouvidos pareciam tapados por alguma coisa, deixando a voz de Elisangela cada vez mais distante e abafada. Minha visão foi escurecendo aos poucos, até me sentir tomada pela escuridão por completa.
O som rítmico de passos ao redor, me ajudou a sair da nuvem de inconsciência. Ao abrir os olhos, consigo enxergar Elisangela andando de um lado para o outro com uma mão no queixo, visivelmente preocupada.
- Você acordou! O que está sentindo? - Se não fosse pelo desconforto geral, teria dado uma resposta grosseira, porém, minha garganta ainda latej*v* e duvidava que qualquer fiapo de voz saísse dessa vez. Senti meu corpo molhado, molhado como se tivesse entrado numa piscina de roupas, e me deitado na cama da mesma forma. - Entendi, acho que nada bem. - Ela sorri e percebo a preocupação estampada em seus olhos. - Escuta, pelo que pesquisei existem estágios na mudança dos vampiros, eu preciso saber em que estágio está para saber quando você vai precisar de sangue, como você não está conseguindo falar, vou olhar sua boca ok? Se seus caninos estiverem pontiagudos como de vampiros vou saber que a hora de você beber sangue chegou, ok? Tá bom, vamos lá...
Por um breve momento achei engraçado ver Elisangela tão nervosa, ela parecia desajeitada e tímida, totalmente o contrário de todas as vezes que tínhamos nos visto, ou nos falado. Sua postura sempre confiante, não deixa espaço para dúvidas de que Elisângela não seja nada, além de confiante, no entanto, neste momento, vi exatamente o contrário.
Ela se aproxima de mim na cama, e com cuidado, põe as mãos em meus lábios. Ela abre suavemente minha boca com os dedos, e sinto o quão geladas e trêmulas estão. Ela sobe o meu lábio superior e aperta os olhos, como se tivesse dificuldade para enxergar.
- Não, está no tamanho normal que costuma ser. - Ela se afasta visivelmente nervosa - Acho que você está indo para o estágio final da mudança. - Ela diz voltando a andar de um lado para o outro no quarto.
Sinto meu coração se acelerar ao pensar que 'estágio final' significa: Beber sangue. Antes que pense muito no assunto, outra onda de dor me atinge, e fecho os olhos sem forças para sequer gem*r de dor.
************************************
JEREMY - SUPREMO ALFA - DIA DO JANTAR DE BOAS VINDAS A FAMÍLIA REAL NA CASA DE LIA.
15 horas e 35 minutos.
Caminho pela sala escura com os olhos fixos no rebelde atrás do vidro escuro, ele não pode me ver, mas com certeza sabe que estamos ali o observando.
- Ele ainda não falou nada. - Igor, meu filho mais novo diz. Sua voz arrastada e as bolsas escuras debaixo dos seus olhos deixaram explícito seu cansaço.
- Mas terá que dizer, se não quiser morrer aos poucos como já está fazendo. - Matheus, meu segundo filho, diz se sentando numa das poucas cadeiras. Ambos vestidos com terno e gravata, contudo, Igor, por ter passado a noite interrogando o rebelde juntamente com Luís, já não vestia o conjunto completo, usando somente a calça social preta, é uma regata branca com respingos de sangue. Igor se sentou logo depois de Matheus, e pousou seu rosto nas mãos, exausto.
A pequena sala de observação está escura, a única luz vindo da sala ao lado, onde um dos rebeldes que invadiram a alcateia dois dias atrás, estava preso em uma cadeira de ferro, com os pés, mãos e pescoço acorrentados ao chão. Sua cabeça está baixa, pendendo de seu pescoço, sua respiração está lenta, quase imperceptível, provavelmente estivesse dormindo. Mas não dormirá por muito tempo. Sangue seco sujava toda sua roupa, além disso, o sangue dos ferimentos que foram abertos no dia anterior - que agora estão fechados, devido a habilidade rápida de cura dos lycans -, cobria quase todo seu rosto, dificultando qualquer identificação precisa de sua aparência, no entanto, mesmo com todo aquele sangue, sei que não havia mais nenhum arranhão sequer, ou hematoma, devido a regeneração. Isso facilita o processo de tortura para conseguir informações, o 'interrogado' nunca morre por excesso de ferimentos, perda de sangue, ou infecções que poderiam ser causadas pelas feridas abertas. Dessa forma, a tortura se prolonga por dias, até uma das partes obter o que quer, caso contrário, o interrogado não conhecerá a morte tão cedo.
A porta ao nosso lado se abre brutamente, Hera aparece no vão com uma expressão de poucos amigos, seu corpo está tenso, diria que pronto para uma briga. Devido sua roupa camuflada, soube onde ela andou nas últimas horas, seguindo os rastros dos rebeldes, e a julgar pela sua expressão, boas notícias não a acompanham.
- Então? Alguma coisa? - Ela pergunta olhando o preso na sala ao lado, com evidente ódio em suas palavras. Hera tira a jaqueta da farda, mostrando uma regata preta por baixo, deixando evidente todos músculos que ela faz questão de aumentar, todos os dias em cada treino de luta com os Guardas.
- Nada. - Digo, voltando meus pensamentos para o rebelde, debatendo em mim sobre como deveríamos prosseguir.
- Ele diz que não sabe de nada, diz que não foi ele quem fez todas aquelas coisas. - Hera ri incrédula.
- Então o quê? Ele foi possuído? - Hera põem as duas mãos no bolso da calça, balançando a cabeça negativamente. - Vou interrogá-lo.
Matheus e Igor não dizem nada. Eu me limito a suspirar.
- Não será necessário filha...
- Eu quero interrogá-lo. - Ela diz lentamente, a raiva na voz se acentuando. Soube que nem mesmo minha ordem a impediria de fazer o que queria, quando usa esse tom de voz. Por isso, somente dei de ombros, cansado demais para discutir.
- Tudo bem. - Digo vencido, sinto o olhar incrédulo de Matheus e Igor em mim. - Porém, quero que mantenha seus membros e partes do corpo, no devido lugar.
- Tudo bem. - Hera diz encarando o homem do outro lado do vidro. Segundos depois, Lucas e Luís, se juntam a nós na sala de observação, enquanto Hera entra na sala ao lado.
Hera posiciona uma grande maleta em cima da pequena mesa no canto da sala, a abrindo em seguida. Ela leva alguns segundos escolhendo alguma ferramenta, e assim que a escolhe, se posiciona em frente ao rebelde. A ferramenta que escolheu fica visível a nós. Ela usaria uma ferramenta semelhante a uma tesoura, porém, mais resistente e maior que uma, assemelhando-se as tesouras para poda, no entanto, a função dessa tesoura, não é cortar coisas comuns.
Hera sem hesitar, disfere um soco no rosto do rebelde, fazendo a cadeira se entortar, mas não cair, já que a mesma está presa estrategicamente por parafusos ao chão. A cabeça do rebelde é lançada para trás, pela força do impacto do soco de Hera, ficando em uma posição quase impossível de se fazer por um ser humano ainda vivo. Obviamente, ele acordou de seu "descanso" com um grito de dor. Assim que seus olhos se abriram, seu medo ficou evidente.
- Vou ser direta, não estou com a mínima paciência hoje, por tanto, se você não quer ter seus membros arrancados de você, sugiro que responda todas as perguntas. - Hera cruza os braços no peito, deixando visível a tesoura de tortura, o rebelde fixa o olhar no equipamento, já assustado.
- Impressionante o efeito que ela causa nas pessoas. - Luís, o Beta da alcateia murmura, refletindo meu próprio pensamento. - Não me lembro dele me olhando assim quando tentei. - Ele completa. Todos olhávamos hipnotizados para o que se sucedia na sala ao lado, todos inabaláveis com o que acontecia ao lado. Viver por séculos a fio tem seus prós e contras, só não sei dizer, se ver outra pessoa sendo torturada sem sentir nenhum remorso ou sensibilidade é algo positivo ou negativo.
"Que minha Anna nunca saiba disso..."
A imagem criada em minha cabeça, de Anna me olhando como um monstro, foi a única coisa que fez meu coração realmente se contorcer de dor. Não consigo imaginar minha vida sem minha mulher, ela é tudo para mim, preciso dela como preciso do ar para respirar, e prefiro a morte a viver sem ela.
- Vamos do princípio, como se juntou ao grupo que nos atacou? - Hera faz a primeira pergunta já impaciente, como estivesse a horas fazendo perguntas, mesmo tendo acabado de começar o trabalho.
"Ah! Hera..."
Não posso expressar o tamanho do orgulho que sinto pela minha filha mais velha. Ninguém além de minha companheira, tem minha tamanha admiração. Hera é forte e dura, como uma barra de metal que nunca se entorta, mesmo estando sobre pressão. Hera é decidida, sabe controlar as emoções tão perfeitamente, que há quem diga que ela é uma psicopata tão assustadora quanto eu, e admito que me orgulho disso. Ela não demonstra suas emoções a flor da pele, mesmo sobre a pior das pressões que possa sofrer. É digna do meu respeito, e como pai, me sentirei completo ao partir deste mundo, sabendo que minha missão com meus filhos foi cumprida. Mesmo Hera sabendo controlar suas emoções, a ponto de a chamarem de psicopata - um exagero, claro -, no último mês pude notar sua inquietação, que aumentou a cada semana. Nesse rápido momento em que a vi cruzando os braços, e fazendo a primeira de várias outras perguntas, pude notar pela primeira vez na vida, seus sentimentos refletidos em sua expressão corporal. Aparentemente ninguém além de mim havia notado, mas sei melhor que qualquer pessoa aqui, os sinais de estresse e ansiedade em minha filha. Alguma coisa tinha acontecido, ou estava acontecendo. Fiz uma nota mental de conversar com ela em outra ocasião sobre o assunto, e voltei minha atenção o que acontecia em minha frente.
Ao ver que o rebelde não responderia sua pergunta, Hera se posiciona atrás do preso, com essa atitude soube o que se seguiria, vi quando Hera segurou uma das mãos do preso - que estavam presas para trás -, e sem nenhum aviso, cortou o dedo mindinho com a tesoura. O rebelde gritou, Hera não saiu do lugar, mas deu tempo para o prisioneiro gritar a todo pulmão, quando os gritos diminuíram ela cortou outro dedo, sangue expirou em seu rosto, mas ela não se importou ou se incomodou. Ela segurou o próximo dedo pronta para cortar, quando o preso decidiu falar algo, ao perceber que a carnificina não pararia até que ele dissesse algo.
- Você disse para ela deixar ele inteiro. - Igor comenta emburrado ao meu lado.
- Os dedos não fazem diferença. - Respondo, com minha total atenção na sala ao lado.
- Um homem nos procurou! - A voz do preso sai desesperada e alta, como se quisesse garantir que Hera escutasse sua resposta, para não partir para o próximo dedo.
- Que homem? - Ela pergunta indiferente. Não dando tempo para o preso responder, ela posiciona a tesoura no próximo dedo, o preso se agita na cadeira numa tentativa inútil de sair.
- Eu não sei! Eu não sei! Ele não se identificou! Eu não quis perguntar, soube que ele era perigoso!
- O que ele ofereceu a você e seu grupo em troca? - Hera fecha a tesoura em volta do dedo, ainda sem o cortar, atitude usada somente para pressionar o prisioneiro.
- Justiça! - Hera ri. - Ele disse que o exército dele ajudaria na causa dos rebeldes! Disse que o líder da causa está com ele!
- Quem é o líder da causa dos rebeldes?
- Eu não sei! Nunca o vi! Chamam ele de Lince! Só sei isso, por favor... - Hera corta o outro dedo antes que ele termine o pedido.
- Esse cara que procurou seu grupo de rebeldes, para invadir a alcateia, tem nome?
- Não! Não perguntei, já disse! - Ela põem a tesoura em outro dedo. - Não! Por favor! Eu não sei quem ele é!
- Como posso encontrá-lo? - Ela aperta a tesoura novamente no dedo como tinha feito no dedo anterior.
- Por favor! Eu não sei! Eu não posso...
- Não pode? - Hera pergunta intrigada. - Como não pode? É você, e não ele que está aqui agora a ponto de perder os membros um a um. - Ela diz como um aviso.
- Ele é diferente. É perigoso!
- Onde?! - Hera aperta o dedo com a tesoura, é possível ver o sangue pingando do dedo em questão.
- Sul! Ele... Ele... - De repente, o rebelde começa a tremer descontroladamente, e Hera da um passo para trás visivelmente surpresa.
- Que merd* é essa? - Lucas diz chegando mais perto da janela de vidro. Como um convite, todos nós nos aproximamos da janela, com os olhos fixos no que acontecia do outro lado.
De uma hora para outra os olhos do rebelde ficam brancos em suas órbitas, como se tivesse virado nos avessos, seu corpo começa a tremer descontroladamente, um som de sufocamento sai pelos lábios do rebelde, enquanto sua boca se abre de maneira arrepiante. Vimos quando as veias, normalmente invisíveis a olho nu, se saltam em seu pescoço e rosto se tornando pretas, e se espelhando por todo o rosto, como uma doença. Em segundos, o preso para de se mexer, ficando totalmente imóvel e visivelmente morto. Hera olha pelo vidro e entendo seu olhar irritado.
Sabemos o que isso significa.
"Bruxaria."
Só resta um palpite: os rebeldes se juntaram as bruxas para destruir os lycans, ou as bruxas estavam ajudando os rebeldes em troca de algo, independentemente de qual for a resposta, temos um problema. Temos a porr* de um grande problema.
************************************
- Lorena? Lorena?
Tento inutilmente focar os olhos em Elisangela, que chacoalha meus ombros sutilmente para me acordar da maré de dor. Meu corpo dói num nível que não achei possível sem que a pessoa morresse, contudo, mesmo querendo morrer, sei que não morreria, sei que o senhor destino, ou ser supremo - Mais conhecido pelas espécies como Gaia -, tinha mais chutes em minha bunda para dar. Seria fácil demais se eu simplesmente morresse a essa altura do campeonato. Minha vida nunca foi fácil, e sei que não é agora que passará a ser. Abro a boca, numa tentativa inútil de responder Elisângela, mas nenhum som sai. Sinto minha língua seca e pesada, e me dou conta de algo diferente, sede. Dessa vez, quando acordei da bolha de dor, constatei com tristeza, minhas presas na boca, pontiagudas e prontas para serem usadas pela primeira vez.
" Céus... Não quero beber sangue."
" Não quero matar ninguém..."
As lembranças do terrível sonho se repetiram em minha mente. Só consegui pensar em quão péssima ideia foi a de Elisangela, em me alimentar na transformação, e fiz uma careta com a palavra 'alimentar'. Posso me alimentar de bolsas de sangue, como nos filmes? Não sei, mas quero saber. Talvez seja melhor tentar a bolsa do que ir direto para uma fonte viva, onde eu corro sérios riscos de matar a fonte.
"Por que não pensei nas bolsas de sangue antes?"
Meu medo foi crescendo a cada segundo, pude sentir a mudança em meu corpo, e constatei novamente, uma fome surgindo do fundo do meu estômago. Assim como no sonho, a sede se misturou a uma fome quase incontrolável. É questão de minutos, talvez segundos, para que a coisa aconteça.
Assim como havia sonhado, aconteceu. A dor foi sessando, deixando somente músculos doloridos devido as "cãibras". O mesmo aconteceu com a dor de cabeça, restando somente a dor na garganta devido a sede, e a dor no estômago devido a fome. Elisangela pareceu perceber a mudança em mim, vi quando seu olhar mudou de preocupado para temeroso e assustado. Pude sentir o cheiro de seu medo em todo meu redor.
- Não precisa fazer isso... - Mesmo com muito esforço, minha voz saiu fraca, baixa e rouca, contudo, não reclamei, já que a minutos atrás nada saia. Já é uma melhora considerável.
- Preciso, eu não sei por que, mas sei que preciso, você não pode morrer. - Ela diz pensativa.
- Por quê? Por que não posso morrer? - A única coisa que consegui pensar enquanto esperei sua resposta, foi o dia do ataque, quando prometi, jurei, que aceitaria tudo o que o destino tivesse reservado para mim. Não sei por que, mas essa lembrança voltou como um lembrete de tarefas de celular.
" Mãe-natureza... O que será de mim?"
- Não sei, mas não pode. - Com minha sede crescendo de um minuto para o outro, fecho os olhos angustiada, numa tentativa de amenizar a sensação. Não é como a dor latente que senti a momentos atrás, mas é igualmente doloroso e angustiante. - Acho que chegou a hora... - A voz hesitante de Elisangela fica nítida em meus ouvidos. Quando abro os olhos novamente, vejo Elisângela se sentar próximo a mim na cama, o colchão afunda onde ela se senta, um calafrio corre por meu corpo, e passo minha língua pelos lábios numa tentativa de umedecê-los, no entanto, percebo meu erro quando vejo o olhar assustado de Elisângela, que tenta esconder assim que percebe que vi o medo em seu olhar.
Elisangela estica o braço, deixando seu pulso em frente ao meu rosto. Engulo a saliva, sem saber ao certo o que fazer. Minha respiração se acelera de nervosismo, vejo uma veia fina saltando ritmicamente no pulso branco e delicado de Elisangela.
- Eu não sei como fazer isso... - A olho desesperada e envergonhada pela situação. Elisangela se levanta saindo da cama, saindo do meu campo de visão, e fico sem saber o que ela fazia. Meu corpo molhado e dolorido começa a pinicar, provavelmente pela quantidade de suor nele, tento ignorar o desconforto que toda aquela situação me causava. Quando Elisângela aparece novamente em minha frente, vejo uma pequena faca de ponta redonda, e provavelmente sem serra, em sua mão. Com certeza a função dessa faca não é cortar. Elisângela se senta novamente em minha frente na cama, sem aviso a vejo fazer um corte profundo com a faca sobre o pulso, e sangue vivo jorra do corte.
De início meu corpo trava no lugar, se enrijecendo, e minha mente fica em branco. Elisangela percebendo meu olhar fixo no sangue, aproxima o pulso do meu rosto hesitante, contudo, assim que o cheiro do sangue chega até mim, meu corpo se move sem minha permissão. Segurei com uma das mãos o pulso fino de Elisângela, afundando os dentes na carne. Vejo Elisangela abrir a boca em choque e arfar de susto, porém, o choque não dura muito, em seguida ela fecha os olhos, e morde o lábio inferior, como se não estivesse com dor. Não está doendo? Não pude ter certeza, mas Elisângela manteve seus olhos fechados, e continuou mordendo os lábios.
Nas primeiras goladas, sinto o cheiro da excitação de Elisângela, e isso me deixa intrigada. A minutos atrás estávamos ambas assustadas com o que aconteceria, e agora ela está excitada? Enquanto sugo o líquido, percebo sons parecidos com gemidos, saindo da minha boca, e imediatamente sinto meu rosto esquentar de vergonha. Com muita força de vontade e tristeza por estar fazendo aquilo, afasto o pulso de Elisângela da minha boca, o empurrando com uma das mãos.
- Chega... - Minha voz soou rouca, e por mais inacreditável que pareça, pude sentir o sangue de Elisângela em meu corpo, provocando mudanças e me enchendo de força. Por um instante toda a dor que estava sentindo parou, e suspirei aliviada. - Acho que acabou, finalmente... - Digo exasperada e aliviada. Olho para Elisangela, que segurava seu pulso com a outra mão, como se ele fosse cair do braço a qualquer momento. Ela me olha compadecida.
- Eu... Eu acho que não Lorena... - A encaro sem entender.
"Como não? O que mais tem que acontecer?"
Assim que concluo o pensamento, uma dor cortante atravessa meu corpo, me fazendo arquear as costas na cama e gritar desesperada.
- Agora vem a pior parte... - Foi a última coisa que ouvi Elisângela dizer, antes de me perder entre a dor.
Fim do capítulo
SURPRESA!!! kkk
Graças a Gaia (rsrs) terminei esse cap hj, e como terminei mais cedo, pensei: Pq não publicar mais cedo né? kkk E tá aí o cap p vcs ><
É minhas leitoras, esse momento chegou ????
Estava MT ansiosa para postar esse cap, mas adianto q tem mts outros q ñ vejo a hora d vcs lerem p me dizer oq acharam ><
Mts babados virão ainda ????
Tadinha da Lore né? Quando achou q tinha acabado, ainda tinha um round 2 kkkk
E a Hera, oq vcs acharam do lado "profissional" dela? (Apesar d ter descrito em um momento ali na história q tem gente q acha Hera uma psicopata, ela NÃO É tá gente? Foi uma forma q encontrei d descrever esse lado frio dela com os inimigos, Hera NÃO perdoa inimigos e nem pega leve c eles rsrs). P quem ficou perguntando pq Hera não foi atrás da Lorena no outro dia, ai está a resposta, Hera estava ATOLADA de trabalho e MUITO PUT* da vida, por isso, não conseguiu ir ver Lorena, mas logo logo elas se encontram. ????
É isso gente ><
Espero q tenham gostado, curtam e comentem p me ajudar e incentivar ><
Até a próxima quarta-feira, q vai outro cap babadeiro p vcs ♥?????????
Bjos! Boa Semana p tds e Mt saude! Se cuidem e não saiam de casa PFV ><
Próximo cap sai quarta q vem gente ><
Bjinhos
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NayGomez
Em: 30/03/2021
Meu Deus então uma mordida de vampiro é excitante rs , interessante, jurava que era a Hera que iria dar o sangue dela pra Lore, to amando o Conto obg por mais um cap.
Resposta do autor:
Sim, é ><
Eu tbm qria q fosse a Hera, mas elas se desencontraram, porém, logo logo Hera aparece pondo ordem nas coisas rsrs ><
Fico feliz q esteja gostando da minha história ><
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Flavia Rocha
Em: 30/03/2021
Tadinha da Lorena... Quero ver o tratamento especial da Hera no pai da Lorena.
Boa semana, autora.
Resposta do autor:
Eu também >< Não vejo a hr desse momento chegar ><
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