Olá meus queridos, tudo bem com vocês?
Olha eu aqui passando não tão atrasada assim para honra e glória kkkkk... a Spin-off anda me atrasando mais do que eu gostaria então estou tentando outras formas de escrever e fazendo as revisões e modificações da Spin-off que vão apenas para o e-book.
Quem já leu o cap. de O Convite? Não Leu? Não conhece? Que tal dar uma passada por lá?! Semana que vem vai ter mais uma atualização.
Boa leitura a todos e muito obrigada pelo carinho, atenção... Fiquem seguros, se puder nada de sair de casa.
Provações
"Após um dia incansável de viagem, Thalia fora recepcionada com muito respeito pelos Espartanos. Não sabia dizer exatamente o porquê... Se era pelo fato dela ser a sacerdotisa de Ártemis, por ser filha de Zeus, ou porque respeitavam os princípios da hospitalidade. Poderiam ser conhecidos pelas pontas de suas lanças, mas tinha de admitir que apesar de implacáveis os guerreiros sabiam bem como tratar aqueles que eram protegidos por seus patronos.
No dia seguinte a sacerdotisa fora guiada até o antigo templo da deusa da caça, era uma construção modesta se fosse comparada a alguns outros monumentos dedicados a sua senhora, ou até mesmo ao seu santuário em Brauro, contudo possuía sua singela beleza, algo que talvez tornasse o evento que se seguiria menos brutal. No recinto estavam presentes uma quantidade considerável de pessoas, a maioria eram oficiais de diversos escalões, porém também haviam familiares, escudeiros, mentores e até mesmo algumas mulheres.
Ártemis havia lhe instruído sobre o processo e tudo o que deveria fazer durante a cerimônia. Thalia assumiu o seu posto, estava trajando uma túnica em tom levemente prateado, não se recordava de quando havia vestido algo tão belo e delicado, combinava perfeitamente com o diadema que ostentava em sua cabeça, simbolizando o grau de importância que possuía naquela cerimônia. Em suas mãos havia uma antiga imagem de madeira que simbolizava a deusa selvagem, seu tom diferenciado pela tonalidade do sangue indicava a longevidade de sua utilização durante infindas primaveras.
Thalia fora acompanhada por dois oficiais que eram constantemente substituídos quando chegavam à exaustão, um a um os efebos no ardor de suas jovialidades, ensandecidos para serem colocados a prova, se posicionavam e resistiram o quanto podiam as chibatadas enérgicas... De vez em quando, o sangue respingava sobre a estátua em suas mãos, mas jamais sobre ela. Aquele era o sentido do ritual, derramar o sangue a favor da deusa guerreira que sempre trazia boas novas antes das batalhas.
O sol estava perto de se pôr quando enfim ela pode reconhecer a semideusa filha de Ares, aquela por quem veladamente sua amiga Annabeth pedira para que conseguisse informações. A postura era impecável, os cabelos castanhos em tom escuro lhe caiam próximo aos ombros - assim como o de outros aspirantes a guerreiros que passavam pela transição de jovens para adultos -, os olhos verdes intensos e penetrantes... Clarisse chamava a atenção em meio a aparência bruta presente na maioria de seus companheiros.
Os dois recém formados que lhe acompanharam soltaram o broche que prendia a parte superior do manto que a garota trajava, contudo a mesma não demonstrou qualquer constrangimento, sua feição impassível. Em qualquer outra parte da Grécia aquilo seria tratado como uma atitude inadequada e vulgar, mas não na Lacedemônia, todos os espartanos ali presentes lhe olhavam com respeito, não menos que isso, Clarisse era uma igual e como tal nenhum dos presentes arriscaria um olhar malicioso, isso seria simplesmente inaceitável. Entretanto, Thalia não era uma espartana... Tentou agir da mesma forma, afinal não era anormal aos seus olhos ver outras garotas desnudas - convivia em um santuário repleto de mulheres de diversas idades - mas Clarisse tinha uma constituição física diferente, mais atraente, ela nunca vira o deus da guerra antes, mas sabia que tais atributos deveriam ser advindos de sua parte divina.
Clarisse segurou na barra de ferro que fora fixada em tempos longínquos e que ainda sobrevivia bem como a antiga estátua do ritual, os olhos verdes se estreitaram brevemente ao notar o olhar levemente indiscreto da sacerdotisa, como se a provocasse a continuar um pouco mais com o seu passeio, mas logo em seguida tornando sua feição rígida novamente.
O ritual brutal recomeçara mais uma vez, Thalia já sentia os seus braços levemente rígidos pelo tempo que permanecera naquela posição, contudo Clarisse era a última a se submeter. A vara de videira de uma polegada dera início a sua canção, a filha de Ares manteve a mesma postura que todos os outros garotos, como se não estivesse sentindo dor enquanto as costas nuas era lacerada aos poucos... Mas até mesmo o mais vigoroso dos guerreiros caía ao solo com o tempo, todavia Clarisse continuava firme e forte.
-Se entregue... - sussurrava já o segundo par de instrutores que se revezavam para lhe açoitar. - você já passou dos seus limites, garota... Não seja tola, prefere morrer?!
A semideusa se manteve agarrada a barra, mesmo depois de se ajoelhar duas vezes; suas costas haviam se tornado um mar de sangue e nem mesmo o mais otimista dos espartanos lhe olhava com esperanças de que aquilo terminaria bem.
O segundo par se retirou em meio a exaustão de sua função, todavia não foram substituídos por outro, mas sim por Jason, ele melhor do que ninguém sabia quais medidas deveriam ser tomadas nesse caso. Lhe fora dada uma nova vara, Clarisse travou os dentes em antecipação.
-Eu não vou cair! - sussurrou baixo o suficiente, apenas para si.
Foram quatro açoites certeiros e sucessivos, de modo que o impacto deixasse-a paralisada e assim desistisse daquela insanidade. Thalia jamais esqueceria em toda sua existência o som provocado pelas últimas chibatadas.
**
Os reis de esparta lhe cumprimentaram ao final do evento, agradecendo-lhe por sua presença inestimável, Thalia foi educada, queria não transparecer algum tipo de predileção na frente de terceiros, mas o estado em que a filha de Ares poderia se encontrar era algo que lhe trazia incômodo... Não queria levar maus presságios para Annabeth, então preferia verificar com seus próprios olhos.
-Minha senhora?! - a voz polida chamou a atenção da bela rainha espartana, ela não sabia exatamente o que estava fazendo ou como a mais velha veria o seu pedido, mas arriscou-se. - seria inoportuno se verificasse o estado em que se encontra Clarisse? Creio que tal informação agraciaria minha patrona.
Thalia não era uma boa mentirosa e talvez aquele fosse o argumento mais sem fundamento que ela dera a alguém, mas esperava que funcionasse... Afinal a rainha não negaria um apelo da deusa da cerimônia, não é mesmo?! Ártemis era a deusa de maior prestígio para as mulheres daquela localidade e era em quem elas se espelhavam cotidianamente. Gorgo lhe analisou com extrema atenção... Como se de alguma forma tivesse o poder de ler suas intenções.
-Tens minha permissão jovem semideusa. - ela olhou para os lados, o momento seria oportuno. - aguardarei seu retorno, me sentiria honrada em recebê-la em minha residência.
-Agradeço o vosso convite. - confirmou a jovem suprimindo um sorriso de alívio que foi acompanhado pela rainha. Aquela fora a forma velada de lhe dizer que teria o caminho livre, desde que fosse relatado a ela a situação da princesa.
Direcionou-se até o local indicado, ninguém pelo perímetro parecia se incomodar ou desconfiar de sua presença. Adentrou a tenda e o cheiro de sangue era pungente, preparou-se para o que seus olhos registrariam, mesmo que já fosse acostumada a muitas cenas de causar noites de insônia a meros mortais.
O corpo da semideusa encontrava-se em uma esteira de palha, o sangue ainda era abundante mesmo que o rapaz alto tentasse a todo custo limpar a região... Clarisse mais parecia um animal abatido do que uma pessoa.
-Me encarregarei de limpar os ferimentos... - o rapaz não fez qualquer contestação, Thalia pode perceber que suas mãos sujas de sangue tremiam consideravelmente.
Assim que o servo se afastou, Thalia foi rápida, aquele não era o local apropriado para aquilo, mas a semideusa não suportaria ser deslocada. Pegou o recipiente e aos poucos foi derramando a água sobre as costas castigadas... Clarisse não suportaria que o fizesse com tiras de linho, mas a água fria pelo menos anestesiaria a dor para os próximos procedimentos.
-Você consegue me escutar... - sussurrou contra o rosto da espartana; ainda respirava, mesmo que de forma fraca. - você precisa resistir, Annabeth se importa com você, você precisa resistir.
Colocou as mãos nas costas da garota com suavidade, mesmo que a esse ponto a filha de Ares já estivesse desacordada pela dor. Thalia não costumava se valer dos dons de cura, lhe esgotavam rapidamente, mas aquela era uma situação adversa, precisava de medidas drásticas. Concentrou-se em uma oração a deusa, suas mãos esquentaram quase que de imediato enquanto uma luz branda se espalhava pela região afetada... Sentiu uma fadiga imediata, como se esperava fora insuficiente para fechar os ferimentos por completo, mas o bastante para conter o sangramento e lhe garantiria uma melhor cicatrização.
Ela direcionou sua atenção aos pré-preparos que o rapaz havia deixado de lado, conseguiu reconhecer os cheiros ali presentes, transformando as ervas em uma pasta uniforme. Aplicou cuidadosamente a primeira camada, para em seguida pressionar a região... Serviria como anestésico a princípio.
Passou alguns tempo apenas observando se Clarisse teria alguma reação, apesar de ainda estar desacordada pode notar que espantosamente os ferimentos estavam se fechando mais rápido do que poderia prever... Da forma mais otimista ela diria que Clarisse passaria no mínimo uma semana para se recuperar completamente, mas pelo visto estava enganada.
Retirou o excesso de musgo com o mesmo cuidado que empregou para aplicá-lo, deixaria por mais tempo em uma situação adversa, mas pelo visto não seria necessário. Olhou ao seu redor, aparentemente estavam sozinhas, retirou de seu cinto algo muito pequeno que havia trazido em sua viagem por segurança, um pouco de cera de mirra... Era um item difícil de se encontrar, mas faria aquilo por Annabeth. A filha de Ares contraiu levemente a musculatura ao sentir o toque contra as suas costas.
-Porquê?... - a voz de Clarisse saiu fraca, o cheiro da especiaria lhe aguçou os sentidos.
-Annabeth... - sussurrou próximo ao rosto da espartana.
A morena fez um esforço a mais para poder olhar para a sacerdotisa, as mãos da garota estavam sujas pelo sangue e o emplasto que usara. Sua visão ficou levemente turva... Mas não havia enlouquecido, a garota conhecia Annabeth, escutara com clareza o nome da filha de Athena.
-Diga a ela... - travou os dentes momentaneamente devido a ardência nas costas. - diga a ela que eu não sou fraca. - concluiu retirando a pulseira que Silena havia lhe presenteado, colocando-a sobre as mãos da caçadora de Ártemis, talvez Annabeth não entendesse o que aquilo significaria, mas para Clarisse significava que ela faria o possível para se encontrarem mais uma vez.
~***~
-Estás demasiadamente distraída filha de Athena... - apontou a deusa com o seu olhar sempre analítico.
Annabeth respirou entredentes assim que recuou, o ardor incômodo causado pela adaga de Ártemis que havia lhe passado de raspão contra o braço, fora apenas um aviso por sua displicência. Mesmo que o olhar intenso da deusa fosse sempre imparcial, o tom utilizado pela Olímpiana denotava algum interesse em seu estado incomum, como se desconfiasse do que estava se passando com a jovem pupila.
Annabeth não perdeu tempo com palavras, por mais que fosse filha de Atenas, o berço da democracia, dos discursos e dos palanques, aquele não era o momento. Ela assumiu sua posição mais uma vez e investiu contra a deusa que concentrou-se nos golpes precisos. Ela não poderia se distrair, não agora, ela não tinha tempo para pensar no relato minucioso da tenente; Annabeth deveria ser o pulso firme de Atenas, a esperança daqueles que ali viviam, era filha da patrona, não esperavam menos que a perfeição em suas decisões e atitudes. Mas... Ela ainda era humana, não era?! Era comum que estivesse perdida em meio a pensamentos que envolviam a filha de Ares, ou qualquer outro que lhe era importante como Temistocles, Silena e Perseu. Clarisse lhe enviara aquela pulseira e até então ela não conseguira destrinchar quais as intenções por trás de tal ato; notara que o cheiro de rosas lhe causava um leve entorpecimento, quase como se soubesse de suas conturbações e agisse como um calmante.
Continuaram por mais um longo período com o treinamento da semideusa, de tempos em tempos a deusa da caça testava os conhecimentos de Annabeth - suas perícias em batalhas dentre outros atributos para além da ponta de sua espada. Era de sua responsabilidade que aquela à frente do centro político da Grécia se desenvolvesse com maestria, que fosse capaz de demostrar que estava acima de qualquer julgamento advindo de homens retrógrados e decrépitos.
Annabeth e Ártemis estavam isoladas em uma ilhota onde não seriam incomodadas durante o período de treinamento, nem mesmo Thalia as acompanhava, no caso, a tenente ficava como responsável interina do santuário da deusa da caça até que a mesma retornasse de suas atividades. O sol estava perto de se pôr, a Olimpiana e a jovem semideusa estavam sentadas, observando o mar calmo em tom de azul e verde esmeralda, era a paisagem predileta de Annabeth naquela tranquila região. Logo Apolo se despediria e sua patrona assumiria o manto noturno e com ele as responsabilidades atribuídas a jovem deusa.
-Incomoda-te o ato da princesa espartana? - indagou a deusa assim que concluíram o exaustivo dia.
Annabeth não conseguiria mentir, principalmente para Ártemis, por mais que adotasse uma posição inatingível. Sua expressão tornou-se um pouco mais firme e a deusa quase deixou-se sorrir com a imagem, era como se visse uma versão mais jovem de sua mãe divina. Fez um sinal indicando que não era necessário se expressar em palavras.
-Por mais que pareça algo brutal e irracional, tenha em mente que nada do que fora concebido em meu nome tenha execução por mãos e pensamentos maliciosos.
A jovem continuou a observar o mar enquanto as palavras da olimpiana fixavam-se em sua mente. De fato Ártemis jamais permitiria derramamentos de sangue em sua homenagem por gostar de qualquer tipo de carnificina, não, isso jamais... Ela não era como o senhor da guerra, Ares.
-Os espartanos são exímios guerreiros, sua existência gira em torno da defesa de suas leis, seu povo e linhagem. Nada pode ser capaz de abalar o seu espírito... - continuou a deusa enquanto seus olhos observavam a bela imagem deixada por seu irmão gêmeo bem ao longe antes que o mesmo se despedisse por completo. - Clarisse atingira naquele momento um nível de supremacia que nem mesmo homens adultos conseguiam... O de sequer temer a morte.
De soslaio ela pode ver os dedos da semideusa fechados contra um pequeno punhado de vegetação que ali havia.
-Ela precisava se submeter... Precisava ter a certeza de que é capaz de suportar todas as provações que estão por vir. - sua mão alcançou o ombro da jovem depositando ali em breve conforto as suas inquietações. - Clarisse nasceu para a guerra, assim como você nasceu para ser uma líder.
Annabeth não refutou, apenas guardou as palavra com atenção, uma brisa leve fez os pelos de seu braço se eriçarem e no momento seguinte Ártemis não mais estava ao seu lado.
~***~
Massageou a fronte tentando manter a calma e os pensamentos em seus devidos lugares, ela havia passado por um difícil aconselhamento de um jovem casal que durara quase toda a manhã até chegarem em um acordo favorável às duas partes quando recebera a notícia nada agradável.
Agora ela conseguia entender bem os rompantes de humor de Harmonia, nem mesmo sendo uma deusa sua irmã conseguia manter por tempo integral a temperança... Quiçá ela que era apenas uma semideusa. As responsabilidades pareciam sempre inúmeras, mas até então vinha desempenhando bem o seu papel à frente do templo de sua mãe; aconselhava os fiéis, cuidava das jovens virgens que eram encaminhadas até o recinto por suas famílias e também pelas heteras - as acompanhantes de luxo que faziam serviços especiais para o templo e eram encaminhadas para trabalhos específicos em determinadas residências.
Silena respirou lentamente, seus dedos se concentravam em deslizar sobre o pelo macio e brilhante da lebre negra que repousava tranquilamente em seus braços, hipnotizada pela voz doce que projetava um canto antigo.
Pode ouvir passos pesados e ritmados, era de se esperar que o seu breve momento de paz fosse interrompido cedo ou tarde... De qualquer forma preferia que aquela pendência em especial não se repetisse.
-Silena...
A semideusa retirou os olhos do pequeno animal em seus braços e o pousou na figura que se apresentara, contudo antes mesmo de contempla-lo, já bem sabia de quem se tratava. Seus olhos e cabelos eram dourados como o sol de Apolo e o meio sorriso que ostentava transitava entre o amigável e galanteador.
-Luke... - o nome soou em seus lábios de forma um pouco mais dura que o habitual, contudo ainda possuía leves notas amistosas, apesar dos pesares a amizade entre os dois era algo a se zelar.
Luke era o mais novo regente de Corinto, apesar da pouca idade era inteligente, forte e um líder a se ter como aliado e não como inimigo. Procurava dar continuidade ao trabalho de seu falecido tutor e vinha desempenhando tal função de forma satisfatória... Ampliara o comércio marítimo até a península itálica, possuía a segunda maior frota naval da Grécia e se aliara a Esparta e Atenas na empreitada contra os persas; Corinto ficava estrategicamente entre as duas potências e assim também funcionava como um contraponto importante quando os ânimos entre as duas pólis demonstrava algum risco eminente.
-Bela como sempre... - aproximou-se com o sorriso encantador, do tipo que desarmava situações de embaraço. - é um prazer vê-la novamente, filha de Afrodite.
-Fico feliz em lhe ver, já que dificilmente somos agraciados com a sua presença em Atenas. - Silena levantou-se, a lebre repousou sobre a mesa, os olhos escuros e brilhantes presos a figura masculina. - pena que em condições nada favoráveis.
O amigo suspirou pesadamente antes de beijar a sua mão de forma delicada. Sabia que devia muito mais que apenas elogios a semideusa que agora estava à frente do templo da deusa do amor.
-Soube do ocorrido... - o pesar em sua voz soava realmente verdadeiro. - o que posso fazer para reparar esta situação desagradável?
-No momento eu queria muito arrancar a cabeça dele... - imaginou a cena com todo o requinte de detalhes e realmente isso lhe agradaria. - ele tentou violar uma de minhas protegidas.
-Certamente o faria se ele não fosse um dos meus homens de confiança... - tentou confortá-la. - isso jamais irá se repetir, prometo. - assegurou em seu tom mais sério. - darei todo o suporte necessário a sua protegida.
-Assegure que ele se mantenha longe do templo de minha mãe, ele não está em Corinto para lidar de qualquer forma, como se as sacerdotisas deste templo fossem simples pornais. - reforçou Silena de forma mais branda.
-Tem minha palavra... - Luke sabia muito bem como lidar com o seu servo, ele poderia ficar vivo e longe das mãos de Silena, mas isso não significava que não sofreria represália pela situação que lhe colocara.
Silena sabia que também deveria se abster de grandes cobranças, ela e o regente se conheciam há algum tempo, quando a mesma tivera de fazer visitas ao templo de Afrodite em Corinto - o maior templo dedicado a deusa e pelo qual era fortemente reconhecida por seu lado sexual - como filha de Afrodite era comum que tivesse de se deslocar para cerimônias específicas. Desentendimentos com Luke, por menores que fossem, significava desentendimentos entre Corinto e Atenas, e ela bem sabia que era algo a ser evitado.
-O que lhe trouxe até Atenas? - perguntou Silena em tom de curiosidade e indicando que o mesmo se sentasse, queria desviar-se para um assunto mais ameno.
-Os jogos, Temístocles me fez o convite e estou aproveitando um pouco de sua hospitalidade enquanto não somos arrebatados para as profundezas de dias menos favoráveis. - confessou enquanto via a morena deslocar-se de forma graciosa pelo recinto e lhe servia em seguida com um pouco de vinho. - mandar não é tão divertido quanto os outros pensam, tenho que aproveitar as poucas oportunidades.
Silena quase se esquecera que em breve seriam realizadas as Panateneias - festividades em homenagem a deusa Athena. Estava tão ocupada em reuniões, cerimônias e os recentes encontros com Temístocles que sequer desconfiara do súbito fervilhar pelas ruas de Atenas.
-Mas não foi apenas isso que lhe trouxe até aqui... Estou certa?! - brincou Silena com um sorriso sugestivo.
Luke também sorriu após refrescar-se com um pouco da bebida forte ofertada pela semideusa, uma das coisas que mais admirava em Silena era a sua sagacidade.
-Você é muito maliciosa... - retrucou falsamente ofendido. - senti saudades dos meus familiares apenas... Não sou o monstro sem coração que todos imaginam.
-Certamente que não... - concordou ainda em seu tom sugestivo. - saudades dos familiares ou saudades de um certo par de olhos cinzentos?!
Fim do capítulo
Então meus queridos, o que acharam? Sei que eu prometi um cap. já na fase atual, então não menti neh... Foi apenas a parte final, mas finalmente chegamos onde a jiripoca vai dar uma piada.
Coisas aleatórias sobre a fic... Silena é uma das personagens que eu não tenho uma imagem exata sobre ela, assim como Afrodite. A Pam - uma das nossas teorizadoras - até me mostrou uma foto de uma garota que seria a Silena perfeita, mas sei lá, toda vez que penso na filha de Afrodite só me vem uma pessoa em mente, a Alicia Vikander, só que com o cabelo preto e os olhos azuis.
https://www.instagram.com/p/CM4O96sH80L/?igshid=8qk87fo8j5gd
Ela tem cara de menininha boa, mas que dá porrada quando é preciso...
Já Afrodite a mesma coisa, acho que a imagem mais próxima que eu consigo relacionar é essa... Mas com o cabelo todo castanho e os olhos caleidoscópios.
https://pin.it/2PjBg8h
É isso pessoal, espero que tenham gostado, vejo vocês nos comentários, ou quem sabe lá em O Convite, neh?! A esperança é a última que morre.
Um forte abraço a todos!
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kasvattaja Forty-Nine
Em: 28/03/2021
Olá! Tudo bem?
Não sou muito fã de ''fanfic'', pois prefiro mais a leitura de ''histórias originais'', apesar de quem escreve uma ''fanfic'' não deixa de escrever uma ''história original'', creio eu, afinal quem escreve, escreve com suas palavras, com ideia e enredos próprios, mesmo usando personagens que pertencem à outra escritora ou escritor ou séries ou filmes, enfim, não importa, e para mim que escreve uma ''fanfic'' ou uma ''história original'', tem de ser respeitado, admirado e reconhecido.
Agora, sobre números de comentários, acho relativo, mesmo considerando-se que quanto mais comentários, mais incentivo o autor tem para escrever. Nem sempre a opinião de muitos é tão relevante assim. Há bons textos aqui com poucos comentários e textos razoáveis com muitos — minha opinião, veja bem, e que não deve valer nada, certo?
Então, não deixe de fazer o que está fazendo. Quem sabe, lá na frente, você pode ter uma surpresa, e boa.
Veja o exemplo da canção ''Hallelujah'' de Leonard Cohen. Quando ele a fez, a própria gravadora não queria que ele lançasse a música, isso lá nos idos de 1984. E ele lançou, e cantou. Hoje, depois de regravada por mais de ''trocentas pessoas'', é considerada uma das mais belas canções de todos os tempos.
Continue, então, e não pare por nada. Você é grande.
É isso!
Post Scriptum:
''A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" não é certo mas é claro, certo?''
Luís Fernando Veríssimo,
Escritor, Humorista, Cartunista, Tradutor, Roteirista De Televisão, Autor De Teatro e Romancista Brasileiro.
Resposta do autor:
Olá, tudo ótimo! Espero que com você também.
Espero que esteja gostando apesar de ser uma fanfic e não uma original. Eu partilho do seu pensamento e acredito que escrever em forma de fanfic é apenas uma forma de escrever uma original, mas com personagens que nos são queridos. E esse amor que cultivei por essa fanfic é que me fez pela primeira vez em escrever uma original.
Apesar de me sentir motivada com os comentários, eu prefiro ter menos comentários do que outras histórias, mas sabendo que são sinceros, que não é algo só por escrever, mas que o leitor se sentiu instigado para tal.
Agradeço demais por suas palavras, foram motivadoras e me enchem de energia para continuar a fazer o que eu amo.
Mais uma vez obrigada e espero lhe ver novamente, tenha um ótimo final de semana.
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