Capitulo 15
No sábado pela manhã fui acordada por Cris reclamando da bagunça do escritório, disse que além da bagunça estava todo sujo, os livros desorganizados...Ela tinha razão, mas precisa em pleno sábado me acordar assim?.
Levantei de mau humor, tomei meu café e passei a manhã organizando tudo, Marina enviou mensagem confirmando nosso café e marcamos no Fran’s às três horas, logo depois foi a vez de Helena me ligar e conversamos por quase uma hora, falei de Silvinha, ela disse que tudo ficaria bem e sempre que eu precisasse era só ligar, como se fosse fácil assim.
Perto do horário marcado cheguei ao café e não demorou muito para Marina chegar, senhorrr ela estava ainda mais linda, usava um vestido florido e uma delicada sandália, quando me viu deu um sorriso que iluminou tudo, fiquei olhando com cara de besta.
- Tudo bem Duda?
Saí do meu estado de letargia e me adiantei para abraçá-la, que abraço gostoso.
Pedimos cafés e pães de queijo, o assunto entre nós saía fácil, Marina falou que César tinha viajado a trabalho e só retornaria em quinze dias, contou também que o projeto da clínica estava em andamento e se tudo desse certo no ano que vem estaria no novo endereço. Seu entusiasmo era contagiante, ela sorria e meu coração derretia... Estava babando por aquela mulher.
Depois foi minha vez de falar, contei as novidade e acabei falando de Sophia, Marina brincou e disse que minha vida amorosa era o caos, era tanta mulher que ela já tinha perdido as contas, dei risada e disse que não era bem assim. Ela me aconselhou sobre Sophia, disse que se eu achasse que valia à pena devia tentar mais uma vez, que deveríamos nos arrepender de algo que fizemos e não do que não fizemos.
- É muito complicado, sei que é uma furada.
- Você a ama?
Parei pra pensar, ainda amava Sophia? Ou apenas sentia atração, desejo?
- Honestamente? Não sei, ela me desperta várias sensações.
- Será que isso que você sente é pela história mal resolvida de vocês?
- Pode ser, minha terapeuta disse a mesma coisa, ela acha que precisamos fechar o ciclo.
- Sim, não vai ser fácil, mas Duda se você acha que vale a pena, tentem mais uma vez.
- Mas ela não quer um compromisso sabe? Eu quero casar, ter filhos.
- Então é hora de partir para outra. – Disse brincando – Mas e a Helena?
- Já nem sei o que sinto, ela some e aparece do nada, nunca sei como lidar com ela.
- Já pensou em sentar e conversar frente à frente?
- Sim, mas nunca dá certo.
- Sempre dá, ela vai viajar, quando ela voltar convide-a para jantar e conversem olho no olho.
- Vou fazer isso, mas não sei se tenho cabeça para uma conversa agora, está tudo muito bagunçado. – Disse apontando para meu coração.
- Vamos organizar? Te ajudo.
A piscada que Marina me deu, me tirou do eixo, será que ela tinha noção do quanto era linda e envolvente?
- Você tem meu telefone, pode me ligar a hora que quiser, no que for possível vou te ajudar.
Conversamos até começar escurecer, não queria ir embora e senti que Marina também não, fiz questão de pagar a conta . Dei uma carona e no caminho comentei de Silvinha, Marina se compadeceu e perguntou se podia ajudar em algo, disse que por enquanto não, mas estava com medo. Estava parada no semáforo, Marina segurou a minha mãe e disse pra eu ficar confiante, que tudo daria certo, ficamos nos olhando e senti uma magia no ar, ela sorria, eu sorria... O momento de encanto foi cortado pelas buzinas do carro, Marina largou minha mão e percebi que ela estava vermelha, linda demais. Segui até sua casa e para minha surpresa Marina morava no mesmo bairro que eu, a poucas quadras do meu apartamento.
- Vamos subir?
Percebi que ela convidou por educação, recusei e disse que da próxima vez iria aceitar, ela sorriu e depois de beijar minha bochecha desceu do carro, fiquei olhando até ela entrar, antes de sumir da minha vista, ela olhou para trás e deu um lindo sorriso que aqueceu meu coração.
Liguei o som e dirigi embalada pela voz da Fernanda Takai cantando “Love me tender”, viajei pensando naquela ruiva maravilhosa, encantadora.
“Sossega Duda! A mulher é casada!”. Foi entrar em casa e o encantamento sumir.
- Que demora, onde você foi?
- Fui tomar um café, por que?
- Estamos sem internet, nada funciona.
Fala sério, o que posso fazer?. Mas para evitar uma discussão maior, mexi nos cabos e fiz alguns testes, como não funcionou, liguei para empresa e prometeram um técnico para o dia seguinte.
Deixei Cris reclamando na sala e fui tomar um banho, logo depois foi a vez de Cris tomar um banho e se arrumar para sair, disse que ia até a casa de uma amiga para conversarem, achei ótimo. Logo que ela saiu, pedi um lanche e assisti um filme tomando cerveja, não demorou muito e recebi uma mensagem de Marina, perguntando se eu tinha chegado bem, iniciamos um bate papo gostoso, Marina estava mais solta, dei muita risada das tiradas dela, além de linda, tinha um ótimo humor, combinamos de almoçarmos no apartamento dela no dia seguinte.
Quando terminei de conversar com Marina, Helena ligou, estava nitidamente alcoolizada, falou que estava com saudades...Saudades? Do que? Ô mulher que me deixa maluca.
- Vamos fazer alguma coisa amanhã? Que tal um almoço, abriu um restaurante vegano aqui perto.
- Ah, Helena desculpe, mas amanhã não posso, já tenho compromisso.
- Puxa que pena, queria muito te ver.
Senti um arrepio percorrer meu corpo, a desgraçada tinha uma lábia incrível, fiquei morrendo de vontade de aceitar, mas não era justo com Marina.
- Quando você viaja mesmo?
- Nos próximos dias e quando voltar, vou para Maresias passar as festas de fim-de-ano por lá.
Fiquei esperando um convite, mas não houve, novamente me desculpei e disse que quando passasse esse período marcaríamos algo.
Foi desligar o telefone e Sophia ligou, preferi ignorar, estou fugindo de problemas e Sophia era um problema gigantesco.
No dia seguinte, logo cedo fui acordada por Cris reclamando que a internet não tinha voltado ainda, expliquei pela vigésima vez que viria um técnico, mas ela continuou reclamando, como se eu tivesse culpa, deixei ela falando sozinha e fui andar de bicicleta e quando voltei mais brigas, desse vez porque saí e deixei ela sozinha com o técnico, como se eu soubesse a hora que ele viria, na verdade Cris andava mais implicante do que nunca, não sei se ela desconfiava da volta de Sophia ou só era chatice mesmo.
- E pelo visto já vai sair, você é turista aqui nessa casa. Reclamou quando me viu sair trocada do banheiro.
- Trabalho a semana toda, preciso de lazer no final dela.
- E eu? Passo semanas presa nesse apartamento, não tenho lazer.
- Fique à vontade para passear também.
- Você anda muito atrevida dona Duda.
- Só cansei de aguentar calada seus desaforos.
- Que desaforos? Só reclamo do que não está certo.
- Tá bom Cris, vou almoçar e depois dar uma volta.
- Vai lá, fico sozinha mesmo.
Não dei bola, mesmo sendo perto peguei o carro e fui até a casa de Marina, antes passei numa loja de vinhos e comprei juntamente com chocolates, me senti meio idiota chegando com esses presentes, o que ela pensaria de mim?
Minha entrada estava autorizada, no elevador conferi meu visual, estava bom, optei por algo bem casual, quando a porta abriu, Marina estava me aguardando, simplesmente linda, os cabelos presos num rabo de cavalo, um shortinho despojado e uma regata...Gata demais!!
- Oi Duda, seja bem vinda!
Recebi um abraço gostoso, entreguei o vinho e os chocolates, ela adorou. Entramos no apartamento, muito bem decorado, móveis planejados, todo branco com alguns detalhes em preto, davam um ar sofisticado ao lugar e apesar de tudo, era bem aconchegante. Ao fundo uma música tocava, apurei os ouvidos, mas não reconheci , era uma voz doce, doce como Marina.
- Fique à vontade Duda!
Agradeci e Marina pediu que abrisse o vinho, brindamos e ela voltou sua atenção as panelas, pra variar nossa conversar fluía de forma maravilhosa, contei sobre meus último desentendimento com a Cris e a ligação de Helena, mais uma vez ela brincou com a bagunça que era minha vida amorosa.
- Não é tão bagunçada assim, vai!
- Claro que é Duda, é quase um alfabeto de problemas.
Ri com o comentário dela e enquanto ela finalizava uma salada, arrumei e mesa e trouxe os pratos, nos acomodamos e conversamos amenidades. Após a sobremesa lavei a louça e fomos para sala.
- Agora é sua vez, desde que cheguei só falei de mim.
- Sua vida é mais emocionante – Deu um sorriso – Mas vamos lá, sou a filha caçula de uma socióloga e um professor universitário, meu irmão mais velho é bombeiro e o do meio é biomédico.
- Bem diversificado, e como você conheceu seu marido.
Impressão minha ou Marina ficou desconfortável?
- Ele é primo de uma das minhas melhores amigas a Stephanie, estava no aniversário dela quando ele chegou, achei-o muito bonito, era mais velho e todas as meninas olharam na hora, mas ele não deu atenção à ninguém, ficou conversando com os primos, até que me viu e veio conversar, no dia seguinte ele me convidou para jantar e uma semana depois estávamos namorando.
- Foi rápido então, ele é mais velho quanto tempo?
- Oito anos, quando começamos a namorar estava cursando o terceiro ano de fisioterapia e ele já estava estabelecido numa construtora, namoramos por seis anos e nos casamos.
- E você é feliz?
- Acho que sim, César é um cara legal, amoroso...Só tem um temperamento forte, mas nos damos bem. Tem a questão do machismo, mas consigo contornar.
- Seus pais gostam dele?
- Não muito...Minha mãe foi contra desde o início, somos simples, família de classe média, gostamos de churrasco no quintal, fazer um bate volta na praia, já a família do César é toda tradicional, os pais são mais velhos e cheio de cerimônias, são ricos.
Típica família chata, não sei como Marina suporta essa gente, descobri que são donos de muitos imóveis espalhados pela cidade, o pai também foi arquiteto e a mãe dona de casa e nunca trabalhou, por isso acha um absurdo Marina trabalhar, na cabeça deles, ela tem que ficar em casa e cuidar do marido.
- Mas são todos assim? Ele tem irmãos?
- Tem sim, são três irmãos, César é o mais novo, mas todos tem essa mentalidade, diria que de todos, ele é o mais mente aberta.
“Imagine se não fosse.”
Mudamos de assunto e passamos uma tarde maravilhosa, Marina era muito divertida, inteligente e ótima companhia, acabei ficando para o jantar e devoramos uma pizza com refrigerante, saí perto das onze horas e combinamos uma ida ao parque no sábado.
Cheguei em casa e Cris não estava, dei de ombros e fui tomar um banho, pensando em Marina, pelo visto ela tinha um casamento sólido e amava o marido. Ganhei uma amiga maravilhosa...Linda e gostosa pra caramba.
Fim do capítulo
Olá meninas, gostaram da Marina?
Beijos e até sexta!
Comentar este capítulo:
fernandail79
Em: 24/03/2021
Oi, autora,
A Marina é mais uma hétero curiosa? Caramba que a Skybrina só se envolve com mulher complicada. Quer dizer, por enquanto, é só amiga dessa.
Lá vai a Cris aumentando meu ranço por ela. Dessa vez, exigiu de Duda conhecimentos em informática. Relacionamento gostoso o delas!
Penso igual à Helena: Duda é uma mulher-ilha. Desliga o telefonema com a Helena e já tem Marina na linha, aguardando.
Parabéns pelo capítulo!
P.S.: Adoro comida vegana! :)))
Resposta do autor:
Oi Fernanda tudo bem?
Marina? Marina é uma fofa só posso adiantar isso! Kkkkk... Mas você tem razão, a Duda tem uma imã para atrair as mais complicadas.
Cris é um nojooooooooo!
Duda é requisitada demais! kkkkkk...
Comida vegana? Nunca provei, é boa mesmo?
Beijos
brinamiranda
Em: 24/03/2021
Ah, a Marina é uma fofa, masssss casada, ó dó kkkkkk
Espero que mais Marina's Team apareçam :-)
Bjs amiga
Resposta do autor:
Marina é fofinha... Ruiva... Mas casadaaaaaa.
Beijos Sá!
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