Primwiro Capitulo pra vocês!
Beatriz
A ÚNICA EXCEÇÃO
Acordei com o despertador tocando alto pela terceira vez, acordar cedo nunca foi o meu forte, mas eu preciso me esforçar pra manter essa nova rotina diária. Hoje tenho uma entrevista em um novo emprego, minha ansiedade quase não me deixou dormir, por isso eu enrolei um pouquinho a mais na cama.
Trabalho com produção de moda e Personal Stylist, ou melhor, trabalhava. A mãe do meu ex-namorado tinha uma loja de grife e eu trabalhava com ela, até eu descobrir que ele andava tendo um caso com uma das modelos. E no fim quem se ferrou foi eu, sem emprego e sem namorado. E confesso que o que mais me doeu foi o emprego. Eu sempre amei o que fazia, sempre fui deslumbrada com o mundo da moda, por isso passei por cima de algumas coisas pra conquistar o que eu tenho hoje. Sou filha de um engenheiro, e meus pais queriam que eu seguisse os mesmos caminhos, mas nunca foi o que eu quis. Estudei, trabalhei e hoje conquistei meu próprio espacinho aqui na capital, com muito esforço eu consigo me manter sozinha, por isso depois de mandar alguns currículos eu consegui essa entrevista pra hoje.
Estava nervosa, mas eu estava confiante que tudo daria certo, minha intuição me dizia que algo de bom aconteceria, e isso me fazia não ficar tão neurada. Terminei meu banho e comecei a me arrumar, não ia colocar nada exagerado, mas precisava me vestir bem e aparecer apresentável no primeiro dia.
-Bom dia minha musa. – Meu amigo Bernardo preparava o nosso café. –Dá tempo de tomar um café comigo?
-Bom dia meu gato. – Nós dois dividíamos um apê no centro desde que eu vim do interior. – Ainda tenho alguns minutos.
-Ansiosa? – Ele me perguntou me dando um beijo de bom dia.
-Estou sim, mas estou confiante.
-Você sempre arrasa. – Comecei a comer uma torrada, enquanto ele me servia um café. – Certeza que vão amar o seu trabalho.
-Obrigado meu amor, mas e ai o que você vai fazer hoje? – Bernardo trabalhava com marketing digital e era incrível no que fazia.
-Tenho alguns jobinhos hoje, mas nada de muito importante. – Continuamos o nosso café conversando algumas amenidades.
-Bê, me deseje sorte. – Me levantei e fui até ele dando um beijo em sua bochecha.
-Vai dar tudo certo, tenho certeza. – Ele se levantou e me acompanhou até a porta. – Boa sorte gatinha, qualquer coisa você me liga.
Concordei e me despedi dele, decidi ir mais cedo pra não me atrasar. Peguei um taxi e passei o endereço de um dos bairros mais nobres da cidade. Não era muito longe, e durante o trajeto eu revisei meu portfolio e pontuei coisas que eu achei que seria interessante em ressaltar na entrevista. Depois de vinte minutos o taxista encostava em frente ao prédio com a logo CYBER FL, e coração deu uma leve acelerada. A CYBER FL era uma das mais famosas empresas em produção de conteúdo, eles tinham clientes desde cantores famosos a digitais influncers que estavam começando agora. Basicamente funcionava em produzir todo o conteúdo e entregarem ao artista para publicar. Seria um sonho conseguir essa vaga de emprego, além de elevar o meu trabalho eu iria conseguir alcançar ainda mais o meu sonho de ter minha própria marca de roupas.
Paguei o moço do taxi e me encaminhei pra dentro do prédio, e logo o segurança liberou minha entrada quando eu disse que tinha hora marcada. Ele me encaminhou ao balcão da recepção e tinha uma jovem simpática mexendo em algo no computador.
-Bom dia, tudo bem? – A cumprimentei e ela me recebeu com um sorriso. – Eu tenho uma entrevista marcada às 09h30min.
-Bom dia, eu estou bem e você? Qual o seu nome, por favor?
-Me chamo Beatriz Mendes Aguiar. – Ela consultou meu nome no computador e pediu um segundo pra ligar pra sala da pessoa que faria a entrevista comigo.
-Beatriz, a Senhora Jaqueline pediu pra você subir. – Ela me informou assim que desligou o telefone. – Sétimo andar. Alice, a secretária dela irá te orientar lá em cima.
-Muito obrigada. – Agradeci a moça e me encaminhei ao elevador.
Precisava manter a calma pra não me enrolar nas palavras, esse era um dos meus defeitos, quando eu ficava nervosa não conseguia me expressar direito, mas mentalizei que tudo daria certo, eu estava sentindo que daria certo. As portas do elevador se abriram e já davam de frente a mesa da Alice, a secretaria que me aguardava.
-Bom dia, Beatriz certo? – Ela contornou a mesa e ficou de pé em minha frente.
-Bom dia, sim sou eu mesma. – Respondi com um sorriso simpático. – Alice né?
-Sim, sou eu. – Alice retribuiu o sorriso e pediu que eu me sentasse no sofá que tinha ali. – Espere uns minutinhos, a senhora Jaqueline está em ligação, mas já irá recebê-la.
-Obrigada. – Agradeci e passei a observar o local, tudo era muito decorado e sofisticado. Tinha uma mini recepção e duas salas uma de frente pra outra.
-Hey, Beatriz. – Alice me chamou, despertando minha atenção. – Ela vai te receber agora, pode ir lá.
-Obrigada novamente Alice. – Ela apontou a porta que eu deveria entrar e desejou boa sorte baixinho.
Dei uma batidinha na porta antes de entrar, e ouvi alguém lá de dentro liberar minha entrada. Entrei e tinha uma mulher de meia idade concentrada no celular, ela tinha os cabelos negros e lisos, usava um óculos com uma armação estilo gatinho e tinha os pés descalços por baixo da mesa.
-Pode se sentar. – Ela disse sem me encarar. – Estou esperando Marcela chegar e já vamos começar sua entrevista.
-Tudo bem, obrigada. – Ela levantou o olhar e me analisou por alguns segundos.
-Me chamo Jaqueline e sou uma das sócias desse lugar. – A mulher começou a falar e eu prestava atenção. – Você, deve conhecer o que fazemos aqui, certo?
-Sim, procurei saber informações sobre a Cyber, e mesmo antes eu já sabia de algumas coisas sobre a empresa.
-Ótimo, assim facilita muito a nossa entrevista. – Ela sorriu rápido. – Ontem tivemos alguns candidatos que nem ao menos sabiam pronunciar o nome da nossa empresa. Mas enfim, você tem algum portfólio que eu possa dar uma olhada?
-Tenho sim, está bem aqui. – Estendi o fichário com algumas fotos de produções que eu trabalhei. – Tenho um arquivo digital também, se você desejar.
Ela começou a folear meu portfólio e um friozinho correu na minha barriga. Eu confiava no meu trabalho, mas ser analisada nunca é tão confortável assim.
-Gostei bastante, achei criativo e bonito. – Abri um sorriso e ela retribuiu. – Eu não posso tomar a decisão de contratar você, mas pode ter certeza que você é a primeira da lista.
- Eu agradeço imensamente, pode ter certeza que farei o meu melhor. – Nesse momento a porta se abriu e uma figura feminina entrou falando algo no telefone.
-Te ligo mais tarde Sandro, não posso falar agora. – A voz rouca preencheu meus ouvidos e eu levantei o olhar pra encarar a dona da voz, foi quase que impactante quando nossos olhares se encontraram. – Bom dia desculpe o atraso.
-Bom dia! – Eu respondi e abaixei a cabeça, não sei por qual motivo, mas fiquei envergonhada com a beleza da mulher que entrou ali.
-Marcela, eu pedi para que você não se atrasasse. – Jaqueline repreendeu a mulher que puxou uma cadeira se sentando ao lado dela.
-Desculpe, mas tive que passar na casa do meu pai de vir pra cá. –Jaqueline revirou os olhos e a outra mulher pesou os olhos sobre mim.
-Essa é a Bia, posso te chamar assim né? – Jaqueline me perguntou e eu concordei com a cabeça. – E até o momento ela é a minha favorita.
-Muito prazer Beatriz! Me chamo Marcela Ferraz. – Ela me estendeu a mão e um simples toque me envolveu em uma eletricidade estranha, eu precisava me concentrar. Posso ver o portfólio?
Ela também começou a analisar o livro e eu aguardava ansiosamente, parece que a aprovação dela era mais importante pra mim e eu não sabia por qual motivo eu me sentia assim. A mulher estava concentrada foleando as paginas do portfólio e eu comecei a repara-la, ela tinha cabelos ondulados, um rosto bem desenhado e olhos claros, mas o que mais me chamava atenção era a boca, uma boca perfeitamente desenhada e colorida por um batom vermelho sangue.
-Gostei. – A voz rouca dela me tirou do transe e eu a encarei. – Acho que é basicamente o perfil que buscamos, e vi que você já trabalhou com a Maria Amélia Gusmão.
-Sim, desde a faculdade. – Ela me encarava de forma intensa e eu estava ficando desconfortável, a sala parecia pequena pra nós duas, e eu nem lembrava da presença da Jaqueline ali.
-E por qual motivo não continuou com ela? – Ela perguntou arqueando a sobrancelha de uma forma que palpitou meu peito.
-Ela é uma pessoa incrível, mas depois de tanto tempo eu preferi buscar novos ares. – Eu não podia dizer que sai de lá depois de descobrir que o filho dela andava me traindo.
-Entendo. – Jaqueline que mexia no celular despreocupadamente nem prestava atenção no nosso assunto. – Acho que vamos ficar com seu portfólio, analisá-lo melhor e entraremos em contato pode ser?
-Claro, ficarei no aguardo. – Nesse momento uma garota entrou na sala parecendo que o prédio estava pegando fogo.
-MAMÃE, assim não dá pra trabalhar. – A menina parecia estar irritada e todas presentes na sala olhavam confusas.
-Lívia, estamos em reunião. – Jaqueline reprendeu a menina que até então não tinha me visto. – Me fale o que aconteceu.
-Aconteceu que nessa empresa só existe gente incompetente. – Ela cruzou os braços e Marcela balançou a cabeça negativamente. – O Tiago não chegou até agora, e eu tenho outros compromissos, não posso ficar esperando a boa vontade dele.
-Calma filha, podemos achar outro fotografo. – Jaqueline tentava acalmar os ânimos da garota.
-Você não está atendendo mãe, ninguém vai querer pegar um trabalho assim em cima da hora. – Ela estava muito irritada. –O Studio já está pronto, era só ele chegar e tirar as malditas fotos.
-Lívia, maneire no tom, por favor. – Marcela que até então estava calada se pronunciou. – Vamos dar um jeito, mas você precisa se acalmar.
-Não tem como manter a calma com pessoa incompetentes Marcela. – Ela cruzou os braços e sentou na cadeira que a mãe dela ocupava.
-Gente, desculpe intrometer. – Falei atraindo a atenção de todas. – Mas eu tenho curso de fotografia inclusive trouxe uma mídia digital aqui comigo com alguns trabalhos, talvez eu possa ajudar, se vocês quiserem. – Falei rápido e sem pensar direito.
-E quem é você. – A menina me perguntou ainda emburrada.
-Sou Beatriz. – Respondi com um sorriso tímido e ela se levantou.
-E você sabe tirar fotos mesmo?
-Sim, posso lhe mostrar as que eu trouxe comigo.
-Não precisa, vou confiar em você. – Amenina nem esperou que eu respondesse nada e me puxou pra fora da sala. – Você vai dar seu nome agora, e me mostrar que tem talento.
Fim do capítulo
Deixem um comentario ai se gostarem. Obrigada!!!
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Rizzardi
Em: 14/08/2021
Estou odiando essa tal de Jaqueline... Que mulher cobra... Chega de sofrimento para as duas. Acaba logo de uma vez com essa mejera... Como ela é má...
A autora esta de parabens. É uma história que faz todos os leitores esperar por mais.
Estamos aguardando...
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Olá linda! Descobri a coincidência: Em sua outra historia: Você partiu e levou o que havia de melhor em mim. Houve algo parecido kkkk as sócias eram casadas, houve traição da mais velha e havia a Química da funcionária nova com a chefe kkk. Desculpa. Bjs
Resposta do autor:
Aaaah sim, pode vir ter coincidência pela forma da escrita.Mas que bom que acompanhas as minhas outras histórias, fico muito agradecida. Estou com uma nova história que em breve postarei aqui e mostrarei o casamento de Fernanda e Julia as principais de você partiu e levou o que havia de melhor em mim.
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