Oi gente, tudo bem com vocês?
Voltei depois de um mês, quero agradecer muito o carinho que vocês tiveram por Verdades Esquecidas.
Tô aqui para apresentar uma nova história, e espero que vocês gostem da história! Quem puder deixar comentários e estrelhinhas, vai me deixar muito feliz. Pois, é um empenho para mim e assim posso ver como vocês estão gostando da história e interagir um pouquinho comigo também.
Quem quiser me adicionar no insta para acompanhar a atualização da história aqui está: mari_mrosa.
1
O outono começava a abraçar Rudápave de mansinho.
O sol brilhava forte junto com um céu totalmente desnudo de nuvens. Era apenas a grande bola amarela e a grande imensidão azul, que fazia contraponto com o mar esverdeado da Zona Oeste. As ondas quebravam na areia com intensidade e os surfistas que moravam na área ou que vinham de diferentes regiões da cidade se encontravam ali. Com as mais diferentes roupas e pranchas, todos com uma sintonia com a água salgada. Ao menos quase todos, era possível ver um ou outro tomando um verdadeiro caldo, enquanto a prancha voava na vertical para cima, antes de bater contra a água.
A Zona Oeste, era bastante diferente da Sul. Enquanto, a sul encontrava-se lindos apartamentos e uma noite noturna movimentada, junto a restaurantes e bares. A zona Oeste era tranquila, quase uma praia pesqueira, com poucos bares, um píer, um pequeno porto e casas. As garças eram mais ouvidas com frequência, assim como a falta do som do barulho da cidade também.
E foi esse, justamente, o local em que Eleonor decidiu se aventurar.
A famosa escritora Eleonor Simon estava procurando refúgio para escrever o seu mais novo romance. Assim pelo menos esperava.
Ela dirigia a sua Mercedes negra pela avenida frente à praia e por de baixo dos óculos escuros olhava para a paisagem a linda paisagem que era oferecida para ela.
Além dos surfistas perdidos como pontos pretos no mar, mais ao fundo havia pequenos barquinhos pesqueiros que lutavam contra as ondas a fim de capturar peixes. Garças encontravam-se sobrevoando como um mini roda moinho em volta dos barcos com o único propósito, roubar comida.
Eleonor direcionou seus olhos para esquerda vendo o outro lado da avenida separado por árvores baixas e também os chalés que se estendiam por alguns quarteirões.
De acordo com o aplicativo de mapas, que estava aberto em seu celular e preso em suporte no ar condicionado do seu carro. Faltavam dois quarteirões para que ela fizesse o retorno e chegasse ao chalé que havia alugado de sua amiga Giulia.
Eleonor acelerou um pouco mais o carro, ansiosa para chegar no seu destino, fazia quatro horas que ela estava dentro daquele carro e por mais que amasse dirigir, ela queria esticar as pernas e conhecer sua nova casa pelos próximos meses.
A escritora estacionou o carro na frente do charmoso chalé e um pequeno cuidado jardim. Puxou o freio de mão e exalou, ao tocar a cabeça no encosto do banco.
Eleonor finalmente havia chegado ao seu novo refúgio.
Ela tirou os óculos escuros e pelo retrovisor do carro encarou-se.
Eleonor Simon era uma mulher de quarenta e quatro anos. Seu rosto longo e adornado por um cabelo castanho que quase tocavam os seus ombros. Seus olhos eram castanhos amendoados e grandes, as sobrancelhas grossas eram arqueadas deixando um espaço livre entre as pálpebras e elas. Seu nariz não era delicado como a de muitas mulheres, infelizmente quando tinha vinte e dois anos, Eleonor sofreu um acidente de bicicleta quebrando o seu nariz e assim, deixando sua base levemente torta. Seu lábio inferior era levemente mais grosso do que o superior e suas linhas de expressão que contornavam sua boca eram um pouco mais fundos e marcadas do que deseja. Em compensação seus olhos eram quase desprovidos de rugas. Toda vez que Eleonor sorria, duas covinhas nasciam no meio das bochechas, mas ela percebia que a cada ano elas aumentavam, certamente devido a sua idade. Considerava seriamente em talvez colocar Botox nessas áreas. Dois dos seus dentes superiores eram tortos, mas isso não a acomodava. Longe disso.
Ela era alta e esguia, o que por vezes a irritava, principalmente o fato de seu joelho ficar próximo demais do volante de seu carro.
Eleonor era uma mulher atraente que passava bondade em seu olhar. Não negava que chamava atenção de mulheres. Talvez pelo fato de ser escritora, talvez por ter uma conversa que muitas se encantavam ou simplesmente porque ela gostava de tratar uma mulher bem. Isso poderia soar narcisista, mas eram características marcantes da escritora. Tinha uma compreensão encantadora e poderia ser bastante vulgar na cama. Bem, por causa de todos esses traços de personalidade que Eleonor havia traçado durante os anos, foi afinal o responsável de tê-la feito vir a Rudápave.
Ela queria fugir de julgamentos.
Eleonor Simon havia traído sua mulher, agora ex-mulher e quando o divórcio saiu, ela correu para Rudápave. Queria se concentrar em seu romance, não queria problemas em sua vida. A única coisa que desejava era terminar seu maldito livro, porque sua agente já estava enchendo a... porr* do saco, para que alguma coisa fosse entregue e Eleonor precisava ganhar dinheiro.
Foi quando em um evento encontrou Allie Watson, uma crescente escritora de romances lésbicos que disse que a cidade seria inspiradora para tal façanha. Para sorte de Eleonor, ela havia se lembrado que uma amiga antiga e também uma antiga namorada morava em Rudápave. Giulia.
Na semana seguinte ligou para ela e pediu as chaves do chalé e aqui estava ela.
Em Rudápave a procura de um novo recomeço.
Eleonor tirou a chave da ignição, pegou sua bolsa que carregava o seu precioso laptop e abriu a porta do carro. Assim que ela saiu do automóvel, sentiu o frio rasteiro chegando em seu corpo.
Ela usava uma blusa de manga flanelada e calças jeans pretas com mocassins.
A escritora olhou em volta e não viu muita movimentação na avenida ou na rua, apenas algumas pessoas passeando pelo calçadão e um casal hétero adentrando em um chalé a quatro de distância do seu. Seus olhos viraram para o mar e perguntou-se como os surfistas estavam aguentando estar na água. Certamente, aquela água estava gelada.
Eleonor bateu a porta e contornou o carro, onde abriu o porta mala. Tirou com certa dificuldade uma mala grande azul de rodinhas e fechou o porta mala.
Ela suspendeu um pouco a mala para que pudesse colocá-la na calçada e estendeu as hastes de ferro para melhor puxá-la.
Eleonor começou a andar em direção ao chalé, enquanto empurrava a sua mala. Quando finalmente chegou em frente à porta, pegou as chaves do chalé e o colocou na fechadura.
Eleonor rodou a chave para destrancar a porta, mas ela simplesmente travou e por mais que a escritora forçasse a chave não rodava.
A escritora fechou os olhos, sentindo a irritabilidade subir pelos seus poros e chegando rapidamente pela sua cabeça. Mas respirou fundo, tentando conter-se, era outra coisa que Eleonor tinha que melhorar, seu temperamento as vezes poderia ser um pouco explosivo. Quando conseguiu administrar a raiva chegando, a escritora lembrou que Giulia havia explicado para ela que a chave deveria ser rodada ao contrário para abrir.
Eleonor abriu a porta e fora recebida com um deslumbre primeiro andar. Ainda que com poucos móveis, era o suficiente para deixar o local lindo.
A direita havia uma sala de estar, com um sofá encostada na parede e duas poltronas a sua direta. Uma lareira simples de pedra ficava ao lado direito do sofá e logo acima uma grande televisão encontrava-se desligada. Na frente do sofá as grandes janelas davam a vista para a linda praia, nesse momento as cortinas estavam abertas e Eleonor viu os barquinhos navegando preguiçosamente pela imensidão esverdeada.
Na esquerda havia uma mesa redonda com seis lugares e mais à frente uma pequena cozinha equipada dividia a sala de “jantar”. Mais à frente um corredor largo se abria, onde mais um quarto e um banheiro dava para os fundos da casa. Mas foi o segundo andar que Eleonor ficou apaixonada. Já que tudo se resumia a um GRANDE quarto com janelas distribuídas por duas paredes e mais uma vez a vista de tirar o folego aqueceu o coração de Eleonor. Definitivamente, ela escreveria seu próximo bestseller aqui.
Eleonor estava feliz e um sorriso confiante nasceu em seus lábios.
Ela aprenderia ser uma melhor pessoa.
Tentou reafirmar mais uma vez que viera a procurar sossego. Não aguentava mais chorar pelo erro que cometera, não aguentava mais ter que lidar com sua ex-esposa relembrando do quanto ela havia sido filha da puta. Eleonor estava vivendo na própria pele todos os dias, ela já sabia disso.
Eleonor colocou a mala em cima da cadeira baixa no final da cama e a abriu.
Ela abriu dois botões de sua blusa e arregaçou as mangas, enquanto andava até guarda-roupa de madeira com detalhes vitorianos e abriu as portas. Eleonor voltou para a mala e começou a retirar suas roupas para transportá-las e organizá-las no guarda roupa. Uma tarefa no qual levou algumas boas duas horas.
Quando Eleonor terminou, jogou-se na cama e olhou para o teto, enquanto ouvia o barulho do mar. Ela respirou o fundo sentindo o cheiro gostoso da maresia, voltou a desdobrar a blusa flanelada e esticou seus braços para cima. A escritora bocejou e fechou os olhos cansadas, mas não levou muito tempo, pois logo seu estomago reclamou. Seu corpo lembro-a que ela deveria ingerir comida, melhor ainda, ela precisaria ir a um mercado para comprar suprimentos.
Eleonor se levantou um pouco em contragosto e com os pés arrastando foi em direção a porta de entrada. Enquanto descia as escadas abriu o aplicativo de mapa novamente e procurou o mercado mais perto. Sorriu em alívio quando encontrou um há quatro quadras de sua casa, mas certamente ela levaria o seu carro junto. Ela estava simplesmente cansada demais para andar até lá e sem contar que compraria logo um universo de comida, só para evitar de sair nos primeiros dias. Ela queria ficar em casa, curtir o outono e a paraíso de vista que foi dado a ela.
Eleonor manobrou o carro para entrar no pequeno estacionamento do mercado e parou algumas vagas não muito longe da entrada.
Ela desligou o carro e saiu.
Eleonor atravessou o estacionamento para outras fileiras de carro e se colocou a frente da entrada do mercado, entretanto, antes que pudesse chegar lá. Algo chamou atenção da escritora.
— Não... Não...
Eleonor virou o rosto para a fileira que havia estacionado o carro e viu uma mulher baixo de cabelos longos e louros se atrapalhar com sacolas em sua mão.
A jovem mulher deixou a chave cair no chão. Ela olhou para as sacolas e para a chave, tentando claramente se decidir o que fazer. Quando ela fizera a menção de se abaixar, Eleonor percebeu que a garrafa de vinho poderia se espatifar no chão a qualquer momento.
— Pode deixar que eu pego! — Eleonor avisou, ao atravessar a sua novamente.
Ela se colocou na frente da jovem mulher e se abaixou.
Eleonor pegou a chave e novamente ficou em pé. Ela olhou para a chave e reconheceu a ser de um carro. Voltou para o rosto da jovem mulher e esticou o braço.
A jovem mulher era loura, com cabelos longos e ondulados. Tinha um rosto quadrado e pequeno, com olhos igualmente grandes aos de Eleonor, mas ao contrário da cor de sua íris, a jovem mulher tinha olhos azuis bem claros. Seu nariz era pequeno e arrebitado, seus lábios eram cheios e o lábio superior parecia levemente levantado, que apresentava ser erguido pelo lindo nariz. As maças de seu rosto eram rosadas e sua pele morena, como se fosse uma pessoas que ficasse muito tempo ao sol. A jovem também havia uma pequena manchinha no lado direito de sua testa, parecia uma marca de nascença e logo abaixo dela, em sua sobrancelha grossa uma pequena cicatriz cortava os pelos. A mulher era mais baixa do que Eleonor e era um pouco mais forte também.
Os olhos azuis a encarou e depois olhou para as sacolas.
Ela ergueu alguns dedos, mas suas sacolas desiquilibraram de sua mão.
A garrafa de vinho ia cair.
— Aí... Aí... — ela tentou se equilibrar e rapidamente fora salva por Eleonor, que rapidamente pegara a sacola em suas mãos. — Obrigada. — a voz calma soou nos ouvidos de Eleonor.
— Deixa eu te ajudar. — Eleonor tomou a liberdade de pegar a sacola e a segurou firmemente contra o corpo.
— Eu até poderia falar não, mas acho que a metade da minha comida ia ficar no meio do caminho. — a jovem riu sem graça e passou um pouco das sacolas de sua mão direita para esquerda. — Meu braço vai gangrenar daqui pouco, não sei porque não peguei o maldito do carrinho... O meu carro está logo ali. — Ela apontou com a cabeça mais à frente.
O carro da jovem era uma caminhonete um pouco velha e estava do lado do carro de Eleonor.
— Certo. — a escritora acenou e colocou-se do lado da jovem, juntas foram caminhando para o carro.
— Obrigada mais uma vez. — A jovem disse ao encostar a lateral do corpo no velha caminhote, Ela ergueu as sacolas e as colocou dentro da caçamba. — A sacola com vinho pode me dar, vou colocar lá na frente.
Eleonor sorriu ao acenar com a cabeça e entregar a sacola para a jovem. Entretanto, quando foi entregar a chave, novamente, ela foi para no chão.
— Desculpe... — Eleonor disse sem graça ao se abaixar.
Ela apenas não esperava que a jovem fizesse a mesma coisa e as duas batessem a cabeça uma na outra. O impacto não fora nada alarmante, mas fizeram que as duas rapidamente recuassem.
— Meu Deus, eu te machuquei!? — a jovem perguntou um pouco assustada.
Eleonor colocou a mão na testa e apertou a área atingida e quando olhou para a jovem viu que ela estava fazendo a mesma coisa.
— Não, não... eu estou bem. — disse, mas sabia que mais tarde sentiria dor de cabeça.
— Como já pode ver eu sou atrapalhada. — A jovem sorriu sem graça e então se abaixou para pegar a chave. — Eu realmente não te machuquei, não é? Passa um gelo quando chegar em casa, pode fazer um galo.
Eleonor riu um pouco e massageou um pouco mais a área, antes de sacudir a mão.
— Não se preocupe com isso, mas pode deixar que farei.
Elas sorriram uma para outra e se encararam por alguns segundos.
Eleonor não podia deixar de negar que a jovem mulher que aparentava ter uns 25/28 anos era atraente e bonita. Ela estava ali para sossegar, mas isso não significava que não poderia achar uma mulher bonita, certo?
A jovem andou até a porta do motorista e abriu a porta em um rangido alto. A jovem encolheu os ombros e fechou um dos ombros. Ela esticou o corpo para dentro do carro e colocou a sacola com vinho e a colocou no estofado do banco da frente.
Eleonor a seguiu e cruzou os braços, enquanto esperava a jovem fazer o que tinha que fazer. A escritora observou que a jovem vestia uma calça moletom e uma blusa de manga colada ao corpo que contornava seus pequenos seios. Observou a jovem se esticar mais um pouco e tirar um dos pés do chão.
Ela era baixa e destrambelhada, uma combinação perfeita para sempre perder o equilíbrio.
Eleonor colocou alguns dedos na frente da boca para reprimir um riso. Quando a jovem finalmente voltou, a escritora se aprumou melhor e cruzou os braços embaixo dos seios.
— Eu sei que já agradeci um monte, mas-
— Não tem problema, de verdade. — Eleonor a interrompeu, ao negar com a cabeça.
— Eu... — a jovem voltou a falar, mas o toque do celular a atrapalhou. Ela pegou o aparelho do bolso da calça e virou a tela para poder enxergar a tela da frente. A jovem soltou uma bufada pela boca e rodou os olhos.
— Problemas? — Eleonor indagou.
A jovem desligou o telefone e colocou de volta no bolso.
— Todos os dias. — A nota de tristeza na voz da jovem não passou despercebida por Eleonor. — Mas é isso, eu preciso ir agora. — Ela deu uma palminha e abriu um sorriso, antes de adentrar no carro.
A jovem fechou a porta e abriu a janela rapidamente.
Eleonor andou um pouquinho mais para frente e se alinhou com a janela da frente da jovem.
— Eu espero que tenha boas compras. — a jovem falou ao ligar o carro. — Espero te ver por ai!
Eleonor se afastou um pouco do carro.
— Até mais e cuidado com esse vinho.
— Pode deixar! — a jovem riu e acelerou o carro. — Tchau!! — ela falou alto, antes de virar o carro para esquerda e sair do estacionamento.
E Eleonor ficou lá, parada.
Com o encontro mais esquisito que tivera em sua vida.
Ela colocou a mão na testa e fez uma careta, quando sentiu a área dolorida.
A escritora respirou fundo e se deu conta que sequer perguntou o nome da jovem.
Fim do capítulo
Oi gente, tudo bem com vocês?
Voltei depois de um mês, quero agradecer muito o carinho que vocês tiveram por Verdades Esquecidas.
Tô aqui para apresentar uma nova história, e espero que vocês gostem da história! Quem puder deixar comentários e estrelhinhas, vai me deixar muito feliz. Pois, é um empenho para mim e assim posso ver como vocês estão gostando da história e interagir um pouquinho comigo também.
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Comentar este capítulo:
brinamiranda
Em: 19/03/2021
Estou encantada com a Eleobor, adorei o primeiro capítulo e já estou ansiosa pelos demais!!.
Parabéns Mari
Resposta do autor:
Eleonor é um tudão, cê vai ve! Eu tô super animada com a história.
Obrigada pelo carinho
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