Minha irmã baixou o olhar e concordou comigo. Ficamos ainda um tempo conversando e em nenhum momento ela tocou mas no assunto , como se adivinhando que era proibido.

A noite já caia quando minha detetive entrou no quarto , eu estava com os olhos fechado mas senti ela me observando , acho que na dúvida de se aproximar ou voltar para junto dos outros. Antes dela tomar sua decisão abro meus olhos a encarando.

-precisamos conversar - apesar do medo de perde-la precisava encarar os fatos.

Ela se aproxima da cama e senta-se na ponta me encarando,  não conseguia saber o que se passava em seu íntimo e aquilo me desestabilizava.

-tudo bem Nick, só queria entender tudo isso, já ouvi algumas coisas , inclusive de meu amigo, mas queria saber...porque de tudo isso?

Meus olhos crescem ao saber que Carlos sabia de tudo.

-carlos sabe que cometi aqueles atos?

-não se preocupe, ele sabe sim. Inclusive desconfiou primeiro que eu, Mas não vai falar nada.

Respirei um pouco aliviada , não que não achasse que merecia ser punida, mas se algo assim acontecesse preferia que a detetive tivesse a última palavra. Devagar começo a narrar a ela toda minha vida, inclusive o que passei quando fui praticamente arrancada de minha mãe, até minha mudança para o colégio interno. Não mencionei nomes, pois não cabia a mim fazer isso, afinal a ideia de tudo isso foi minha, as pessoas envolvidas apenas me ajudaram.

Da feita que narrava via seu semblante inalterável,  sem nenhuma emoção,  mas continuei. Narrei o início de minha ideia é meu primeiro roubo. Não queria mas esconder nada dela , queria paz em minha alma e se fosse pra pagar por tudo pelo menos ia com a consciência que não existia mas mentiras entre nos.

-é isso, não  vou te pedir pra não  me denunciar, só queria que você  entendesse um pouco meu lado, sei que não  justifica minhas atitudes, mas não  conseguia ver tudo que me aconteceu, não  só a mim como outras pessoas tambem, e não  fazer nada.

-não vou dizer que isso não me abalou e que se não fosse minha conversa com Carlos com certeza já tinha talvez falado tudo pro delegado, mas Carlos me aconselhou a pensar em tudo antes e tentar ouvir o teu lado.

Fiquei espantada pela a atitude do detetive , afinal era a obrigação deles denunciar e não tentar amenizar a situação .

...

Olhava minha morena e de algum modo sabia que a forma que ela achou pra aqueles que prejudicou não somente ela , mas também as pessoas que se importa, era aqueles roubo , mas o que ela não entendia que a única prejudicada era ela mesmo.

-Nick sei que apesar de não ficar com esse dinheiro, você não  está prejudicando a essas pessoas e sim a você mesma ,  pra pessoas uma joia valiosa não é nada mas que um prejuízo pequeno - ela me olhava muda - ou você acha que depois dos roubos seus sócios procuraram a polícia insistindo pra que encontrassemos o culpado. Claro que não! Pra eles isso não é nada, a única a se prejudicar e você, se te pegarem ou descobrirem como aconteceu comigo.

-sei que você tem razão, só queria que eles sentissem um pouco o que é ser roubados por alguém.

-acho que a melhor forma de você fazer justiça e priva-los de certos investimentos na sua eempresa.

-alguns deles me odeiam justamente por isso, por ter alguns empreendimentos voltados pra classe baixa, estou investindo em condomínios ao alcança dos trabalhadores com pequenas renda.

-e esse tipo de investimento que vai desestrutura-los.

-o que você irá fazer com isso que descobriu, te entendo se quiser se afastar ou me entregar pra polícia, eu fiz tudo isso é pretendo pagar.

Meu coração se apertou só de imaginar meus anos sem morena, mas precisava acerta algumas coisas antes da minha última palavra.

-não  vou te entregar Nick, muito menos me afastar, acho que não conseguiria viver sem você ou a nossa pequena, mas quero que me prometa que isso não se repetirá.

-te prometo qualquer coisa pra que não me deixe.

Seu sorriso era lindo, apesar de brincalhão.

-mas,  o que você vai fazer sobre o que descobriu? Sei que não irá ficar bem escondendo esse segredo  trabalhando pra polícia.

Ela tinha razão sobre isso, mas só tinha uma certeza , dela não me separaria mais.

-Sinceramente não  sei, mas vou descobrir algo sem precisar falar sobre esse assunto.

Ela me estende a mão  para que me aproxime mas, ainda estava debilitada e não podia fazer esforços, mas estava com muita saudades de senti-la em meu corpo. Deitei minha cabeça calmamente em seu peito e pude sentir seu pulsar , tão rápido quanto o meu, a amava muito e não me via longe de sua vida.

Pedi que se acomodasse pra descansar , ia cuidar dela assim como ela cuidou de mim nos meus dias infermos. Quando senti sua respiração acalmar me desvencilhei e antes de sair do quarto observei seu semblante calmo, sua respiração cadenciada e aquilo me deu um alívio que a muito não sentia.

-mamã - Jessica vem em minha direção com as mãos estendidas , pedindo colo. Andréa e Jaque conversavam quando me aproximei ainda desconfiada com as atitudes de minha cunhada.

-como a Nick tá?

- ela acabou dormindo , está sem dor e feliz por está em casa. Jaque queria conversar com você, sei que ficou chateada pelo meu afastamento e não concorda que me aproxime da sua irmã de novo, mas eu a amo e minha ausência...

-não se preocupe, a Nick conversou comigo e prometi não me meter mas na relação de vocês, vocês são adultas e sabem o que fazem. Mas te peço que não magoe minha irmã, ela sofreu muito desde que você se foi e só ficou de pé por causa de minha sobrinha.

Senti meu coração esmagar com suas palavras, mas eu precisava colocar minhas ideias no lugar antes de me reaproximar da morena.

...

P/ALEXA E DUDA

Dias depois da saída de Nick do hospital conversei com minha amiga, queria seus conselhos pois não aguentava mas ficar alguns dias sem minha baixinha, pois nem sempre podíamos dormir juntas , tinha dias que ela saia da faculdade e seguia pra casa em que morava ao invés de ir pra minha e quando a questionei ela me falou que se sentia um pouco tímida ao ir todas as noites pra minha casa, não falei nada mas ia consertar essa situação.

-Quando você vai conversar com a Duda? - estava na mansão,  tinha ido levar alguns documentos pra que Nick assinasse e aproveitamos e colocamos as conversas em dia, minha amiga parecia estar feliz.

- vou convida-la pra jantar hoje.

-Você irá pedi-la em casamento? Poderíamos casar juntas.

-na verdade não pensei nisso ainda, acho que primeiro temos que conviver mas juntas ,assim como você é a Ayla, e por falar na detetive  o que ela resolveu do seu caso?

- ela me disse que não pretende me denunciar , mas me fez prometer que desistiria disso . Sabe ruiva não sei se minha detetive irá aguentar ser autoridade e guardar  um segredo desses, as vezes acho que estou fazendo algum mal a ela.

-te  entendo Nick,  mas quem tem que tomar alguma decisão e ela, sei o quanto é difícil mas também sei que ela te ama e jamais suportaria ficar longe de você.

Quando sai dali fui direto pra empresa conversar com minha baixinha.  Ela estava concentrada em suas funções e só se deu conta de minha presença quando lhe beijei a cabeça.

-oi  amor , pensei que não voltava mas pra empresa.

-volteu porque quero te convidar pra jantar comigo.

Duda olha a ruiva nos olhos, amava tanto aquela mulher que as vezes tinha medo que algo acontecesse que as afatasse.

Depois que deixamos a empresa fui direto pra mansão,  já que não tinha aula hoje . Depois de pronta fui para o restaurante marcado pela ruiva e a mesma já me esperava. Em alguns momentos a ruiva pareceu estar nervosa.

-Aconteceu alguma coisa amor, você  parece esta nervosa.

-na verdade aconteceu sim , queria te fazer um convite e se você aceitar vai me fazer a mulher mas feliz do mundo.

Meu maior nervosismo era de Duda achar ainda cedo pra tomar uma atitude dessas ,sem pensar duas vezes entreguei a ela um caixinha.

-o que isso? - ela pergunta me olhando.

-abre e me diga o que acha.

Quando ela abriu a caixa , ficou me olhando sem entender.

-uma chave?- meu coração acelerou quando vi aquela chave, temia achar o que já desejava a algum tempo , mas esperei a ruiva terminar.

-aceita morar comigo ?sei que nos conhecêssemos a pouco tempo,  mas é com o Se já te conhecesse a vida toda.

Sem pensar em mas nada ,me levanto e me aproximo de sua cadeira.

-e claro que meu amor, é  o que desejo na minha vida.

Nossa noite foi repleta de carinhos e muito amor. Muito amor agora em nossa cama.

...

Eu ainda estava em duvida no que fazer em relação  a tudo que descobri, mas uma coisa era certa, não ia ficar sem minha morena. Três dias depois de sua alta, voltei para o DP, ia conversar com o delegado sobre minha decisão ,  decisão essa que não havia discutido com Nick pois era algo que mudaria nossas vidas.

-Bom dia delegado , preciso falar com você.

-tudo  bem detetive , como está a Dominick,  foi lamentável tudo o que aconteceu.

-ela  está melhor , mas o que vim conversar e sobre mim , vou me desligar da policia.

- como?!

O delegado me olhava sem acreditar , ele sabia o quanto me dediquei ao cargo .

-depois de tudo que aconteceu comigo e com a Nick,  achei melhor me afastar. 

-tem certeza disso , talvez queira um tempo pra cuidar da sua namorada...

-noiva,  vamos nos casar e já pensei em tudo , de um certo modo irei continuar a fazer o que gosto.

Quando sai de sua sala fui conversar com Carlos,  queria muito que ele me acompanhasse nesse novo passo que vou dar em minha vida.

Cheguei em casa e vejo a morena deitada no sofá com com Jessica deitada a seu lado pegando em seu cabelo . Ao me ver a pequena coloca o dedinho na boca pedindo silêncio, o que fez a morena que estava fingindo estar dormindo rir do pedido.

-ta cuidadando da mamãe amor? - pergunto me aproximando das duas.

-Mama dodói ma.

Sento no sofá perto da cabeça da morena fazendo ela por sua cabeça em minha coxa . Acaricio seus cabelos me sentindo a pessoa mas feliz do mundo.

-Como foi hoje no trabalho ?

-conversei com o delegado . Pedi pra sair da corporação.

Ela se senta tão rápido pra me olhar , que faz uma careta de Dor pela rapidez.

-cuidado!

-porque  você fez isso ? Estou me sentindo culpada por envolve-la em tudo .

- Eu fiz porque jamais me sentiria bem sabendo quem cometeu aqueles roubos e não poder falar , ia me sentir uma hipócrita sabendo que o delegado esperava uma posição que eu sabia, mas não poderia dar.

Ela baixa a cabeça, seu olhar era triste . Sem pensar levando sua cabeça pra que me olhasse antes de falar.

-fiz isso porque te amo ,e como me prometeu que não  voltará a fazer nada nesse sentindo , resolvi me afastar do DP, mas conversei com Carlos e vamos abrir uma firma de segurança,  assim continuo fazendo o que gosto sem me sentir culpada .

Ela me sorri antes de alcançar minha boca em um beijo saudoso. Nossa pequena se junta conosco beijando ora o rosto da mãe morena, ora o meu.

-agora sim , podemos organizar o que interessa... nosso casamento.

Seu sorriso era contagiante e naquele momento tive mas uma vez a certeza que aquela mulher me pertencia, e sempre me pertenceu.

...

TRES ANOS DEPOIS...

-Mamães, mamães!

Jessica corria em nossa direção,  tinha em seu rosto um sorriso encantador ao nos encontrar.

Olhava minha amada sorrindo , sorriso esse que me encantou desde em que nossos caminhos se cruzaram naquela festa.

-o que foi amor- minha amada falava sem tirar os olhos daquele riacho que nos parecia tão familiar. Compramos uma fazenda e a primeira coisa que atraiu nossa atenção era aquele riacho que nos causava nostalgia.

-as  tias chegaram - Ayla olha em direção  a nossa filha e ver logo atras Alexa que caminhava ao lado de Duda, e logo atrás vinha Kaira e Jordana com os gêmeos tentando andar naquelas terras , nossa afilhada.

Maju corre em nossa direção parando ao lado de sua inseparável amiga, Jessica que segura sua mão .

-tia como está as  bebês- Maju pergunta olhando pra barriga de Ayla, enquanto alisava aquele local sentindo nossas filhas mexerem.

- elas estão  bem amor ,só um pouco agitadas.

-devem está querendo sair daí e vim brincar.

Ri das palavras da criança, minha afilhada  com agora 2 anos corre em minha direção  fazendo com que me abaixe a pegando no colo e logo atras vem seu irmão  Fernando

-vocês estão lindos....

- É muito levados também. Como você está Ayla?- Alexa pergunta alisando sua barriga , a ruiva estava grávida de 5 meses , diferente da detetive que estava no oitavo mês de gêmeas.

- Vou bem , elas que não param de mexer, principalmente quando escutam a voz da Nick .

-nossa  filha está começando a mexer também.  Principalmente a noite quando escuta minha voz- a baixinha fala.

-não vejo a hora do minha afilhada nascer- a ruiva fala.

- eu também não,  lembro das crianças recém nascida e se não fosse o apoio de vocês acho que teríamos pirado- Kaira relembra rindo.

-Carlos não vem ?- pergunto.

- ele vem amor, te falei que ele ficou resolvendo alguns assuntos da empresa de segurança - minha detetive responde.

-Gustavo deve está chegando com Davi, ele não larga o pai de jeito nenhum.

Voltamos para casa da Fazenda, íamos passar o final de semana ali pois a médica pediu repouso a minha detetive , pois nossas filhas estavam muito agitadas.

Carlos chegou no final da tarde, junto com Andréa e Jaque. Maria e dona Márcia haviam viajado para casa da mãe de Duda, falando que somente os jovens estariam reunidos e que preferiam ir visitar a irmã. Estávamos reunidos ao redor da piscina quando minha amada começou a sentir contrações.

-amor , sua filhas estão bem agitadas , acho que estão querendo nascer.

-tem certeza? Vamos para o hospital.

-nao ! Vamos aguardar mas um pouco,talvez seja alarme falso.

Nossa filha brincava na piscina com Duda , Maju ,  Kaira, Andréa e Jaque que tinha a sobrinha nos ombros. Kaira   com o tempo deixou a vergonha de lado e começou a se sentir mas a vontade conosco.

Quando resolvemos engravidar , cogitando a possibilidade de pedir para que Kaira doasse os esperamos , mas achamos  depois que pudesse ficar estranho, então pedimos para que Carlos o fizesse, nosso amigo concordou contanto que pudesse fazer parte da vida das filhas , como tio que sempre Seria.

Eu prestava atenção na minha detetive pois sabia que ela estava incomodada. A vejo se levanta e se contrair e de repente um líquido molhar seu biquíni.

-Amor, acho que chegou a hora.

Depois disso só deu tempo de gritar por Jaque. Quando vi estavam todos ao nosso redor . Organizamos  tudo e corremos para o hospital,  do carro mesmo avisei nossa médica que pediu pra que fossemos para o hospital e que já estava a caminho . Como a viagem era um pouco longa , torci pra que desse tempo e nossas meninas esperassem até chegarmos ,  logo atrás vinha nossos amigos , Andréa havia ficado com os pequenos.

Quando enfim chegamos , fomos direto para sala onde iria ser feito o parto, nossa médica já estava nos aguardando e viu que Ayla ja estava pronta.

Nossas filhas nasceram bem rápido, eu que não estava mas conseguindo ver o sofrimento de minha mulher, só de empurrar nossas pequenas. Elas eram tão lindas que não conseguia parar de chorar ao te-las nos braços.

Quando fomos para o quarto não demorou muito pra que todos se reunisse a nós para saber os nomes de nossas filhas, que até o momento mantemos em segredo.

-sim,  agora vocês vão nos falar os nomes de nossas afilhadas - a ruiva fala emocionada com a pequena nos bracos.

-vamos falar sim - olho para a detetive que assente com a cabeça - Quero apresenta-lhes Maria Clara e Ana Júlia- quem conhecia nossas histórias sabia o quão significativos eram os nomes- nessa vida elas iram seguir sempre juntas.

 

FIM...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo