Capitulo 10
Narrador
- Droga, só cai na caixa postal – Fábio falava com raiva, não segurou sua ansiedade e falta de paciência, acabou jogando o celular na parede. – O campeonato iria ser em alguns dias, Melissa e Bruna deveriam estar no Brasil. Se lamentou, pois não deveria ter fechado contrato sem as duas terem confirmado a vinda para o país.
***
- Estranho, ele não atende. – Bruna falava para Melissa, as duas almoçavam em um dos restaurantes mais badalados de Los Angeles.
- Tem como eu repensar minha decisão? – Melissa falou brincando.
- De jeito nenhum amor, você não imagina o quanto quero rever a Luna. Sinto que ela precisa de mim. Dá última vez que nos falamos pareceu que ela tentava disfarçar o choro e sem contar os problemas financeiros lá no Brasil.
- Espera, você me chamou de amor? – Melissa não imaginou que ficaria toda boba ao ouvir aquela palavra.
- De tudo que eu falei você só absorveu isso AMOR?
- Como a vida é estranha, alguns dias atrás nunca pensaria que escutaria isso da boca de alguém e ainda por cima da minha melhor amiga.
- Pois se acostume, porque você vai ouvir muitas vezes a palavra amor Amor – Bruna falou divertida.
- Mudando de assunto, fica tranquila que daqui a pouco estaremos no Brasil e você vai resolver tudo.
***
Natal – Zona Norte
- Eu não fiz nada, por favor, na frente do nosso filho não, por favor – Luna implorava olhando para a carinha assustada do seu filho Jonny. Naquele momento eram apenas os três dentro daquela casa minúscula.
Sem pensar em nada além do ódio que sentia, seu esposo pegou a criança pelo braço e trancou no banheiro escuro.
- Pronto, agora ninguém vai ver nada. – Falou com os olhos serrados na direção de Luna.
O que aconteceu depois era o que acontecia quase todos os dias da semana. Qualquer palavra ou qualquer pequeno gesto era motivo para apanhar do marido.
Luna
E mais um dia eu estava ali, encolhida na cama, meu corpo doía, minha mente doía e não tinha nada que eu poderia fazer para mudar as coisas. Olhei no relógio que ficava no meu criado mudo, fazia quase duas horas que Jonny estava trancado no banheiro e se eu saísse daquele quarto naquele momento corria o risco de irritar novamente meu marido. Respirei fundo, juntei todas as minhas forças e levantei indo em direção ao banheiro, fiquei aliviada ao ver que meu marido tinha dormido na sala, passei devagar e consegui resgatar meu filho, levei ele para o quarto o mais rápido que consegui.
- Sangue mamãe – Jonny tinha três anos, mas tinha uma inteligência absurda. Sempre me surpreendia com ele.
- Mamãe machucou, agora vem aqui – Falei e puxei ele para meu colo.
- Foi o papai que fez o dodói da mamãe? – Realmente meu filho era inteligente. Eu fazia o possível para ele não presenciar nada, mas vez ou outra acontecia e eu não podia fazer nada.
- Não meu bebê, a mamãe machucou sozinha – Falei e comecei a fazer carinho em seus cabelos até ver ele adormecer.
***
Brenda
Ela cavalgava sobre minha intimidade e que imagem perfeita. Mesmo eu não lembrando o nome dela, tinha que admitir, era uma deusa gostosa demais. Era a terceira vez que trans*vamos naquela noite, e quanto mais ela gemia, mais fome eu tinha daquele corpo lindo. Não demorou para cairmos uma do lado da outra com nossos corpos cansados e suados.
- Nossa como foi maravilhoso ter te conhecido. – Ela falou virando para mim.
- Digo o mesmo linda – Falei mexendo em seus cabelos.
- Podemos dormir um pouco? – Ela perguntou e tudo que eu queria lembrar naquele momento era seu nome.
- Claro que podemos. – Respondi carinhosa. Era sempre a mesma rotina, todo final de semana eu ia para alguma festa ou barzinho, conhecia alguma mulher bonita, ficávamos juntas e no outro dia dava uma desculpa qualquer e pedia para saírem da minha casa. Depois de Melissa, chutei o pau da barraca e comecei a aproveitar cada linda mulher que surgia em minha vida.
***
Narrador
Paraíba – João Pessoa
- O que você quer? – Barbara tinha acabado de sair da piscina que tinha no condomínio onde morava.
- Calma, precisamos conversar. Não aguento mais guardar isso comigo. – Magno falava do outro lado da linha.
- Percebe que nosso casamento acabou porque você quis carregar tudo sozinho, desde aquele acidente até o desprezo pela nossa filha. – Barbara não escondia a mágoa que sentia.
- Que horas posso ir aí? – Preferiu não comentar as coisas que a ex mulher falou, pois sabia que em partes ela tinha razão.
- Então a coisa é séria mesmo, você vai vir de Natal pra cá?
- Sim, eu vou – Falou sério.
- Pode vir a tarde, vou te esperar.
***
- Senhor Fábio, acabamos de receber um e-mail com a confirmação das modelos. – A secretaria falou após abrir a porta.
- Perfeito, resolva toda a burocracia para elas virem o quanto antes. E veja um lugar próximo da praia para elas ficarem.
A secretaria mais que depressa começou a resolver tudo, enquanto seu chefe era puro alívio.
***
Chile
As ruas estavam praticamente desertas, Andressa andava a passos largos e a cada passada ficava mais ansiosa. Era a primeira vez em anos que iria rever Frances. Tinha esperanças que os pais de Frances tivessem contado a ele algo sobre o local onde os pais dela deixaram o bebê no Brasil. Depois de abrir aquele envelope, sua única chance era ele, pois os pais de ambos já haviam partido.
***
João Pessoa
Depois de quase duas horas e meia dentro do carro, Magno parou em frente à casa de Barbara, respirou fundo, desligou o carro e desceu indo em direção ao interfone. Não demorou e o portão foi aberto. Em passos lentos Magno se aproximava de Barbara que já o aguardava na porta de entrada.
- Podemos conversar lá em cima, espero que não demore. – Barbara foi direta.
- Não irei, aliás, é bom te ver também.
- Não posso dizer o mesmo. – Barbara era uma excelente atriz, sua frieza era impecável, mas por dentro estava nervosa.
Os dois seguiram para o primeiro andar da casa, Barbara apontou para uma das cadeiras da sala indicando que Magno deveria se sentar.
- Não sei por onde começar, são tantas coisas – Magno falou com ar triste.
- Do início seria o mais normal – Barbara já não tinha a paciência de antigamente.
- Eu errei muito com você e com nossas... Com nossa filha – Abaixou a cabeça – Eu me fechei para o mundo, pra você. Desculpa por tudo Babi.
- Barbara, me chame de Barbara, por favor – Foi rígida.
- Desculpe, eu deveria ter buscado seu apoio, deveria ter acolhido minha filha e consertado nosso erro do passado. – Estava triste.
- Magno você veio aqui para se lamentar? Ninguém deve viver de passado, é um dos piores alimentos para a alma. Olhe para frente Magno, siga sua vida. Erramos como pais de primeira viagem, não tem mais volta, erramos em não acolher a Amanda, não vou colocar a culpa só nas suas costas, também tenho minha parcela nisso tudo.
- Babi, desculpa, Barbara. – Corrigiu. – Você tem razão. Vamos direto ao assunto, nunca te contei nada, guardei tudo para mim e isso foi um dos motivos do fim do nosso casamento e me lamento todo dia por isso.
Barbara pigarreou, já estava cansada daquele lamento, queria que aquilo acabasse logo e que Magno seguisse em frente.
- No dia do acidente eu não tinha percebido, estava desnorteado, estava com muito medo de ter matado aquela mulher, mas a vida nos pregou uma peça Barbara.
Naquele momento Barbara sentiu um frio na barriga e lembrou da sensação de despedida, de perda, lembrou do sorriso, do jeitinho puro de ser. Lembrou das escolhas erradas que fez.
- Todo dia eu repito para mim mesmo que não fomos cruéis, que fizemos as escolhas certas, mas não é suficiente. A mulher que sofreu o acidente que eu causei é aquela...
- Não quero ouvir mais nada Magno, preciso e quero que vá embora.
- Mas eu preciso falar Barbara, você tem que me ouvir. Naquele dia no hospital eu vi ela.
- Vai embora Magno, por favor, fizemos escolhas e devemos arcar com elas.
- Não precisa eu falar, você já sabe né, sabe do que estou falando. – Falou serrando os olhos.
- Vai embora, por favor – Já não estava aguentando segurar toda a frieza de antes.
- Tudo bem, mas ela precisa da gente e você sabe disso. – Foi a última coisa que Magno disse antes de sair.
Daquele dia em diante as noites de Barbara não seriam mais as mesmas, ela era um navegante no mar calmo e Magno o anúncio de uma tempestade.
***
Chile
Andressa ia e voltava, ia e voltava tentando tomar coragem para bater na porta a sua frente e quando finalmente tomou a decisão, a porta foi aberta.
- Moça sabia que é engraçado te ver pelas câmeras? – Uma jovem mulher abriu a porta causando espanto em Andressa que ficou sem graça com a calorosa garota.
- É... – Pigarreou - ... me desculpe.. não, não foi minha intenção – Andressa estava sem jeito e isso era mais engraçado ainda para a jovem a sua frente.
- Primeiro, quem é você? E o que está fazendo aqui? Precisa de algo? Alguma ajuda? – A mulher mais parecia uma metralhadora de perguntas.
- Meu nome é Andressa, e fui informada que Frances mora nesta casa, sou uma velha amiga e queria visitá-lo. – Falou de uma vez.
- Andressa? A primeira namorada do papai? – A garota falou com tanta naturalidade que Andressa não estava entendendo mais nada. – Venha entre, minha mãe está fazendo um bolo que é considerado um dos melhores da cidade. – Falava empolgada.
- Espera, qual o seu nome? – Parecia absurdo entrar naquela casa e responder tantas perguntas para alguém que nem sabia o nome.
- Andressa quem está na porta? Já te disse que é perigoso deixar a porta aberta – A mãe da garota apareceu respondendo à pergunta de antes. Andressa deixou um sorriso escapar ao saber que seu primeiro amor ainda lembrava dela e ainda por cima tinha colocado seu nome na filha.
- Mãe essa é a Andressa – Dessa olhou para a mãe como se pudessem falar através dos olhos.
- Entre por favor, você é muito famosa nessa casa. – Martina falou animada.
Tudo aconteceu muito rápido, a cabeça de Andressa já não estava mais raciocinando bem, e quando se deu conta já estava sentada na sala de estar com um pedaço generoso de bolo na sua frente.
- Como é bom conhecer você, um pedaço importante da história do Frances, ele sempre contava as histórias das aventuras de vocês dois.
- Contava? – Andressa perguntou em um fio de voz e viu o olhar de Martina se entristecer.
- Foi a um ano atrás, ele estava dormindo e não conseguimos acordá-lo, ninguém sabe ao certo o que aconteceu, ele só foi embora. – Dessa respondeu triste.
- Não precisa dizer nada, entendemos o que está sentindo agora – Martina falou com empatia olhando para a mulher a sua frente.
- Sinto muito – Foi a única coisa que Andressa conseguiu dizer, por dentro seu coração estava cada vez mais apertado.
- Não é hora de ficar triste, coma o bolo, veja se está bom – Dessa mudou o rumo da conversa pedindo para Andressa provar a comida.
Ficaram conversando, revivendo histórias, trocando experiencias, até que Martina finalmente tocou no assunto que fazia o coração de Andressa acelerar.
- Sinto muito por tudo que aconteceu com vocês dois, ele me contou como tudo aconteceu, como vocês eram jovens e se sentiam perdidos. – Martina era uma mulher virtuosa, não sentia ciúmes, nem mágoa nenhuma. Respeitava a vivência de cada um.
- O papai tentou e tentou várias vezes e quando conseguiu encontrar uma boa pista... você sabe – Dessa abaixou a cabeça.
- Eu preciso achar minha criança, preciso encerrar esse ciclo, preciso que ela me perdoe por eu não ter ficado ao seu lado. – Andressa já não conseguia segurar a angústia.
- Tem uma coisa que quero te dar, como Dessa falou a pouco, o Frances descobriu uma pista sobre a criança, acho que vai ser muito útil pra você. – Entregou um papel para a mulher.
- Um endereço? Não me diga que é...
- É sim, esse é o orfanato para onde a criança foi levada. – Dessa falou empolgada – Eu e a mamãe estávamos planejando ir esse ano para o Brasil, mas não deu certo, esse papel estava esperando por você Andressa, esperamos que encontre o que tanto procura.
Ficaram juntas por mais alguns minutos até Andressa se despedir com a promessa que entraria em contato para contar as novidades e prometeu que em breve elas iriam conhecer sua criança.
***
Uma semana se passou e tudo parecia estar no lugar, Brenda continuava com sua vida cheia de mulheres, Gabriel continuava tentando conversar com Amanda, Luna com sua dor, Magno só não se afundava de vez por causa do seu neto que era a única razão de estar com a cabeça no lugar, Barbara a cada dia que passava não conseguia dormir à noite. Carla não dava sinais de que iria melhorar e Liz fielmente continuava ao seu lado. Tudo em equilíbrio ou desequilíbrio completo. Naquela tarde de domingo Andressa chegava ao Brasil, havia desembarcado em São Paulo e iria passar uns dois dias antes de ir para Natal. Melissa e Bruna haviam chegado em Natal na sexta-feira, e desde então a correria não parou. Fábio não deixava elas duas sequer respirar, tudo teria que estar pronto a tempo para o evento de lançamento de uma nova linha de roupas, iria ser algo inovador para sua marca, eles iriam montar um desfile praticamente no meio do campeonato.
***
Liz
- Desculpa a demora em aparecer, a primeira coisa que eu queria fazer era ter vindo, mas desde que eu cheguei é só trabalho e trabalho – Melissa falou entrando no quarto, mas mais parecia que tinha vindo de uma maratona.
- Tudo bem Mel, ela vai ficar feliz de ter você aqui. – Falei acariciando os cabelos de Carla como tantas vezes eu fazia durante o dia.
- Nenhuma melhora? – Ela perguntou me olhando com olhos de súplica. Apenas balancei a cabeça negativamente. Vi ela se aproximando da cama e colocando seus lábios perto do ouvido da Carlinha. Não deu para ouvir nada, mas vi lagrimas descendo do rosto dela. – Precisa de alguma coisa Liz? – Me perguntou limpado o rosto cuidadosamente.
- Tudo que preciso está aqui – Falei sem conseguir segurar meus sentimentos. E percebi que a muito tempo Melissa já sabia do meu amor.
- Desculpa a demora, estava difícil estacionar o carro – Uma mulher muito linda entrou no quarto, alguns minutos depois descobri que era a namorada de Melissa, e só me veio na cabeça a frase: O mundo realmente é gay. Espantei meus pensamentos.
***
Melissa
Ver dona Carla naquela situação cortou meu coração em vários pedaços, fazia anos que não a via. Me aproximei da cama chegando perto do seu ouvido e falei baixinho – Fica bem logo dona Carla, volta pra mim, por favor – Não consegui segurar as lagrimas. Recebi palavras de conforto da Liz, aquele amor que ela sentia era forte demais, bonito e intenso, dava para perceber a quilômetros de distância a devoção dela por dona Carla. Ficamos conversando até que Bruna chegou com aquele jeito encantador, percebi quando Liz a olhou admirando sua beleza e eu não a culpava por isso, parecia que Bruna ficava mais linda a cada dia que passava.
***
Narrador
Melissa e Bruna saíram do hospital praticamente obrigadas, pois havia acabado o horário de visitas, mas saíram com a promessa de almoçarem juntas no outro dia.
- Você gostou do apartamento que Fábio alugou pra gente? – Melissa perguntou puxando assunto, desde que haviam chegado no Brasil tinha percebido que a namorada estava longe.
- Está a nossa altura Bad girl – Falou com deboche.
- Rica – Melissa brincou.
- Ter você comigo já é a maior riqueza. – Bruna falou derretendo o coração da outra.
- Você está preocupada, me conta, por favor. – Melissa já estava se coçando pra saber o que estava acontecendo.
- Primeiro estou pensando como vai ser o reencontro com a Luna, liguei várias vezes e ela não atendeu, mandei mensagem dizendo que estava no Brasil e que queria ver ela, e ela disse apenas o dia e o local, foi super fria comigo. Segundo, estou pensando em você Mel, do jeito que esse mundo é pequeno você vai encontrar sua ex e eu vou ter problemas. – Falou demonstrando insegurança.
- Amor, para com isso. – Melissa colocou a mão em sua perna acariciando levemente, as duas estavam no estacionamento do hospital. – Primeiro, vou estar ao seu lado, te apoiando e se você quiser vou a esse encontro e não vou largar sua mão. Segundo, não precisa se preocupar com a Brenda, as chances de encontrar ela são 0%. – Melissa tentava tranquilizar Bruna, depois de alguns beijos trocados, saíram do hospital. Apesar de ser domingo o dia estava corrido, iriam apenas passar no apartamento para um banho e voltar ao trabalho.
As duas modelos internacionais ainda tinham muito que aprender como casal, aprender que um relacionamento é feito de ajustes, saber que a confiança, o respeito, o cuidado são muito importantes quando duas pessoas estão juntas.
***
- Fico feliz que tenha aceitado dar esse passeio comigo, faz tempo que queria te mostrar esse lugar – Gabriel havia levado Amanda para uma praia deserta, onde poucas pessoas conheciam, o caminho era longo, mas valeu cada segundo, pois Barra do Rio era o melhor lugar para o que estava planejando.
- Nossa, que lugar lindo. – Amanda apesar de morar ao redor de praias, não tinha conhecimento daquele lugar. O mar estava tão perfeito, o barulho das ondas, o vento forte movimentando a areia. As pedras contrastando com o restante da paisagem. E aquele sol que entrava em sua pele como algo tão maravilhoso que não podia ser descrito em palavras.
- Podemos conversar um pouco? Vem, senta aqui – Gabriel nem deixou Amanda responder a pergunta e já foi a puxando para se sentar perto da água. – Preciso te dizer uma coisa, na verdade duas coisas, e isso tá me sufocando, não tô aguentando mais, e é tão difícil...
- Calma Biel, respira, não vou sair daqui, fala com calma – Amanda tentou tranquilizar o amigo. Gabriel respirou fundo e continuou, aquilo tinha que ser igual a depilação, arrancado de uma vez.
- Amanda, eu... eu te amo, mas não como amigo, eu te amo com tanta força que não cabe mais em mim, esperei anos pra dizer que te amo, e eu sei que não é reciproco, eu sei que você é gay e ainda ama a Brenda, mas eu precisava... – Gabriel não teve tempo de terminar sua frase pois sentiu os lábios de Amanda nos seus, e que beijo lindo, saboroso e intenso.
- Então, você sabia esse tempo todo? – Gabriel se afastou com dificuldade, aquela boca era boa demais.
- Uhum – Amanda se aproximou novamente colando seus lábios.
- Calma aí, esse tempo todo? – Gabriel novamente se afastou.
- Não o tempo todo, nesses últimos dias Brenda me procurou, conversamos e ela me contou seus sentimentos por mim. No fundo eu sempre soube e sinto o mesmo Biel, demorou para eu entender o que sentia, precisou de um empurrão de Brenda, então agradeça a ela – Falou puxando a regata do rapaz e o beijando. – Espera... – Foi a vez de Amanda interromper os beijos – Qual é a segunda coisa?
- Tenho certeza que essa Brenda não contou – Respirou fundo, Amanda sentiu sua mão tremer.
- O que houve? Devo me preocupar com algo? Você é casado? – Fez várias perguntas.
- Eu sou um homem trans – Falou com medo de levar um fora, não seria o primeiro da sua lista.
- E daí? – Amanda disse e todas as barreiras de medo caíram por terra.
- Não tem problema para você? Não vai me perguntar nada? – Estava perplexo.
- Não tem nenhum problema, e as perguntas eu faço depois, agora eu quero beijar meu namorado, posso? – Falou séria.
- Namorado?
- Sim – Amanda respondeu rindo.
- Gostei disso – Gabriel puxou Amanda para um beijo ainda mais intenso que o primeiro.
***
- Dinda, quer sovete – Gael olhou todo pidão para Brenda.
- Garoto, alguém já te falou que você é um perigo? Por que nunca consigo te dizer não? – Brenda pegou ele no colo.
- Sou chamoso – Falou com cara sapeca e Brenda não conseguiu segurar uma gargalhada.
- Garotinho safado Senhoooor – Arrochou Gael até escutar reclamações – Vamos pegar seu sorvete.
Depois de tomarem um pote de sorvete, os dois caíram no sofá e dormiram assistindo O Touro Ferdinando pela terceira vez naquele dia. Brenda já não aguentava mais, todas as falas estavam gravadas em sua mente.
Fim do capítulo
Faz um tempo que venho pensando e sentindo algo e gostaria de compartilhar... As vezes bate em minha porta um sentimento de tristeza e junto dela, lado a lado vem a inquietude, o amor, a raiva e a sensação de que poderia ser algo a mais. Todos esses sentimentos ficam em frente dessa porta, todos de mãos dadas.
Eu fico refletindo em como é dificil amar alguém e não poder viver esse amor. Fico imaginando em como era doloroso amar alguém e não poder se casar com aquela pessoa, e fico pensando em todas as coisas inacabadas que ficaram para trás. Tantas mulheres amaram outras mulheres em segredo, e tantas mulheres se casaram obrigadas, mas que no fundo queriam se casar com quem realmente amavam. Tantas mulheres sofreram por nascer com pensamentos e ideias além do seu tempo. Eu fico inquieta pensando em vidas que não conheci, pensando em todas essas histórias, e como é cruel a dor do amor não vivido.
Não deixe o meio social dizer o que deve fazer, não deixe padrões lhe tirar momentos felizes. Se você sente verdadeiramente algo por alguém, seja quem for, tente demonstrar de alguma forma.
Contato: cameliaazucenad@gmail.com
Instagram: @CameliaAzuc
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Lea
Em: 19/07/2022
Lindas palavras Camélia,e há verdade em todas elas.
*
Liz não perde as esperanças que a Carla vá acordar. Ela só quer ver seu amor de olhos abertos,ajudando tantas crianças como sempre fez. Tenho certeza que por mais amor que sinta por essa mulher,ela continuará sem forçar a nada.
*
Qual é esse segredo entre o Magno e a Barbara,que envolve a Carla?
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Posso estar certa,a Melissa é a filha da Andressa??
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A Brenda é uma super Dinda.
*
Finalmente o Gabriel conseguiu se declarar e o melhor,foi correspondido.
*
Como será que vai ser o reencontro da Brenda e da Melissa?
*
A Bruna já está morrendo de ciúmes, só com a possível possibilidade delas se encontrarem.
*
Os problemas que a Luna enfrenta é muito sério. Espero que a Bruna consiga tirá-la de perto deste monstro.
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