A segunda-feira veio cheia de novidades, Amanda e Gabriel estavam oficialmente namorando e foi um tanto quanto surpreendente quando Gael disse que já sabia de tudo. Todo mundo se perguntava como aquele garoto era tão inteligente. Os dois combinaram de ir devagar em relação a ele, mas era muito difícil ir devagar morando juntos e cuidando de uma criança que era surpreendentemente observadora. Então apesar da rapidez que tudo estava acontecendo, literalmente de um dia para o outro, os dois resolveram deixar acontecer, mas no fundo sabiam que aquele sentimento iria durar até onde eles nem imaginavam.

***

- Aonde você vai? – Luna escutava aquela pergunta com tanto medo que seu corpo se retraia só de ouvir a voz do marido.

- Vou deixar o Jonny na escola, é longe e eu não quero perder o ônibus. Depois vou encontrar minha irmã.

- Aquela cheia da grana? – Falou ríspido. – Vê se arranja alguma coisa pra gente. E muito cuidado Luna, muito cuidado – Falou se aproximando do rosto da mulher.

***

Luna

- Por que está tremendo mamãe? – Jonny perguntou, já estávamos dentro do ônibus a caminho da escola.

- Não é nada meu bebê, mamãe está com frio – Dei uma desculpa, mas eu sabia que Jonny não era uma criança boba, ele sabia que estava fazendo calor e o sol estava com toda potência. Eu sentia tanto medo dele, que não conseguia mais controlar meu corpo, aquilo estava saindo do controle, na verdade nunca esteve controlado. Eu estava tão ansiosa para ver Bruna, sentia tanta saudade, mas não queria me aproximar, meu marido iria ser um problema. Minha cabeça doía de tanto pensar em uma saída.

***

Narrador

   Luna estava a alguns passos da escola quando Jonny correu desesperado e foi de encontro ao amigo, a mulher saiu correndo atrás feito louca com medo de algum carro ou moto passar e bater no menino.

- Jonny calma – Conseguiu alcançar a criança na porta da escola.

- Eles são assim mesmo – Luna escutou uma voz feminina atrás de si. – Olha só eles, acho que são bem amigos. -  Jonny abraçava seu amiguinho.

- São sim, Jonny não para de falar nele – Luna virou e não pode deixar de notar a beleza daquela mulher. Quem dera fosse bonita daquele jeito, talvez seu marido fosse mais gentil.

- O Gael também não para de falar no amiguinho, prazer sou Brenda, a dinda desse garoto charmoso – Falou sorrindo e iluminando tudo.

- Prazer me chamo Luna, sou a mãe do Jonny. – Se apresentou estendendo a mão. Brenda não correspondeu, preferia apresentações mais calorosas, se aproximou beijando o rosto de Luna sem nenhuma cerimônia.

- Bom te conhecer Luna, você é linda. – Brenda era totalmente sem vergonha nenhuma e havia achado Luna uma gata. – Aliás, a mãe do Jonny é casada? – Brenda não tinha mais limites.

- Bem casada senhorita, e acho que deveria ser menos evasiva. Tenha modos, não pode sair dando cantadas assim. – Falou com certa brutalidade na voz.

- Então Luna, não me avisaram que estávamos no século 19. – Sorriu debochada.

- Tchau Brenda, foi um desprazer conhecer você – Virou as costas e saiu, ainda deu tempo de escutar o assobio de Brenda e achou aquilo desnecessário.

- Nossa, que bunda... – Brenda pensou em voz alta vendo Luna se afastar. Balançou a cabeça rindo de seus pensamentos safados e saiu, tinha que focar na oficina e no evento que estava cada dia mais perto.

***

- Tem certeza que não quer que eu te acompanhe? – Melissa perguntou para Bruna, as duas ainda estavam na cama e estava difícil sair dela.

- Tenho sim Bad girl, a Luna é um pouco complicada, mas depois desse primeiro encontro, vamos marcar outro para te apresentar a ela. – Deu um selinho em Melissa – Agora preciso ir – Levantou-se indo ao banheiro e escutando os protestos da namorada.

   Melissa ficou ali na cama, pensando em como tudo havia mudado, pensando naquele sentimento gostoso, novo e forte. Só pedia aos céus que nada atrapalhasse aquilo tudo que sentia. Levantou-se da cama de repente e foi em direção ao banheiro, abriu a porta bem devagar, naquele momento Melissa era uma ladra e seu objetivo era roubar gemidos de Bruna.

- Bad... girl... – Bruna não conseguia falar, Melissa a beijava com tanta sede que estava difícil articular alguma palavra. – Amor, preciso encontrar minha irmã – Bruna segurou nos ombros de Melissa conseguindo afastar um pouco. Ficaram se olhando profundamente, os olhos de ambas estavam negros de desejo, a água do chuveiro passeava pelo corpo de cada uma. Bruna já não ligava mais para o horário, avançou em Melissa continuando o beijo intenso de antes. Bruna mudou de posição encostando Melissa na parede. – Você é tão linda Mel – Bruna sussurrava enquanto mordia, beijava e ch*pava o pescoço da outra que já se perdia em suspiros. – Sente o quanto você me deixa doida – Bruna pego na mão de Melissa conduzindo até sua intimidade completamente molhada. Melissa perdeu todo senso de noção, sentiu o líquido quente em seus dedos e não queria esperar mais nenhum segundo para explorar aquela mulher por interior, trocou de posição novamente fazendo Bruna ficar contra a parede. Os gemidos de ambas ecoavam no banheiro, Melissa estava completamente perdida, atendia aos pedidos de Bruna cada vez que suplicava por mais e mais. Melissa entrava e saia de sua intimidade devagar para depois aumentar a velocidade deixando Bruna doida e enquanto explorava tudo que aquela mulher tinha guardado, beijava, sugava e se deliciava com aqueles seios durinhos, Bruna era uma delicia e só queria amar ela sem deixar escapar nenhum minuto. Não demorou para Melissa sentir Bruna relaxar em seus braços, a abraçou tão forte que era quase um pedido para não ir embora.

- Você ainda vai acabar... comigo – Bruna falava ofegante. – Não pense... que vai se livrar de mim. – Bruna desligou o chuveiro e voltou a beijar aquela boca tão gostosa que Melissa tinha, devagar, sem pressa e entre beijos, foi conduzindo Mel até a cama. – Linda, toda minha. – Bruna não conseguia mais segurar os sentimentos que estava ali, só queria falar e demonstrar todo amor que estava dentro de si. A cada beijo que dava no corpo de Mel, falava o quanto ela era linda, sensual, deusa entre vários outros elogios. Queria que aquela mulher sentisse o quanto era importante. O corpo de Mel era um mapa e Bruna queria visitar cada pedacinho e descobrir cada vez mais os prazeres da mulher em seus braços. Melissa sentia a língua de Bruna passeando pelo seu corpo, estava quase explodindo de tanto tesão, queria sentir aquela boca, aquela língua safada e como uma leitura de pensamentos, seu gemido foi inevitável ao sentir Bruna sugando com vontade o seu clit*ris, fazendo movimentos que a estavam deixando doida. Bruna sentia a intimidade de Mel pulsar em sua boca, e isso só aumentava sua sede. Não demorou para Bruna provar Melissa por completo, sentiu os espasmos da outra e quando seu corpo foi se acalmando, fez novamente o caminho com a língua pelo corpo de Melissa até chegar em sua boca e a beijar com delicadeza até aquele beijo se transformar em um beijo feroz.

- Pretty... você... você precisa ir... a Luna... amor – Agora era a vez de Melissa falar com dificuldade. Bruna estava praticamente a devorando e aquilo era tão gostoso que reuniu todas as suas forças para lembrar sua namorada que tinha um compromisso.

- Só mais um pouco, a culpa é sua por me atiçar - Bruna se perdia no pescoço de Mel, como era bom beijar e morder ele inteiro.

- Desde quando você é uma cobra para ser atiçada? – Melissa sorriu.

- Chata – Bruna falou e com dificuldade saiu da cama.

- Sou mesmo, e lembra que depois do seu encontro com a Luna, temos o almoço com a Liz.

***

Luna

   Já haviam se passado quase 40 minutos e Bruna ainda não tinha chegado, eu não estava mais aguentando estar ali, meu corpo dolorido, minha cabeça cheia. Tinha esquecido da fama que minha irmã tinha de ser a atrasada de todos os compromissos. O que estava me consolando era ver aquele mar lindo...

Bruna

O fato de ter demorado quase 10 minutos para estacionar o carro havia me irritado muito, eu já estava mais que atrasada e aquilo não iria ajudar. Desci e tive uma sensação imensa de nostalgia, fazia muito tempo que eu não visitava A Escadaria de Mãe Luiza, eu e Luna adorávamos aquele lugar. Fui caminhando e meu coração parou quando vi minha irmã sentada no degrau mais alto da escadaria. Vi ela se levantando quando me viu e foi inevitável não sair correndo para abraçá-la e ver ela imitando meus movimentos, deixou meu coração mais quentinho.

Narrador

- Senti tanto sua falta – Bruna falou enquanto apertava Luna em um abraço.

- Au au, vai com calma Ninha – Luna falou sentindo incomodo, seu corpo estava com hematomas e estava dolorido demais para ficar em um abraço muito longo e apertado. Mas apesar da dor que sentiu, adorou ter sua irmã ali.

- Tá tudo bem? – Bruna percebeu a cara de dor que Luna fez.

- Tá sim Ninha, vem aqui – Puxou Bruna para outro abraço, dessa vez menos apertado.

- Eu te amo Lua, você me fez muita falta. – Acariciou o rosto da irmã.

- Ninha, desculpa por ter te deixado sem notícias, por ficar afastada. – Falou triste.

- O importante é que estamos aqui agora, minha Lua – Sorriu encantada com aquele momento.

   Luna e Bruna ficaram ali, conversando, colocando todos os acontecimentos em dia. Bruna estava ansiosa para finalmente conhecer Jonny pessoalmente. Depois de quase uma hora, desceram indo para a beira do mar. Caminharam abraçadas em silencio para depois  conversaram mais um pouco sobre a vida de Bruna fora do Brasil. Mas quando o assunto era Luna, Bruna percebia que a irmã sempre dava um jeito de sair pela tangente e mudava de assunto.

- Vem, eu te deixo em casa. – Bruna falou quando chegou a hora de se despedirem.

- Ninha, vou de ônibus. Não precisa se incomodar comigo.

- Nunca deixaria minha Lua ir sozinha pra casa. – Falou toda boba.

- Sério Bruna, não precisa – Bruna percebeu a mudança de Luna. Só chamava ela pelo nome quando a coisa era séria ou quando estava com muita raiva dela.

- Tá bom Lua, mas vou chamar um uber. Pode ser? Eu pago. – Sorriu de um jeito tão amoroso que Luna não conseguiu recusar.

***

- Essa vida de compromissado pelo jeito é boa hein macho – Brenda entrou no escritório e falou olhando a cara de Gabriel.

- Me deixa garota, tô no paraíso e ele se chama Amanda. – Se Gabriel conseguisse sorrir mais, iria acabar rasgando a boca de tão grande que era aquele sorriso.

- Sei, tá todo apaixonado, espero que Amanda não fique implicando com seu trabalho. – Falou azeda.

- Brenda, por favor, você conhece a Amanda, para de achar que ela é uma vilã. Ela é nossa amiga.

- Infelizmente – Revirou os olhos. – Brincadeira seu abusado, é lógico que Amanda é nossa amiga.

- Me engana que eu gosto, mudando de assunto. Os treinos estão excelentes. Esse campeonato já é nosso. Alias, hoje vou ficar mais um pouco na pista. Quero tentar duas técnicas novas.

- Vai com calma e cuidado bebezão – Brenda falou apertando as bochechas do amigo.

***

- Preciso que acorde Carlinha, por favor – Liz pedia baixinho perto do ouvido de Carla. Não queria perder as esperanças, não queria perder seu amor. Olhou o relógio e estava quase na hora do almoço, tinha marcado com Melissa e Bruna, não queria e não gostava de se atrasar. – Eu te amo tanto, volta pra mim tá – Falou beijando com carinho a testa de Carla.

***

Em um lugar desconhecido...

   Tudo estava tão estranho, eu não me lembrava de muita coisa, mas de alguma forma eu sentia uma sensação boa, conseguia escutar uma voz tão doce perto de mim. Me chamando quase que o tempo todo, era uma mulher, mas eu não sabia definir quem era a dona daquela voz.

- Carla? Foi um longo caminho. Está pronta?

- Quem é você? Pronta? – Perguntei, tudo estava tão confuso.

- Quem é você Carla? – A pessoa devolveu minha pergunta. Ele tinha um semblante tão calmo, paciente, sereno. Eu sabia que o conhecia de algum lugar. Estava forçando minha mente para lembrar. – Caio? – Era ele, meu irmão que havia partido a muito tempo.

- Está pronta? – Sorriu.

- Caio, eu parti?

- Me diga você, partiu? – Esperou com calma e viu quando lagrimas desceram pelo rosto dela. – Desistir não significa algo ruim. Devemos perceber com cuidado cada detalhe ao nosso redor, devemos evoluir a cada momento.

- Não sei o que dizer, você veio me levar? – Estava triste e confusa.

- Está pronta? – Estendeu sua mão para ela.

- Sim. -  Foi a única coisa que respondi.

***

- Você é muito engraçada sabia – Liz se derretia toda com Bruna, estava encantada com aquela mulher tão linda e inteligente. – Você teve muita sorte Mel. – Piscou e olhou em direção a Melissa, as três já haviam almoçado e estavam conversando e aproveitando a companhia uma da outra.

- Mel, se eu fosse você ficava com ciúmes, tem alguém querendo me ganhar – Bruna brincou olhando para a namorada.

- Liz, tira o olho que essa tem dona e uma dona invocada. – Melissa entrou na brincadeira.

- Calma meninas, só tem espaço pra um amor no meu coração. Pena que esse amor adormeceu. Nessas horas queria que contos de fadas fossem verdade, beijaria ela e veria aqueles olhos mais uma vez. – Liz falou e era nítido seu amor e sua tristeza.

- Tudo vai ficar bem Liz, te conheço a dois dias, mas já sei a pessoa incrível que você é. Seu amor vai acordar. – Bruna era confiante.

- Tenho certeza disso – Mel segurou na mão da mais velha.

- É do hospital – Liz falou olhando para o celular que tocava insistentemente. Estava com medo de ouvir algo ruim. Sentiu uma de suas mãos ser segurada por Bruna e Melissa. Reuniu todas as forças que tinha e atendeu o celular.

Fim do capítulo