Coincidências por Rafa e
Capitulo 39
-- Haidê, você vai sair?
-- Querida, eu avisei que estou adiantando algumas coisas do escritório. – Lívia a olhou desconfiada, mas preferiu não falar nada. Ela se aproximou e a olhou dentro dos olhos verdes. – O que foi, anjo? – tentou puxar para um abraço, mas a surfista se afastou. – Lívia...
-- Lívia? Desde quando você me chama assim com essa entonação? – Haidê passou a mão no cabelo e bufou. – E agora está com grosserias?
-- Anjo, eu não estou com grosserias. – tentou agir com calma. – Apenas adiantando meu serviço para passar mais tempo com você e nosso filho. – Lívia ergueu uma sobrancelha e a olhou direto nos olhos.
-- Está bem. – deu as costas para sair, mas Haidê a puxou, abraçou a loira por trás e beijou seu pescoço.
-- Eu amo você... – passou a mão pela barriga um pouco saliente. – Nós vamos agora para sua consulta e veremos como nosso filho está. – mordiscou a orelha da loira que se virou a fitando nos olhos.
-- Se existe uma pessoa que lhe conhece neste mundo depois da sua avó, sou eu. Haidê Aqueu, confio em você, mas sei que está me escondendo alguma coisa. – a morena apertou o abraço e a beijou na testa.
-- Estamos quase na hora da consulta. – Lívia continuou a lhe fitar. – Depois voltamos nessa conversa. – a surfista se afastou e foi pegar a bolsa.
-- Estou pronta. – Haidê assentiu com a cabeça e seguiu sem falar nada. Saíram juntas, em um silêncio insuportável até chegarem ao consultório. A advogada desceu, a loira não esperou que ela lhe ajudasse, adiantou-se e caminhou um pouco a frente. – Bom dia! Eu tenho uma consulta agendada.
-- Bom dia! Seu nome, por favor. – a secretaria pediu sem prestar atenção em Haidê.
-- Lívia Fachini O’Brien Aqueu. – a mulher olhou no computador e anotou algo.
-- Pode aguardar que a doutora irá chamá-la. – olhou para Haidê e fez a mesma pergunta. – Tem consulta agendada? – sorriu mais que o necessário e Lívia quem respondeu.
-- Ela é minha esposa, está comigo para consulta do nosso filho. – Haidê sentiu um misto de alívio e vontade de sorrir, mesmo irritada a loira não continha seus ciúmes.
-- Claro senhora. – respondeu um pouco envergonhada. As duas sentaram e Lívia pegou a mão da morena, tomando posse e mostrando que estavam juntas.
-- Acho que ela entendeu, meu anjo. – Lívia a olhou.
-- Sério que pensa isso? Acredita que segurei sua mão para falar que estamos juntas?
-- Até agora você agiu sozinha, não parecia que estava ao seu lado. – Lívia abriu a boca para falar e a médica apareceu na porta.
-- Lívia Fachini... – sorriu para a surfista, ela se levantou acompanhada de Haidê. – Você não retornou, pensei que havia desistido. – olhou para morena. – Tudo bem Haidê?
-- Bem, só poderei garantir após a consulta. – respondeu sorrindo e sentaram nas cadeiras que a médica apontou.
-- Por que não retornaram no prazo? – perguntou a Lívia.
-- Eu fiz o teste...
-- Dois dias depois. – Haidê interrompeu e Lívia revirou os olhos.
-- E como não deu em nada... Dias depois eu sangrei, achei que fosse menstruação. – a médica sorriu, via amor entre as duas, mas sabia que eram dois gênios difíceis.
-- Lívia, sangramento nos primeiros dias, em alguns casos, é normal. Chamamos essas situações de nidação. – sorriu. – Isso ocorre no processo de fixação do embrião na parede uterina. O sangramento pode parecer com a menstruação, outras vezes é bem fraquinho.
-- Como durou dois dias... – deu de ombros.
-- Entendi. – olhou o computador. – Bem, pelo tempo de última consulta e hoje... – voltou a olhar para as duas. – Você está entrando na sétima semana. – elas se olharam sorrindo e Haidê apertou a mão menor.
-- Já pode ver o sex*? – perguntou sorrindo.
-- Depois da décima segunda semana existe uma possibilidade maior, mas, o ideal que seja após o quarto mês. – apontou a maca. – Preciso examiná-la. – levantaram-se. – Como está a comida? Enjoos? Desejos? – essa última direcionou para Haidê.
-- Enjoos senti muito pouco. Tenho mais dores nos seios e desconforto no abdômen.
-- Quanto a comida, ela sempre foi muito boa de garfo, mas ultimamente parece uma formiga com a quantidade de doce.
-- Não é bem assim, doutora. São vontades esporádicas de bolo.
-- Lívia, precisa evitar doces. No seu histórico familiar me falou que seu pai e avô tinham diabetes. Diabetes gestacional é comum, precisa se preocupar com a qualidade e quantidade do que consome.
-- Mas eu pratico atividade física.
-- Isso é bom, mas talvez deva evitar o surf, por enquanto.
-- Eu faço ioga e corro, também.
-- Ioga é ótimo e recomendável. Correr você pode, mas com um tempo vai ser complicado.
-- Doutora, eu sei que pode ser idiota, mas na minha gravidez foi diferente, até porque enjoei muito e não aguantava olhar para meu ex. – brincou.
-- Acho que é o normal de ex. – a médica respondeu brincando.
-- Então... – sentiu o rosto queimar. - Será que sex*... – estava travada com a pergunta.
-- Quer saber se podem fazer amor? Claro que podem. Precisam ter um pouco de cuidado mais a frente, mas sem contraindicação. Lívia que dará o tom e o tempo.
-- Se depender dela vai ser até minutos antes do parto. – deixou escapar sem querer e sentiu o rosto arder. Lívia a olhou com as esmeraldas cerradas. A médica deu uma gargalhada e continuou.
-- Isso é bom, acredite em mim. Seria pior com situações de enjoo e você sabe disso.
-- E esse calor que sinto as vezes?
-- São os hormônios...
-- Então, esses tais hormônios também agitam o maravilhoso humor dela.
-- Doutora, Haidê depois de um tempo, deu para esconder coisas e alega isso aos hormônios. Culpa meus pobres hormônios.
-- Pobre sou eu na reta deles. – fez um gesto como se jogasse uma bola de boliche e olhou para médica. – Ele faz seus strikes de mim. – Lívia a olhou com os olhos cerrados.
-- Está vendo como ela fala dos meus pobres hormônios, doutora? – a médica olhou de uma para outra, sorriu e resolveu cortar o clima. –
-- Lívia, sua barriga está grande para sete semanas. – a examinou melhor e viu que a loira fez uma careta. – Ainda o desconforto abdominal?
-- Muito.
-- Tem feito muito xixi?
-- Sim. Mas isso não é normal em mulheres grávidas?
-- Quando está com a barriga maior. – verificou a pressão da loira e encerrou o exame. - Vou passar alguns exames e quero vê-los na próxima consulta, mas este... – entregou o papel. – Quero que traga assim que o fizer. – Lívia leu o papel e ouviu as orientações da médica. - Dieta balanceada e vida normal.
-- Ela está bem? – Haidê perguntou preocupada.
-- Está tudo bem, só quero me certificar de algo. – Lívia interrompeu as duas.
-- Doutora, esse exame é um beta...
-- Sim. – a interrompeu. - Preciso ver o nível do seu hormônio.
-- Doutora, Haidê exagerou e...
-- Eu quero confirmar uma gravidez gem*lar. – as duas mulheres se olharam e Haidê sorriu.
-- Sério? – a morena perguntou.
-- Sim Haidê, existe essa possibilidade de ser gem*lar. A barriga de Lívia está grande para o tempo. – a advogada abraçou a loira e beijou o topo de sua cabeça.
-- Quando podemos fazer esse exame? – a morena perguntou, Lívia ainda parecia assimilar a informação.
-- Agora mesmo, só mostrar esse papel para recepcionista.
Duas horas depois...
-- Então doutora? – a médica olhou o papel e voltou a fitá-las.
-- Bem garotas, as taxas hormonais possuem referência para sete semanas de gestação e...
-- E? – perguntaram juntas.
-- As taxas de Lívia são bem maiores do que essas referências. – sorriu. – Com certeza você espera gêmeos.
-- Eu vou ter dois ao mesmo tempo? – perguntou emocionada.
-- Vai e terá que se cuidar em dobro. – olhou para morena. – Atividade física moderada, ioga pode, mas nada de pegar ondas. Agora Lívia, você precisa se poupar para levar essa gravidez a termo.
-- O que isso significa?
-- Querida, você vai carregar dois bebês. Um já é difícil, imagina dois... – explicou enquanto fazia um carinho na mão da surfista. – Vai ter momentos do cansaço bater forte, sono, a barriga lhe impedindo de dormir à noite com dores e falta de ar, além do inchaço e sucessivas idas ao banheiro para fazer xixi. – quando terminou de explicar a loira havia mudado a expressão de emocionada para pânico.
-- Haidê, você ainda vai ficar comigo, não é? – a advogada sorriu e beijou a mão que segurava.
-- São desses hormônios a que me refiro. – a médica sorriu.
-- O desconforto e peso de uma gravidez gem*lar pode causar um parto pré-maturo. Claro, existem outros fatores que influenciam, por isso precisamos evitar certas atividades físicas, alimentação inadequada, estresse e outras coisas que vamos aos poucos adequando a sua vida. Quero que você leve a gestação o mais próximo possivel a 37 semanas.
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As duas saíram do consultório e Haidê resolveu levá-la para almoçar em um restaurante próximo ao shopping.
-- Podemos almoçar aqui e depois vamos ao shopping, o que acha?
-- Esse restaurante só tem saladas. – reclamou. – Lembra a última vez que estivemos aqui?
-- Meu anjo, eu lembro de tudo que faço com você. – sorriu e apertou a mão menor. – Podemos pedir uma salada com peixe, você adora e eu também. – Lívia revirou os olhos e aceitou.
-- Quero que coloque na cabeça e não esqueça: eu sou neta de italiano. Meu prato preferido é o de uma boa massa.
-- Seu prato preferido é aquele que esteja cheio. – brincou. O garçom chegou e Haidê fez os pedidos. – Anjo, poderíamos comprar dois pares de sapatos e entregar a Bá.
-- Vermelhos.
-- Por que vermelhos?
-- Bebês saem da maternidade com roupas vermelhas para evitarem mau-olhado. Bá é bem religiosa, mas tem essas crendices. – sorriu. – Ela vai fazer as roupinhas brancas do batizado. – Haidê viu a oportunidade de entrar em um assunto delicado.
-- Lívia... – a loira a olhou.
-- Quando me chama assim...
-- Sim, o assunto é um pouco delicado.
-- Está saindo com alguém, Haidê? – a morena viu os olhos verdes úmidos.
-- Que história é essa Lívia? – a olhou surpresa com a pergunta. - Eu não tenho tempo nem para mim. Sabe que quando não estou trabalhando, estamos juntas.
-- Você anda me escondendo algo, eu sinto isso. – Haidê apertou a mão da loira, não adiantava, teria que falar logo.
-- Lívia, não escondi nada. Só estou preocupada com você. – tentou abordar de forma mais leve, mas Lívia estava rápida.
-- Preocupada com que? – a olhava séria.
-- Jacques e aquela maluca estão soltos e ambos nos odeiam. Eu preciso me preocupar com a segurança de vocês. Sobre isso que reclama... Isso que saio pela manhã... Lívia, eu voltei a treinar... E teremos que reforçar a segurança. – cuspiu de uma vez e aguardou a explosão.
-- É isso? – perguntou com calma.
-- Não vai ficar brava?
-- Por que vai reforçar a segurança e voltou a treinar? – demonstrou dúvida.
-- Sim. – perguntou sem entendê-la.
-- Eu prefiro que faça essas lutas e tenha cinquenta homens no meu pé do que você ter outra pessoa. – Haidê meneou a cabeça e sorriu.
-- Pressinto que serão meses de altos e baixos.
-- Acha que estou errada? – não havia entendido o comentário.
-- De forma alguma. – beijou a mão menor. – Está certíssima!
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-- Querida...
-- Sim? – respondeu enquanto prestava atenção no trânsito.
-- Reavaliando melhor... – pensou e a olhou. – Durante o almoço, você queria me falar algo mais, não era? – Haidê viu uma entrada para um dos bolsões da praia e encostou o carro. Suspirou e a fitou. – Pela sua cara... Fala logo, Haidê.
-- Amor, a minha religião é um pouco, diferente da sua.
-- Ué, você não é protestante?
-- Eu sou filha da deusa Macha, todas as mulheres O´Brien são.
-- Nunca ouvi falar nessa deusa. – disse como se puxasse algo na memória.
-- Normal. – deu de ombros. – Não faz parte da sua cultura. Você é cristã.
-- Você não acredita em Deus? – questionou com os olhos abertos e surpresa.
-- Não é que não acredite. – a olhou e chamou para caminhar na praia. As duas saíram do carro e Haidê mostrou o mar. – E se eu perguntasse quem criou o mar?
-- Deus.
-- Para você foi Deus. Para mim foi a deusa, mas isso não importa, porque o que nos liga é o amor. A capacidade de amar e acreditar que um ser espiritual construiu o universo e nos fez sua imagem e semelhança é muito mais forte do que qualquer coisa. – ficaram de frente uma para outra. – O que vale ser católica, protestante, wicca, celta, do candomblé se você não respeita o seu próximo, não possui empatia, não é solidário ou não tem amor no coração? – a surfista pensou um pouco, olhou o mar e voltou a fitá-la.
-- Sim. Não importa se foi o Buda, Maomé ou Cristo, o importante é o que eles pregaram. Eles ensinaram o amor ao próximo e tudo isso que você falou.
-- Certo! – sorriu. – Cada região do mundo tem seus contos, seus folclores e mitologias. O nosso povo tinha sua própria religião, os celtas, mas não uma coisa só, unificada. Cada lugar cultivava suas tradições e a nossa era ligada a essa deusa. – a olhou. – Estou me fazendo entender?
-- Os celtas ocuparam maior parte da Europa, mas eles agiam de acordo com o país?
-- Não era bem isso, mas é por aí. – respondeu sorrindo. – Meus ancestrais possuíam a religião de acordo com sua cultura.
-- Haidê, dona Helena é mesmo uma feiticeira ou bruxa como Ulisses a chama? – a advogada deu uma gargalhada.
-- Não meu amor, vovó é uma espécie de sacerdotisa. Ela preserva nossas tradições e cultura. As mulheres da nossa família mantêm esse tipo de crença há anos. – sorriu. – Somos guiadas pela deusa Macha para vocês, mas a conhecemos como Mor-Riogain. – pronunciou em seu dialeto de origem.
-- Acho lindo quando fala irlandês.
-- Esse não é o irlandês, esse é nosso dialeto e poucas pessoas no mundo falam ou conhecem. A deusa Mor-Riogain... – não sabia como explicar. - Ela é uma deidade tipicamente celta, às vezes parece ser suave e generosa, e em outros momentos, ela se transforma em uma terrível guerreira.
-- Acho que já ouvi essa história, mas essa deusa é bem mais próxima de mim. – brincou e Haidê sorriu. – Por que está me contando tudo isso agora?
-- Porque nós nos casamos e, como esses bebês são meus filhos, possuem o sangue O´Brien, precisam receber o ritual.
-- E como é isso?
-- Vovó fará uma cerimônia oferecendo-os como filhos de Macha, seus herdeiros e se nascerem mulheres, terão que passar pela iniciação.
-- E se não fizermos? – a olhou séria.
-- Não tem como não fazermos.
-- Haidê, se eu não acreditar nisso, nessa crendice e não deixar que minhas filhas façam parte disso? – a morena a olhou séria. - Já aconteceu de alguém não acreditar?
-- Em milênios, o único caso que conheço foi da rainha Elatha.
-- Ela era uma rainha, aposto que nada aconteceu. – afirmou.
-- Lívia, nossos filhos poderão seguir sua religião, mas precisam passar pelo ritual e se forem mulheres...
-- O que aconteceu com a rainha? – a muito contragosto ela revelou.
-- Ela enlouqueceu após perder os filhos.
-- Realmente acredita nisso?
-- Eu sou uma guerreira, não sou? – Lívia não havia pensado por esse lado. – Vovó acerta suas previsões, não?
-- Dona Helena também é filha de Macha?
-- Todas as mulheres O`Brien. Vovó já viveu as próprias lutas, mas ela sempre foi mais sensitiva. – sentiu os olhos arderem ao lembrar da sua mãe. – Minha mãe era forte, uma verdadeira guerreira, a morte dela foi sem sentido.
-- E você não parou para pensar que a deusa a havia abandonado?
-- A deusa com toda certeza estava ao seu lado. – a olhou. – Eu fugi de quem sou, mas entendi que somos apegados demais a quem somos aqui e não em outro plano. Nossos guerreiros voltam com suas lutas para junto dos seus para servirem ao propósito de disseminar o amor e a paz. Nada disso, desses bens materiais nos servirão depois. – Lívia a ouvia sem acreditar. – Eu me afastei e talvez tenha passado por tudo isso para retornar as minhas origens. Antes de ser Haidê, eu sou uma O´Brien, filha de Mor-Riogain.
-- Amor, a cada dia descubro o quanto você pode se parecer a uma caixa cheia de surpresas. – Haidê sorriu. – Sério, não tem outra comparação.
-- Vovó fará a cerimônia na décima segunda semana de gestação.
-- Eu posso pensar? – Haidê suspirou e negou com a cabeça.
-- Eles serão iniciados. – a fitou nos olhos. – Conversarei com vovó.
-- Haidê, isso não pode ser decidido assim, são meus filhos também.
-- Por mim, isso encerra aqui. – olhou para o mar. – Na décima segunda semana. – saiu e deixou a loira sozinha.
As duas retornaram para casa e cada uma se enfiou em seu mundo. Haidê ficou no escritório lendo alguns processos, depois trocou de roupa e foi correr na praia, acompanhada de Radar. Lívia permaneceu na área da piscina, lendo algo e pensando na vida. Bá havia saído para visitar sua irmã, quando voltou a loira lhe contou sobre a consulta.
-- Deus é Pai! Quanta felicidade essas crianças irão trazer para essa casa. – Lívia apenas sorriu com os planos da velha senhora. Ainda tentava assimilar essa questão religiosa. Não entendia bem o que significava ser filha da tal deusa, ela nem lembrava o nome, só não queria as filhas envolvidas em encrencas, ainda mais com o talento natural que as mães possuíam. – O que foi? Parece que não está aqui.
-- Amanhã iremos para fazenda de Melissa Cristina e Isadora... – respondeu no mesmo tom. – Terei que arrumar nossas bagagens.
-- Pensei que só iriam sexta. – ela meneou a cabeça.
-- Terá uma festa na sexta, Haidê quer chegar tranquila e sem trânsito.
-- Só irão vocês?
-- Acho que Mariana e Ulisses irão na sexta, Yan vai com eles e volta conosco. Por quê? Você quer ir?
-- Só queria saber se aquela velha que se acha bruxa vai.
-- E se ela for uma bruxa?
-- Ela é uma caduca, isso sim. Velha esclerosada. – saiu falando alguns impropérios contra dona Helena. Não demorou e Haidê apareceu suada da sua corrida diária.
-- Oi... – a chamou quando ela passou acompanhada do cachorro.
-- Oi. – parou para observa-la.
-- Vamos ficar assim?
-- Assim como?
-- Brigadas?
-- Não havia percebido que brigamos. – deu de ombros e saiu.
-- Haidê... – a morena olhou para trás. – O melhor de ficar em um clima ruim é o sex* para reconciliação. – levantou-se, segurou o rosto da advogada, a beijou e depois a olhou nos olhos. – Acho que preciso lhe ajudar no banho... – torceu o nariz. – Você está fedida. – brincou e Haidê sorriu, puxando-a para outro beijo.
-- Eu preparo o banho.
-- Vai ver como tenho razão.
-- Imagino suas razões.
-- Não seja irônica Haidê, isso não combina com você. – subiram juntas, de mãos dadas.
Fim do capítulo
Boa noite garotas!
Ainda bem que Haidê é trabalhada na calma, toda certinha e ama a loirinha, não sei se qualquer casal resistiria a esses altos e baixos causados pelos hormônios.
Vamos lá que essa gravidez vai ser fogo! Foi preciso falar um pouco da cultura de Haidê, já que sua avó é toda mística, na verdade, isso era para ter sido falado antes, e percebi só depois o fio solto.
E aí, estão gostando? Estou encaixando a escrita nos espaços de tempo que me resta, porque está bem complicadooo!
Beijos e bom final de semana a todas.
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Baiana
Em: 06/03/2021
Interessante esse lado místico da Haidê, realmente,a nomenclatura é o que menos importa,mas sim os ensinamentos que pregam.
Dois bebês? Realmente,se a morena não fosse toda trabalhada na calma,ela surtaria em dois tempos com esses altos e baixos dos hormônios.
Resposta do autor:
Concordo com você em número, gênero e grau. O importante é fé, amor, respeito ao próximo e ser uma pessoa do bem. Beijos
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Anny Grazielly
Em: 06/03/2021
Adorei saber um pouco mais da religião celta... eu gosto muito... Adoro as musicas de Enya... aiaiaiai gente, essa lourinhaaaaaaa vai tirar o juizo de todos nós... kkkkkkk
Resposta do autor:
Oi Anny, o que sei é muito pouco, quase ínfimo. Beijos e bom domingo!
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