O encontro por MarianaK
Capitulo 8
Marcela
Quando cheguei em casa naquela dia, mal tive tempo de deixar minhas coisas em casa e já tive que sair, mostrei para a Taís algumas coisas da casa e deixei minha irmã sozinha, precisava resolver urgente o problema que Mateus me informou.
Passei o restante do dia todo no escritório, e quando resolvi tudo já era noite.
- De volta a rotina. - falei sozinha enquanto desligava meu computador e pegava o celular na mesa.
Fui direto pra casa e encontrei minha irmã jogada no sofá da sala de tv assistindo um filme.
- Má, eu pedi comida, deixei na cozinha pra você. - falou sem tirar os olhos da tela.
Eu só resmunguei um aham e subi para o meu quarto, meus pés estavam doloridos daquela sapato, e meu corpo precisava da minha cama.
Foi só o tempo de tomar um banho e apaguei.
No outro dia, acordei com o sol entrando pela janela. Nada parecia com o dia anterior, e pela quantidade de mensagem que já tinha no meu celular, o dia prometia.
- Precisamos urgentemente de um estagiário Mateus! O trabalho está ficando pesado só pra gente depois que a ficamos sozinhos. - falei me jogando na cadeira.
- E olha que eu nem deveria estar aqui todos os dias né Marcela, nosso combinado era parcerias em alguns projetos.
- Eu sei cara, mas ainda bem que segurou as pontas pra mim. Acho que deveria ficar por aqui mesmo. Com a vinda dos árabes, vou precisar mil vezes mais de você.
- Podemos acertar isso, naquela que um bom salário não me segure aqui. - Rimos.
Conversei com ele por mais alguns minutos, e depois de acertarmos sua vinda definitiva para a construtora, resolvemos que precisávamos de mais duas pessoas. Uma secretária, e um estagiário.
- Não sei como trabalhou todo esse tempo sem secretária aqui. - Ele perguntou se levantando para sair.
- Eu sou organizada, você sabe. E também, eu foquei no contrato com o grupo Faheem, e o Sergio dava conta dos outros projetos que estavam em andamento.
- É, mas agora não vai ter jeito. Daqui pra frente, essa construtora não será reconhecida apenas pelas casas que você construiu, mas pelos maiores arranha-céus deste país!
- Que assim seja meu amigo, que assim seja. - Respondi para o Mateus já com o pensamento longe.
Resolvi contratar primeiro a secretaria e depois o estagiário, assim ela me ajudaria a separar os melhores currículos e me pouparia tempo.
Fiz algumas entrevistas, mas já tinha gostado logo de cara da segunda candidata. Então liguei pra ela e acertamos o seu retorno no escritório para os trâmites legais da contratação.
- Bom Carla, o salário inicial é aquele que te passei durante a entrevista, você terá os benefícios que estão descritos no contrato, em relação a horário, sou bem flexível. Tem dias que nem aqui você não precisa aparecer, desde que fique com o telefone e atenda todas as ligações.
- Eu agradeço muito a oportunidade dona Marcela, a senhora pode contar comigo para o horário que precisar e eu estarei disponível. - Ela respondeu com entusiasmo.
- Desde que tire esse dona e esse senhora, vamos nos dar muito bem. - Sorri esticando a mão.
- Pode deixar. - Riu. - Quando começo??
- Era isso que gostaria de ver com você, preciso contratar mais uma pessoa com certa urgência e vou precisar da sua ajuda, mas como amanhã já é sexta feira, que tal na segunda??
Terminamos de acertar os últimos detalhes e na segunda ela já começaria. Carla era uma moça bem simpática e com bastante entusiasmo para o trabalho. Durante nossa entrevista, ela me falou que precisava do trabalho para pagar o curso de administração que tinha começado e ajudar os pais em casa, a mais nova de 3 filhos, Carla tinha 22 anos, não mais alta do que eu, com olhos bem expressivos e cabelos escuros.
- A cara da juventude de hoje. - ri sozinha.
Agora era partir para o estagiário. Cheguei a cogitar a possibilidade de oferecer uma oportunidade para a Liz, já que ela estudava arquitetura. Mas lembrei das duas vezes em que ela me ignorou e achei melhor deixar esse assunto onde ele deveria, na pasta dos problemas resolvidos.
- Depois a menina vai achar que eu to usando o trabalho para me aproximar dela. - Pensei alto.
- Pelo visto, falar sozinha virou mania né. - Taís falou enquanto entrava na minha sala.
- O que você ta fazendo aqui menina? Não falou nada. - perguntei estranhando a presença dela lá.
- Precisava sair um pouco de casa né Marcela, tem 3 dias que estou em São Paulo e só fui na esquina e voltei. - Reclamou
- Eu sei, prometi que iríamos sair, mas tô atolada em trabalho. - Respondi apontando os papéis na minha mesa.
- Mas amanhã é sexta Má, vamos em algum lugar. Por faavoorr! - ela fez cara de dengo.
- Tudo bem, amanhã eu prometo que termino aqui antes e aí nós vamos em algum lugar.
- Agora sim eu to gostando. - Ela foi até minha cadeira e me girou
- Para com isso Tais, agora eu tenho que terminar aqui. - Fingi irritação.
- Tá bom maninha. - falou erguendo os braços em rendição. - Vou dar uma volta no shopping.
Apenas balancei a cabeça em sentido negativo e ela saiu pela porta. Tais era realmente uma figura. E agora, eu precisava resolver todos aqueles documentos, ela não me deixaria escapar de sair. Isso eu tinha certeza.
LIZ
Depois de ter dormido na minha casa pela primeira vez, meus pais e a Fernanda se tornaram super amigos, minha mãe quando não conseguia falar comigo, ligava para ela. Até combinar de almoçar os três em casa, sem mim eles já estavam…
A sexta feira chegou, e junto com ela, a minha merecida folga das aulas. A semana tinha sido bem mais puxada do que as outras, semana de prova e várias entregas, ficava difícil conseguir estudar a matéria toda, mas ainda bem que eu gosto muito dessa área e sempre me dei bem com as notas.
- Você é a mais inteligente e a mais linda da turma meu amor. - Fernanda falou me abraçando.
- Eu aprendo fácil Fer, é diferente. - Respondi. - Agora preciso ir trabalhar, tá na hora.
- Por que você não procura um estágio em linda? Seria tão mais tranquilo para você.
- Agora eu não posso Fer, já te expliquei a situação do meu pai. - falei colocando o tênis.
- Tá, eu entendo. Mas ele não deveria tá recebendo uma indenização, ou alguma coisa assim?? - ela perguntou sentando na cama.
- Ele recebe do governo, mas não é suficiente. O cara que tava dirigindo o outro carro morreu. A família até ajudou meu pai, pagou médico, remédio, hospital.
- Já entendi meu amor. - Ela caminhou na minha direção, não me deixando vestir a camiseta.
- Pois então, estágio não paga bem. - falei olhando nos seus olhos. - O que você quer em??
- Você minha linda. - ela respondeu com os olhos pura luxúria.
- Não faz assim Fer, eu preciso ir… - falei já sem força para sair dali.
- Só mais uns minutos, prometo que deixo você ir depois. - Fernanda falou me puxando de volta para a cama.
Eu aproveitei que ela ainda estava nua, e enquanto beijava seu pescoço, apertei com vontade um de seus seios e ouvi seu gemido de prazer. Ela era insaciável.
Depois que a deitei na cama, continuei beijando pescoço enquanto ela dizia palavras desconexas. Desci minha boca pelo seu corpo que queimava feito brasa, parando em um dos seios, suguei como se as nossas vidas dependessem daquele ato, e Fernanda já estava próxima a um orgasmo apenas com aquele toque.
Antes de continuar minha viagem por seu corpo, ela me puxou para um beijo e retirou o restante das minhas roupas.
- Eu quero você em mim Liz, por favor. - Ela disse com a voz rouca
- Então me pede o que você quer Fernanda. - Sussurrei em seu ouvido.
- Eu quero que você em mim, dentro de mim. - Ela respondeu direcionando minha mão para sua intimidade.
Quando toquei em seu sex*, percebi como ela estava úmida e ansiava pelo toque. Passei lentamente os dedos na sua entrada, e sem aviso a penetrei com dois dedos. Fernanda gem*u alto e gravou as unhas nas minhas costas. Esperei uns segundo pra ela se acostumar com a sensação e depois comecei um movimento lento de vai e vem, que ela intensificou rebol*ndo na minha mão. Não demorou para seu corpo dar sinais de que goz*ria, então eu tirei os dedos de uma vez e ouvi sua reclamação
Mas não dei muito tempo e desci rapidamente, me encaixando entre suas pernas e passando minha língua por toda a extensão do seu sex*, e voltei a penetrá-la com os dedos, e ela explodiu num gozo delicioso.
- Desse jeito eu não vou deixar você sair daqui nunca. - ela disse me puxando para cima.
- Você prometeu que deixaria. - disse beijando seus lábios.
- Tudo bem, mas ainda não terminamos aqui… - ela sorriu com malícia.
Fernanda virou, trocando as nossas posições, ficando por cima de mim.
- O que você vai fazer agora em? - perguntei levando uma das mãos em seu quadril.
- Quero goz*r com você. - Ela se abaixou e me beijou apaixonadamente.
Ela começou a rebol*r fazendo nossos sex*s se roçarem numa dança gostosa. Não demorou muito, e nos entregamos a um orgasmo maravilhoso.
- Eu te amo Liz. - Ela disse olhando no fundo dos meus olhos.
Eu a beijei em resposta, pois fiquei sem reação com aquelas palavras, queria dizer que também a amava, mas não poderia mentir assim, não seria justo com ela, nem comigo.
Marcela
Enfim chegou a sexta feira. O dia amanheceu ensolarado, céu lindo. Não tinha como estar mais perfeito para aquela manhã.
Me levantei, fiz um café bem reforçado para mim e Tais, comi e logo sai, deixando minha irmã com sua pesquisa sobre os lugares que poderíamos ir mais tarde.
- Sabe que não gosto dessas baladas com luzes piscando né? - falei pegando minha bolsa.
- Ahhh Marcela, mas é justamente aonde eu quero ir!! - fez cara de criança pidona
- Então por favor Tais, vê se consegue um camarote, pelo menos eu não preciso ficar apertada no meio de uma multidão. - Revirei os olhos
- Você é a melhor do mundo! - correu e meu beijo o rosto.
- Tá, tá, só por isso né. - Fingi mágoa.
E caímos na risada. Ia fazer um sacrifício pela minha irmãzinha, estava torcendo para ela fazer uma amizade logo no começo da noite e nem perceber minha presença, ou melhor, a falta dela.
Realmente essa vida noturna não era para mim…
Mais uma vez, o relógio parecia que estava com pressa, mal começou o dia e já era hora do almoço.
- Carla, pede alguma coisa pra mim, por favor. Não vou conseguir sair daqui agora. - falei colocando os óculos na mesa. - E os currículos, conseguiu separar algum bom?
- Pode deixar, que já ligo pedindo seu almoço. O que quer pra hoje? - perguntou de volta
- Ahh, pede o de sempre mesmo, mas fala pra não colocar muita pimenta, da última vez quase morri.
- Tá certo então Marcela. Já estou levando os currículos aí.
Não demorou 15 minutos, Carla bateu na porta e eu deu autorização para ela entrar. A menina era boa mesmo, já estava com meu almoço nas mãos e trazia junto os benditos dos currículos.
- Ótimo, estou morta de fome, e você já comeu? - perguntei pegando as sacolas da sua mão.
- Ainda não, mas não vou com… - não a deixei terminar.
- Então senta e almoça comigo, aproveita e já me explica por que só tem esse 3 currículos. - falei indo em direção ao sofá no canto da minha sala.
Ela se sentou junto comigo, e nós servimos. Fiquei surpresa com a explicação que ela me deu, não esperava que fosse tomar tal atitude.
- Então quer dizer que você fez uma pré seleção dos currículos, é isso? - perguntei surpresa.
Ela me olhou por alguns segundos antes de responder.
- Me desculpa por isso, não sabia que gostaria de ver todos, achei que seria mais fácil se separasse os melhores. - falou de uma vez
- Não precisa se desculpar, pelo contrário. Estou surpresa pela sua atitude, está me poupando bastante tempo. - Sorri.
Ela relaxou novamente e sorriu de volta.
Terminamos de comer, e Carla logo se apressou em retirar as embalagens com o nosso almoço, essa menina iria longe, e se continuasse assim, logo eu teria que dar um aumento, estava superando todas as minhas expectativas.
Trabalhei por volta de mais uma hora, quando o relógio marcou 17hs em ponto, meu telefone começou a tocar incansavelmente.
E adivinha? TAIS !!!
- E aí Má, já está saindo do escritório, ou preciso te buscar? - falou logo de cara
- Ei, boa tarde para a senhorita também Tais. - Respondi - Já estou saindo, em 30 minutos chego em casa.
Desliguei o telefone ainda a ouvindo desacreditando que eu já estava indo embora. Até eu mesma desacreditei.
- Carla, eu estou indo e não volto mais hoje. Caso precise pode me ligar, mas se tiver tudo tranquilo, pode ir embora também. - falei enquanto desligava meu computador e organizava minha mesa.
Sai do escritório e como havia dito, 30 minutos depois estava entrando em casa. Minha irmã estava com o som alto, enquanto dançava bebendo alguma coisa no meio da sala.
Revirei os olhos com o barulho, nem tinha saído de casa e já queria voltar.
- Será que pode esperar até a noite pra isso? - perguntei abaixando o volume
- Para de ser chata vai, vamos fazer um esquenta. - Ela riu
- Esquenta nada Tais, daqui a pouco os vizinhos vão chamar a polícia. - Me joguei no sofá. - E eu preciso descansar um pouco antes.
No meu prédio eram dois apartamentos por andar apenas, mas ainda assim, música alta em prédio é difícil de aguentar né?
Subi para o meu quarto, tomei um banho e pensei em dormir um pouco, mas preferi dar uma olhada no guarda-roupas e escolher uma roupa, assim ganharia tempo depois, em cima da hora sempre rola uma indecisão, mulheres não é...
Resolvi que iria usar um conjunto de saia e blusa, ambos pretos, a saia ia um pouco abaixo dos joelhos e tinha uma fenda na lateral, que exibia parte da coxa e a blusa era mais curtinha, deixando a mostra uma faixa da barriga. Nos pés resolvi que colocaria uma sandália alta, na mesma cor. Separei uma bolsa pequena, apenas para o celular, os documentos e a chave do carro, e algumas joias., nada muito gritante.
Deixei tudo separado e deitei na cama, apenas para descansar o corpo mesmo, fiquei por alguns minutos mexendo no celular, quando a Tais bateu na porta anunciando sua entrada.
- Pensei que estaria dormindo. - falou sentando na cama
- Não dormi não, separei minha roupa e deitei um pouquinho. - respondi sentando. - Você já sabe o que vai usar??
- Com toda certeza. - riu. - Comprei um vestido lindo, vem ver.
Taís estava empolgada demais com aquela noite, já estava começando a desconfiar que tinha alguma coisa por trás disso.
O vestido que ela comprou era realmente muito lindo, não chegava nem ao joelhos, deixava as costas desnuda, ela queria mesmo chamar atenção.
Nos trocamos e saímos em direção a tal balada que ela escolheu, resolvi ir de carro mesmo, não estava com a mínima intenção de beber demais.
Quando chegamos na entrada no lugar, era uma típica balada, mas me surpreendi quando percebi que a maioria do público era LGBT+.
- Tá vendo como eu penso em você irmãzinha. Não ia escolher um lugar cheio de héteros e te deixar desconfortável. - Taís falou no meu ouvido
Entramos e logo já quis ir embora, de verdade, lugares assim não eram minha praia.
O lugar está lotado, e as pessoas se debatendo na pista por um espaço, muita gente no mesmo lugar, se encostando a todo momento me deixava em pânico.
Um rapaz nos levou até o andar de cima, onde ficavam os camarotes, estranhei quando chegamos e já tinha duas pessoas lá.
- Marcela, esse é o Thales, e essa é a irmã dele, a Juliana. - Tais nos apresentou.
Já tinha entendido o que ela queria, e a puxei de lado.
- Tais, não me diga que é o que eu estou pensando. - falei lhe encarando
- Depende no que está pensando né Má. - Foi cínica.
- Eu não saí de casa pra você tentar me arrumar mulher Taís, sabe que não gosto disso… - respondi com irritação.
- Ei, calma, não é assim também. Ela só veio por causa do irmão. - se defendeu.
- Tá bom, como se eu não te conhecesse né. - falei revirando os olhos. - E pode esquecer, não vou ficar com ninguém aqui.
- Precipitada como sempre né Marcela. - ela riu e voltou para junto deles.
Fiquei surpresa, mas depois agradeci por dentro pelos dois estarem lá, ia sair e ninguém nem ia dar minha falta.
Depois entendi as intenções da minha irmã com aquele rapaz quando os dois foram para a pista de dança e começaram a se beijar.
- Você também não sabia? - a Juliana perguntou chamando minha atenção.
- Não sabia do que? Desculpa…
- Que teria companhia de mais gente. - riu. Ele me disse que era só nós dois.
- Parece que estavam tentando juntar a gente. - respondi. - Alias, desculpa minha falta de educação.
- Tudo bem, eu também fiquei surpresa, relaxa. - sorriu pra mim.
Juliana não era de se jogar fora, pelo contrário, era muito bonita. Um pouco mais alta do que eu, tinha os cabelos loiros e estavam presos, os olhos num tom que não consegui definir pelo jogo de luzes do lugar, mas eram tão expressivos, que poderia passar dias olhando deles. Parecia que tinha saído de casa para matar alguém, usava um vestido com uma decote na frente, que ia até próximo ao umbigo, com as costas de fora.
Me perdi no meio da conversa a observando, e ela sorriu quando percebeu.
- Tá tudo bem? Parece distraída. - falou tocando meu braço.
- Desculpa mais uma vez. - sorri sem graça.
Ela ia falar alguma coisa, mas fomos interrompidas por uma mulher que a convidou para dançar. Juliana me olhou como que pedindo autorização por conta de me deixar ali sozinha.
- Pode ir, não tem problema ficar aqui. Logo pretendo sair sem que eles percebam. - sorri e ela foi.
Fiquei ali sentada analisando mais o lugar, as pessoas lá embaixo pareciam em transe. Era surreal ver como dançavam e se esfregavam um nos outros.
Meus olhos pararam na entrada da boate quando eu vi quem entrada acompanhada de mais três pessoas. Era a Liz, estava com dois rapazes e uma moça, vi que logo elas deram as mãos e caminharam por entre as pessoas, até chegar no bar.
Continue olhando enquanto elas conversavam animadamente e bem próximas. Não consegui desviar o olhar quando ela olhou na minha direção e nossos olhos se encontraram.
Ela sorriu e eu desviei o olhar. Precisava ir embora dali. Já estava no meu limite e encontrar com a Liz não foi como eu esperei que fosse. Era por isso que ela rejeitou as duas vezes em que propôs sair, já tinha alguém.
Dei mais uma olhada onde a Taís estava com o rapaz, peguei minha bolsa e desci as escadas. Senti que alguém me segurou pelo braço e olhei para trás.
- Pode me soltar, por favor. - pedi com gentileza.
- Se me der um beijo, eu deixo você ir. - falou uma moça nitidamente bêbada
- Só se eu tiver muito louca. - puxei meu braço com violência. - Sai de perto de mim.
No momento em que me virei de volta, esbarrei em um rapaz e vi seu copo inteiro virar na minha roupa. Sai em direção ao banheiro esbravejando e xingando até a última geração da família dele.
- Era só isso que me faltava mesmo. - falei olhando a situação da roupa. - Ainda bem que é preto.
- Precisa de alguma ajuda?
Me assustei quando levantei a cabeça e vi pelo espelho a menina parada atrás de mim.
- Acho que não tem muito o que ajudar agora. - tentei sorrir
- Eu vi o que aconteceu, ia tentar te ajudar, mas você correu pra cá. - ela se aproximou
- Tá vendo, eu tenho prática em atropelar as pessoas. - encarei pelo espelho
- Eu que diga né. - rimos
Ficamos em silêncio por uns segundos, mas pareceu que era uma eternidade. Eu não consegui entender o que estava me prendendo tanto no olhar daquela menina.
Eu pensei em encontrar com ela, tentei chamar, e agora que ela estava ali. Fiquei sem reação nenhuma.
- Tá tudo bem Marcela? Você parece distante. - ela tocou meu braço.
- Só preciso ir embora daqui. - respondi sentindo um arrepio no corpo.
- Eu estou com uns amigos no bar, mas posso te acompanhar até lá fora. - Liz ofereceu.
- Não precisa, eu consigo sair sozinha. - caminhei até a porta, mas ele me segurou.
- Tem certeza, eu posso ir com você.
Perdi o pouco que ainda tinha de força quando senti ela se aproximar de mim.
Será que ta acontecendo isso mesmo, pensei.
Fiquei encarando sua mão no meu braço, quando ela tocou no meu rosto me fazendo olhar para ela.
- Desculpa por não ter respondi você antes, fiquei sem saber o que falar. - ela cortou o silêncio.
- Tudo bem. - disse apenas. - Você deveria voltar, sua namorada teve está procurando por você.
- Provavelmente ela esteja mesmo. - sorriu de lado. - Mas eu preciso tirar uma dúvida antes de sair.
Liz continuou se aproximando de mim, alternando os olhos dos meus e da minha boca. Percebi qual era sua intenção, e involuntariamente fechei os olhos, esperando pelo contato que naquela altura, era tudo o que eu queria.
Mas nos separamos bruscamente quando a porta se abriu e um grupo de meninas entrou fazendo uma bagunça gigantesca.
- Acho que você precisa voltar. - falei me afastando e saindo do banheiro.
Fim do capítulo
Um cap um pouquinho mais longo pra compensar ta ♥
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