O encontro por MarianaK
Capitulo 7
Marcela
Aquela noite com a Jamile foi realmente surpreendente. Não imaginava que por baixo daquela roupa toda habitava um mulher com tanto fogo. Mas pensa numa surpresa boa…
Meus dias daquela viagem estavam chegando ao fim, e por mais que esses 10 dias tenham sido muito produtivos, estava com saudade de casa.
Não tem nada melhor do que nosso cantinho.
- Espero que não demore a voltar, ou quem sabe eu não vá visitar alguém no Brasil. - Jamile falou enquanto eu tirava minhas malas do carro.
- Pode apostar que na primeira oportunidade, eu volto. Tenho bons motivos. - Sorri
Nos despedimos ainda na entrada do aeroporto, mas sem muita intimidade. Por mais que tenha aproveitado o restante dos dias com ela, um relacionamento agora era tudo que eu não queria e não teria, ainda mais com a mulher que era secretária do meu novo sócio.
Confusão agora não era meu alvo, e meus últimos relacionamentos, foram basicamente isso, CONFUSÃO.
Passei toda a viagem de volta dormindo, simplesmente apaguei dentro do avião e só acordei quando ele pousou no Rio de Janeiro, ia aproveitar e passar na casa dos meus pais e faz uma surpresa.
- Deveria ter avisado filha, eu te pegaria no aeroporto. - Meu pai falou pegando uma das malas.
- Até parece né papai, eu sei chegar aqui sozinha. - Respondi entrando com a outra mala na mão. - Cadê a mamãe?
- Saiu pra fazer não sei o que, com também não sei quem. - Deu de ombros. - Não sabíamos que você viria.
- O nome disso é surpresa né. - falei colocando a mala ao lado do sofá me jogando nele.
- Vou ligar pra ela e aviso que chegou filha, por que não toma um banho e descansa no seu quarto? Logo ela tá aqui e você conta pra gente como foi.
Fiz justamente o que ele me sugeriu, tomei um belo banho quente, bem demorado e depois apaguei na cama, só acordei com o toque do meu celular.
- Mas não é possível, nem dormi eu posso mais. - Reclamei sozinha.
A minha irritação só aumentou quando vi o que era.
Mateus havia me enviado uma mensagem, relatando sobre um problema em um dos nossos projetos.
Depois que o outro engenheiro saiu da empresa e eu acabei focando mais na junção da empresa, o trabalho acabou ficando pesado demais pra ele, isso eu teria que concordar, e infelizmente adiantar minha volta pra São Paulo.
- Precisamos arrumar um estagiário, isso sim. - falei levantando da cama.
- Pode me contratar, eu aceito esse trabalho fácil.
Me assustei quando ouvi a voz, mas logo abri um sorriso quando virei e vi quem era
- Ahh, não acredito! O que você ta fazendo aqui Tais ?? - abracei minha irmã postiça
Tais na verdade, era filha do meu tio, irmão do meu pai. Seus pais acabaram falecendo em um acidente de carro junto com meus pais, foi um choque para toda a família, meu pai se sentindo muito culpado por tudo, acabou criando a Tais que na época não tinha nem 10 anos, e agora depois de 10 anos era uma jovem mulher.
Ela tinha resolvido cursar medicina e seguir os passos da mãe, estava estudando fora, e com toda certeza, seria uma médica excelente.
- Estou de férias, cheguei ontem no Brasil e estava com a vovó, mas quando o tio me ligou eu vim correndo. - respondeu me apertando mais o abraço.
- Que surpresa maravilhosa, e olha só você! Como cresceu.
- Pois é, a última vez que te vi eu tinha o que, 12 anos? - riu
- Acho que é isso mesmo, meu Deus! To ficando velha. - Rimos as duas.
Realmente, como o tempo estava passando rápido, já tinha 8 anos que não ia ao Rio, depois que me mudei para São Paulo com 19 anos, quase não voltei mais. Depois do acidente, fui mais três ou quatro vezes e só agora. Ainda bem que meus pais iam com frequência a São Paulo.
Continuamos numa conversa animada, Tais me contou sobre o curso, a vida fora do país, como, sobre relacionamentos, a vida no geral. Só paramos a conversa quando minha mãe entrou no quarto.
- Olha que coisa mais linda, minhas duas meninas juntas nessa casa! - falou quase chorando.
- Segura essa emoção mamãe. - falei levantando e indo em sua direção.
- É tia, não vai chorar agora né. - Tais me acompanhou
Ficamos as três abraçadas por alguns minutos, quando meu pai apareceu e se juntou ao abraço. Como eu disse antes, nada melhor do que estar em casa, com as pessoas que a gente ama e tem certeza de que nos amam de volta.
E naquele clima de família reunida, contei a eles sobre minha viagem durante o jantar, e a noite correu do modo mais agradável possível.
Mas eu teria que voltar a São Paulo no dia seguinte, não teria como deixar o Mateus por mais tempo sozinho.
- Acho que vou com você pra São Paula Ma, tem problema? - Taís perguntou depois que sentamos na varanda de casa.
- Eu adoraria você comigo lá irmãzinha. - ri. - Mas acho que a mamãe vai surtar com a gente indo embora junto.
- É verdade, a tia vai ficar louca mesmo. - Rimos. - Mas o tio acalma ela depois.
Continuamos conversando amenidades durante um bom tempo, até que o sono me venceu e eu tive que ir pro quarto.
Peguei meu celular antes de dormir e repassei todas as mensagens pra não correr o risco de ter perdido alguma coisa por distração. E no impulso, acabei parando na minha conversa com a Liz.
- Bem que ela poderia ter respondido né, adoraria encontrá-la de novo… - falei enquanto desligava o celular e o deixava na mesinha de cabeceira.
O dia amanheceu chuvoso e frio, nem parecia que era primavera e ainda mais no Rio.
Se lá estava assim, imagina São Paulo…
Terminei de arrumar minhas coisas, tomei um banho bem quentinho e desci para o café. Meu pai ainda não estava na mesa, e minha mãe dava vários conselhos para Taís sobre a capital paulista, cheguei até a achar graça da preocupação dela.
- Calma tia, eu já entendi. E eu não to sozinha, tem a Marcela lá, vou ficar com ela. - Tais tentava a todo custo tranquilizar minha mãe.
- Bom dia meus amores. - falei entrando na cozinha, chamando a atenção das duas.
- Bom dia minha filha. - Minha mãe sorriu.
- Não precisa se preocupar não mamãe, eu tomo conta dela, pode deixar. - falei piscando olho para Tais.
- Eu sei como você toma né Marcela. - Rimos as três.
- Posso saber do que minhas mulheres estão rindo? Só não diga que é de mim. - Meu pai apareceu na cozinha fazendo a gente rir mais.
E diferente do tempo lá fora, o clima entre nós quatro era de pura felicidade. Fiquei observando meus pais, e a maneira como eles tratavam a Tais, da mesma forma como me tratavam, e por um momento eu pensei que talvez um dia eu gostaria de ter aquilo pra mim também. Estar com alguém que ame mais do que a mim mesma, com filhos talvez, dividindo a vida ao lado dela. Sorri com meu pensamento.
Liz
Os dias correram como todos os outros, mas com a diferença de que agora tinha a Fernanda neles.
Nós nos encontrávamos sempre um pouco antes das aulas, eu fazia a última entrega e encontrava com ela ou no centro da cidade, ou no sua casa mesmo, e íamos de moto para a faculdade.
Era quase um namoro, mas não era oficial, ainda não.
- Mona, eu vou embora de volta pro Rio hoje, mas você tem que me prometer que vai pedir ela em namoro. - Pedro me aconselhava enquanto caminhava meu saguão do aeroporto.
- Não prometo nada Pedro, mas vou pensar se isso é o certo mesmo. Tem pouco tempo também - falei tentando encerrar o assunto.
- Pensar nada Liz, pelo amor da nossa senhora do glitter, não vai perder essa menina!!
- Tá legal, eu vou falar com ela sobre, mas acho melhor você correr, já chamaram seu voo.
Iria sentir falta dele comigo, depois de quase 1 mês com ele aqui, acabei me acostumando em chegar em casa e vê-lo conversando com meus pais, como se fosse seus pais também.
- Me avisa assim que chegar, tá bom? Não esquece. - gritei pra ele que já estava distante.
Quando estava saindo do aeroporto, meus pés pareceram que colaram no chão e não queriam sair. Vi Marcela passando com uma moça pelo saguão, indo em direção a saída. Só consegui me mexer quando a perdi de vista e andei apressada para a saída com a intenção de vê-la mais um pouco.
Notei a intimidade entre elas, e observei de longe as malas serem colocadas dentro do taxi pra logo em seguida ele sair.
Ainda fiquei parada olhando a rua, quando me assustei com a chegada da Fernanda.
- Tá tudo bem linda? Tá longe. - perguntou me chamando atenção
- Oi Fer. - falei disfarçando. - Ta sim, só me distraí vendo um coisa, bobagem minha.
- Tá legal, e o Pedro? Vim correndo para dar um abraço nele. - falou me abraçando
- Ele acabou de embarcar, por uns minutos não pegou ele aqui. - falei olhando nos seus olhos. - Você acha que a gente deveria namorar? - perguntei de repente.
Fernanda pareceu não acreditar ou não ouviu direito, ficou muda me olhando por alguns segundos o que me fez retrair um pouco.
- Ou talvez não, sei lá. Só pensei que talvez… - não consegui terminar.
Ela me beijou de uma maneira doce e tranquila, cheia de carinho e no final respondeu:
- Você é tudo o que eu quero Liz. Namorar contigo é só o começo. - Sorriu
- Então agora é isso. - Sorri de volta.
Como ainda tinha que trabalhar, deixei Fernanda em casa e segui para pegar as entregas.
O dia seria corrido, o tempo não estava muito bom, e quando é assim, ninguém quer sair de casa nem do trabalho pra nada, aí as chamadas aumentam. Pra mim era ótimo, quando mais entregas, maior o pagamento no final. Só que andar de moto em São Paulo já era perigoso, imagina com chuva?
Passei aquela tarde inteira pensando na Marcela, e em como ela é linda. Diferente de quando nos encontramos, ela não usava roupa social, estava com uma calça jeans e um moletom. E aquela moça junto dela, deveria ter a minha idade mais ou menos, e tão bonita quando ela.
- Certeza que não está trabalhando e pela intimidade, deve ser namorada. - Pensei sozinha.
Não me lembrava dela ter comentado sobre irmãos, pelo contrário, tinha dito que os pais só a tiveram e depois não quiseram mais filhos.
Então só restava isso, era a namorada.
- Mas isso não me importa também. - Balancei a cabeça para distanciar aquele pensamento.
Terminei minha última corrida e só queria tirar aquela capa de chuva, tomar um banho quente e descansar, não iria na aula com aquela chuva, então combinei com a Fernanda de vermos um filme e fazer alguma coisa de comer.
- Linda, vêm pra cá então, tem roupa sua aqui. - ela falou com a voz manhosa.
- Eu preciso ir em casa Fer, não vi meu pai o dia todo hoje.
- Tudo bem então, eu te espero.
Pensei em chamar ela pra ir pra casa comigo, assim já conhecia meus pais e menos um assunto pendente.
- Por que não vamos pra minha casa hoje? Tenho certeza de que minha mãe vai te amar. - perguntei
- Adoraria conhecer minha sogra. - Percebia sua animação na voz.
Então seria assim, iria pegar ela em casa e o restante do dia seria com meus pais.
Aquele dia estava sendo um dia de decisões. Nunca levei nenhuma namorada em casa, e agora iria levar a Fernanda lá. Só tava torcendo para meus pais gostarem dela.
Fim do capítulo
Desculpa a demora gente! Tive uns probleminhas, mas tudo resolvido!!!
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