Coincidências por Rafa e
Capitulo 37
Haidê se preparou para conversar com Lívia após a saída das amigas, viu quando Bá desceu segurando uma bandeja.
-- Como ela está? – perguntou para mulher mais velha que percebeu a fisionomia cansada da advogada.
-- Está bem... – forçou um sorriso. – Comeu tudo e agora está assistindo algum filme. – Haidê concordou com a cabeça, quando voltou a subir, Bá lhe chamou. – Haidê, você quase não tocou no jantar.
-- Estou sem fome. – deu de ombros.
-- Eu sei que Lívia não facilitou em nada hoje, mas lhe peço que entenda a pressão que ela está jogando para si mesma.
-- Sinceramente Bá? Eu não sei o motivo desta cobrança... – passou a mão pelo cabelo. – Não sei se vai ser desta vez, ou da próxima ou se haverão outras tantas tentativas... – jogou a cabeça e forçou um sorriso. - Eu só quero paz e tranquilidade entre nós duas.
-- Na cabeça dela essa gravidez a fará mais feliz, amenizará sua perda no passado.
-- Ela não entende Bá, não há espaço para substituições. Eu sou feliz do jeito que estamos.
-- Não é substituição, ela age como se fosse um amortecedor. – Haidê suspirou cansada.
-- Isso era para ser bom e cheio de expectativas, o nosso momento. Com cobrança está se tornando uma guerra de nervos.
-- Conversem, não durma brigada ou ressentida.
-- Se ela quiser, com certeza conversaremos.
-- Ela está ansiosa, por favor, conversem.
-- Vamos lá, tentar enfrentar a fera. – acenou para velha senhora e subiu, quando chegou ao quarto, estava iluminado apenas pela televisão. A advogada foi até o banheiro, tomou banho, saiu vestida em um pijama de short e camiseta. Pensou duas vezes antes de deitar ao lado da loirinha, decidiu se arriscar.
-- Ainda bem, pensei que dormiria lá embaixo.
-- Lívia, eu só estava lá porque você me pediu para ficar sozinha.
-- Sozinha e não abandonada. – Haidê subiu sobre o corpo menor e beijou a ponta do seu nariz, depois a puxou para seus braços.
-- Quer conversar?
-- Desculpa! – encostou o rosto no corpo da morena.
-- Ei, olha para mim. – pediu ajeitando o cabelo loiro.
-- Eu fui idiota e insegura. – confessou após observa-la com apenas um olho.
-- Foi mesmo. – a advogada concordou.
-- Está vendo? Agora você concorda, quando era para me acalmar.
-- Anjo, por favor, olha para mim. – Lívia sentiu o tom sério na voz da morena e levantou a cabeça para observá-la. – Eu lhe amo, estamos juntas nessa. Se você não engravidar, eu também não engravido. Nós somos um time e, como todo time, nós temos que saber ganhar, perder e o principal: lutar.
-- Eu sei. – choramingou.
-- Então não se cobre tanto.
-- Eu só quero lhe dá um filho... – deixou as lágrimas rolarem. – Quando você perdeu seu filho...
-- Shiiii... – a interrompeu. – Isso passou, foi uma história do passado. Encerramos este capítulo e começamos o nosso. – beijou o topo da cabeça loira. – Doeu bastante, mas agora quero recomeçar, isso inclui em lutar por minha felicidade ao seu lado. Quero escrever nossa história em páginas em branco, sem rasuras, por isso preciso que compartilhe tudo comigo e aja com paciência. Quero você, independentemente de qualquer coisa.
-- Tem certeza disso?
-- A mais absoluta possível. Anjo, eu quero ficar bem e levarmos isso juntas, como duas mães que se amam.
-- Pode me perdoar? – estava com receio.
-- Claro. – iniciou um beijo calmo que foi intensificando até Lívia subir no corpo maior. – Quer mesmo? – perguntou após encerrar o beijo.
-- Eu preciso lhe sentir. – Haidê colocou Lívia de lado, subiu pelo seu corpo enchendo-a de beijos. – Eu amo tanto você.
-- Lívia, você é minha vida. – voltaram a se beijar. – Eu nunca quis tanto uma pessoa como eu te quero... Eu te amo! – retirou as peças de roupas da loira e a beijou na barriga. – Meu Deus, como você é linda! – desceu os beijos até se colocar entre as pernas da loira, introduziu dois dedos e a olhou nos olhos verdes. – Sempre preparada para mim. – concluiu com um sorriso sacana e entreabriu os lábios do sex* encharcado da loira, passou a ponta da língua e voltou a olha-la. – Uma pena você não poder provar o melhor sabor do mundo. – após concluir a frase, a invadiu com a língua e sem um mínimo de delicadeza, a ch*pando e explorando o sex* de Lívia, sentindo a maciez da carne quente e úmida. A loira gem*u, soltou o cabelo negro que até então estava enroscado entre suas mãos e prendeu o lençol de seda branco na tentativa de apertá-lo como se aquilo a impedisse de gritar alto o quanto estava extasiada com o melhor oral da sua vida. Havia algo de errado com Haidê, ela parecia mais faminta, mas solta de suas próprias amarras, havia se libertado de alguma forma e Lívia podia sentir isso pela forma como a morena segurou seu quadril, empinando-o mais para dá-lhe mais acesso ao seu sex*.
Haidê sentiu seu desejo aumentar, não sabia explicar, mas, pela primeira vez se sentiu livre de tudo, despida de todas as suas responsabilidades. Sim, ela havia fechado o livro da sua vida passada, esse era um novo livro, e não só mais um capítulo. Ela precisava deixar tudo para trás, esquecer seus medos, seus traumas e viver para Lívia, por Lívia. A loira convulsionou após seu orgasmo chegar, um onda de tremores a tomou, mas isso não foi o suficiente, Haidê retirou a camisa, depois seu short e se colocou por cima da loira, deixando que seus sex*s se tocassem, os fluidos do recém orgasmo da surfista com sua umidade, ela voltou a estimula-las. – Vem meu anjo, eu quero ir até lá com você. – sussurrou com uma voz rouca próximo ao ouvido da loira que a puxou para um beijo faminto, Haidê correspondeu e quando tentavam se afastar, ela mordia seu lábio inferior, forçando um novo contato e voltavam ao beijo. O orgasmo chegou ao mesmo tempo para as duas, que se apertaram mutuamente, diminuindo os espaços, grudando-as mais e mais. As respirações aos poucos foram regularizando, a loira encostou o rosto na curva do pescoço da morena que afagava suas costas com carinho.
-- O que foi isso? – preguntou manhosa.
-- Um pouco do tanto que te amo. – fitaram-se nos olhos e voltaram a se beijar, sabiam que aquela noite seria bem longa.
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-- Vamos Lívia, aceite o convite, vocês estão precisando sair um pouco para se divertir.
-- Isa, eu tenho que conversar com Haidê, não sei como está a agenda dela.
-- Então não perca tempo, quero apresentar você a meu amigo Francisco.
-- Ele não mora fora?
-- Sim, mas vem neste final de semana. – as duas conversaram por mais algum tempo e depois desligaram, não demorou e Haidê chegou, logo ao entrar viu Lívia deitada no sofá a olhando.
-- Oi esposa. – disse sorrindo e mostrou a cesta que segurava em uma das mãos. Lívia abriu um imenso sorriso.
-- Oi esposa linda e gostosa. – levantou-se e beijou a morena, olhou para cesta. – O que temos aí?
-- Coisas de uma boulangerie...- sorriu com o jeito da surfista. – Tem uma gata que ama essas coisas. – mostrou o conteúdo de cada saco.
-- Palmier... – lambeu os lábios. – Esposa, eu amo isso!
-- Eu pensei que amasse a mim. – a puxou para um beijo.
-- Você eu amo acima de tudo, mas agora quero comer. – fez um biquinho.
-- Vou preparar uma mesa lá na varanda. – beijaram-se e Bá apareceu.
-- Sem querer me intrometer, mas ouvi a conversa... – pigarreou. – Eu fico com isso e organizo as coisas lá fora. – pegou a cesta. – Quando estiver pronto chamo as duas. – Lívia puxou a mão da advogada, a fez sentar, depois se sentou em seu colo.
-- Então... – fez um carinho no rosto da loira.
-- Isadora nos chamou para passar o final de semana em São Paulo com elas.
-- E?
-- E você quer ir?
-- Por mim qualquer coisa que lhe faça bem, está ótimo. – Lívia sorriu de um jeito sacana e se aproximou do ouvido da morena.
-- Sua boca no meu sex* faz um bem danado... – sussurrou e mordeu a ponta da orelha de Haidê, antes de concluir. – Mas posso esperar para depois do lanche. – falou com malícia. Sentiu as mãos da morena apertarem seu corpo.
-- Não brinca com fogo, garota. – respondeu fitando-a nos olhos verdes.
-- Eu gosto de brincar assim. – Haidê abriu a boca para falar, mas ouviu Bá as chamando. Lívia esfregou a ponta do seu nariz no nariz da advogada, ainda sorrindo. – Bá está nos chamando, amor. – falou alto e com uma fingida inocência.
-- Mais tarde... Mais tarde. – foi a resposta de Haidê antes de sentir a loira lhe puxar pela mão e sair correndo em direção a mesa.
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-- Haidê ligou, disse que está atrasada, pediu que você pegasse alguma roupa para ela e... – olhou para loira que parecia assustada com algo. – Que cara é essa? – Lívia não tirou os olhos da cama, abaixou a cabeça, viu seu próprio corpo e só então respondeu a velha senhora.
-- Estou sangrando... – respondeu com a voz embargada. – Eu menstruei. – começou a chorar. Bá se aproximou e a abraçou.
-- Não chore minha criança... – fez um carinho. – Venha, precisa tomar um banho.
-- Não Bá, eu... Eu não consegui engravidar... – disse entre soluços.
-- Calma, essa foi a primeira tentativa, haverá outra e outra até você conseguir.
-- Eu não consegui engravidar... – parecia não ouvir a velha senhora que segurou seu rosto e falou encarando-a.
-- Lívia, essa foi a primeira tentativa. A médica garantiu que você é saudável e poderá engravidar. Não fique assim... – olhou para o canto e viu o celular da loira. – Precisamos avisar a Haidê. – isso despertou a atenção da surfista.
-- Não Bá! – a olhou. – Eu... Eu preciso falar com ela e explicar... – disse chorando.
-- Explicar o que? – Haidê interrompeu após entrar no quarto e ver as duas abraçadas. – O que está acontecendo? – olhou para Lívia e viu seus olhos vermelhos.
-- Eu... – afastou-se de Bá e falou com pesar, tentando engolir o choro. – Eu menstruei. – Haidê não disse nada, apenas a puxou para um abraço apertado, depois afastou um pouco o rosto para olhá-la e só então a confortou.
-- Essa foi a primeira tentativa, nós vamos ter nossos filhos... – forçou um sorriso. – Não será apenas um e sim mais. Anjo, essa casa será cheia de crianças. – sorriu emocionada. – Nós vamos ter nossos filhos.
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-- Fico triste minha amiga, mas entendo você.
-- Obrigada Cristina. Podemos marcar alguma coisa depois, quem sabe passarmos uns dias na fazenda. Explique para Isa, eu sei que é o aniversário dela e, também tem o Francisco.
-- Quando quiser. Fique ao lado de Lívia, conforte-a. Conversarei com Isadora, ela irá compreender. Não se preocupe com nada e se precisar, nos ligue.
-- Obrigada. – desligou e passou as mãos no rosto.
-- Haidê, você quer beber ou comer alguma coisa?
-- Não Bá, obrigada. – olhou para o topo da escada. – Será que você pode preparar alguma coisa para Lívia? Eu mesma levarei. – foram interrompidas pela batida na porta e Radar correu para cheirar a fresta, sem deixar balançar o rabo. – Deve ser vovó, ela disse que viria. – abriu a porta e viu a velha senhora acompanhada de Júnior. – Vó... – beijou o rosto da senhora. – Júnior. – o rapaz tentou abraça-la mas foi repelido.
-- Eu vim falar com vocês.
-- Dona Helena disse que Lívia tá buchuda e eu acredito nela.
-- Ela não está grávida. Vovó, por favor, está difícil.
-- Eu sei que ela está. – afirmou com certeza.
-- Vai ver ela viu na bola de cristal falsificada, ou terá sido no fundo daquele caldeirão furado? – Bá resmungou e todos olharam em sua direção, ela se sentiu envergonhada por ter pensado alto e pediu licença. – Desculpa Haidê, mas às vezes esqueço que essa velha doida é sua avó.
-- Velha doida é você sua...
-- Vovó! – a advogada chamou sua atenção. – Tudo bem Bá, você pode ver algo para Lívia?
-- Eu trouxe um pouco da sopa que minha avó fazia... – olhou fundo nos olhos de Haidê e completou em irlandês. – “O mesmo caldo, que as mulheres da nossa família tomavam durante a gravidez. Não pode negar isso a sua esposa, se a criança for uma menina precisará de forças.” – Haidê sentiu a certeza na voz e no olhar da sua avó.
-- Bá, por favor, esquente essa sopa e coloque em uma bandeja para eu levar para Lívia. – Bá pegou a sopa da mão de Helena.
-- Espero não ter nenhum sapo aqui.
-- Não é sapo que se coloca em sopa, Bá. Sapo se beija, no meu caso seria uma sapa, assim vira princesa. – olhou para Haidê. – Se bem que Lívia é uma sapa, não é? – Haidê olhou para Bá.
-- Por favor, leva ele e se tiver um caldeirão grande, já joga dentro, quem sabe se aproveita para fazer sabão com a gordura. – Bá saiu puxando o rapaz.
-- Haidê...
-- Vó, Lívia está muito triste... – andou pela sala, passou a mão pelo cabelo e olhou para a avó. – Estávamos com esperança de que estivesse grávida.
-- Acredite em mim: Lívia está grávida e vocês terão mais de um filho. – Haidê riu com desânimo.
-- A senhora...
-- Eu nunca errei. – a interrompeu olhando bem dentro dos olhos dela. – Não errei com sua mãe, depois com você. – segurou a morena pelos ombros. – Cuidado minha neta, você não pode deixar que nada aconteça com sua família, sua esposa e seus filhos. – Haidê a olhou dentro dos imensos olhos azuis e viu o misto de verdade e preocupação com aquelas palavras. – O perigo ainda ronda vocês, mas Lívia está grávida e você pode sentir isso, ninguém melhor do que nós para sentir a verdade de uma vida no ventre de uma mulher. Conecte-se as suas raízes. Volte a sua origem, ao seu mundo, você irá precisar estar em sintonia com quem é para enfrentar o que vem pela frente e para proteger sua família. – Haidê sentiu um arrepio pelo corpo e engoliu em seco. – Dê aquela sopa para ela e acho bom você também tomar um pouco. – as duas continuaram se encarando, Bá as interrompeu, mas antes de sair, Helena completou. – Volte as suas meditações, anda afastada de quem é. Até mais e diga a Lívia que mantenha repouso e mandei um beijo. – saiu sem tempo para uma resposta da morena.
-- Você quer que eu leve? – Bá perguntou enquanto segurava a bandeja. – Haidê?
-- Sim... – a olhou e a mulher mostrou a bandeja em sua mão. – Pode deixar que levo, Bá. – pegou e agradeceu. A morena entrou no quarto e viu a loira sentada, abraçada aos joelhos. – Ei meu anjinho, trouxe uma sopa que dona Helena fez para você.
-- Eu não quero.
-- Quer sim. – aproximou-se e a beijou na cabeça. – Eu vou fazer aviãozinho.
-- Eu não quero. – permanecia de cabeça baixa, olhando a cama. - Não estou com fome.
-- Lívia, eu vou falar com sua médica para nos atender amanhã. – a loira a olhou sem entender.
-- Para que? Para ela falar que não engravidei?
-- Para ela lhe examinar, entender o que aconteceu... Sei lá! Eu só quero que vá.
-- Eu não vou. – respondeu um pouco mais dura do que pretendia. Haidê a olhou séria.
-- Vai querer passar fome, também? – levantou-se irritada. – Dói em mim também Lívia. – a encarou. – Eu também sou a mãe. Então se você pretende continuar com tentativas, por favor, coma para não ficar fraca e doente, ou esta terá sido a primeira e última tentativa.
-- O que você quer dizer?
-- Que toda vez que tentarmos, e não sei quantas vezes serão, você agir com este derrotismo, sem comer, ficará cada vez mais fraca... Lívia, isso me deixará sem vontade de tentar. Não irei mais...
-- Isso é uma ameaça, Haidê?
-- Eu já perdi muito. Uma possibilidade de engravidar com fracasso não me derruba, mas perdê-la ou vê-la fraca porque não se alimentou, isso sim acabará comigo. – saiu em direção ao banheiro, deixando-a sozinha. Lívia limpou os olhos e ligou o celular no Spotfy, começou uma das suas músicas preferidas e aquilo lhe deu um pouco de ânimo para comer, não podia se entregar. Haidê estava, mais uma vez, certa.
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As palavras de Helena ecoaram pela cabeça de Haidê. Ela sabia que sua avó nunca errava uma previsão, por mais que teimasse e negasse, ela tinha a certeza de que algo estava por vir. Ela sentia, sua pele, seus sentidos, sua intuição lhe diziam. Não quis preocupar Lívia, achou melhor omitir a verdade. Ela combinou com sua amiga e sócia, Mariana e pediu que confirmasse caso sua esposa perguntasse. Explicou que voltaria ao treino intensivo, sentia-se fora de forma e aquela seria uma saída para manter sua mente em foco, precisava superar a não gravidez da surfista. Mariana acreditou na amiga e disse que iria ajudá-la.
Todos os dias Haidê corria na praia, como sua rotina diária. Ela voltava para casa, arrumava-se com a desculpa de ir trabalhar e saia em direção ao velho galpão onde seu velho mestre de artes marciais a aguardava. Os treinos eram intensos, tanto na luta quanto na resistência física. Submetia-se a todo o tipo de situação, precisava se preparar para tudo.
-- Lívia, amanhã preciso ir a São Paulo. – avisou durante o almoço. A loira a olhou sem entender.
-- E por que só estou sabendo disso agora? – Haidê bebeu um pouco de suco e a olhou.
-- Porque eu só soube agora de manhã. – respondeu com calma.
-- Eu vou com você.
-- Lívia, talvez retorne amanhã mesmo.
-- E se não voltar?
-- Eu durmo em um hotel e na sexta, bem cedo, estarei em casa.
-- Haidê...
-- Lívia, eu pensei que havíamos superado essa parte.
-- Sim. – respondeu derrotada. – Não é ciúmes, só não quero ficar longe de você. – pensou por um minuto. – Não me sinto bem o suficiente para ficar sozinha, sinto um aperto forte aqui... – apontou o coração. – Principalmente quando você não está. – Haidê a olhou sem palavras.
“Ela sente o mesmo que sinto? Vovó realmente está certa e, se isso for verdade...” – pensou e antes de concluir seu pensamento, sorriu feliz. – Eu te amo tanto. – levantou-se para beija-la. – Farei o impossível para voltar amanhã mesmo. – beijaram-se. Para Lívia, os braços de Haidê era o melhor lugar do mundo, sentia-se protegida de tudo. Para morena, os braços da sua loirinha eram sinônimo de renascimento, força e paz. Sim, Helena estava certa, elas eram duas partes que se completavam. A morena apertou mais o abraço e passou a mão pelo corpo menor.
-- Aí! – Lívia reclamou ao sentir a mão da morena apalpando seu seio.
-- O que aconteceu?
-- Um pequeno desconforto, nada demais. – Haidê se afastou a olhando nos olhos e sorriu.
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-- Amor, eu estava com tantas saudades. – Haidê disse quando entrou e a encontrou deitada, ainda era muito cedo.
-- Você passou muito tempo neste trabalho. – choramingou.
-- Anjo, não fala assim. – sorriu e beijou a ponta do nariz da loirinha. – Estou neste ritmo para tirar o nosso período de férias. – a beijou e mordeu o lábio inferior da esposa. – Vem comer, eu mesma preparei nosso café da manhã. – Lívia puxou a mão da esposa e beijou.
-- Meu café está na minha frente. – levantou o lençol e expos o corpo nu.
-- Sério que dormiu assim? Ainda mais sozinha. – brincou com o bico dos seios da surfista.
-- Eu sabia que você iria chegar cedo. – respondeu entre gemidos.
-- Bá disse que você anda comendo muito, um apetite invejável. – declarou com malícia. – Será que aguenta a mim e o que preparei?
-- Por isso estou com toda essa fome. – respondeu com uma voz manhosa.
-- Vem cá anjo. – mordeu e beijou a barriga bronzeada, depois apertou com mais força, um dos seios da loira.
-- Aí!
-- O que foi? – perguntou sem deixar claro suas desconfianças.
-- Uma dorzinha chata quando você colocou a mão no meu seio... – forçou o sorriso. – Já passou. – Haidê examinou os seios e fitou a loirinha.
-- Lívia... – parou fitando-a nos olhos. – Anjo, você tem mais algum daqueles testes? – a loira a fitou preocupada.
-- Haidê, eu não estou grávida. – tentou virar o rosto, mas a morena a segurou.
-- Baseada em que? Você não foi mais à consulta médica, nem muito menos fez testes.
-- Para que? Confirmar que não consigo engravidar? – Haidê saiu de cima dela e se sentou na cama.
-- Lívia, meu amor, presta atenção nos sinais: primeiro esse apetite fora de controle, depois os seios e eles estão inchados, agora esse fogo.
-- Eu sempre fiquei com tesão pela manhã. – Haidê se levantou irritada e foi até o banheiro, procurou algo no armário, em seguida voltou com uma caixa na mão e jogou na cama, próximo a Lívia. – Não vou me iludir Haidê.
-- Por favor, faça por mim. – a loira jogou o lençol longe, levantou-se irritada.
-- Está bem. – a olhou. – Quer sofrer mais? Vamos lá a mais uma rodada. – saiu pisando duro. Lívia entrou no banheiro, abriu a caixa e fez xixi, aguardou o tempo do teste, enquanto tomava banho. Depois do tempo determinado ela olhou o resultado e abriu a porta, encontrou Haidê andando de um lado a outro, esperando-a.
-- E aí? – perguntou preocupada. A surfista a fitou nos olhos e se aproximou com a expressão fechada, séria.
-- O que você acha? – puxou a mão da morena e colocou o teste. -Faz amor comigo, mamãe. – pediu sorrindo. Haidê demorou um pouco a acreditar.
-- Mamãe? – perguntou mais para si mesma e olhou para o resultado em sua mão.
-- Sim, mamãe. – pulou nos braços da morena.
-- Mamãe? – sorriu. – Mamãe! – puxou para um abraço e um beijo.
-- E eu continuo com tesão. – a morena passou a mão pelo corpo nu.
-- Primeiro darei um jeito neste tesão, depois o café da manhã.
Fim do capítulo
Boa noite!
Mais de um ano depois... Podem me detonar, eu mereço....rs. Meninas, foi um ano difícil, cheio de provações, luta e perdas. Como todos sabem, eu sou da área da saúde, passei por muitas situações e peguei a COVID-19 duas vezes. Sinto-me abençoada por ter sido uma forma mais "branda" e pelos meus pais e familiares estarem bem e seguros, dentro do possível.
Ninguém gosta de ficar preso, mas acredito que precisamos tirar alguma lição de tudo isso, como aprendermos a ser mais humanos e olharmos o próximo com empatia. Além de entendermos que existem um ponto de vista para cada lado da situação, vai depender de onde e para onde olhamos.
Usem máscara, não existe tratamento milagroso e nem antimalárico, vermífugo ou antirretroviral eficaz. Distanciamento social, respeito aos regramentos e lavar as mãos continuamente e/ou uso de álcool gel. Respeito ao próximo. Vi muito filho perdendo pai, pai e mãe perdendo filho. Pior foi ter visto filho perder o pai por sua culpa, por viver em festinhas, ter pego e transmitido aos familiares.
Eu acredito que amanhã, ou daqui uns meses, as coisas se resolvam... Eu tenho fé que todos nós juntos passaremos por essa e ensinaremos aos nossos filhos.
Por falar em filhos, 2020 trouxe tristeza, desafios, amadurecimento, mas, nos trouxe (principalmente para mim e minha família) uma IMENSA alegria: sou mamãe! Sim gente, agora tenho dois lindos meninos. Por eles e para eles estamos trabalhando com esperança para que nosso País passe por essa fase. Rezo e oro todos os dias por 250.000 famílias que perderam seus entes queridos e para que não sejamos mais números nessa estatística. Peço que todas orem, peçam com fé dentro do credo de cada uma para que a espiritualidade nos proteja das loucuras humanas. Nosso povo já sofreu muito, precisamos nos unir mais.
Em relação a história, quero encerrar Coincidências na próxima semana, espero que perdoem os erros, não revisei (estou muito cansada), mas preciso terminá-la, não existe nada que me irrite mais do que uma história incompleta. Beijos a todas e tenham uma semana abençoada.
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Anny Grazielly
Em: 06/03/2021
Que capítulo lindo... confesso, estava morrendo de saudade dessa história... que bom que voltou...
eeee, parabéns pelos meninos... imagino a alegria diaria de ve-los crescer com amor... minha esposa e eu estamos no processo da fiv... se Deus quiser, próximo ano extaremos com nosso pequeno nos braços....
Rafaela L
Em: 03/03/2021
Parabéns,Rafa!!! Fico feliz por você e sua esposa.Por o presente da maternidade. Que bom ,que estão bem.
Dias melhores pra todos nós.Pq realmente tá puxado.
Mas, não há confusão que dure pra sempre!! Tô precisando acreditar nisso.Pra não surtar.
Mais uma vez,parabéns a vocês pelos bebês.Toda saúde ,Deus abençoe a infância deles.
Resposta do autor:
Obrigada Rafaela!
Bom final de semana e boa leitura, bjs.
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Baiana
Em: 02/03/2021
Fiquei tão feliz quando vi a atualização,achei que fosse pegadinha do malandro kkkkk
Realmente,estamos vivendo um tempo tenebroso,onde o ser está cada vez menos humano, sempre colocando ideologias e fanatismo político em detrimento a vida. Mas eu tenho fé,e rezo todos os dias que sairemos dessa,e que o Senhor dê conforto a cada um que perdeu seu ente querido para esse vírus.
Em meio ao caos de 2020 coisas maravilhosas também acontecerem,e a prova está aí: você é mamãe, parabéns pelo presente duplo, crianças são o que há de mais puro e belo.
Em relação a Haidê e Lívia,olha elas também aumentando a família,se antes a morena era só cuidados e preocupação com a baixinha,imagine agora,e ainda mais que o perigo ainda está a solta...
Ansiosa pelo próximo capítulo
Resposta do autor:
Olá Baiana,
Não foi pegadinha, eu precisava terminar. Chato esse negócio de deixar as coisas inacabadas, mas realmente, a culpa foi das circunstâncias.
Eu acho que Haidê é um anjo, porque Lívia vai deixar a coitada louca. Mas sem spoiller.
Beijos e bom final de semana.
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LeticiaFed
Em: 28/02/2021
Oi!!! Que alegria te ver de volta e saber que está bem! Não sabia que vc é da area da saúde, obrigada por todo esforço e luta ao longo deste ano. Assino embaixo de tudo que disse, vamos nos cuidar porque não ha profilaxia e muito menos tratamento milagroso com vermífugo e afins.
Parabéns pelos filhos, desejo tudo de bom para vocês, que seja uma familia cheia de amor e muita felicidade. Boa semana, bj!
Resposta do autor:
Oi Letícia, sou... Aliás, somos, porque minha esposa também é. Obrigada! Os meninos nos trouxe novas experiências, muito amor e diversão para nos aliviar desse momento tumultuado na nossa história. O que seria apenas uma urgência em saude pública, virou um problema, aliás, uma bomba econômica e política, uma crise dentro de outra crise. E o mundo não pára, nada espera. Beijos e obrigada.
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