Coincidências por Rafa e
Capitulo 36
-- Alô
-- Haidê, eu tenho duas notícias para você. – Haidê revirou os olhos sem paciência.
-- Fala logo Cristina.
-- Ei, eu também te amo... – deu uma gargalhada e completou. - Lívia acabou de sair daqui, ela está fura da vida.
-- Ué, por quê?
-- Ela pensa que você passou a conversa e se refugiou de novo. – ouviu a amiga bufar. - Bem, estou ligando para falar que ela saiu de moto, provavelmente para lhe procurar e vai cair o maior temporal. – Haidê passou a mão pelo cabelo em desespero, depois olhou pela imensa varanda de vidro.
-- Ela não poderia uma vez... Uma única vez fazer a coisa certa? – perguntou mais para si.
-- Essas loiras irritantes... – revirou os olhos. – Ainda bem que a minha eu consegui domesticar. – sorriu. – Quando ela chegar, por favor, avisa porque dona Dirce está desesperada.
-- Está bem.
-- Então tchau.
-- Cristina...
-- Oi.
-- E a segunda coisa? – perguntou com curiosidade. A empresária sorriu com malícia.
-- Comecem a tentar hoje o que conversamos em São Paulo. – Haidê também sorriu. Ela desligou e foi para garagem, estava preocupada com Lívia, lembrou-se da conversa com sua amiga Melissa Cristina.
“-- Ela quer filhos? Isso é normal, vocês se amam.”
“-- Eu não sei se estou preparada.” – Melissa serviu as duas com suco e a fitou nos olhos.
“-- Não sei quando se está.” – ponderou. – “Com Enzo foi sem esperar, quando descobri, fiquei apavorada, mas depois, com Isa, foi planejado e maravilhoso.” – colocou o copo de suco sobre a mesa e pegou as mãos da amiga. – “Isso aconteceu, passou. É passado...” – Haidê a olhou com pesar. – “A morte inesperada e prematura do seu filho. Haidê, não passe a vida revivendo essa dor, não deixe que ela lhe impeça de viver essa experiência maravilhosa de ser mãe ao lado da mulher da sua vida, o seu verdadeiro amor.” – Haidê ficou emocionada com as palavras da amiga. – “Não existe manual prático para ser mãe, mas existe o amor e ele consegue tudo.” – Haidê sorriu e sentiu uma lágrima rolar.
“-- Pensarei sobre isso.”
Não demorou muito e o temporal caiu, foi o suficiente para deixar Lívia completamente encharcada. A loirinha desceu, tirou o capacete e encarou os olhos azuis da morena.
-- Que porr* é essa? – jogou o capacete se aproximando da morena. – Está pensando que sou otária? Chegou, deu aquele beijo de perder o fôlego, disse que iriamos conversar e fugiu? – empurrou o ombro da mulher mais alta com o indicador. – Vai se fuder Haidê! – a advogada pegou a mão da loira que a empurrava com o indicador, puxou e com a outra mão agarrou sua cintura.
-- Cala a boca! – a beijou. Lívia aprofundou o beijo, ch*pando sua língua, depois mordeu seus lábios. – Aí! – tentou se afastar, mas Lívia voltou a beija-la.
-- Por que foi embora? – perguntou entre um beijo e outro.
-- Fui deixar vovó... Depois vim pegar meu notebook, alguns documentos de um processo que preciso analisar até terça. – tirou o cabelo molhado que recaía sobre o rosto de penugens loiras. – Eu iria voltar para casa, combinamos de conversar...
-- Combinamos, mas você fugiu. – interrompeu.
-- Não fugi, só queria pegar as coisas, ficar o resto do fim de semana em casa com você.
-- E por que não voltou? – a advogada se afastou, mostrou o carro parado na entrada da garagem.
-- Pneu furado. – constatou. - Até tentei troca-lo, mas está com ferrugem nos parafusos... Deve ser aquele cachorrinho safado que sente um prazer descarado em fazer xixi na roda. – deu de ombros e sorriu. – Trocar pneu com esse temporal seria bem difícil, ainda mais com parafusos com ferrugens.
-- Preciso conversar com Radar. – disse séria, sem tirar os olhos verdes dos azuis.
-- Vai tomar um banho quente. No quarto tem minhas roupas... – sorriu. – Ficarão folgadas, mas...
-- Não se atreva me chamar de baixinha.
-- Não se preocupe altinha. – brincou e levou um empurrão.
-- Falar da altura das pessoas é feio. – Haidê sorriu e se beijaram.
-- Vai tomar banho, vou preparar algo para comermos. – beijaram-se.
-- Precisamos conversar, não fuja. – brincou.
-- Não sairei daqui. – declarou sorrindo.
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Lívia tomou banho, saiu do banheiro e viu uma camisa social da morena, sorriu com malícia. Vestiu, deixando alguns botões abertos, mostrando os seios. Desceu procurando a esposa, encontrou na cozinha.
-- O cheiro está ótimo! – parou próximo ao balcão. Haidê estava terminando de cortar alguns legumes quando a olhou rapidamente.
-- Estou preparando uma sopa... – jogou os legumes na panela, só então se virou para olha-la melhor. – Acho que tinha roupas mais conservadoras por lá. – falou com a mesma malícia da loira.
-- Sério? – fingiu inocência. – Eu não vi. – sentou-se na bancada e cruzou as pernas. Haidê a beijou. – Quer que troque? – sussurrou entre gemid*s.
-- Não mesmo. – abriu as pernas da loira. – Estava com saudades desse beijo maravilhoso, mas estava ficando louca sem o meu doce preferido... – aproximou-se do ouvido de Lívia e sussurrou. – Seu mel. – mordeu o lóbulo da sua orelha, mordiscou sua nuca e desceu a cabeça, posicionando-se entre as pernas da surfista que gem*u ao sentir a língua quente invadi-la. - Gostosa... – ch*pava com devoção. – Como senti saudades desse gosto. – Lívia gemia e puxava os cabelos negros.
-- Ah meu amor... Eu também senti saudades. – Haidê permaneceu ch*pando-a até sentir que a loira iria goz*r, então enfiou dois dedos com força, ergueu-se para ch*par seus seios. – Eu vou goz*r... – jogou seu corpo para trás gem*ndo, não demorou e sentiu o corpo todo tremer. – Ahhhh.... Hai...dê... – gritou o nome da morena que lhe beijou.
-- Eu amo você sua marrenta teimosa. – abraçou o corpo menor que se deixou envolver pelos braços musculosos da advogada.
-- Não mais que eu. – sussurrou. – Não sinto meu corpo. – declarou quando a sentiu os braços da esposa lhe envolver. – Estou, momentaneamente, sem forças.
-- Isso significa dizer que mandei bem. – disse com um sorriso malicioso nos lábios e balançando as sobrancelhas. Lívia a olhou de forma divertida.
-- Isso significa dizer que se você não voltar para casa comigo quando eu sair daqui, as coisas ficarão péssimas para você, a começar com o corte do fornecimento de mel. – Haidê deu uma gargalhada, apertou o corpo menor, voltou a beija-la.
-- Eu amo tanto você que chega a doer. Lívia, você é o amor da minha vida. – a surfista se emocionou, sentiu os olhos arderem.
-- E você, Haidê Aqueu, é a minha vida. – beijaram-se até sentir a falta de ar. Haidê a olhou e mordeu seu queixo, antes de interromper o momento.
-- Anjo, o nosso jantar vai queimar. – declarou sorrindo.
-- O meu jantar está aqui na minha frente. – sorriu. Haidê a beijou de novo.
-- Vamos tomar essa sopa para esquentar, não quero que fique resfriada.
-- Mais quente do que estou? Sério? Vou ferver. – Haidê deu uma gargalhada.
-- Vem comer. – mordeu a ponta do nariz da loirinha e a ajudou descer, aproveitando a oportunidade para passear com as mãos pelo corpo menor.
Haidê arrumou a mesa, abriu um vinho e sentaram. Enquanto comiam Lívia resolveu entrar no fatídico assunto.
-- Você disse que precisávamos conversar. – Haidê bebeu um pouco do vinho, fitou os olhos verdes.
-- Eu amo você... – colocou a taça sobre a mesa. – Lívia, eu nunca lhe dei motivos para desconfianças...
-- Aquela vez na boate? – a interrompeu segurando o ciúme.
-- Lívia, o irmão de Mariana é gay.
-- Eu não sabia. – defendeu-se após estreitar os olhos.
-- Não estávamos juntas, porque você me deu motivos para desconfiança naquela época... Aliás, você estava com outra pira... – parou e corrigiu-se, precisava manter a calma. - Pessoa interesseira. – Lívia revirou os olhos.
-- Eu não sabia que ele era gay.
-- O importante é que agora você sabe, assim como também sabe que não poderemos mais discutir por esse motivo.
-- Haidê...
-- Lívia, você ameaçou nossa relação, esse vínculo de confiança que temos... – parou a observando. – Eu não quero mais ter esse tipo de discussão, muito menos ameaças. Imaginei que soubesse disso. – a olhou de um jeito mais duro. – Eu a amo, não sabe o quanto, mas não admitirei que duvide da minha palavra e dos meus sentimentos. Não quero ter nossa cumplicidade se transformar em discussões desnecessárias como essa.
-- Haidê, eu fui idiota naquela noite. Fabiana e Augusto eram meus amigos, confiava neles, minha vida era uma loucura. Sempre com várias garotas na mesma noite, bebidas e drogas... – sentiu vergonha quando viu a reprovação nos olhos da morena. - Eu não tinha o direito de ser grosseira...
-- Não mesmo. – completou interrompendo-a. – Eu cortei as cantadas e também senti muita raiva com a história da foto, mas me segurei.
-- Amor, eu só estava cuidando do que era meu.
-- Lívia, isso passou... – a olhou de forma dura. – O importante é o agora, não quero que se repita. Para mim só existe duas opções: confiar ou não confiar. Qual das duas escolhe? Não adianta ficarmos juntas e você ter suas crises para discutirmos. – a surfista a olhou surpresa.
-- Como fala assim?
-- Quer que fale como? Eu nunca trairia a mulher que amo, tenha isso em mente. Nunca desconfie do meu amor, aliás, você é minha vida, eu não sabotaria minha própria felicidade. – declarou de modo tão calculado e pausado que Lívia se perguntou se era mesmo sua esposa. – Quer continuar? – a surfista a avaliou.
-- Claro.
-- Então não vamos fazer mais joguinhos, ameaças... – Lívia não sabia se era mesmo Haidê que estava falando.
-- Haidê...
-- Eu sou capaz de tudo por você, mas não quero mais que repita essa crise de ciúmes boba que me ameaça e afasta. – suspirou cansada. – Lívia, eu preciso trabalhar. Independente da beleza ou do sex*, meu dever é defender quem contrata meus serviços.
-- Haidê... Não podemos esquecer, ela deu em cima de você, eu não aguentei. – falou com ironia, revirando os olhos.
-- Mas eu resolvi isso na hora, então você deveria acreditar em mim. – respondeu com o mesmo tom irônico. – Não vou mais continuar com isso. – viu toda a discussão voltar ao início, isso a irritou.
-- Então essa é a conversa?
-- A conversa acabou. Não vamos recomeçar. – levantou-se recolhendo as coisas.
-- Haidê, você é teimosa. – afirmou irritada. – Essa fulana e outras tantas se jogam em você e...
-- E eu não ligo Lívia, sabe por quê? Oh, eu amo você. – levantou as mãos e gritou afirmando com a mesma ironia de antes. Lívia estreitou os olhos perigosamente.
-- Não está se importando, não é? – cruzou os braços, estava irritada. Haidê deu de ombros antes de responder.
-- Eu não ligo para quem me acha bonita ou feia, simpática ou chata. – pegou a mão da loirinha, beijando-a em seguida. – O importante é o que você acha meu amor. Somos casadas, sua opinião me basta. – Lívia sorriu feliz, mas não desfez por completo suas preocupações.
-- Não me enrola Haidê. – a advogada a puxou para um beijo.
-- Quero apenas você. – sussurrou e mordeu o lóbulo da sua orelha.
-- Essa sua versão sentimentalista não me engana... – falou ofegante.
-- Não é para enganar, apenas sentir.
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Haidê arrumou a bagunça na cozinha, colocou os pratos na máquina de lavar, depois pegou mais uma garrafa de vinho e levou para sala. Encontrou Lívia de braços cruzados de frente a grande porta de vidro, vendo a chuva cair. A loira sentiu a aproximação da esposa.
-- Esse temporal não vai ter mais fim. – disse pensativa.
-- Melhor para nós duas... – Haidê falou com a voz rouca, bem próxima ao ouvido da loirinha, depois mostrou as duas taças. – Quer me acompanhar? – Lívia se virou sorrindo, colocou as mãos em volta do pescoço da advogada.
-- Eu sempre vou acompanhar você. – a beijou. A morena se afastou e derramou o líquido na taça da surfista, depois na sua. Lívia sorriu e voltou a olhar a chuva. – Sempre tive medo de temporais.
-- Ué, não sabia disso. – Haidê se aproximou, envolveu o corpo menor após deixar sua taça sobre a prateleira próxima a porta.
-- Você é a primeira pessoa a quem confesso isso... – forçou um sorriso, depois continuou. – Bá sabe, mas evitamos comentários. – bebeu um pouco do vinho. – Na tarde que Jeanine se jogou daquele penhasco, caiu uma tempestade. – sentiu o corpo de Haidê ficar rígido, ela tentou se afastar, mas Lívia a segurou e fez um carinho em seu braço. – Acha que essa conversa é de mão única? – brincou.
-- Você amou aquela mulher. – afirmou com a voz rouca, sem demonstrar emoção. Lívia permaneceu envolvendo-a pelos braços.
-- Amei, fui enganada e mesmo que não fosse, posso afirmar que encontrei o amor verdadeiro. O amor da minha vida. – Haidê gostou da resposta, sorriu e apertou o abraço. A advogada colocou as mãos sobre os seios da loira, fez uma carícia, ouviu quando Lívia gem*u.
-- Amo seus seios. – mordeu a ponta da orelha da loira e sussurrou. – Logo crescerão... – beijou o pescoço de Lívia. – Isso aumentará minha loucura por eles.
-- Crescer? – Lívia perguntou sem entender. Haidê desceu as mãos, fez um carinho, deixou as mãos sobre os seios da surfista.
-- Sim. – continuou mordendo o pescoço da loirinha.
-- Haidê... – virou-se, fitando-a.
-- Vamos tentar amor... – acariciou os seios, depois o rosto da loirinha, só então sorriu. – Eu quero ter um pedacinho da gente aqui. – afirmou fazendo carinho na barriga da surfista. Lívia a beijou, depois envolveu a cintura da morena com suas pernas.
-- Amo tanto você que chega a doer. – repetiu a frase que a morena disse mais cedo.
-- Não é para doer, apenas para ser gostoso. – sorriu. - Tem que ser prazeroso. – afirmou com malícia. – Você é minha vida. – repetiu o que a loira lhe disse mais cedo.
-- Somos a vida uma da outra, isso é mais que prazeroso... – confessou mordiscando o pescoço da morena. – Quero tentar a partir de agora. – Haidê a ergueu sorrindo e deitou sobre o sofá, colocando-se por cima.
-- Seu desejo é uma ordem.
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Haidê se acordou primeiro, olhou para loirinha que dormia ao seu lado com o cabelo espalhado sobre o travesseiro, o lençol cobria apenas seu sex*, seus seios e pernas expostas. A morena a fitou agradecendo por tê-la em sua vida. Saiu com cuidado para não acorda-la, pretendia fazer uma surpresa. Foi ao banheiro, depois se dirigiu até a cozinha, onde preparou o café da manhã. Procurou uma bandeja, arrumou tudo, levou até o quarto, colocou sobre a mesinha e se abaixou beijando-a na barriga.
-- Ei anjo lindo... – Lívia se remexeu na cama. – Acorda luz da minha vida. – a loira abriu os olhos e sorriu, Haidê respondeu com outro sorriso.
-- Repete. – pediu sorrindo.
-- Anjo lindo ou luz da minha vida? – acariciou o cabelo loiro, depois a beijou.
-- Os dois. – envolveu o pescoço da morena com as duas mãos, puxando-a depois.
-- Amor, o café está quente, acabei de fazer toda essa comida, vai esfriar. – Lívia fez um bico.
-- Eu queria outro tipo de comida. – brincou e sentiu a mão da morena passear por seu corpo.
-- Também quero esse tipo de comida, mas precisamos voltar para casa...
-- Para nossa casa. – Lívia a interrompeu. Haidê sorriu.
-- Sim anjo, nossa casa. – beijaram-se. – Mas precisamos nos apressar, você quem vai entregar o prêmio do torneio, circuito, sei lá como vocês falam.
-- Amor, eu esqueci! – passou a mão pelo rosto da morena e sentou na cama.
-- Anjo, por favor, cubra esses seios... – Lívia sorriu.
-- Você disse que amava meus seios, quer mesmo isso?
-- Não me provoque Lívia, eu posso impedir sua presença naquela praia hoje.
-- Uma rapidinha dá tempo. – disse entre gargalhadas, sabia qual seria a resposta da esposa.
-- Eu não sou mulher de rapidinha. – reclamou e viu que a loira estava lhe provocando, então resolveu se vingar fazendo cócegas. Lívia se descobriu, ficando completamente nua, o que deixou Haidê cheia de desejo. – Falei para não me provocar. – abocanhou um dos seios com a boca e com a mão tocou no sex* úmido.
-- Haidê...
-- Eu disse para não provocar...
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-- A medicina está muito evoluída, Bá.
-- Mesmo assim minha filha, eu não entendo muito... – segurou o rosto da loirinha e olhou emocionada. – Mas estou muito feliz. – beijou a testa da surfista. – Estevam ficaria muito feliz de ser avô, principalmente, por vê-la com juízo, centrada e feliz.
-- Eu sinto tanta falta dele e do meu tio. – lamentou.
-- Você era muito importante para eles. – pegou as mãos da surfista. – Muito feliz em saber que logo teremos uma criança nessa casa, correndo e espalhando alegria.
-- E lhe chamando de vovó. – a velha senhora deixou as lágrimas rolarem por sua face.
-- Lívia...
-- Ele ou ela será seu neto sim senhora. – afirmou após abraça-la. – Você foi como uma mãe para mim, agora será avó para meu filho. – Haidê desceu após deixa-las sozinhas, Lívia iria contar sobre a decisão que as duas tomaram. Bá olhou para morena e esticou as mãos para recebê-la.
-- Estou tão feliz... – declarou sorrindo entre lágrimas. – Você só trouxe alegria para essa casa, além de juízo para minha menina. Obrigada!
-- Eu que sou feliz ao lado do meu anjo. – Haidê a puxou para um abraço e chamou Lívia para se juntar a elas.
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As consultas deixavam Lívia com um misto de alegria e ansiedade. A médica explicou como seria o tratamento, depois a inseminação. Falou sobre as chances de uma gravidez na primeira tentativa e probabilidades de gêmeos. Haidê entendia um pouco mais por ter acompanhado as gestações das amigas, Melissa e Isadora, também por inseminação artificial. Mesmo com um pouco mais de conhecimento, ela não excluía sua ansiedade, além do desejo de ver o sonho da esposa se concretizar: construir uma grande e feliz família ao seu lado.
No dia da inseminação, após longas semanas de preparo, na opinião de uma ansiosa Lívia, a médica voltou a orienta-la, sentia que a surfista estava cheia de expectativas.
-- Lívia, eu quero que mantenha repouso hoje. – Sara pediu. – Amanhã pode recomeçar com sua vida normal.
-- Quando posso fazer os exames para saber se engravidei? Posso comprar aqueles testes?
-- Anjo, vamos com calma. – Haidê pediu apertando sua mão. Lívia a olhou como se a repreendesse.
-- Calma... – a médica pediu sorrindo. – Lívia, com catorze ou quinze dias nós saberemos se a inseminação deu certo. O ideal que leve uma vida normal, não foque apenas nisso, ou a ansiedade irá a níveis elevados.
-- Aqueles testes funcionam? – repetiu.
-- Eles funcionam, mas não são cem por cento eficazes, pode apresentar falso negativo em algumas marcas.
-- Pode listar as melhores?
-- Anjo, melhor retornarmos em quinze dias, realizarmos o exame de sangue, como a Dra. Sara orientou. – Haidê sugeriu com carinho, logo se arrependeu com a expressão da esposa ao olha-la. – Isso faz parte dos hormônios que tomou no preparo para o procedimento? – a advogada perguntou a médica, para logo depois se arrepender, Lívia bufou.
-- Meninas, calma. – pediu. – Espero vê-las em quinze dias.
-- Com certeza estaremos aqui. – Lívia foi a primeira a responder.
Quando voltaram para casa, Lívia subiu direto para o quarto, ficou o resto do dia deitada, assistindo filmes e comendo.
-- Nem engravidou ainda e já tem desejos? – Bá perguntou após a loirinha lhe pedir um bolo de chocolate.
-- Não é desejo, apenas vontade.
-- O que fez com Haidê? – Lívia deu de ombros. – Eu não acredito que brigaram no dia da inseminação.
-- Não foi briga... – a olhou vencida. – Haidê quer calma, tranquilidade... Bá, ela repetiu isso a manhã toda, parece que não é importante.
-- O fato de pedir calma não significa que não esteja preocupada, pelo contrário, ela precisa manter a lucidez pelas duas.
-- Oi?
-- Lívia, eu não duvido nada que amanhã já queira fazer exame para saber se engravidou.
-- Pensei em fazer depois de amanhã. – deu de ombros. - Com quarenta e oito horas já posso saber não é? – Bá sorriu.
-- Minha filha evite brigas. – pegou a mão da surfista e envolveu entre as suas. – Haidê é muito certinha, respeita o tempo para cada coisa, não atropela as etapas. Ela está agindo com cuidado, como sempre fez. – Lívia revirou os olhos.
-- Cristina costuma imita-la. – as duas sorriram. – Ela sempre certinha, com as melhores notas da escola, depois da faculdade, além de sempre arrumadinha, impecável.
-- Imagino como ela era. – sorriu. – Os ingleses são sérios, certinhos demais, foi isso que Cristina disse após imita-la.
-- Ela tem muito da mãe, dona Helena vive repetindo isso. – olhou para Bá e concluiu pensativa. – A família de Haidê é uma representação das Nações Unidas: pai grego, vó irlandesa, mãe inglesa de pai do País de Gales... – deu uma gargalhada. – Isso é louco! – Ela nasceu aqui, mas foi produzida na Grécia.
-- Pelo menos se parece com a mãe, porque se dependesse daquela velha bruxa seria uma louca. – Lívia riu, não conseguia entender a implicância de Bá com a Vó Helena, apesar de estarem juntas sempre que precisavam ajuda-las.
-- Eu sei que bem lá no fundo vocês são amigas. – brincou.
-- Tão lá no fundo que não enxergo nada. – revirou os olhos de forma dramática.
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-- Não esquenta. – disse sorrindo. – Se lhe ajuda, com Isadora foi bem difícil no começo.
-- Se duvidar ela vai fazer uns três testes por dia. – serviu-se de uísque.
-- Pior quando os hormônios oscilarem... – Melissa revirou os olhos e bebeu um pouco da sua bebida.
-- Como se vocês nunca tivessem engravidado. – Mariana interrompeu a conversa entre as duas.
-- Aquela época não foi uma gravidez muito proveitosa. – Haidê afirmou após se lembrar do ex-marido. – Eu passei por tudo sozinha, nas últimas semanas meus pais me levaram para casa, estavam com medo de estar sozinha no momento do parto. – deu de ombros. – Foi difícil curtir a gravidez.
-- Quanto a mim, a gravidez foi bem agitada. – lembrou-se da forma como engravidou e do período sem Isadora.
-- Haidê pense que agora você recomeçará uma família e que tudo será diferente.
-- Eu sei, por isso que não me arrependi. – sorriu. – Lívia ficará linda como grávida. – Mariana e Melissa sorriram.
-- Um brinde a mais nova mamãe do grupo. – Melissa propôs erguendo o copo de uísque e foi acompanha pelas outras duas. – Vida longa ao bebê “Lidê”. – sorriu.
-- Com chipada e tudo. – Mariana completou e as três repetiram. – Vida longa!
Fim do capítulo
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Mille
Em: 07/02/2021
Oi Rafaela
Tudo bem contigo, li a segunda parte do seu livro e amei já esperando pela continuação com a Ale.
Desejo sucesso e se puder retornar estarei esperando ansiosa pela continuação dessa história ou novas.
Bjus
Resposta do autor:
Obrigada Mille! Foi bem difícil publicar essa segunda parte, por N motivos, mas no final deu tudo certo. Quanto a Alessandra, dentro do possível vai demorar um pouco mais, tô muito focada na família, nos cuidados e no trabalho, todo o resto virou plano de fundo neste último ano. Alessandra e Almas Gêmeas serão reescritos, pouquissimas coisas serão aproveitadas do que já foi publicado.
Espero que tenha gostado desse último capítulo e até o próximo.
Beijos.
Mille
Em: 25/07/2020
Oi Rafa
Tudo bem?? Espero que sim, saudades
"As letras que viram palavras, que viram frases, que viram histórias, que tocam nossos corações." Muita inspirações para continuar sempre nos presenteando com suas histórias. Feliz dia do escritor
Bjus
Resposta do autor:
Obrigada Mille! Abemçoada semana!
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Baiana
Em: 12/03/2020
Capítulo lindo,depois de tanta turbulência.
Tadinha da Haidê,a Lívia vai atormentar a pobre coitada depois que o resultado der positivo,já estou até imaginando os desejos mais loucos kkkk
Resposta do autor:
Tomara que elas curtam cada segundo dessa gravidez, não é mesmo? Vamos terminar isso que tá rendendo muito. Beijos e obrigada.
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Anny Grazielly
Em: 09/03/2020
Lindo... lindo e lindo... Livia eh uma comédia... rsrsrs... Estou ansiosa igual Livia por esse bb... kkkkk
Resposta do autor:
Um ano depois, eu sei que vacilei, mas voltei e vou terminar.
Obrigada pela paciência e beijos.
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