CAPITULO 05 LIVRE E DESENPENDIDA
CAPÍTULO 05
LIVRE E DESEMPEDIDA
Luiza jogava candy crush no celular enquanto aguardava Fabiana, está certo que era um jogo para adolescente e que não acrescentava nada em seu QI, mas ajudava a passar o tempo, e era um joguinho de memória tinha ficado do lado de fora da sala onde Fabiana havia entrado já tinha a um bom tempo.
Logo ela apareceu na porta sendo acompanhada por seu advogado trazia um sorriso que vinha de orelha a orelha com um papel na mão, o advogado estava explicando algunhas coisas
por isso mesmo eu preferi ficar um pouco afastada para dar uma certa liberdade, assim a morena ouviria as orientações do advogado sem interrupção. O divórcio não tinha sido fácil, Alberto criava empecilhos a todo momento e por tudo, a última tinha sido por causa da partilha dos bens. Fabiana precisou de toda a instrução possível para não perder a paciência e sair prejudicada.
Desde o dia do passeio na praia, mesmo eu querendo muito está com ela nós conversamos e chegamos à conclusão de que íamos esperar tudo estár resolvido judicialmente, para podermos continuar com o que estávamos sentindo.
Eu não tinha ninguém sério, só uns ficas, aqui e ali, então nada me impedia de começar um relacionamento sério, mas Fabiana, essa não era livre, ao contrário, era muito mais que enrolada.
Eu conhecia Alberto desde sempre e sempre soube da fixação dele por Fabiana, quando nós éramos jovens ele apostava com qualquer um que iria se casar com ela, isso me irritava ao extremo.
— Você vai ver Luíza, sua amiga vai ser minha mulher e mãe dos meus filhos. —Ele sempre dizia, ele sabia o que eu sentia, sabia também que Fabiana era medrosa e nunca embarcaria numa relação comigo ele sabia e se aproveitava disso.
— Ela nem te ama, Alberto. Aliás, ela é muito nova para se casar com alguém, ela só pensa em estudar e se formar,. — Respondi com o peito apertado, meu receio e que ela acabasse cedendo, mesmo sem ama-lo.
— Amor vem com o tempo. Eu a amo demais por nós dois. — Toda vez que tinha esse tipo de conversa chegava destroçada em casa.
meu amor por ela é desses eterno, mas tinha medo de confessar esse amor e acabar perdendo sua amizade. Trancada no meu quarto sempre abria meu diário que comecei no dia que descobri que amava minha amiga no caderno eu me derramava em palavras apaixonadas e sonhos não vividos. Falava da dor de amar sozinha, dos ciúmes que sentia quando Alberto dizia que ia se casar com ela, da inveja que sentia quando ele comprava qualquer lembrancinha para ele, do medo da certeza de perder sua amizade e da vontade de beijar sua boca.
Olhando agora o para o presente, sorri ao perceber o quanto o destino é safado. Separou nós duas, fez da nossa vida um inferno e no fim resolveu nos juntar outra vez, cada uma com uma penca de filhos. Talvez Deus quisesse que assim fosse, Fabiana tinha que ser mãe de oito filhos e ela de quatro, elas tinham sido escolhidas para serem mães dessas crianças e se tivessem tido alguma coisa no passado, talvez só tivessem tido no máximo dois ou três.
Pela idade seria apenas Marcelo, Geruza e Mateus, e o resto dos filhos não nasceriam, ficariam no limbo esperando uma chance para virem ao mundo.
Então elas tiveram que ser separadas para serem mães e, depois de terem feito o que nasceram para fazer, tiveram a gratificação de começarem outra vez e talvez envelhecerem juntas. Isso é, se o Alberto não interferisse. O que era difícil de acreditar. _tranquei os pensamentos tristes e prestei atenção no de desenrolar da conversa.
— Já dei entrada na documentação para que a senhora possa trocar seus documentos, passando a usar seu nome de solteira.
— Meu RG e CPF ainda São de quando eu era solteira, nunca troquei. No máximo eu usava certidão do casamento.
— Ela explicou.
— Melhor ainda, o trabalho é pouco. A senhora tem passaporte? Habilitação? Qualquer documento com nome de casada terá que ser trocado. —O homem caminhava com os braços cheio de papeis atrapalhado com a gravata que voou com o vento que fazia nos degrau do tribunal que ficava num espaço aberto cheio de arvores frondosas facilitando a circulação do vento.
— Nunca tirei habilitação e não tenho passaporte. Nos bancos eu tinha conta em conjunto solidaria e a conta que abri é só no meu nome de solteira. —ela sorria pra mim quando me viu aqui escorada no carro— Ótimo, daqui vou resolver o que está faltando. Quando estiver tudo pronto entro em contato.
— Obrigado Doutor Tarcísio Melo. Eu sei o trabalho que meu ex-marido deu, ele não é uma pessoa fácil de dobrar e em se tratando de dinheiro então? —a conversa era com o advogado mas os olhos e sorrisos eram para mim.
— Nada que um bom advogado, no caso eu, modéstia à parte, não possa fazer ele voltar atrás. Ele fez muita besteira que a lei considera crime e quando se tem essas provas em mãos dá para curvar qualquer um. Como não era de interesse se prolongar esse divórcio por mais tempo e como o meu colega que estava orientando, seu e marido entendia que tudo estava contra ele, ficou mais fácil. A senhora fica com a casa, a loja da Washington Soares e ele vai ficar com a do Monteses. A da Avenida Bezerra de Menezes vai para venda e o montante dividido para os dois.
— Era sobre isso que eu queria falar, o senhor fique de olho quando a loja for colocada à venda e senhor compra, vou passar uma procuração, pois se ele souber que eu quero comprar ele não vende.
— Vou ficar de olho, assim que for a leilão eu compro, mas já vou avisando que não vai sair barato. —o advogado tomava nota num papel.
— Não se preocupe com dinheiro, eu tenho o suficiente para a compra. Então estamos acertados? Eu lhe passo a procuração, o senhor me representa legalmente e compra. Quanto aos seus honorários, me mande o valor e faço a transferência.
— Tudo certo, qualquer novidade eu entro em contato. Bom dia senhoras. Saiu apressado olhando para os lados esperando um momento para atravessar a rua, o estacionamento ficava do outro lado. Luíza chegou por trás de Fabiana abraçando-a.
— Estou abraçando uma mulher solteira perante a lei? — Distribuía beijinhos em seu pescoço enquanto se aconchegava mais ao corpo da morena que sorria apreciando a carícia.
— Sim, livre e desimpedida! Agora você não me escapa, loirinha. Vá logo tomando qualquer coisa para ficar acordada, porque hoje à noite será longa e eu não vou largar você por nada.
— Aí minha santa Joana d´Arc tenha piedade dessa sua filha. — E as duas riram da cara patética que Luíza fazia. —Por que Joana d`Arc e não outra Santa? Ela perguntou com um sorriso lindo, meio encabulado e meio safado desses que derrete o coração. —Por que ela rompeu barreiras e travou lutas numa época em que mulher nem levantava a cabeça, e por que ela foi tão macho como qualquer soldado da guerra dos cem anos. Além de ser padroeira da França. —A saudade do país onde vivi metade da minha vida e que me recebeu de braços abertos, bateu como na brisa e acho que deixei transparecer no olhar. —Para sentir todas essas emoções que estão fugindo dos seus olhos, eu quero conhecer o lugar onde você viveu só nos duas, sera minha primeira viagem para qualquer lugar. —A primeira de muitas, por que eu pretendo arrastar você para todos os lugares onde passei e sonhava que você estava do meu lado, e me partia a cada vez que sabia que não era você quem eu abraçava. — Ao ouvir minhas palavras ela ficou sem saber o que dizer, mas seus olhos me confessavam tudo, eu sabia dentro de mim, que dessa vez ela estava vindo para vida e meu coração se abriu para receber o presente.
— Venha, vamos atravessar logo antes que sejamos presas. Não esqueça que estamos na frente de um tribunal de justiça. — Fabiana entrelaçou seus dedos longos e gordinhos nos meus e ficou olhando para eles entrelaçados a sensação de nossas mãos unidas era uma delícia, sua mão além de macia era bem morninha, ela levou nossas mãos aos seu lábios e beijou me deixando sem fala.
— Para aonde vamos minha dama, livre e desimpedida? —foi tudo que consegui dizer. — Almoçar. Quero ir em um lugar onde tenha uma boa comida e que possamos ficar à vontade. —os olhos transmitia uma vontade de viver muito parecido com crianças quando te olham por qualquer motivo, com aquele olhar cheio de perguntas ao mesmo tempo cheio de resposta que te enchem de esperança na vida, esse era a forma como Fabiana me olhava de uns tempos pra cá.
— Seu pedido é uma ordem, senhorita. Entre e deixe por minha conta. — Abri a porta do carro para Fabiama entrar quando ela estava acomodada eu dei meia volta no carro abrindo a porta sentando e colocando o cinto de segurança e com cuidado tirei o carro da vaga. Em poucos minutos estávamos na Avenida Jovita Feitosa que diante do horário partindo para quase 13:oohs era o horario de almoço da maioria das pessoas que trabalhavam no comércio, razão para o transito estava uma loucura.
Rodamos um pouco em busca de um restaurante não muito cheio nesse horário e encontramos um, no finalzinho da avenida. Encostei na calçada e corri para abrir a porta ajudando Fabiana descer em seguida entreguei a chave ao manobrista, e entramos no restaurante.
escolhi uma mesa perto do canto pela privacidade e para deixar minha acompanhante mais a vontade.
A sala toda climatizada com espaço para não fumantes me conquistou, puxei gentilmente uma cadeira para ela, que me ajudou a afastar para próximo a mesa em seguida enquanto sentava, eu sentei à sua frente. Imediatamente um garçom aproximou-se da mesa nos oferecendo o cardápio, demos uma olhada e deixei ela escolher o que comeriamos:
— Escolheu o que vai querer?-- Notei que ela olhava o menu com se estivesse lendo um livro hebraico, sem entender nada.
— Não sei. É tanta coisa que não sei nem o que é. Tenho medo de pedir e não gostar o que você acha? — perguntou indecisa diante de tantas opções. —acrescentando logo em seguida— Eu jamais saia com meu ex-marido só e nessas raras ocasiões eles escolhiam pra mim de modos que eu não saberia escolher.
— Vamos fazer assim: moço, qual a especialidade da casa, mas diga sem nomes técnicos cuja utilidade é só para deixar o prato que servem interessante, esqueça as etiquetas e me diga com suas palavras o prato.
Eu queria que tudo parecesse simples para Fabiana, já que ela parecia estar nervosa com o ambiente e com o bendito cardápio.
Se eu estivesse com qualquer mulher não teria perdido tempo com isso, cada uma saberia o que queria, entretanto, com a minha deusa negra tudo seria diferente apesar de termos quarenta anos era como se ela tivesse vinte. seus olhos buscavam tudo ao redor denunciando a pouca experiência com certos ambientes .
CONTINUA.....
Fim do capítulo
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