O encontro por MarianaK
Capitulo 5
LIZ
Fiquei extremamente surpresa quando recebi uma mensagem da Marcela, pena que quando vi já era tarde, mas ainda assim resolvi que responder.
- Não acredito que ela lembrou do que eu disse. - Falei sozinha enquanto ainda olhava a foto que ela tinha me mandado.
Ela estava longe daqui, pelo que entendi em uma viagem de negócios, e se lembrou da nossa conversa no restaurante naquela noite de dias atrás. Se já estava difícil tirar o sorriso dela da minha cabeça, imagina agora sabendo que ela tinha pensado em mim.
- Lembrou, mas não significa nada né Liz, acorda. Olha o mundo dela e olha o seu.
- Deu pra falar sozinha agora princesa.
Quase não acreditei quando vi quem estava me respondendo.
- O que você ta fazendo aqui seu louco? - Corri e abracei meu amigo parado na porta.
- Resolvi te fazer uma surpresa, mas pelo visto agora você se diverte falando sozinha, então vou voltar. - Riu fingindo que ia sair do quarto.
- Pensamento alto só Pedro. - Respondi puxando seu braço.
Pedro era meu melhor amigo, aquele amigo com que você pode contar sempre e que em momento algum te julga. Ele sempre me ajudou em tudo, sempre que ia pro Rio ficava na casa dele, mas era a primeira vez que ela tinha vindo a São Paulo, não imaginei que chegaria de surpresa.
- Por que não me avisou que vinha? Teria te encontrado na rodoviária seu doido… Como chegou aqui?? - Perguntei enquanto tirava minha bagunça de uma poltrona pra ele se sentar.
- Liguei para sua mãe e combinei com ela que viria de surpresa, peguei um uber até aqui lindinha, sei me virar né. - Respondeu jogando suas coisas no chão.
Conversamos mais um pouco, minha mãe já tinha deixado o quarto que ficava para as visitas arrumado esperando por ele.
- Amanhã você me explica por que estava trancada dentro do quarto falando sozinha, se não fosse tão tarde... - Bocejou - Me contaria agora.
- Nem era nada Pedro, já disse. Só pensamento alto mesmo. - Desconversei e me despedi.
Voltei para o meu quarto e nada de conseguir dormir, já era quase 1hs quando meu estômago deu sinal de vida.
Acabei ficando o dia inteiro só com o almoço, então resolvi ir até a cozinha comer alguma coisa. Fiz um lanche e peguei um copo de suco, sentei no chão da sala e resolvi ligar a TV, procurei por um filme enquanto comia, mas só fiz passar os canais sem achar nada de interessante.
- Acho melhor voltar pro quarto e tentar dormir. - Pensei - E preciso parar de falar sozinha também af.
Acabei adormecendo, e por mais que fosse sábado, e não teria que trabalhar e nem ir para a aula, já estava acostumada a acordar bem cedinho e dessa vez não foi diferente.
Era quase 6hs quando recebi uma mensagem no celular e meu coração bateu mais acelerado quando vi quem tinha mandado.
Marcela respondeu a mensagem que tinha mandado para ela, pensei que ela estava ocupada, mas só me liguei quando ela disse alguma coisa sobre o horário, que tinha a porcaria do fuso.
Devo ter mandado mensagem de madrugada para ela, por isso não viu.
Ficamos conversando por mais alguns minutos, não queria terminar aquela conversa, nunca gostei de ficar trocando mensagens por celular, mas era o mais próximo dela que eu poderia estar.
“Como está sua moto? Tudo certo com ela?” (13h30 em Dubai)
“Tudo certo sim, estava novinha em folha” (6h35 em São Paulo)
“Espero que a gente possa se encontrar algum dia sem que eu precisasse estar me desculpando com você rs” (13h42 em Dubai)
Ela estava me chamando de novo para sair, e eu fiquei pensando no que responder já que dá outra vez eu simplesmente sai andando. Mas levei um susto quando o Pedro entrou no quarto e acabei escondendo o celular no reflexo do susto.
- Ta escondendo o que de mim em gatinha? Pode me dar esse celular aqui. - Disse esticando o braço na minha direção.
- Nada não Pedro, descarregou… E vê se bate na porta né. - Fingi irritação para disfarçar o susto.
- Se não te conhecesse né Liz, não adianta fazer essa cara de brava não, vamos, me dá o celular.
Começamos uma pequena briga pelo telefone, já estava me dando por vencida com minha mãe entrou no quarto brigando com a gente.
- E vocês dois pode ir parando com essa bagunça aí. E eu preciso de ajuda com seu pai Liz, vamos logo. - Disse saindo e abrindo mais a porta do quarto
- Acho melhor a gente ir. - Falei levantando da cama e empurrando o Pedro junto.
- Escapou de novo, mas eu vou descobrir o que é viu. - Disse com os olhos cerrados sorrindo de canto.
Aquele dia até que foi tranquilo, apesar de não ter conseguido responder a Marcela, e o Pedro ficar quase o restante da manhã toda me enchendo o saco por causa do celular.
- Depois eu juro que te conto cara, deixa eu pelo menos saber o que é pra te contar. - Disse revirando os olhos e prometendo pela milésima vez.
- Então quer dizer que tem alguma coisa pra contar? Abre logo o jogo Liz, tem mulher no meio?
Apenas sorri discretamente.
- Eu sabia que tinha mulher no meio, você não me engana! - Disse batendo palmas. - Até que enfim também né.
Continuamos conversando depois do almoço, e resolvemos que a noite iriamos dar uma volta, beber alguma coisa.
Não tinha muitos amigos em São Paulo, a não ser o pessoal da faculdade, mas o pouco que saia era com eles, e achei que seria uma boa apresentar o Pedro para os paulistas.
Logo a noite chegou, já estava ficando impaciente com a demora dele para sair do quarto.
- Vamos logo bicha, você não ta pronto ainda? - Disse batendo na porta do quarto.
- Calma meu amor, você sabe que eu gosto de me produzir e ficar belíssimo. Não sou você que camiseta e tênis tá pronta.
- Pedro, é só um barzinho, não é uma balada. Vamos conversar e tomar alguma coisa, nada de luzes piscando.
- O lugar sou eu quem faço. - Disse saindo do quarto.
- Até que enfim, já estava desistindo de você.
E realmente, ele tinha razão. Eu só coloquei uma calça meio rasgada, uma camiseta e meus tênis, não precisava de mais nada além disso.
Pedro usava uma calça de cós mais alto, cheia de rasgos, junto com uma camiseta que mais parecia um cropped, todo maquiado e de cabelo escovado.
- Ai meu Deus Pedro. - Apenas balancei a cabeça e ele deu de ombros.
- Vamos ou não gatinha?
Chamamos um Uber, chegamos no barzinhos, os meus colegas da faculdade já estavam lá e acenaram de longe.
- Vê se fica comportado ta Pedro, por favor.
- Relaxa amore, e você se diverte um pouco.
Quando chegamos na mesa onde o pessoal estava, apresentei o Pedro para eles, ficamos conversando por algum tempo, bebemos. O barzinho estava tocando sertanejo, e o clima estava maravilhoso.
Até que uma das meninas da mesa tocou no nome da Marcela.
- Gente, vocês viram a grande notícia do nosso meio? - Falou tomando um gole da sua bebida.
Todo mundo negou, então ela soltou:
- É uma notícia meio que extraoficial. - Continuou bebendo - Eu tenho uma prima que trabalha em Dubai, e me contou que a Marcela Fontana Pellegrini, dona da Construtora MFP conseguiu fechar um negócio em Dubai, e agora os árabes vão começar a investir aqui no Brasil.
O restante do grupo ficou perguntando como ela sabia disso, se ela tinha algum contato com a Marcela ou algo assim. Pelo visto todos ali sabiam mais sobre ela do que eu e isso não passou despercebido.
- Qual é Liz, você não sabe quem é Marcela Fontana? - Ela riu
Eu sabia que a Marcela trabalhava com isso, ela tinha me dito, descobri naquele dia da entrega que ela trabalhava na MFP, mas não liguei os pontos, não fazia a minha ideia de que ela era a dona de tudo e nem que todos ali fossem tão loucos por ela.
- Era essa a reunião então. - Pensei alto.
- Então você sabia da reunião? - Ela me perguntou olhando fixamente em mim.
Apenas assenti com a cabeça.
- Então você a conhece!? - A menina voltou a perguntar e se aproximou.
- Foi ela que derrubou minha moto Fernanda. - Falei
Contei toda a história daquele dia, mas achei melhor omitir a parte do restaurante e das mensagens que trocamos mais cedo. Enquanto falava, percebi que ela foi se aproximando de onde eu estava e eu não tinha tanta intimidade assim com ela para essa proximidade toda, tentei afastar, mas ela se aproximou de novo.
- Então você conheceu ela, conversou né? Pode dizer, prometo que não falo para eles. - Disse falando próxima demais de mim.
Fernanda era uma das meninas que estudava comigo, ela era muito bonita por sinal, tinha os cabelos em um tom de vermelho vivo, a pele bem branquinha e os olhos mais verdes que já tinha visto. Tinha a fama de conseguir o que quisesse, mas também não era para menos, com aquela voz doce sussurrando tão próxima ao ouvido, qualquer um cairia e ela levaria tudo que desejasse.
Senti um alívio quando a conversa tomou outro rumo e tentei usar o Pedro como desculpas.
- Gente, eu vou atrás do meu amigo e já volto. - Disse me levantando e sendo seguida pela menina.
- Eu vou com você, preciso esticar um pouco as pernas. - Falou sorrindo.
Estava achando estranha demais aquela aproximação, alguma coisa ela estava querendo. E esse viado foi sumir bem na hora que mais estava precisando dele, aproveitou a distração do pessoal falando sobre a Marcela e saiu de fininho.
Levei um grande susto, quando a Fernanda me empurrou em um canto do barzinho, e me pressionou contra a parede.
- Eu preciso fazer uma coisa com você Liz… - Disse passando uma das mãos no meu rosto e colocando a outra no meu ombro.
- Não estou entendendo você Fernanda, a gente estuda junto e você … - Não consegui terminar de falar.
Fernanda me beijou e me pegou de surpresa. No começo acabei ficando sem reação, mas não tinha como resistir aquilo.
Nosso beijo foi ficando mais intenso e com mais urgência, quando nossas línguas se encontraram parecia que estavam lutando por espaço, ela tentando aproximar mais nossos corpos, como se aquilo fosse o mais urgente dos seus atos. O ar faltava quando enfim nos separamos. Fernanda sorria e eu apenas fiquei olhando aqueles olhos e resolvi me deixar levar.
Dessa vez eu que busquei por sua boca, mas de uma maneira mais calma, ela mordiscou meu lábio e sorriu quando o beijo terminou.
- Se soubesse que era desse jeito, teria feito antes. - Continuou sorrindo, enquanto me olhava.
Eu apenas sorri devolvendo de volta o olhar. Não sabia descrever o porquê e nem como tínhamos chegado naquele momento, tão repentinamente.
E percebendo meu questionamento, ela respondeu simplesmente:
- Eu sempre quis você Liz, você que nunca percebeu e eu também não tive oportunidade antes…
- Não imaginava que você tivesse qualquer interesse em mim Fernanda. - Falei com ela ainda colada em mim.
- Porque a gente não sai daqui e conversa melhor em outro lugar então. - Ela disse puxando minha camiseta e me beijando novamente.
Naquele momento, eu apenas me deixei levar. Sabia que não tinha nenhum sentimento por ela, mas ficar o tempo todo pensando em uma pessoa tão distante de mim não seria bom para minha sanidade. Pelo menos a Fernanda estava bem na minha frente.
Saímos do bar, e ela me levou até seu apartamento, durante o caminho, não imaginei que aquela noite começaria de um jeito e terminaria de outro completamente diferente de como havia planejado.
Quando enfim chegamos na sua casa, mal a porta foi aberta e ela já me puxou de novo pela camiseta, logo em seguida a tirando e tirando sua blusa também, entre beijos e mãos desesperadas, nós nos jogamos no sofá. E durante a noite inteira trans*mos como se só aquilo fosse necessário, cada uma dentro do seu motivo, sem nenhuma palavra dita, apenas gemidos de prazer.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
brinamiranda
Em: 25/02/2021
É isso...a proximidade ajudou...rsrsrs
Resposta do autor:
E olha, as coincidência não vão parar viu, eles vão se aproximar ainda mais...
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