O encontro por MarianaK
Capitulo 1
Marcela
Até então era só mais um dia normal, a gente nunca espera por alguma coisa muito fora dos patrões logo numa segunda feira, mas a vida ama nos pegar assim, sem defesa nenhuma.
Sai de casa, atrasada como sempre, correndo pegando minhas coisas e pronta para mais um dia de trabalho.
E logo no primeiro semáforo, numa distração, lá estava eu derrubando um motoqueiro.
- Pelo amor de Deus, só me faltava essa, logo hoje! - Gritei pra mim mesma
Desci do carro e fui prestar socorro, torcendo para que nada grave tivesse acontecido com o rapaz, mas fiquei completamente sem reação quando o rapaz em questão, não era rapaz.
- Presta mais atenção da próxima vez. - Disse a motoqueira, tirando o capacete
- Ei, além de cega é surda? To falando com você. - Dessa vez ela tinha falado um pouco mais alto. - O que me tirou da distração.
- Me perdoe, não foi minha intenção. - Consegui enfim dizer alguma coisa.
Troquei mais algumas palavras com aquela mulher. Tinha os olhos num tom de verde diferente, que era uns contrastes perfeito com sua pele bronzeada e aquela boca, fiquei perdida só de olhar uma vez.
- Ainda bem que não se machucou, me desculpe mais uma vez. - Disse finalizando nossa conversa
- Pois é, não machuquei, mas a moto não teve a mesma sorte. - Falou levantando a mesma do chão.
- A propósito, meu nome é Marcela, e como te disse, não se preocupe com a moto, vou arcar com os custos do conserto dela. - Disse já tirando meu cartão do bolso.
- Fique com meu cartão, e entre em contato assim que já tiver com ela na oficina.
Quando fui entregar o bendito do cartão, um choque correu minha espinha ao tocar nossas mãos.
- Vou providenciar o quando antes, preciso dela para trabalhar. - Disse a mulher ainda sem se identificar já colocando o capacete de volta.
Fiquei ali parada, esperando não sei o que, quando ela subiu na moto e não conseguiu ligar, não entendi o que havia tido, só consegui definir que estava bem brava por ter percebido que não conseguiria sair dali com a moto.
Desceu e tirou o capacete mais uma vez, os olhos pareciam que estão mais escuros do que nos últimos 15 minutos.
- MERDA! - Gritou
- Posso te oferecer uma carona, e já poderia mandar a moto para conserto. - Disse me sentindo mal pela culpa de ter estragado o dia de alguém.
Ela pareceu hesitar um pouco antes de aceitar, mas acabou cedendo e entrou comigo no carro, logo depois do guincho ter ido retirar a moto do local.
Tentei puxar assunto, já que estava ainda sem saber seu nome.
- Espero que fique pronta rápido, caso demore, podemos providenciar uma moto nova. - Disse sem tirar o olho do trânsito.
- Você sabe por algum acaso quanto custaria comprar uma moto nova? - Me respondeu com desdém.
Pensei em responder como toda a minha arrogância que aprendi a usar no trabalho, mas quando olhei pro lado, vi que ela tinha um sorriso de canto, e perdi a coragem de dar uma má resposta, por mais que tenha recebido uma.
- Ainda não sei seu nome. - Falei assim que paramos no semáforo.
- Pode me chamar de Liz, todos me chamam assim.
- Ta certo então Liz, me diz onde eu te deixo. - Disse assim que o sinal ficou verde pra nós.
Ela apenas apontou o lugar e não disse mais nada.
- Entro em contato com você para resolver como vamos fazer com o conserto da moto. - Disse isso e logo saiu do carro.
Fiquei sem entender como alguém poderia ser tão estúpida e grosseira com alguém que nem conhece, tá certo que eu havia causado um transtorno naquele dia, mas nada muito sério. Parecia até que era algo além daquela moto, parecia que eu tinha feito alguma coisa a mais. Mas como se nunca na vida tinha a visto antes?
Liz
Entrei no meu apartamento bufando de raiva. Tantos dias para acontecer alguma coisa, porque bem na segunda? Meu começo de semana é sempre muito corrido, sempre faço uma entregas o dia inteiro, é quando mais tenho lucro, mal consigo parar para comer e perdi meu dia.
- Mais que merd* de dia! - Esbravejei entrando no meu quarto.
- O que foi minha filha, por que já está em casa? - Minha mão perguntou entrando no quarto logo depois que bati a porta.
- Uma mulher me derrubou mamãe, a moto já era, duvido que tenha conserto agora.
- Como assim, você machucou? Por que não me ligou? - Minha mãe disse já preocupada, tentando encontrar algum machucado em mim.
- Calma mamãe, não machuquei nada, só a moto mesmo. - Disse procurando pelo meu celular. - Droga, hoje não é mesmo meu dia de sorte!
Só me dei falta do celular quando minha mãe perguntou por que não havia ligado pra avisar, só torci para ter esquecido no carro daquela mulher.
Me joguei na cama, e fechei os olhos, torcendo para que aquele dia não tivesse mais nenhuma surpresa ruim, mas todo mundo sabe que quando tá tudo ruim, sempre tem um jeito de ficar pior…
Acabei por adormecer e nem me dei conta das horas que perdi, precisava encontrar uma maneira de conseguir meu celular ainda hoje, sem falta e ainda tinha que ir para a faculdade.
Mas sem minha moto, como iria fazer isso? Transporte público nessa cidade é horrível, além de sempre atrasar, está sempre muito cheio, mal dá pra respirar.
Fim do capítulo
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brinamiranda
Em: 25/02/2021
Coitada da Liz, parece que seu dia não começou nada bom, mas, pelo que tudo indica quem sabe se no fundo, bem no fundo seu dia na verdade foi de muita sorte...uma história light para relaxar, muito boa...gostei.
Resposta do autor:
O dia começou diferente, mas é tudo uma questão de perspectiva né
Vamos vê no que vai dar.
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