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Meus pedaços por Bastiat

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Palavras: 3634
Acessos: 2569   |  Postado em: 20/02/2021

Para Sempre I

 

Helena

 

    É mais um dia. Era para ser apenas mais um dia dentre tantos que vivemos. Uma data no calendário, um número digitalizado. Porém, é sim mais um dia. Há quatro anos, casei-me novamente com o meu amor. Há quem pense que ter anos de casamento não se dá ao direito de errar, enganar-se, perde-se. Se o amor não acaba, deve-se ser celebrado. Um dia tudo desmoronou. Um outro dia renasceu. Dia.

 

    Adentrei a cozinha da nossa casa para vê-la experimentando o ponto de cozimento do macarrão Alfredo que prepara.

 

    - Aqui, Gi, esse é o ponto que sempre devemos buscar.

 

    Nossa filha abriu a boca para que a massa fosse colocada. Uma interação simples, mas que sou grata por ver.

 

    Após algumas mastigadas e engoli-lo, seu sorriso foi de orelha a orelha com a compreensão dos ensinamentos de sua mamá.

 

    - Uma delícia. Então é só colocar bastante água e deixar como se fosse salgado como o mar, correto?

 

    - Exatamente, meu amor. Que orgulho da minha pequena.

 

    Com muito cuidado, Giovanna voltou a tirar a casca das batatas com o descascador. Desde o começo do ano passado, Isabel decidiu ensinar e deixá-la fazer algumas coisas na cozinha. Primeiro para passar mais tempo juntas e segundo para torná-la mais independente ao longo da vida.

 

    Para a pequena tudo é diversão. Colocar a mão na massa de pizza, por exemplo, é a nossa maior diversão. Até deixei a batedeira planetária de lado para também ter esses momentos. Mesmo que Isa brigue conosco pela bagunça com a farinha na sua sempre limpa cozinha.

 

    Rotina.

 

    Não foi fácil reconstruir o casamento. Amor nunca nos faltou, então tivemos que buscar todos os dias a fórmula de encaixe. Adaptarmo-nos uma a outra como antes, mas diferente. A mesma essência de antes, com aperfeiçoamento.

 

    Nos primeiros meses foi aquele alvoroço, a todo momento: quero mostrar que te amo. Flores, declarações, sex*, viagens. Mas teve uma hora que precisávamos respirar, viver de outras coisas. Veio então a calmaria. Eu sempre ao seu lado, ela ao meu. Jantares em restaurante para quebrar a rotina. Um final de semana na praia com nossa pequena. Flores apenas para surpreender e em ocasiões especiais. Nada ao extremo, nem nos permitir cair no limbo do costume.

 

    Após quatro anos, sei que encontramos o que nos faltou. Hoje temos um casamento muito melhor do que antes. Engraçado como não percebemos que os pequenos machucados que deixamos nos modificou sem que percebêssemos. Não acordamos um belo dia e nossa felicidade foi embora. É por isso que não deixamos passar nada. Conversamos, não brigamos. Nada de cara feia novamente. Conversamos até chegar ao comum acordo. Ouvir mais do que falar. Falar sem medo do que possa acontecer. Tudo é esclarecido o mais rápido possível.

 

    Sei que o ocorrido foi um grito de alerta. Sei que Isabel explodiu daquela forma porque começamos a duvidar do amor uma da outra.

 

    A espanhola continua confiando plenamente em mim. Entendi que seu cuidado para não me perder não vem do ciúme que eu imaginava não existir para ela. A mais nova cuida de mim ao entender melhor que jamais a trocaria por outra.

 

    Eu, menos ciumenta do que antes, ainda não gosto quando percebo um toque ou um sorriso largo para cima da minha mulher. Melhorei muito, a terapia tem me ajudado, mas compreendi que faz parte de mim. Gosto de exacerbar o cuidado liberando adrenalina e apertando a cintura da Isa em todas as oportunidades para mostrar as outras que quero esse mulherão do meu lado para sempre.

 

    - Vai ficar quanto tempo mais parada na porta, cariño?

 

    Sorri com o seu flagra. Caminhei até a pequena que facilmente me alcançará antes dos 15 anos e deixei um beijo nos seus cabelos castanhos. Olhei as panelas no fogão, respirei fundo para sentir o aroma do seu tempero. Tudo está delicioso, nem preciso colocar na boca.

 

    - Nossos amigos já estão acomodados perto da piscina.

 

    - Ótimo, só vou encaminhar mais uma ou duas coisas aqui que daqui a pouco vou cumprimentá-los.

 

    Meu rosto foi pego pelas suas mãos e um beijou-me rapidamente.

 

    - Você está muy guapa com esse vestido verde soltinho - disse me olhando de cima para baixo.

 

    - E você muito mais com essa chemise branca com o biquíni vermelho.

 

    Ouvimos uma risadinha no fundo. Giovanna ri de nós.

 

    - O que foi, filha? - Perguntei.

 

    - Vocês duas de namorinho, parecem duas bobas.

 

    - Pero... Olha que abusada, Helena. Chamando as mães de bobas na cara larga.

 

    - Deixa ela, Isa - disse me afastando da atriz para chegar perto da pequena que já havia terminado as batatas. - Sabe o que é, Gi? É que eu amo demais a sua mamá. Ela é a mulher mais bonita do mundo, então eu gosto muito de admirá-la e exaltar essa beleza espanhola que você também puxou.

 

    A ataquei com cócegas.

 

    - Mamá, ayúdame!!!

 

    Como imaginei, Isabel entrou na brincadeira.

 

    - Nada de eso, Gi. Quién envió a dos mujeres enamoradas a ser tontas?

 

    Depois de muito riso infantil, Giovanna recuperou-se e me abraçou. Eu amo quando as duas se comunicam em espanhol.

 

    - Não queria chamá-las de tontas, apenas quis dizer que às vezes vocês entram em um mundo estranho de olhares e palavras bonitas. Mas isso é por que vocês se amam, não é?

 

    - Nos amamos muito. Muito - frisei.

 

    Um silêncio formou-se na cozinha.

 

    - Olha aí, as duas se olhando sem parar de novo. Duas bobas.

 

    Isabel e eu caímos gargalhamos por perceber que realmente estávamos nos admirando mais uma vez. Seus olhos brilham para mim, não resisto.

 

    - Tudo bem, Giovanna, você venceu: somos duas bobas mesmo. Eu vou conversar um pouco com os nossos amigos enquanto as duas terminam as coisas, tudo bem? Espero vocês lá.

 

    Deixei um beijo na bochecha de cada uma dos meus bens mais preciosos. Deixei meus amores discutindo se fazem batata chips ou Ana.

 

    Pisei na sala que modificamos o sofá recentemente. Agora um vermelho se destaca no meio da sala mais neutra. Alguns porta-retratos foram colocados de fotos mais recentes como a que estamos na praia em Porto Seguro semanas depois da nossa volta definitiva. A viagem não feita virou questão de honra para as duas. Gostamos tanto que já voltamos ao local e arredores mais três vezes e a último foi semana retrasada.

 

    Saí pela porta que dá acesso ao jardim e andei até os fundos da casa. Sem fazer barulho, cheguei atrás da rodinha dos nossos cinco amigos concentrados em uma conversa em tom quase baixo.

 

    -... e que ninguém comente com a Heleninha, já sabem como ela é. Além disso, quase não falamos do passado.

 

    - Comentar o quê, Eduardo?

 

    Nina começou a tossir ao engasgar-se com o suco que tomava. Natália logo acudiu a recém-esposa.

 

    - Amor, respira. Acabamos de voltar da nossa lua de mel e eu não quero ficar viúva de maneira trágica.

 

    Acharia graça do que a Natália disse se não fosse a pulga atrás da orelha que se instalou. O que meus amigos estão me escondendo? Será uma surpresa que a Isa quer fazer?

 

    A ex-babá da minha menina recuperou-se aos poucos. Apenas cruzei os braços quando tudo pareceu mais calmo e me encararam.

 

    - Ah, o que tem ela saber gente? - Natália começou a dizer se dirigindo a todos. - É uma fofoca como qualquer outra.

 

    - Mas é relacionada ao passado -  Rodrigo apoiou o marido.

 

    - E sobre a Elisa? É isso? O que ela fez?

 

    Quatro anos sem quase ouvir esse nome ou não ter nenhuma notícia sua. Embora nossas profissões se unam, nunca mais soube de algum trabalho dela. Parece que sumiu do mapa.

 

    - Calma - minha sócia dirigiu-se a mim. - É sobre a Elisa sim, mas não é nada com que deva preocupar-se. Se você soubesse ou não, é apenas uma fofoca que terá zero relevância na sua vida. Edu que foi um bocudo e você chegou na hora errada.

 

    - Conta logo, Nat.

 

    - Contar o quê? - Ouvi um sotaque estrangeiro atrás de mim.

 

    Logo minha cintura foi tomada pelos seus braços carinhosos.

 

    - Pronto, chegou a espanhola para completar o quadro da fofoca - Maurício reagiu segurando a risada.

 

    - Qué pasa?! - Isa insistiu.

 

    Natália então disse de uma vez:

 

    - Bem, seguinte: eu e a minha linda mulher estávamos no aeroporto de Veneza quando vimos uma criatura loira bastante conhecida passar por nós de mãos dadas com uma ruiva. Logo reconheci a minha velha "amiga" - não esqueceu-se das aspas com as mãos. - Não perdi a chance de conversar. Afinal de contas, ela sumiu do mapa. Mesmo que não desejasse mais contato, queria saber o que faz da vida.

 

    - Era isso? Você a encontrou e descobriu que está pelo menos viva?

 

    - É... sim. Elisa mudou-se para Portugal e agora é diretora de algumas telenovelas, filmes, curtas. Basicamente o que ela fazia aqui, agora faz lá. Mas... - hesitou.

 

    - Ela está com Philipa - concluiu Isabel.

 

    Olhei para cima buscando os seus olhos e indaguei:

 

    - Como você sabe disso? Quem te contou? Não vai me dizer agora que são amigas ainda.

 

    A primeira coisa que fiz foi respirar fundo para me acalmar.

 

    - Não tenho contato com Philipa, cariño. Desde o último programa Atuado nunca mais soube dela. Apenas juntei os pontos rapidamente. Primeiro, já na final do programa, ela disse para mim, para o Edu e o Mau, que havia recebido uma proposta para gravar uma minissérie em Lisboa, mas que sua resposta dependia do resultado do programa. Lembra que comentei tudo isso com você dias depois? E que ela também deixou no ar que a diretora era brasileira e que elas estavam se conhecendo melhor? Chegamos à conclusão de que fosse uma provocação barata e que ela queria sair por cima. "Como quem quer dizer que tem alguém. Se tu não queres, tem que queira", você mesma disse. Agora que a Nat disse que a Elisa estava com uma ruiva e que mora em Portugal, foi só somar dois mais dois.

 

    - Espera... - assustei-me quando a ficha caiu completamente. - Elisa e Philipa estão realmente juntas? Tipo Cherno & Bil? Uma explosão de coisas tóxicas? Elas quase destruíram o meu casamento para no final ficarem juntas? E se elas já se conheciam...

 

    - Não! - Nina logo esclareceu. - Isso não, eu tenho certeza. Foi o modo de falar delas, o quanto estavam sem graça, as alianças de casadas. Não teria sentido nenhum e sabemos como tudo aconteceu. Além disso, vasculhamos a internet com notícias de Portugal e elas me parecem bem felizes. Tem até uma revista de fofoca que conta como se conheceram. Foi semanas antes daquela temporada de Atuando terminar.

 

    - Bién, menos malo. Que elas encontrem felicidade bem longe de nós e que nunca nos dê o desprazer de cruzarmos os caminhos. Aliás, Lena, vamos evitar Portugal a partir de agora.

 

    Dei risada da fala da espanhola que falou em tom de brincadeira e ameaçando fazer cócegas.

 

    É dia de apenas celebrar o nosso amor. Mesmo que só nós duas tenhamos nos ligado na data. Não contamos para o nossos amigos que hoje faz exatos 4 anos do nosso recomeço. Para eles, estamos nos reunindo como qualquer outra vez. Ainda continuamos comemorando de verdade apenas o nosso casamento e namoro. Não há vergonha no dia de hoje, mas preferimos manter entre nós o fechamento de nossas cicatrizes.

 

    - Mas encerrando essa fofoca e relembrando Atuando, quero dizer que sinto falta pra caramba de vocês duas - Maurício emocionou-se. - Nem parece que faz tanto tempo que vocês deixaram o programa. Adoro quando a gente se reúne aqui, sinto até o clima dos corredores, estúdio e camarim.

 

    - Olha que milagre, Mau sendo fofo! Vou até te chamar de Bom agora - brinquei para quebrar de vez o clima e fazerem todos rirem. - Se tem uma coisa boa que o Atuando me trouxe foram vocês três. Edu, Rô e Mau, amo vocês três.

 

    - Assino embaixo do que disse a Helena, também amo os três. Olha quanto tempo se passou e ainda temos a mesma conexão. Aliás, acho que deveríamos fazer um trabalho juntos. Que tal uma peça no Arte? Imagina o sucesso.

 

    Isabel e seu trabalho que cresceu em mais uma filial no interior de São Paulo. Impressionante como ela nasceu para ser dona de lugares onde respirasse arte. Seu lado empresária é uma das coisas que me fazem ter mais orgulho. Errei quando achei loucura o empréstimo feito e como tudo aconteceu. Por isso, hoje a apoio mais nas ideias.

 

    - Eu acho ótimo, eu e a Nat podemos ver algum roteirista novo para lançar. Tem um menino extremamente talentoso.

 

    - Ideia genial, eu já topo! - Minha sócia empolgou-se com a ideia.

 

    - Vocês vão começar a falar de trabalho, não é?! Eu vou ver a Gi que estou morrendo de saudade. Ela está no quarto? - Nina perguntou.

 

    - Não, na cozinha. Ela ficou de me avisar quando as batatas no forno estiverem dourando - a espanhola respondeu.

 

    - Eu vou junto, amore. Não aguento quando Eduardo começa a se empolgar com o trabalho também - Rodrigo deixou o lado do marido e seguiu na direção da recém-casada.

 

    - Então vou ajudá-la e dar uma abraço bem apertado na minha princesa.

 

    Nina beijou a mulher e saiu nos deixando discutir por mais de quinze minutos possíveis datas, ideia de história, personagem. Por fim, nós cinco encerramos prometendo uma reunião no Arte na próxima semana. É o quarteto de Atuando se reunindo de novo para fazermos aquilo que mais gostamos: atuar.

 

    Isabel, Eduardo e Maurício foram para dentro de casa quando Giovanna apareceu para avisar que já estava tudo pronto e a mesa já estava sendo posta.

 

    Fiquei com a Natália que terminava a caipirinha.

 

    - Amiga, você não ficou bolada com a história da Elisa com a portuguesa, não é?!

 

    - Não. Nem um pouco. Isso para mim é totalmente passado. Mesmo que elas tivessem uma ligação com tudo o que aconteceu, eu deixaria para lá. Eu e a Isabel merecemos paz e viver o nosso amor como sempre desejamos.

 

    - Fico feliz, Heleninha. Eu iria contar para você de qualquer maneira, não via problema, mas não esperava que fosse como aconteceu.

 

    - Nenhuma delas perguntou sobre mim ou a Isa?

 

    - Não. Philipa quase não falou. Parecia até que estava incomodada com a volta do passado. Acho que para elas nós e o que aconteceu está morto e enterrado. Elisa foi educada, nem lembrou-se da Nina, disse até que ficava feliz por mim. Na hora confesso que queria esfregar na cara dela o quanto estamos felizes, mas tive pena. Como disse a Isa: que elas sejam felizes na forma que encontraram. Eu acho que foi meio consolo? Acho. Mas sendo isso ou não, o problema é delas.

 

    - Exato. Elas lá e nós aqui compartilhando da felicidade que merecemos e lutamos tanto para conseguirmos.

 

    - Viva o amor e a nossa amizade.

 

    - Viva, Nat. Viva muito a nossa felicidade. É lindo ver o seu amadurecimento depois de tudo. Você se assumiu para todos, apresentou a Nina, casaram-se e tenho certeza de que a faz muito feliz. Sem falar no amadurecimento pessoal.

 

    - Elisa me fazia mal, sabe? Eu tinha raiva da Isabel por causa dela. Sofria por ela que me cozinhava. Sou grata pela nossa amizade porque de certa forma você me resgatou. Acolheu-me de volta quando não merecia, perdoou-me quando escondi algo que poderia te ajudar. A sua compreensão me fez amadurecer. Te amo, Heleninha.

 

    - Oh, eu também te amo Nat, minha pequena.

 

    Nos abraçamos para selar a amizade que cresceu ainda mais nos últimos anos. Eu, Isa, Nat e Nina formamos um quarteto de frequentarmos as casas, viajarmos, até mesmo o encontro de dia a deia no supermercado.

 

    - E a viagem para a Bahia? Aproveitaram o paraíso? - Perguntou-me ao encerrar o abraço e começarmos a andar na direção da casa.

 

    - Demais. Isabel enlouquece com a comida de lá, precisava ver a amizade que ela fez com uma cozinheira. Trocaram receita e tudo.

 

    - Que delícia te ouvir falando assim, amiga. Sem aquele tom irônico enciumado.

 

    - Ah, mas não vai pensando que não olhei feio mais uma ou duas sorrindo demais quando a espanhola mostrou o corpão dela na praia.

 

    - Helena?

 

    - Estou brincando, amiga. Sou muito mais eu.

 

    - Fora que Isabel só tem olhos para você. Impressionante a forma como ela te olhava admirada enquanto você dava ideia de roteiro. Os olhos brilhando e o sorriso largo.

 

    - E eu não fico atrás. É recíproco toda a admiração que temos. Assim como vejo você e a Nina cada mais apaixonadas.

 

    - É o amor da minha vida. Cada dia mais tenho a certeza de que sou sortuda pela felicidade que sinto quando a vejo despertar nos meus braços todas as manhãs.

 

    Na sala, antes de entrarmos na cozinha, a fiz parar e me olhar.

 

    - É lindo tudo isso, mas nunca perca essa sintonia. Pode ser que chegue um momento em que a rotina atravesse o amor de vocês. Se amam, mas não se veem mais como antes. Não é falta de amor, é o dia a dia pesando na relação. A convivência morna leva a desconfiança do amor e qualquer palavra mal colocada pode gerar uma catástrofe. Nunca a deixe ficar quieta demais e nem você se fechar. O amor é para ser vivido com intensidade em cada segundo, minuto, hora, dia, semana, mês, ano e anos. Nunca se percam.

 

    Natália emocionou-se ao final das minhas palavras e olhou para a sua aliança. Uma promessa silenciosa foi feita, pude perceber. Virei-me para o lado e Chico subia as escadas, nunca perde a mania de ir até o quarto da Giovanna e esperá-la por lá.

 

    - Você já demonstrou muita habilidade para escrever, Heleninha. Já pensou em transformar toda a sua experiência em um livro?

 

    Olhei para a minha sócia como se o que saísse da sua boca fosse uma absurdo. Até gosto de me aventurar em escrever roteiros, mas livro já é demais.

 

    - Fome. Isso é ideia de quem está com fome. Vamos logo antes que eles acabem com a comida.

 

    A abracei pela cintura e juntas entramos na cozinha para vê-los pegar os pratos.

 

    - Ué, iam começar o almoço sem nós? - Perguntei aproximando-me da Isabel.

 

    - Vocês demoraram, Helena - seus olhos buscaram os meus. - Está tudo bién?

 

    É o seu jeito preocupado e cuidadoso que age.

 

    - Sim, não se preocupe. Foi só uma conversa de amigas, até sobre a viagem para a Bahia.

 

    Logo a ruga que estava na sua testa foi relaxando e ganhei um abraço com direito a um beijo nos meus cabelos.

 

    - Feliz nosso recasamento - sussurrou no meu ouvido direito.

 

    - Feliz dia da vitória do nosso amor.

 

    Tomei seus lábios para mim com doçura. O beijo da Isabel é o despertar da minha vida. Um simples toque parece me trazer um sopro de vida. Quando sua língua toca a minha é o cobertor que aquece meu corpo. A boca da espanhola é o meu porto onde gosto de ancorar. Tudo com ela é perfeito.

 

    - Te amo - foi o que consegui dizer após o seu leve afastamento.

 

    - Te quiero, cariño.

 

    Ouvi o coçar da garganta do Rodrigo e sua taça de vinho erguida.

 

    - Um brinde ao amor que vence todas as batalhas colocadas no caminho. Dois brindes ao amor entre Helena e Isabel que transborda, enche essa casa e nossas vidas de alegria. Três brindes por me fazerem acreditar no amor. Quatro por conseguirem superar juntas mesmo que por, em momentos de fraquezas, ao menos uma batalhou. Eu gosto do amor que vejo e de como vejo. Cada casal tem a sua paixão, a que vejo entre vocês é a certeza de que o amor eterno existe. Obrigada, meninas, me fazerem acreditar nisso. UM BRINDE!

 

    Pegamos as nossas taças já colocadas na mesa e brindamos ao amor. O nosso amor cheios de defeitos, mas ainda nosso. Um amor vivido, revivido e compartilhado em cada pedaço que compõe a nossa história.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 39 - Para Sempre I:
GabiVasco
GabiVasco

Em: 06/03/2021

Philipa e Elisa... eita! Por essa eu não esperava mesmo. Na hora que eu li penseii "credo que bosta!". Mas depois reli e entendi que era um jeito de mostrar que elas do jeito delas encontraram a felicidade e vão deixar mesmo a Helena e Isabel em paz. Mas ontinuo achando que elas não mereciam a felicidade kkkkkkk

De qualquer jeito achei lindo o capítulo e a forma como elas conseguiram superar. Lindo demais!!!

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Baiana
Baiana

Em: 21/02/2021

Todo amor é infinito,se acabou não era amor. Helena e Isabel provaram que o que elas tinham era amor de verdade,em meio a toda tempestade,ele saiu vitorioso.

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