Conexão por ThaisBispo
Empatia
一 Seu pai? Como assim aquele homem era o seu pai?
Eu estava em estado de choque, o que era bem difícil de acontecer inclusive, já Stephanie ainda tremia. Passei meus olhos pelo seu corpo e notei que temos gostos completamente diferentes para roupas, o que era meio irrelevante naquele momento. Ela usava um vestido roxo escuro com alças finas que iam até pouco abaixo das coxas, uma bota de cano alto com um pequeno salto e agora minha jaqueta por cima, o que levou a combinar perfeitamente com todo o resto do look, mas fiquei me perguntando se ela não estava com frio antes disso.
Soltei um pesado suspiro e, com a minha mão, retirei os fios de cabelo que estavam caídos na frente de seu rosto, colocando-os para trás. De fato, ver alguém que eu mal conhecia nesse estado era desesperador e constrangedor, ainda mais por sentir que, de certa maneira, ela é uma boa pessoa e com certeza não merecia passar por isso.
一 Tá mais calma agora? 一 Retirei minha mão de seus cabelos quando ela passou a me encarar. 一 Posso te levar pra casa se quiser. Onde você mora?
一 Não é longe, mas... 一 hesitou por um momento, o que me fez pensar que ela talvez ainda morasse com os pais.
一 Você mora com ele, não é? 一 perguntei o óbvio e ela assentiu, instante que levei minhas mãos na testa com um sentimento de arrependimento. 一 Me perdoe por ter me intrometido, eu realmente achei que fosse um assaltante ou um meliante querendo te machucar.
一 Ninguém nunca fez aquilo por mim, Clara. 一 Senti ela segurar em minha outra mão que estava por cima da minha coxa. 一 E te agradeço por isso. 一 disse tentando conter as lágrimas que insistiam em escapar de seus olhos, e se tem uma coisa pela qual me sinto mal, é de ver as pessoas chorando perto de mim.
O silêncio predominou por alguns segundos, o que foi bem torturador, na minha humilde opinião. Sem dúvida alguma, essa situação a qual ela estava enfrentando não devia ser algo simples, e fiquei me perguntando como ela lidava com isso.
一 Eu tenho medo de encará-lo todos os dias... 一 Stephanie cortou o silêncio, tirando-me de meus devaneios e me fazendo fitá-la. 一 Minha mãe nos abandonou quando eu ainda era pequena e desde então ele tem se afundando cada vez mais na bebida. É doloroso pensar que já tentei fazer de tudo para que ele se conformasse e seguisse em frente, mas o tiro saiu pela culatra.
一 Sinto muito por isso, de verdade... 一 lamentei enquanto me ajeitava no banco, ainda pensativa sobre o ocorrido, quando vi que ela massageava os punhos. 一 Deixe-me ver. 一 Estendi minha mão em sua direção.
一 Tá tudo bem, sério... 一 murmurou ao que tentava os esconder entre a jaqueta. 一 Não foi nada.
一 Deixe-me ver, por favor! 一 pedi novamente na esperança de que ela atendesse meu pedido.
Sorri satisfeita quando ela suspirou e me estendeu seus braços. Suas mãos eram um pouco maiores que as minhas, mas não deixavam de serem bonitas e delicadas, e também por ser tão branca quanto eu, isso tornava as marcas ainda mais visíveis. Acendi então a lâmpada do carro e me assustei com o que me deparei: hematomas que com certeza não eram de hoje. Virei seus braços de um lado para o outro, devagar, e percebi que ela fazia uma leve careta de dor enquanto observava, e fiquei pensando se ela não poderia ter outros também.
一 Não foi nada, isso passa.
一 Passar até passa, o problema é continuar suportando isso... 一 Passei os dedos em volta deles, porém seu punho esquerdo se encontrava realmente inchado, levando-me a arquear minha sobrancelha e apertar de leve a região, momento em que ela deixou escapar um gemido de dor. 一 Deve estar luxado, vou te levar ao hospital.
一 Você já fez o suficiente, Clara! De verdade, não se preocupe! 一 Ela segurou em minha mão novamente, o que me fez encará-la com uma certa indignação. 一 Você nem me conhece direito e só pelo o que fez hoje me trouxe a certeza de que sempre foi digna de ser admirada.
一 Quê? 一 perguntei confusa.
一 Sempre te observei de longe e confesso que invejo sua personalidade. 一 Sorriu largamente, causando-me um arrepio inédito na barriga. 一 Você é uma mulher independente e que sempre está segura de si, e mesmo fazendo algo simples como andar pelos corredores, sua postura continua sendo impecável, posso dizer que eu te admiro bastante, sabe?
一 Não acho que eu seja uma pessoa digna de ser admirada, eu sou... sei lá! Só desapegada mesmo, não creio que isso seja uma coisa muito boa, mas agradeço pelas suas palavras, foram confortáveis de ouvir. 一 Cocei a cabeça um pouco sem jeito pela vergonha que estava sentindo no momento. 一 Tem certeza de que não quer ir ao hospital? Você precisa cuidar disso... 一 Ela pareceu pensativa por alguns segundos, mas balançou a cabeça em sinal positivo, me deixando aliviada.
一 Não pretendia voltar para casa hoje, na realidade...
一 Como assim?
一 Eu... Ele... 一 Stephanie pareceu perder o ar e isso me deu um embrulho no estômago. 一 Ele já deve estar em casa me esperando, vou dormir na casa de uma amiga.
一 Pode ficar na minha casa se quiser. 一 sugeri por impulso.
一 Por que está fazendo tudo isso por mim?
一 Olha, essa é uma pergunta bem interessante! 一 enfatizei segurando o riso. 一 Pois nem eu tenho a resposta pra ela. - confessei.
一 Eu não posso aceitar, é exploração demais.
一 Você quem sabe, por mim não há problemas, já que moro sozinha. 一 Apaguei a luz. 一 Quem vai pra lá às vezes é o Samuel.
一 Seu namorado?
一 Quê?! 一 Olhei-a em meio a risadas, deixando-a confusa e assustada, porém parecia se divertir com a minha cara de espanto. 一 Samuel é como se fosse meu irmão mais novo, nada mais do que isso.
一 Que pena...
一 Osh, pena por quê?
一 Vocês dariam um ótimo casal!
一 Credo, que horror! Jamais! 一 Fiz uma careta, mas logo caímos na gargalhada, foi quando percebi que sua mão ainda estava por cima da minha. 一 Er... vamos? 一 perguntei e ela assentiu, retirando a mão para ajustar o cinto.
O caminho até o hospital foi um tanto quanto silencioso, embora em um momento ou outro eu tentasse puxar algum assunto para ela não ter a ideia de que eu estava fazendo aquilo por obrigação. Mas ela parecia ainda bem sensível com tudo, passando a me responder apenas com poucas palavras.
A cidade estava um pouco mais movimentada, mas felizmente, quando chegamos, o hospital estava vazio, o que era um alívio. Ao entrarmos, logo pegamos a senha e aguardamos até sermos atendidas, e enquanto esperávamos, Stephanie parecia incomodada após fazer uma ligação que, pelo que eu entendi, era para a tal amiga.
一 Droga! 一 Desligou o celular e enfiou dentro da bolsa, visivelmente frustrada.
一 O que houve?
一 Minha amiga não atende, provavelmente não está em casa.
一 Já falei, se quiser pode ficar na minha. 一 Cruzei as pernas e os braços, abrindo um largo sorriso. 一 Estaremos quites!
一 Quites?
一 Sim, ué! Você me emprestou seu fone hoje, lembra? Clara, eu só te emprestei um fone! Você me salvou e está comigo em um hospital, isso não é nada na fila do pão!
一 Pra mim, dá no mesmo... 一 Dei de ombros.
一 Você realmente não sabe colocar as coisas em uma balança. 一 Bateu com a mão na própria testa. 一 Só rindo mesmo...
一 Ora pois, se começar a me zoar eu te coloco no porta-malas na volta, hein!
一 Nossa, que ousada!
一 Sou mesmo!
E caímos no riso mais uma vez. Ela era incrível, tinha que admitir, e a parte boa é que fomos atendidas em menos de meia hora, o que nem sempre é a realidade neste país. Ela tirou um raio-x e felizmente não havia nada mais grave com o que se preocupar, apenas seu punho que estava realmente luxado. Precisou colocar uma tala e receber medicações para tomar durante uma semana. Como ela já estava com as coisas dela, segui direto para meu apartamento, que ficava um pouco mais distante do centro, especificamente no Jardim Pinheiros, visto que eu odiava muito barulho e muvuca.
Ele era simples, do jeitinho que eu gostava, onde ao adentrarmos já conectava direto com a sala e a cozinha. Havia um sofá-cama encostado mais à frente perto da janela e de frente pra TV, com um tapete preto que ficava entre o meio termo e por cima uma pequena mesa quadrada de vidro. A janela ficava ao lado direito e estava com a cortina toda aberta - a qual eu esqueci de fechar antes de sair - e, à esquerda da porta, estava a minicozinha. Ela era bem básica e no estilo americana, do jeito que eu sempre havia sonhado. Para finalizar, um pouco mais à direita seguindo pelo corredor se encontrava o banheiro e, de frente, o meu quarto.
一 Bom, não é grande, mas...
一 É lindo! 一 Ela me cortou sorrindo enquanto olhava ao redor atenta aos pequenos detalhes, parecendo uma criança entretida. 一 Eu nem sei como te agradecer.
一 Já agradeceu!
一 Desculpa, é que... é complicado.
一 Eu entendo, então não se preocupe! Vai lá tomar um banho quente enquanto eu peço uma pizza. 一 Caminhei um pouco mais a frente para lhe direcionar o corredor. 一 Você come de quê?
一 Qualquer uma. 一 Exibiu um sorriso ladino, parecendo gostar da ideia.
一 Beleza!
Ficamos por mais alguns segundos na presença de um silêncio um tanto quanto perturbador e estranho, até que meu celular começou a tocar, dando um susto em ambas e indicando que era Samuel, instante em que acabei recordando o compromisso que eu tinha marcado com ele mais cedo, e esqueci de lhe avisar sobre o incidente. Peguei o aparelho rapidamente e atendi, já que eu estava mais do que atrasada e nem tinha me ligado no horário.
一 Clara! Onde você está? O que aconteceu? Você tá bem? Ai, meu deus! Você tá bem, né?
Ele não estava falando, estava berrando, levando-me a automaticamente afastar o celular da minha orelha.
一 Samuel Henrique! Fale baixo! E devagar!
一 Onde você está?
一 Eu estou com a Stephanie... 一 Encarei-a de canto e percebi que ela mexia em seu aparelho com uma expressão preocupada. 一 Aconteceram algumas coisas, me perdoe! Não poderei ir hoje, mas podemos ir amanhã se quiser!
一 O que houve? Ai, meu Deus! Vocês foram sequestradas?! Eu vou chamar a polícia!
一 Que mané sequestradas, garoto! Fica calmo! 一 Revirei os olhos tentando conter o riso, afinal a situação não era adequada mesmo que seu desespero fosse cômico. 一 Eu te mando mensagem depois, mas estamos bem, não se preocupe! Vá descansar que amanhã antes do almoço eu passarei aí!
一 Tudo bem, mas me avisa se precisar de algo, ok?
一 Pode deixar, aproveite hoje para estudar, você tem teste segunda-feira!
一 Af... não precisava me lembrar dessa catástrofe...
一 Você é meu orgulho, não se esqueça disso! Até!
一 Até!
Suspirei ao jogar o celular no sofá.
一 Desculpa ter atrapalhado seus planos... 一 Ela se aproximou e segurou em minha mão, me lançando um olhar triste.
一 Saúde em primeiro lugar. 一 Sorri tentando confortá-la. 一 Não se preocupe, ele é dramático assim mesmo. 一 Um riso escapou entre nós.
Caminhei em direção ao sofá e me joguei em cima do mesmo após vê-la seguir em direção ao banheiro, peguei o controle da TV e logo comecei a procurar por algum canal que estivesse passando algo decente, mas infelizmente não tinha nada que fosse do meu gosto. Arranjei coragem da onde não tinha para poder levantar depois de um tempo, catando minha mochila que estava absurdamente pesada do chão e levando-a para o quarto, jogando-a em cima da cama e retirando minhas coisas uma por uma para poder guardá-las em seus devidos lugares. Meu canto estava mais para um ovo do que quarto, visto que ele é pequeno, porém aconchegante, sendo revestido pelas paredes todas brancas. Minha cama de casal ficava encostada na parede com minha mesa de estudos de frente e meu guarda roupa mais à direita.
Quando percebi que o chuveiro havia sido desligado, aproveitei a deixa e fui em direção ao meu guarda-roupa, tirando de lá uma camiseta cinza mais larga e uma calça de pijama xadrez, e deixo claro que roupas nesse estilo são as mais confortáveis.
一 Imaginei que você usaria alguma blusa de banda para dormir.
Olhei para o lado e percebi que ela estava encostada na parede com os braços cruzados, vestindo um pijama lilás de seda curto e com os cabelos presos em um coque, deixando a franja para frente.
Será que essa garota não sentia frio? Misericórdia.
一 Eu até tenho algumas, mas usar roupa preta pra dormir não rola, muito quente. 一 Sorri dando de ombros. 一 Pronto? Posso me apossar do banheiro por uns minutos?
一 Claro, senhorita, à vontade. 一 retribuiu o gesto ao abrir espaço para que eu passasse.
一 Acho que consigo sair a tempo antes da pizza chegar, só fique de olho no interfone pra mim, por favor. 一 Caminhei em direção ao banheiro com a roupa entre o braço. 一 A TV da sala está ligada, então você pode assistir o que quiser.
一 Ainda não sei como...
一 Se me agradecer de novo, eu juro que chuto você desse andar janela abaixo! 一 respondi franzindo as sobrancelhas, mas ela apenas deu risada e assentiu.
De certa maneira, eu era louca por acolher uma pessoa em minha própria casa sem nem ao menos conhecê-la direito, sem contar que isso também não era do meu feitio, então pode ser que Samuel fosse a grande influência nesse meio, porque aquele lá é uma manteiga derretida, nem parece ariano, sem ofensas.
Meu banho não durou mais que dez minutos e quando saí me deparei com ela na sala, sentada com as pernas cruzadas, em formato de borboleta, assistindo a algum filme da Disney que não consegui identificar qual era, mas que parecia a entreter. O interfone logo tocou e no mesmo instante meu estômago deu sinal de que estava presente no recinto, eu estava realmente com muita fome. Após pegar a nossa janta, comemos enquanto assistíamos a um filme de suspense, mas me encontrava cansada demais para conseguir prestar atenção em todos os detalhes, todavia, estava fazendo um esforço, já que ela era visita, porque se fosse com o Samuel, eu provavelmente já teria capotado sem nem pensar duas vezes.
一 Você está morrendo de sono...
Olhei para o lado e percebi que ela me observava com um sorriso de canto.
一 É, hoje foi tenso, sem contar que ainda nem terminei de fazer tudo que estava pendente.
一 Você termina depois, não adianta querer estudar com sono, não é?
一 Pois é... Bom, esse aqui é um sofá-cama, ele é bem confortável para dormir. 一 Levantei-me e caminhei em direção ao quarto, trazendo um edredom e um travesseiro bem fofo. 一 Qualquer coisa me chama, ok?
一 Não esquenta, vai lá descansar, você tá precisando. 一 balançou a cabeça enquanto ia em minha direção e pegava as coisas das minhas mãos, arrumando tudo em seguida. 一 Ah, mais uma coisa... obrigada! 一 abriu os braços para me dar um abraço e assim o fez, ato que eu retribuí de uma forma um pouco mais tímida, se assim eu poderia dizer, afinal, contato físico nunca foi meu forte.
一 Espero que você fique bem...
一 Eu me viro!
Stephanie era definitivamente mais forte do que eu imaginava. Só pelo fato de ela encarar essa realidade e nunca perder esse sorriso brilhante que ela tinha, era digna de ser admirada, o que me deixou bem pensativa no final das contas. Eu saí de casa aos dezoito anos para poder morar sozinha e é claro que passei por algumas dificuldades, mas o fato de eu ter bolsa me poupou de muitos gastos. Minha mãe fazia tratamento para tentar parar de usar drogas, no entanto sempre tinha suas recaídas, dizendo-me que seria a última vez. O que de fato aconteceu quando ela teve uma overdose e faleceu quando eu tinha dezesseis anos, época em que eu passei a morar com a minha avó, que, por sinal, era incrível.
Meu pai e eu nunca fomos muito próximos. Ele mora na Inglaterra desde que eu tinha dez anos e sempre cumpriu com seu dever de pai, que ele achava ser somente pagar a pensão. De fato, ele tem muito dinheiro, já que é empresário, mas isso não era muito relativo pra mim, pois só queria que convivêssemos mais de perto e tivéssemos uma relação saudável, mas sabem como é, né? Uma hora a gente para de criar expectativas e só espera à deriva, aguardando por um possível milagre. Depois que ele soube da morte da mamãe, passou a depositar o triplo que me mandava, e foi assim que consegui comprar meu próprio carro e investir nos materiais de que precisava para a minha área.
Estudar medicina e trabalhar ao mesmo tempo é praticamente impossível, então após saber que eu havia passado e conseguido a bolsa, acredito eu que ele deve ter ficado todo orgulhoso, levando-me a continuar mandando e-mails e perguntar quando ele viria para cá me visitar, mas até agora não recebi nenhuma resposta a qual pudesse me dar esperanças.
Joguei-me na cama de barriga para cima, peguei o controle do ar-condicionado e coloquei no número mais alto, só para deixar a temperatura ambiente, conectei meu celular no carregador e chequei se havia mais alguma mensagem, o que felizmente não tinha. Percebi que já passava das onze horas e provavelmente Samuel ainda estaria estudando, então coloquei meu celular para despertar às sete, para que eu pudesse terminar de revisar algumas coisas que faltavam, e aos poucos fui vencida pelo sono.
~x~
Quando acordei no dia seguinte e caminhei em direção à sala, surpreendi-me ao ver que ela já não estava mais lá, entretanto, havia um bilhete em cima do edredom que ela havia deixado dobrado. Caminhei lentamente devido ao sono e passei a mão nos olhos antes de começar a ler.
"Eu sei que já disse isso, mas obrigada! Nos vemos depois!"
Suspirei fundo com um sorriso de canto até perceber que meu celular vibrava em mãos. Desbloqueei o aparelho e vi que era uma mensagem de Samuel dizendo que estava exausto por ter ido dormir tão tarde, mas que estava feliz por ter entendido toda a matéria da prova, e logo respondi que em breve estaria lá para retornarmos a nossa programação normal.
Fim do capítulo
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