• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Alguma coisa sobre o tempo, sobre o destino e sobre você
  • Capítulo XX - Aquele alojamento lá atrás

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Momentos de prazer com sabor de quero mais
    Momentos de prazer com sabor de quero mais
    Por Bia Ramos
  • A lince e a raposa
    A lince e a raposa
    Por Cristiane Schwinden

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Alguma coisa sobre o tempo, sobre o destino e sobre você por Ve Herz

Ver comentários: 0

Ver lista de capítulos

Palavras: 4531
Acessos: 1774   |  Postado em: 18/02/2021

Notas iniciais:

Mil desculpas pela demora! Esse foi MUITO difícil de sair, mas está aqui! 

Capítulo XX - Aquele alojamento lá atrás

Isabella - um ano antes de namorar Maria Fernanda. 


Crescer no interior do Rio de Janeiro é como crescer em um mundo alienígena. Minha mãe morreu de Dengue Hemorrágica uns anos atrás e, como forma de me livrar do destino de casar com qualquer filho de fazendeiro ou qualquer homem que me colocasse como sua subalterna, me dediquei a estudar cada segundo para passar no vestibular e estudar na capital. 


Odontologia, UFRJ - 3º lugar. Esse foi o meu resultado geral. Minha mãe ficaria orgulhosa, principalmente depois de me criar sozinha lavando roupas para fazendas da região. Chegando na rodoviária, com uma única mala e dois mil reais - herança deixada por minha mãe em um jarro antigo - me assustei com a quantidade de gente, ônibus e vi um mundo de oportunidades. Consegui um ônibus de linha comum que passava pela ilha do fundão, local onde eu estudaria e moraria. 


O quarto, com pouco mais de 50m², acomodava três beliches com cheiro de mofo, paredes mal pintadas com resquícios de adesivos retirados muitas vezes, duas escrivaninhas, armários com tranca individual que rangiam sempre que alguém pegava roupas e material pela manhã, e um banheiro que ou você entrava e fechava a porta para usar o vaso ou escovava o dente praticamente dentro do box. Moraria com uma mexicana, duas piauienses, uma paulista e uma capixaba. Nossos horários não batiam muito e, nos dois primeiros semestres, minhas companhias diárias normalmente eram minha playlist de músicas sertanejas e a menina capixaba que ficava com a cara enfiada em livros de medicina o dia inteiro. 


Durante as aulas, duas meninas chamaram minha atenção. Uma se chamava Laura, tinha cabelos loiros com mechas mais loiras ainda, com cheiro de protetor solar e olhos verdes. Lá pela terceira semana de aula falou era lésbica quando me enquadrou no banheiro e fez um mini questionário que incluía minha orientação sexual. Perguntou de onde vim, onde morava e eu gaguejei todas as vezes. Em uma das aulas de empreendedorismo, fizemos um trio. Eu, Laura e uma menina linda com os olhos pretos e cabelos ondulados que estava sempre com uniforme de restaurante ou bar, eu não sabia distinguir e, em algumas aulas, entrava atrasada pedindo desculpas e sentando logo à frente. Demorei um pouco a descobrir seu nome pois a mesma demorou para organizar todas as coisas e se juntar à nós duas. Seu nome era Maria Fernanda, muito mais estonteante que Laura. Ela sim, fez com que eu duvidasse da minha sexualidade, pela primeira vez na vida. Na verdade, três vezes em dez minutos, ou mais pois, todas as vezes que escrevia no papel e levava a ponta da caneta à boca para refletir sobre as anotações, eu sentia um calor absurdo subindo pelo corpo. 


Voltei muitas vezes para o alojamento com o pensamento nela, nos cruzávamos pelos corredores do prédio velho e nos intervalos da aula. Trocamos cumprimentos alguns dias, amenidades e caminhávamos até as catracas da entrada principal onde ela encontrava um menino de engenharia para almoçar, demorei meses para descobrir que eram apenas amigos. Na verdade, só descobri quando fui arrastada por Laura para uma chopada do curso de Engenharia Naval. O local era um campo aberto perto do alojamento, o chão era enlameado por água de cerveja, resto de gelo e qualquer coisa que fosse muito nojenta, mas nada que diferisse muito as festas de colheita da região de onde vim. Exceto pelo fato de que todos usavam canecas e camisas de seus cursos, não havia cavalos pelos cantos e eu, simplesmente, não tinha ninguém. Laura acabou se tornando a amiga com quem conversava sobre tudo e sempre repetia algo que minha falecida mãe cansava de dizer. “Aproveita a oportunidade. Gente como a gente, que veio do nada, não pode perder o trem quando ele passar”. 


Recebi de Laura minha primeira cerveja da vida, em uma caneca enorme de ferro verde. Estava acostumada com pinga muito raramente. As pernas ficaram um pouco zonzas depois de um tempo pelo efeito do álcool batendo à cabeça. Naquele dia como nunca e, ao som de alguma música trance, senti a mão de Laura pela minha cintura, falando algo em  meu ouvido e nossas bocas se encontraram. Naquele gosto de cigarro mentolado barato, cerveja e cerveja com um toque de vodca, nossas línguas se encontraram. Com as mãos em seu pescoço, sentia tudo meu quente, como se a temperatura do verão carioca não fosse suficiente para o fogo que subia por minhas pernas. Quando interrompemos o beijo, precisei ir ao banheiro e vi aqueles olhos pretos me observando e dançando com uma menina ruiva, que fazia alguma matéria com a gente. Seus corpos estavam grudados, seu queixo estava apoiado no ombro da ruiva, mas os olhos eram em mim. Estava bêbada, mas ainda raciocinava. Ao sair do banheiro, voltei a caminhar em direção à Laura, que beijava outra menina mas a largou e me puxou para perto. 


- Algum problema em beijarmos outras pessoas? - Laura perguntou com a boca encostada na minha, agora com gosto de halls de menta - Não quero perder sua amizade nem parar de te beijar. 

- E eu não quero namorar você - Falei rindo e terminamos nos beijando novamente. Muitas vezes e nos distanciávamos para pegar mais cerveja. 


Maria Fernanda se materializou em minha frente, com uma outra menina agora. Essa era loira, ou pelo menos parecia ser, e estava mais empoleirada em seu pescoço, parecia que não soltaria tão cedo. Perguntou por Laura e apoiou uma das mãos em minha cintura para se aproximar de meu ouvido. 

- Pena que você e a Laura estão namorando, porque eu estava doida para te beijar - A menina que estava abraçada nela pareceu não ouvir, ou fingiu não ouvir. Com a música alta, precisei gritar que não estávamos namorando mas, na hora que fiz isso, teve um intervalo de uma música para a outra, o que chamou atenção de todo mundo à nossa volta, inclusive da menina que virou para Maria Fernanda e a deu um tapa forte no rosto - Cacete, Luiza! - Disse ela com a mão na bochecha, mas a menina já estava marchando em direção oposta, provavelmente ofendida. Laura chegou, sorriu falando que tinha sido um tapão e completou.

- Cacete, Fernanda, nem vento passa por você - Me passando a cerveja, ou vodca, ou sei lá o que era pois eu já não estava sentindo muito gosto, rimos da piada de Laura, que abraçou minha cintura e sussurrou em meu ouvido - Esse projeto de patricinha quer ficar com você e, no seu lugar eu também iria querer ficar com ela, mas hoje você topa ser só minha? Só hoje? - Concordei com a cabeça e a dei um selinho. Ela virou para Fernanda e comentou - Cadê sua menina dos olhos? - Vi sua expressão fechar e apontar com o queixo para trás, onde víamos um grupo de meninas de arquitetura, facilmente identificadas pelas camisas e canecas. 

- Não estou querendo falar disso hoje - Ela comentou dando os ombros. 

- Parece que a Disney pegou fogo. 

- A Cinderella diz estar ocupada construindo castelos para ficar comigo, mas está aqui bebendo com as amigas e sequer me viu porque chegou agora - A interrompi e comentei com um sorriso meio torto. 

- Vai ver que ela está esperando uma atitude sua e só está te vendo beijar outras. Talvez esteja magoada - Ela levantou a mão como se pedisse desculpas e girou. 

- Até meia noite eu viro abóbora - E saiu trocando as pernas em direção ao bar.


Laura virou de frente para mim e virou o copo de vodca na boca antes de me beijar e sussurrar entre nossos lábios - Por falar em princesa, está na hora de te levar para casa. Onde você mora? - Apontei para o alojamento e ela fez cara de surpresa. 

- O quê foi? - Ri a puxando pela camisa em direção à saída. 

- Achei que era um castelo - Ela gargalhou e andamos trocando as pernas rumo à escada que dava ao alojamento. 


Paramos na escada, mas os beijos começaram, minhas mãos grudavam em sua nuca, arranhavam e a puxavam para mim. Gemi entre o beijo quando sua mão tocou minha bunda por dentro do short e ela sussurrou contra meus lábios se podia subir. Claro que podia. Meu short já estava desabotoado no segundo andar, nossas bocas não soltavam. Havia a necessidade de me afogar em sua língua. A cabeça girava e o resto do corpo latej*v*. Tateei até achar a chave da porta mas a mesma caiu no chão, o suficiente para Laura cair na gargalhada e abaixar para pegar, mas não sem antes colocar a mão em minha bucet* por cima do short e apertar enquanto beijava meu pescoço e ia descendo em busca da dita cuja. Me pressionou contra o batente enquanto abria a porta. Minha camisa ficou pelo corredor de entrada quando ouvi a porta sendo fechada. Arranquei sua blusa de uma vez só e a joguei no chão enquanto tirava meu short e sutiã lentamente enquanto ela me olhava mordendo o lábio inferior. Quando abaixei para beijá-la, Laura sentou e eu passei as pernas pelos dois lados de seu corpo, os lábios voltaram a se encontrar e as mãos a passear por suas costas, seus seios e sua boca, onde, vez ou outra, eu passava o indicador enquanto mordia seu pescoço. Ouvimos um barulho e ela se virou com calma para olhar. Eu estava com vergonha suficiente para me perguntar quantas pessoas haviam me visto tirar a roupa daquele jeito. Pelas contas, até cinco. Mas Laura mexeu em minha nuca com a ponta dos dedos como se me chamasse para olhar. Era a menina de Medicina que nos observava apenas de camisa e calcinha, de boca aberta. Meu olhar e de Laura, completamente ébrios, assentiram em silêncio e ela sussurrou para a menina vir. Senti meu corpo mole de tesão, acho que nunca tinha visto sem ser com a cara enfiada em livros. Era gata. Negra, cabelos lisos tipo índio e uma pele que brilhava. Ajoelhou ao nosso lado e começamos um beijo triplo. Assim, sem uma palavra dita. Ela beijava Laura, me beijava e, quase que por instinto, minha mão já estava dentro da calcinha de Laura, masturbando-a enquanto a outra menina me tocava. Até que dois dedos entraram em mim, não sei de quem foi, minhas mãos continuavam em Laura, que gemia e se deitou, deixando-me sentada por cima de seu quadril, cujo short já havia saído de alguma maneira e eu introduzi dois dedos. A menina passou as pernas pelo pescoço de Laura e começou a receber um oral intenso enquanto me comia e beijava. As três gemiam e as posições se invertiam, eu estava completamente fora de mim. Pela ebriedade, pelo tesão, pela situação e, quando dei por mim, nós três estávamos sendo acordadas por duas meninas que dividiam o quarto conosco. Rindo da situação. 


Ainda bêbadas, eu e Laura recolhemos nossas roupas e puxamos a menina, que se chamava Juliana, para o minúsculo banheiro só para nos recompormos. Pedi para as meninas e Laura pôde dormir comigo naquele dia. Era uma regra pessoal de sem namorados no quarto, mas amigas podiam. Mesmo que elas tivessem acabado de trans*r no meio do local. Viramos um casal, quase que por osmose. Estávamos juntas o tempo todo, transávamos em qualquer lugar e sempre estivemos adeptas a ter mais alguém em nosso relacionamento. Desde que as duas concordassem e desde que aquela pessoa fosse só um adendo e nós como quem dita as regras. 


Aula de empreendedorismo lá pelo meio do semestre. Maria Fernanda, muito raramente, andava com a gente, mas, por ser de alguns períodos mais avançados, só estava em nossa turma em algumas matérias que havia deixado de fazer ou reprovado. Ela tinha o plano perfeito para quando se formasse e nós usamos ele de case para a atividade do semestre. Ela estudava integral, trabalhava de noite em um barzinho de um bairro boêmio e estudava mais de noite para garantir a bolsa de pesquisa da iniciação científica. Brincávamos que ela nunca dormia. Nos finais de semana jogava bola pelo time da atlética, fazia bicos na cantina. Enfim, se virava para conseguir dinheiro pois queria comprar dois consultórios, montar e alugar um. 


Um dia, conversando com Laura sobre oportunidades, ela me segurou pelos ombros, olhou nos meus olhos e falou que precisaria se mudar pois havia conseguido uma transferência para a Federal perto de sua casa. Nos beijamos chorando e continuamos juntas até seu último dia no Rio de Janeiro. Antes de embarcar, ela segurou meu rosto, coberto de lágrimas e sussurrou “Maria Fernanda é sua chance. Segura nela e, se conseguir, não solta. Ela tem o plano para dar certo e eu preciso que aprenda, preciso que você dê certo. Ela é seu pote de ouro e eu vou estar do outro lado do arco-íris sempre te esperando. Promete para mim”. Assenti com a cabeça e nos beijamos por longos minutos, nos abraçamos, nos cheiramos, acho que nos amamos, naquele momento uma última vez. 


No caminho, o motorista do ônibus dormiu ao volante e o veículo caiu de um penhasco na via, explodindo ao colidir com o solo. Todos os passageiros morreram sem nem direito ao socorro, sem direito a um enterro digno. Eu não soube nada de Laura que não fosse pela televisão, mas vi uma mulher que parecia muito com ela, provavelmente sua mãe, chorando desesperada falando que estava enterrando um monte de pedras pois, da sua filha, só havia sobrado alguns ossos. E, ali, a melhor parte de mim rachou. 


A primeira pessoa a me encontrar foi Maria Fernanda, que ficou sabendo da história pelo jornal e correu em todos os andares do alojamento até me encontrar. Eu estava sentada no chão usando a camisa de Laura, sentindo seu cheiro pela última vez quando ouvi as batidas na porta. Assim que abri a porta, fui arrebatada por um abraço apertado e acalentador que me desmoronou. Chorei tanto quanto no enterro de minha mãe, me agarrava nela e chorava, enquanto ela sussurrava que estava bem, que ia ficar tudo bem. Me pegou no colo chorando e levou-me de carro até sua casa. Um apartamento de quarto e sala na Tijuca, quente e de onde podia-se ouvir qualquer ruído do Maracanã, foi também onde me acolheu por uma semana. Convivemos bem, eu tinha crises de choro e ela ajudava, conversávamos, ela cozinhava besteiras. Um dia, lembrando de Laura, ela comentou enquanto tomava um suco. 

- Eu fiz a inscrição dela, sabia? Para a transferência, ajudei a pagar as taxas e cedi os livros que ela precisava para estudar - Eu não sabia e vi aquela gratidão se transformar em ódio, a culpa era dela. Pela transferência, pela despedida. 

- Eu não sabia, que bom que você a ajudou - comentei com um sorriso falso meio torto. 

- Me desculpa, Isa. Eu fico me perguntando se era para termos comprado o ônibus seguinte, que era mais caro, mas ela insistiu e eu sinto que parte dessa culpa é minha - Ela chorava e eu só conseguia pensar mais na raiva e ter certeza que toda culpa era dela. 

- Não fala isso, Mafê - Estiquei a mão para tocar seus dedos e sentir meu sangue gelar - Não foi culpa sua - Foi sim. 


Voltei para o alojamento e convivemos normalmente. Como amigas durante as aulas e os intervalos. Ela estava praticamente namorando uma menina por quem era apaixonada desde criança e a frase de Laura ecoava em minha mente. “Maria Fernanda é sua chance. Segura nela e, se conseguir, não solta. Ela tem o plano para dar certo e eu preciso que aprenda, preciso que você dê certo. Ela é seu pote de ouro e eu vou estar do outro lado do arco-íris sempre te esperando. Promete para mim”. Eu aprenderia, mas eu ia tirar tudo dela, assim como ela tirou tudo o que eu tinha de bom. Poderíamos estar estudando juntas, fazermos a residência militar que planejamos, dividimos até os custos do material médico que precisávamos comprar e agora eu precisava que Maria Fernanda fosse o meu pote de ouro. Nesse meio tempo, entrei em contato com a família de Laura e estabeleci um vínculo muito forte com sua mãe e prometi que nada lhe faltaria. 


Nada adiantava naquele inferno. Levei meses para conseguir colocar minha meta de ficar com Fernanda em ação. Precisei contar com a ajuda de Juliana que, sem saber de nada, ficou com os quatro pneus arriados quando conheceu a menina que Mafê era apaixonada. Organizamos para que, no dia da choppada de Arquitetura, ela chegasse já beijando sem muito tempo para falar nada e, conhecendo muito bem a cabeça de Maria Fernanda, sabia que ela ia correr para revidar na mesma moeda e eu estaria lá, pronta para recebê-la. Dava raiva cada vez que eu olhava para a cara dela? Dava. Mas ela ainda era dona de um puta corpo e continuava bem gostosinha. A ideia de acabar com ela seria longa e deliciosa. 


Lá pelas tantas da choppada, vi Juliana se aproximar de sua namoradinha quando Maria Fernanda estava perto do bar pegando cerveja. Ao se virar, foi automático Mafê viu exatamente a hora que Ju agarrou a menina, deixou dois copos de cerveja caírem no chão e, cega pelo ódio, veio em minha direção que, cinematograficamente, me virei de costas como quem não a havia visto vir. Senti um puxão no braço, uma mão na cintura e sua boca próxima ao meu ouvido.


- Vim pegar o beijo que fiquei devendo - Apoiei as mãos em seu pescoço e sussurrei.

- Já era hora - Fui invadida por um beijo absurdamente intenso de raiva, o meu tinha uma dose de ódio com um pouco de tesão, achei suficiente para não perder o foco no meu pote de ouro. A embebedei em seguida, claramente. Tequila, Gin, cerveja e foi o suficiente para que ela se esquecesse da menina e descobrisse um novo motivo para estar ali. 


Pelo tempo que passamos juntas, já sabia de algumas características dela. Era explosiva, sedutora, sexual, extremamente dependente emocionalmente, gostava de atenção e tinha uma mente muito rápida para números e um coração extremamente mole para qualquer situação de vulnerabilidade e, às vezes, parecia ter responsabilidade afetiva. Tanto que as pessoas não acreditavam quando ela dizia que era só sex* e tentavam conquistá-la de alguma maneira.  


Ela pediu que eu dirigisse até seu apartamento. O carro era um golf antigo, prata, que estava estacionado próximo ao local da choppada. Ela me travou contra a porta e começou a me explorar com as mãos. Confesso que, depois de meses sem ninguém me tocar, aquilo foi bom pra caralh* e, melhor ainda, foi ver a menina que ela gostava vindo em nossa direção e parando quando notou que eu subi uma das minhas pernas até a altura de seu quadril, só para simular que estávamos fazendo alguma coisa. Fernanda estava bêbada demais para dirigir, mas não para subir por minha coxa, e começar a me masturbar por cima da calcinha. Soltei alguns gemidos baixos e ela sussurrava em meu ouvido que estava doida para me comer desde o primeiro dia de aula. 


No estacionamento do prédio, ela me imprensou contra a porta do carro e senti seus dedos afastarem minha calcinha e, enquanto me beijava, introduzia dois dedos em mim de uma vez só. Subi completamente em sua cintura enquanto ela usava a porta como apoio e me segurava pela bunda. Investidas fortes, lentas e perfeitamente seguindo o movimento do corpo. Se tinha uma coisa que não era errada, era a fama de Fernanda sobre o sex*. Isso eu não precisava fingir, ela trepava bem. Ataquei seu pescoço com a boca e ouvi quase como uma respiração única - A gente precisa subir - Desci de sua cintura e subimos abraçadas até seu apartamento, onde já fui parada por ela na porta, me puxando de volta para enlaçar sua cintura - Eu gostei desse jeito, você fica linda - e me levou para sua cama, onde passou as mãos por minhas pernas e me deixou completamente exposta à sua boca, que parecia dançar pelo meu clit*ris enquanto tirava a própria calça e calcinha. Puxou minha mão com delicadeza e lambeu meus dedos, posicionando-os em meu próprio clit*ris enquanto subiu à altura de meus olhos e voltou a me penetrar com os dedos - Vai, se toca enquanto eu te como - Ela dizia enquanto mordia minha boca e me puxava para continuarmos o beijo. G*zei forte, em meus dedos e em seus dedos. Mudei ela de posição e a coloquei sentada em meu colo. Continuamos sem parar de nos beijar, e eu não parava de masturbá-la, sentindo a contração de suas pernas, comecei a penetrá-la e ela revidou, voltando a me comer pelo espaço que sobrava entre nossas pernas. As mãos se batiam, nesse movimento ininterrupto, goz*mos juntas. 


Pela manhã, acordei com ela aninhada em meu corpo. Levantei com cuidado, montei um café da manhã com o que havia na cozinha, peguei seu celular, apaguei as chamadas não atendidas e as mensagens da menina usando seu dedo indicador para desbloquear a tela, preparei um coquetel anti-ressaca e a esperei despertar me puxando para um abraço. 


- Bom dia, linda - Ela falou beijando meu ombro. Dei um beijo em sua testa e fui pegar a bandeja. Ao retornar, ela deu um sorriso quase infantil de tão sincero. 

- Bom dia, Babe. Preparei um café da manhã anti-ressaca para você. Acho que precisa - Ela concordou e agradeceu com beijos em minhas costas. Disfarçadamente, pegou o celular e fez uma expressão rápida de desapontamento pela falta das mais de cinquenta mensagens da menina que só tinha um coração como símbolo. Mas voltou a ter um dia praticamente romântico comigo. Era sábado e ela precisaria trabalhar no bar à noite. Prometi que a encontraria no final do turno para darmos uma volta. 

- Não vai ficar tarde para você? - Ela perguntou fazendo carinho no meu rosto. 

- Não se você me levar para o alojamento mais tarde e ver um filme comigo - Fernanda sorriu e concordou. 


Não demorou um mês de marcação para que a menina não chegasse perto dela para começarmos a namorar. Eu pedi, assim que percebi que ela estava começando a se apaixonar por mim e ela aceitou emocionada pela demonstração de carinho, que envolveu flores e chocolates no final do expediente. Conversei com Juliana que queria mais privacidade com Mafê e ela sugeriu que eu tentasse forçar morar com ela. Pedi sua ajuda e, em mais um dia de filme na tela do computador, inventei que precisaria de um banho e, ao sair, Juliana tentou dar em cima dela, que a negou imediatamente, mas eu abri a porta vendo um reflexo de Juliana levantando rápido de seu colo. O que foi o suficiente para uma cena de ciúmes. 


Ela negava, me abraçava e eu chorava que ela estava fazendo aquilo na minha cara. No lugar que eu morava e que, infelizmente, não podia confiar nem nas pessoas, pois tinha que trancar meu armário e, agora, esconder minha namorada. No dia seguinte, ela mandou mensagens amorosas, cheias de desculpas, me chamando para passar o final de semana. Os finais de semana viraram semanas e as semanas viraram meses. 


Por muito tempo fui uma namorada extremamente apoiadora, a ajudei a comprar os consultórios que ela sempre quis, acompanhando-a até o leilão, ao banco e fazendo todo papel de mulher perfeita. De presente, ganhei um dos consultórios só para mim. Fernanda tinha disso, ela não ligava para dinheiro e eu estava me apaixonando por ela. Tinha um sino na minha cabeça que, todos os dias, lembrava o motivo de eu estar ali. Se ela não tivesse praticamente matado Laura, minha vida seria com a mulher que eu realmente amei, sem freios. Assim que Mafê se formou, eu pedia que ela pagasse cursos para a formação, aproveitava todas as oportunidades e fingia não ver que ela recorria ao amorzinho de infância para as obras nos consultórios. Pela localização, o lucro começava a ser absurdo. A ponto de podermos comprar um carro para cada. Escolhi um Veloster para Fernanda e coloquei um motorista para garantir que ela não se encontrasse com outras mulheres ou com a menina da faculdade. 


Certo dia, havia acabado de me formar, pedi que ela fosse ao cartório comigo para assinarmos os documentos de união estável. Fomos ao local sozinhas e eu sempre prometia que ela teria a festa de casamento que sempre sonhou, digna de uma princesa. Assinamos a união estável e Fernanda precisava atender alguém conhecido. A acompanhei e, no final do atendimento, vi que a secretária estava se jogando para Fernanda, que tentava desviar dos olhares da menina. Para mim, já era difícil estar traindo a memória de Laura, mais difícil ainda sentir ciúmes dessas cenas e explicar para a minha cabeça que aquilo era uma encenação e que meu coração sempre foi de Laura. Chamei Fernada para a sala e desferi um tapa sonoro em seu rosto, ela colocou a mão contra a face e me encarou. 


- O que eu fiz? - Falou com os olhos cheios de lágrimas. Minha pena dela era igual ao meu ódio por sentir ciúmes e não ter minha mulher comigo. 

- Aquela piranha estava dando mole para você e você estava aceitando, Fernanda. Na minha cara - Falei dando dois, três tapas até que ela me segurasse contra a parede pedindo desculpas e se explicando. Pedi desculpas pelo estresse, acabamos trans*ndo no consultório e essas cenas se repetiam, cada vez mais fortes pois, com as situações de ciúmes, culpa e sex*, eu me sentia mais culpada e passava a enviar mensalmente uma quantia de dinheiro para que a família de Laura, ou seja, sua mãe e seu irmão mais novo, pudessem viver confortável. 

 

Até que descobri que Fernanda tinha uma poupança para os avós e a mãe de Laura estava com câncer. Para ter acesso às contas, me envolvi com o advogado financeiro dos consultórios e consegui retirar, aos poucos, quatro milhões de reais. Enviei um milhão para a mãe de Laura e guardei os três. No dia desse envio preferi ir pessoalmente à Porto Alegre, justificando um curso para ajustar alguns imóveis para mim e, descobri pelo motorista, que Maria Fernanda havia ido encontrar uma moça no Alto da Boa Vista. Não precisei ligar pontos para saber quem era. Voltei de jatinho fretado explodindo de ódio. Encontrei Fernanda em casa, quebrei pelo menos três de seus dedos. A levei ao hospital, pedi desculpas e a tranquei no quarto pois precisava voltar para Porto Alegre. Quando voltei, ela havia ido embora. Nesse mesmo dia, subornei um amigo no cartório para converter nossa união estável em certidão de casamento, para dificultar a separação para seu lado. Além disso, também comecei a sair com uma das conselheiras da empresa, que me ajudava a desviar pequenas quantias, facilitando o caixa dois e o pagamento a quem trabalhava para mim.

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 20 - Capítulo XX - Aquele alojamento lá atrás:

Sem comentários

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web