• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Alguma coisa sobre o tempo, sobre o destino e sobre você
  • Capitulo XVI - Investimentos à parte

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Escrito na Gazeta
    Escrito na Gazeta
    Por caribu
  • Eras
    Eras
    Por Carolina Bivard

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Alguma coisa sobre o tempo, sobre o destino e sobre você por Ve Herz

Ver comentários: 1

Ver lista de capítulos

Palavras: 5456
Acessos: 3379   |  Postado em: 13/02/2021

Capitulo XVI - Investimentos à parte

 

Minha expressão facial ao ver o conselho administrativo já era outra. Estava mais leve, com o dinheiro na conta da empresa, com a Isabella longe de mim e, oficialmente, namorando Carol. Esperei que todos sentassem e entreguei pastas com as necessidades da clínica e dos consultórios filiados. 

 

- Realmente há a necessidade de termos mais pessoal voltado para a odontologia estética. As pessoas não estão interessadas em ter dentes bons. Elas querem sorrisos brancos e alinhados, mesmo que seja necessário raspar os dentes para isso - eu disse sentando à cabeceira da mesa. Virei para Art, que era o responsável por esse tipo de aquisição e comentei - Arthur, o que acha? 

 

- Acho que podemos transformar dois consultórios da clínica em um mais equipado para isso cobrar a mais pelo serviço. Temos a melhor equipe, a melhor cirurgiã, que no caso é você e não vejo necessidade de termos mais gente.

 

- Todos concordam com Art? - as cabeças faziam sinal de concordância e uma das investidoras do centro cirúrgico levantou a mão e eu estendi a minha, dando voz à ela.

 

- Eu concordo com o Arthur e acho que precisamos dar uma repaginada na área de espera e no centro cirúrgico. As pessoas querem que tudo seja bonito para postar no Instagram. Acredito que seja um ótimo investimento. No mais, aquele escândalo da Isabella não vai afetar alguma coisa, Maria Fernanda? Ela postou em todas as redes sociais e você sabe que esse povo de fofoca adora essas coisas. 

 

- Fui orientada pela equipe de Crises a me distanciar fisicamente por um tempo. Talvez duas semanas. Hoje, oficializei meu relacionamento com aquela moça que vocês viram comigo. Acredito que alguns a conhecem pelo nome da família, ela é Carolina Luvizotto, da construtora e arquitetura. Acredito que posso pedir que ela veja uma equipe para lidar com a modernização do espaço de acordo com as nossas necessidades e, no demais, as projeções de lucro, mesmo em meio a crise, é de cerca de 110% do investimento de cada um de nós. - Todos aplaudiram, sorridentes. Afinal, quem não quer ganhar dinheiro? - Ela mesma montou toda a clínica nas primeiras reformas, exceto as que Isabella fez sem me consultar. Só que, à época, usamos nomes fantasia para evitar desgaste com Isabella porque, bom, vocês sabem como ela é. De qualquer forma, Estarei on-line caso precisemos marcar reuniões e falarmos sobre qualquer assunto. Cirurgias de emergência comigo podem ser encaminhadas para o consultório privado do Itanhangá, mas lembrem-se e avisem seus assistentes sobre os custos dos atendimentos lá. - Esse consultório era extremamente privado. Ficava dentro de um condomínio de alto luxo em um bairro tão caro quanto todas as construções da área. Lá, eu atendia amantes de empresários, pessoas que não queriam sair em jornais e sites de fofoca, problemas de maneira geral. Quis garantir que todos compreendessem a necessidade do local. Ao ver as cabeças assentindo, nos levantamos após o encerramento por minha parte. Nos cumprimentamos nas cordialidades de sempre, conversamos amenidades, alguns falaram que, como sempre, eu estava à frente de todos planejando como contornar o problema até que, aos poucos, todos os conselheiros haviam ido embora. Já passava das 20h, eu precisava de um banho, precisava da minha casa. 

 

No  elevador, peguei o celular para checar as mensagens e vi que Jenyffer havia me ligado cinco vezes, Felipe três e, minha mãe, quinze vezes. Por ordem de desespero, liguei para minha mãe, que atendeu no primeiro toque. Pedi sua benção. 

 

“Filha, Isabella está te expondo no Instagram, seu irmão veio me mostrar e eu achei um absurdo o que aquela ladra está falando de você”

- Oi Mãezinha, imaginei que ela faria algo do tipo. Acredito que Jeny já esteja cuidando dessas coisas, tinham algumas ligações aqui, mas a senhora pode ficar calma. Inclusive, preciso colocar a senhora a par de tudo o que aconteceu esses dias - saí do elevador e sentei na escada de emergência. 

“Quer dizer que você encontrou Carolina, aquela menina que você escrevia cartinhas mas não mandava?” 

- Mãe, pelo amor de Deus, só falta você dizer que guardou isso. 

“Claro que guardei, eu guardo todas as coisas bonitinhas que vocês fazem. Até seus primeiros moldes e as primeiras projecções do seu irmão”

- Mãe, pedi ela em namoro hoje. Ela aceitou 

“Minha filha, isso está uns dez anos atrasado” - Eu ri alto, era a segunda vez que ouvia isso no dia. Ela completou “Acredito que sua equipe já tenha desativado suas redes sociais, ou ao menos bloqueado. Mas fique longe dessa maluca, minha filha. Foge um pouco. Pega esse presente do destino e some por uns dias” 

- Vou fazer isso, pode deixar. 

 

Por mensagem, Jeny confirmou o que minha mãe havia falado e mandou que eu não voltasse para casa para evitar escândalos, ainda mais com a perna machucada. Seria motivo para todas fofocas do planeta. Isabella havia se tornado uma subcelebridade depois de fazer procedimento estético em alguns jogadores de futebol. E eu, que só era conhecida no meio profissional, fiquei conhecida como a esposa da mulher que clareava os dentes dos jogadores. E ela sempre deixava um tom de branco acima do aceitável. Aquilo me dava pânico, sempre. Eu acabei ficando conhecida por fazer lipo de papada, clarear dentes e harmonizar de verdade algumas atrizes e pessoas famosas. 

 

Respirei fundo antes de abrir a porta do quarto. Afundada em pensamentos que precisavam sair da minha mente para conversar com Carol e levar ela para algum lugar longe de toda aquela confusão. 

 

- Você demorou e eu estou com fome - Carol disse chegando perto e abraçando meu pescoço. Abracei sua cintura com as duas mãos e a beijei, inalando seu perfume, que tinha algum efeito calmante no meu corpo. 

 

- Demorei mesmo, o que você quer comer? Não vamos dormir aqui, não tenho nada para você ficar longe de casa - Rocei nossos narizes e mordi seu lábio, olhando em seus olhos e recebendo um olhar terno de retorno. 

 

- Quer ir para minha casa? Sua casa? - Fiz que não com a cabeça e expliquei a situação, falando que não a queria expor a essa situação toda - Já me ligaram para bloquear meu instagram. Até seu avô já sabe que estamos namorando - Ela riu alto e falou que tinha um audio para me mostrar. Estendeu a mão para pegar o celular na cama e apertou play perto do meu ouvido. 

 

“Carolinda, bienvenida a família que já é sua há tantos anos. Estou enraivecido por Maria Fernanda ter demorado tanto para namorar você, mi hija. Vengan acá para que possamos brindar a este milagre” 

 

- Meu abuelo está confabulando com minha namorada - Falei balançando nossos corpos e sorrindo para ela - Minha mãe falou a mesma coisa. 

 

- Acho que demoramos muito para assumirmos isso tudo - Ela disse pensativa - Mas eu realmente acredito que foi o tempo que o destino deu para que a gente amadurecesse para entender tudo isso. E, principalmente, você lembrar que quando eu falo que estou com fome, eu REALMENTE estou com fome. Vamos sair daqui e depois decidimos para onde vamos - Seus olhos, eu podia morar em seus olhos. Eles eram imensas piscinas cor de mel e, conforme a luz mudava, ele ganhava mil cores diferentes. Eu a olhei por tanto tempo que ela começou a balançar as mãos em frente aos olhos para que eu voltasse ao foco - Fê, eu estou com fome! 

 

- Mi ame, vamos comer onde você quiser, mas precisamos conversar que Isabella surtou na internet e agora tem um monte de gente odiando nós duas - Ela revirou o olho e mordeu meu ombro. 

 

- Não me chama de amor em catalão que a gente vai continuar com fome aqui dentro. E eu sei o que ela fez. Vi todos os stories e até eu acreditaria nela se não fosse coadjuvante nesse roteiro com a direção dela. Enfim, cada um conta a história que quer - Carol mordeu de novo meu ombro e falou - Eu realmente preciso comer, Maria Fernanda, você quer me matar de fome. 

 

A segurei pelas mãos e beijei-as. Peguei o telefone e liguei para um restaurante de um amigo, pedi que reservasse uma mesa escondidinha e uma para os funcionários que estariam comigo em outra área. Desliguei o telefone e a olhei, ainda de camisa social e calcinha. 

 

- Preciso que se vista, vamos sair em dois minutos - Mal virei e ela já estava de calça, pronta para ir para qualquer lugar - Como consegue ficar tão linda tão rápido? Queria ir de mãos dadas, mas as muletas impedem isso - Seguimos pelo corredor e entramos em meu carro, que era dirigido por André. Pedi que ele ligasse para Bento e Jane, pois deveriam jantar. Passei o endereço do restaurante e me ajeitei no banco de trás. Puxei as pernas de Carol para meu colo, fazendo com que nossos corpos ficassem próximos - Vamos comer massa em um lugar escondidinho na tijuca - mordi seu lábio - você vai amar. 

 

As mãos estavam quentes e passeavam pelos corpos dentro do carro, os beijos não paravam e, por vezes, eu me pegava pensando se deveria me preocupar com Isabella a ponto dela machucar Carol ou a magoar por alguma razão. O restaurante era um antigo casarão, que fora reformado por um amigo de MBA e agora era o point dos casais apaixonados. Ficava na Tijuca, mas valeu cada segundo da viagem para ver Carol deslumbrada com o jardim enfeitado com luzes amareladas que davam um clima de romance a todo o local. Diego, meio uruguaio, meio italiano, meio gaúcho, era o dono e chef do local. Ao nos ver, dispensou o maître e veio nos cumprimentar. 

 

- Fêzinha, há quanto tempo! 

- Dieguito, esta és mi novia! 

- Muy guapa, pero que esta no és tu novia de mba

- Longa história, meu parceiro. Essa é Carolina Luvizotto - Apresentei Carol segurando em sua cintura. Diego a abraçou enquanto dava os dois tradicionais beijos cariocas em suas bochechas. 

- Mi amé, esse é Diego Colomer, chef e dono da porr* toda - Eu ri e bati no braço de Diego. 

- Esse jantar é um presente, você já cansou de ser convidada e nunca veio. Fiquem à vontade. Sua equipe será recebida no salão com a mesma recepção. 

- Obrigada, Dieguito - Eu disse o abraçando e recebendo um beijo na testa 

- De nada, mi amiga, nada disso seria possível sem você. 

 

Diego partiu em direção à cozinha e eu e Carol nos sentamos à mesa, devidamente escondida e estrategicamente muito romântica. Peguei em sua mão e suspirei. Todos os anos sem tocá-la e nada mudava em relação ao que eu sentia. Era um absurdo não poder viver aquilo com a paz que eu queria e planejava. Meu pé, se tudo desse certo, seria olhado por Danielle em dois dias e eu teria alta daquela tala maldita. Perdida nos olhos de Carolina, completamente perdida, eu a ouvi chamar meu nome algumas vezes, até que me encontrei em seu sorriso. 

 

- Que planeta é esse que você estava?

- Você vai achar ridículo se eu disser que era no mel dos seus olhos - E seu sorriso abriu mais ainda. 

- Talvez só ache bonito demais você falar assim. Como está se sentindo em relação ao dia de hoje? - Com Carol não tinha aquela folga para respirar. Era direta, sem contagem para arrancar o esparadrapo - Foi um dos dias mais tensos e mais felizes da minha vida, mas preciso saber como você está. 

- Sinceramente, parece que estou vivendo há doze horas o que não vivi em cinco anos. Achei que minha preocupação essa noite era explicar para você o porquê de ter saído com outra mulher de manhã para entender meus sentimentos, que aquilo era autossabotagem, mas - eu respirei fundo - como um verdadeiro episódio de Grey’s Anatomy, minha ex-namorada/esposa surgiu para fazer um escândalo e aparentemente ela é famosa na internet - eu disse rindo e Carol riu mais ainda - Por isso, precisei mudar uma reunião que só teria daqui uma semana para hoje, demitir uma conselheira, e, num quarto de hotel, me encontrei nos braços da única mulher por quem me apaixonei de verdade na vida. Então posso dizer que foi um dia muito normal, muito tranquilo. 

 

Carol ria com leveza e passava os pés na minha perna, às vezes consciente, às vezes inconsciente. 

 

- E eu achando que comeríamos nuggets e faríamos aquela sessão de tortura com seu pé. Mas fui arrastada para sua clínica, conheci sua ex louca, xinguei ela e ainda estou namorando você. Se alguém contar para a Carol que tinha treze anos, ela não acreditaria - Fomos interrompidas pelo garçom com a chegada de entradas, trio de ostras empanadas com aiöli de wasabi e, servido em duas taças, um espumante decorava o canto da mesa. Agradeci e o vi indo em direção ao restaurante novamente. Aquela comida era um crime, uma explosão de sabores na boca e tenho certeza que ouvi um gemido escapando de Carol na primeira mordida. Estendi uma das taças em direção à mesa e propus um brinde.  

 

- Mi ame, queria agradecer pela espera, pela amizade que construímos em todos esses anos, pela compreensão da pessoa completamente bagunçada que eu sou e, principalmente, por você aceitar embarcar nessa vida doida comigo. 

 

- Você falando catalão é um negócio, Fernanda. Eu topei entrar nessa vida doida com você porque nossa vida inteira foi doida, nossos caminhos se embolaram tantas vezes até que eu vi uma brecha para chegar até você. Mesmo torta, pois acho que nenhum romance é uma linha reta. E se você está aqui hoje, é porque a gente se encontrou em uma dessas curvas da vida e decidiu não seguir mais sozinha. 

 

Tocamos as taças para ouvir o tintilar e bebi sem desgrudar os olhos daquele olhar cor de mel que me mordia inteira, que eu mordia inteira, que fazia minhas pernas pegarem fogo. Acho que ostras são realmente afrodisíacas. Pedi que o garçom esperasse para trazer o prato principal. Peguei as muletas e me pus de pé, esticando a mão para que ela me acompanhasse. Encostei na parede que ficava próxima a uma fonte, onde somente o barulho de água era ouvido e a esperei seu corpo encaixar no meu. Com o cabelo preso em um coque mal feito, a mesma camisa usada na obra e no dia inteiro, de jeans e botina de trekking, pronta para subir uma montanha, pronta para subir todos os meus muros de proteção e maravilhosa. 

 

- Você é tão linda que chega ser um crime, Carol - Falei assim que ela chegou ao alcance dos meus braços e tive oportunidade de juntar nossos corpos em um abraço. Soltei seu cabelo e mordi seus lábios - Talvez a gente não possa ir para minha casa, nem para a sua. Parece que temos um problemas com fãs da Isabella achando que somos criminosas ou fugitivas - suspirei e sorri - Me diz uma saída, me ajuda em um plano, para acalmar meu cérebro e aquietar o coração em saber que posso passar essa noite com você. 

 

E perdi toda noção de mim, pois ela me segurou pela mandíbula e lambeu meu pescoço, parando com a boca perto do ouvido e sussurrando - Eu tenho uma entrada pelos fundos de casa que só dá para entrar pelo salão de festas da rua de trás, essas coisas que só acontece, no alto - e mordeu meu pescoço, meu maxilar, enquanto eu procurava um pedaço de pele por baixo de sua camisa que parecia ter mil camadas, ou eu estava só muito fora de mim e não conseguia levantar uma blusa. Cravando as unhas na minha nuca e fazendo com que eu soltasse um gemido baixo, eu só concordei com a cabeça e a beijei. Com o gosto das borbulhas do álcool, que se embriagavam no meio de nossas línguas que se buscavam com ansiedade, desejo e tesão, puro e carnal. A puxei mais para o meio das minhas pernas e apertei sua bunda por cima da calça, fazendo com que a curva de seus jeans encontrassem minha coxa como ponto de fricção e ela entendeu o recado. Sem parar de beijar, rebol*va em minhas mãos e gemia baixo contra o corpo. Até que, respirando fundo, resolveu me dar beijos rápidos e falou com a boca próxima - Você quer me matar, eu vou goz*r de roupa na parede de um restaurante - Concordei com a cabeça e beijei deu pescoço, mordi e passei a língua por toda sua extensão, puxando mais seu corpo contra o meu, sem afastar sua bucet*, ainda que encoberta pelo jeans, de minha coxa. Segurei forte em sua nuca e nos beijamos com quase um desejo bruto, entre gemidos contidos meus e dela. Senti que seu corpo relaxou pelo tremor de seus lábios e seu sorriso contra minha boca - Maria Fernanda, você não presta. 

 

- Você é a criminosa aqui. Não posso dirigir, nem posso deixar o motorista ver todas as coisas que eu quero fazer com você antes mesmo de chegar à sua casa - Ela me deu um selinho demorado e virou de costas, voltando a sentar na mesa arrumando os cabelos. Peguei minhas muletas e segui até meu lugar. Aqueles olhos cor de mel, com pupila dilatada tinham tanto desejo que dava pra sentir suas mãos em meu pescoço. 

 

- Conta mais do que você quer fazer comigo - Ela disse acenando ao garçom que trouxesse o prato principal. 

 

- Eu não vou contar nada, senão Diego vai ficar seriamente magoado que eu saí de seu restaurante antes de comer o prato principal, de tão ansiosa que estou pela sobremesa - mordi meu lábio olhando para sua boca. 

 

- Você está planejando tirar esse atraso me matando de tesão nos lugares? - Ela levantou uma sobrancelha e sorriu com o jeito mais safado do mundo, que arrepiou todos os pedaços do meu corpo. 

 

- Não pretendo matar, mas deixar com tesão é só revidar. Você faz isso comigo desde que eu me conheço por gente. De respirar perto eu já estou sentindo calor - Ela gargalhou tanto que abaixou a cabeça fazendo que não - Carolina você não tem noção do que é você de bikini. Lembra em uma festa do Felipe que você chegou com uma namorada que ninguém nunca tinha ouvido falar na vida? - Ela concordou com a cabeça rindo. 

 

- Sua demônia, aquele dia, você tirou a blusa na minha frente e eu babei toda vodca que estava tomando. Você estava de costas e eu nunca vi Felipe rir tanto da minha cara - Ela gargalhou e pediu um momento com a mão para responder. 

 

- Aquela namorada foi um erro, ela só queria ficar comigo para sair, para ir em festas. Quando a gente ia conversar ela fugia. Foi meio doido e eu tirei a blusa de propósito mesmo. Queria saber se ainda te afetava, você ficou seis meses sem falar comigo porque estava namorando uma modelo de algum lugar da casa do caralh* - Eu cruzei os braços e sorri esperando que ela completasse - A garota era bonita, mas eu queria saber se você ainda gostava de mim, foi então que Lipe falou para tirar a roupa perto de você, já que todas as roupas estavam lá. E, em minha defesa, eu só senti que você estava me olhando de verdade quando abaixei para tirar o short e a Paula apareceu falando alguma coisa que eu vi que você estava com a boca aberta e o Felipe te jogou uma blusa. 

 

- Claro que eu estava, você sempre foi meu amorzinho de férias, quando tirou o short sua namorada apareceu igual um digimon para proteger sua bunda dos meus olhos. Eu só demorei para ver que sempre va ser l'amor de la meva vida  - Eu ri mais alto e vi o garçom vindo com os pratos principais. Carol ficou rosa, brincava de não entender catalão mas às vezes compreendia um pouco sim. Comemos rindo e falando de qualquer coisa que envolvesse nossa infância e adolescência até que a sobremesa chegou e Carol precisou ligar para o tal salão de festas para avisar que entraríamos por trás. 

 

Carol instruiu Bento sobre a entrada e era real, o Alto da Boa Vista tem esses negócios de alguns terrenos serem interligados por algum motivo aleatório. No caso, era porque o terreno inteiro era da família de Carol, mas seu avô o havia dividido para gerar renda para a família ao invés de plantar umas árvores de jabuticaba. 

 

E, com isso, foi projetado um imenso salão de vidro com madeira. Rústico, no perfeito estilo do bairro, com direito a lustres e candelabros imensos. Os portões de madeira da casa de Carol foram abertos e entramos pelos fundos. Dispensei o motorista e falei que ele não precisaria se preocupar, para tirar o resto da semana de folga pois eu trabalharia de casa e que, talvez, outra pessoa fosse levar roupas para mim. Ele assentiu e entramos pelo jardim. A casa de Carol parecia ter sido projetada por aquelas revistas de arquitetura que nós vemos em consultórios médicos, mas eu tinha certeza que cem por cento daquilo era ela. A parte inferior da casa tinha muita base de pedra, provavelmente preservada da casa que era de seus avós, enquanto que o segundo andar era todo em vidro e madeira, janelas enormes, inclusive em seu quarto, que contava com um tipo de insulfilm para que as pessoas de fora não vissem quem estava dentro. O quarto dava para a piscina, que era a área onde estávamos ela, em sua santa paciência, me esperando subir aquela pequena colina de muletas as quais eu estava completamente louca para me livrar. Caminhamos em silêncio, um silêncio gostoso, com troca de olhares, calor e sorrisos. Foda-se todo mundo, eu estava feliz demais com ela. 

 

Quando chegamos à área plana da piscina, meu braço queimava da subida do quintal em aclive. Sentei em uma espreguiçadeira respirando fundo e ela entrou em casa, acendendo as luzes, ligando algumas coisas e retornou para meu colo, sorrindo com os celulares na mão. 

 

- Fê, o que você quer fazer agora? Eu realmente preciso de um banho, você também. 

- Você está me chamando de fedorenta, garota? - A agarrei perto de mim e comecei a esfregar meu rosto em seu pescoço, provocando uma onda de gargalhadas altas, pois eu sabia que ela tinha cócegas naquela área. 

- Para, Mafê! - E eu parei, ainda ouvindo sua risada gostosa em meu ouvido - Eu estou doida para sentir você, estou doida para você tirar essa merd* do seu pé e podermos trans*r em todos os lugares dessa casa. 

- Meu amor, a gente só tem um problema nessa história que vamos precisar superar juntas - Eu falei engolindo seco, pesado, mas que, segundo minha psicóloga, era necessário falar logo. 

- O que houve? Você está machucada em algum lugar além do pé?

- Carol, você reparou que, todas as vezes que a gente transou, você não chegou a encostar em mim? 

- Sim, mesmo querendo muito, mas você parecia um vampiro querendo me sugar inteira. 

- E eu queria mesmo, ainda quero, mas não é isso. 

- Deixa eu advinhar? Aquela Barbie homicida fez o que com você? - Ela passou a mão no meu rosto, encostou nossos lábios e falou baixo perto da minha boca - Seja o que for, você me conta e a gente vai superar todas essas merd*s. 

- Você quer ouvir o resumo ou o inteiro?

- Se é para assustar, manda tudo de uma vez. Eu estou pronta - Ela estufou o peito e me segurou com as duas mãos, encarando com aqueles olhos maravilhosos, com as pupilas enormes contornando aquele caramelo - Eu estou aqui com você. 

- Ela abusou de mim. Primeiro, a gente brigou por algum motivo bobo, como sempre, tipo acho que foi bobo mesmo como se eu tivesse esquecido a carteira no carro, por exemplo. Para começar mesmo, ela não foi sempre abusiva e agressiva. Ela veio do interior do Rio, a família dela não tinha dinheiro e ela morava lá no alojamento. Era super simples e você sabe que a gente começou a se ver direto porque eu achei que você estava namorando, estava puta e não queria nem falar no seu nome. Mas isso foi um caso a parte, ela foi preenchendo os espaços que eu criei, ela não era ruim - Eu falei, respirando fundo. E senti a mão de Carol quentinha em minha bochecha. 

- Você tem um negócio com esse rosto bonito de espanhola com brasileira, fala catalão quando está com raiva, isso endoidece as meninas, dona Maria Fernanda - Eu sorri e dei os ombros, apertando-a mais para mim antes de continuar. 

- Então que um dia eu estava assistindo ela jogar vôlei na Educação Física e ela me apresentou como namorada e pronto. Estávamos namorando. Porque eu não desmenti. Só deixei mesmo. Nossas brigas começaram quando eu ia dormir no alojamento e ela cismava que alguém estava me olhando ou que eu estava dando em cima das meninas que dividiam o quarto com ela e você sabe que aquele era meu último período, tinha muito tempo de clínica e ela me cobrou tanto que foi morar na minha casa com desculpa de ficarmos mais tempos juntas. 

- Naquele loftzinho que você morava na Tijuca, de um quarto?

- Esse. Ela foi indo e, quando eu vi, já estávamos dividindo os espaços e ela de repente saiu do alojamento e estava morando comigo. Isso em tipo três meses. E eu fazendo trabalho de noite de garçonete para pagar as contas e ela só estudando em casa e as contas aumentando - e eu simplesmente esqueci de respirar, dando aquela inspirada profunda ouvindo um “calma” baixo no tom de voz de Carol perto do meu ouvido. Expirei com calma para continuar - Continuando, as brigas foram crescendo mas eu estava cada vez mais dependente dela, vendo minha mãe e minha família menos e ela me cobrando mais, ficando chateada comigo por qualquer coisa. Mas sempre contornando com algum agrado aqui, outro ali e eu me vi só com ela na minha vida. 

- Mesmo sabendo que todo mundo estava aqui, você estava com medo, né? 

- Medo de tudo! Veio a colação de grau, na festa, só ela foi comigo, porque eu não tive dinheiro para comprar o de todo mundo e fiquei com vergonha. Lá, ela apareceu com aquelas alianças enormes e me pediu em casamento e eu passei a realmente acreditar que eu só tinha ela na vida. Teve todo o lance do leilão que todo mundo sabe. Aquele foi o meu bilhete de loteria e ela estava comigo, comemorou comigo, foi mágico, mas sempre tinha um freio. Quando eu fiquei estável financeiramente, o que foi bem rápido para tudo o que aconteceu, ela sugeriu de irmos morar no Leblon e você me conhece, Carol. 

- Você odeia a Zona Sul. 

- Eu odeio aquela poça! Mas ela me convenceu que era mais perto do trabalho, para administrar tudo e todo aquele papo de cuidado e afeto. E eu consegui juntar um dinheiro maneiro, com um ano de namoro oficial, eu já estava, sei lá, com dois milhões somados e completamente dependente emocionalmente dela. 

- E um dia desses a gente brigou por algum motivo bobo e ela meio que me colocou de castigo, falando que eu não poderia encostar nela e umas coisas assim. Uns dois dias eu dormi na sala - Carol não parava de me fazer carinho, deixando mais acolhida - Eu lembro que, numa sexta-feira, ela me falou que levaria um casal para casa, que eram amigos dela. E ela me convenceu que, para ser perdoada por ela, a gente deveria fazer troca de casais. Mas eu não queria, nunca tinha nem trans*do com um cara - Minhas lágrimas desciam involuntárias e ela me beijou a bochecha. 

- Não precisa continuar se não quiser, meu amor - Limpei meu nariz e encostei a testa nela. 

- Pera, eu quero. Prometi que você não me teria pela metade e, para isso, preciso abrir todas as feridas para você - Ela assentiu e me olhou nos olhos. 

- E a gente vai curar todas elas, uma a uma 

- Bom, ela me embebedou muito. Eu falei que não ia beber e ela colocou alguma coisa na minha bebida. Eu fiquei zonza e, quando tive um pouco de consciência, ela estava me segurando pelo pescoço e beijando a outra mulher enquanto o cara estava me estuprando. Acordei com muita dor no dia seguinte. No corpo todo. Ela deixou alguns comprimidos do lado da cama e chegou em casa com flores, chocolate e um monte de coisas. Viajamos para Florianópolis naquele final de semana e pareceu um sonho, ela me tratou feito rainha e, desde então, eu não tive sex* com penetração em mim. E, quando voltamos, depois de uma semana de paz, ela cismou que uma secretária do consultório estava me dando mole e eu estava correspondendo. Levei dois tapas na cara naquele dia e dormi no sofá. Bom, você sabe como terminou, mas o caminho foi bem longo - Carol chorava segurando meu rosto, eu chorava baixo apertando seu corpo contra o meu até que ela inspirou e me fintou. 

- Maria Fernanda, essa mulher deve encher o nosso saco por um bom tempo e eu não sei o porquê disso. Mas ter você comigo já é um sonho. E, como você me faz goz*r… - Ela revirou o olho e sorriu me olhando - Uma hora a gente consegue isso juntas. Bom, seu corpo é um absurdo e eu tenho liberdade de tocar nele, se eu consigo te fazer goz*r sem te encostar, imagino encostando em você. Isso vai ser uma explosão. 

Sorri e funguei limpando o nariz - Mulher, você não existe - A puxei para um beijo no canto da boca e ela acabou me roubando um beijo molhado, gostoso e intenso. 

- Existo e estou aqui. Agora vem conhecer minha casa e tirar essa roupa de rua. 

Ela levantou do meu colo, deixando um vazio temporário da falta de contato da pele. E foi na frente, mostrando aquele ambiente perfeitamente rústico e contemporâneo, com características escandinavas e urbanas. Janelas altas, fresco pelas pedras que formavam a base da casa. 

- Carol, você projetou tudo isso? - Eu disse, embasbacada por ela e por toda sua capacidade. 

- Sim. Cada canto, tudo. Eu não fiquei rica igual você, Fê, mas ganho bem o suficiente para ter um estilo de vida bem alto para o Rio de Janeiro. 

- E deveria ficar milionária, mulher. 

- E como eu vou fazer isso? - Ela falou apoiando no primeiro degrau de escada e virando para mim - Acha que consegue subir? 

- Com calma, sim - Degrau por degrau, fazendo comentários sobre como sua bunda ficava perfeita até subindo escadas, o que era verdade. Cheguei suada ao segundo andar, onde Carol me mostrou o quarto que, na verdade, era um loft imenso com uma cama no meio e acabamento todo em cimento queimado - A gente precisa fazer o mundo conhecer o seu trabalho, Mi Amé. Só a construtora te dá dinheiro, mas olha isso. Parece que estou em um studio no centro de Nova York - Tinha uma espécie de grade com ladrilhos de vidro que pareciam ser o banheiro mas, na verdade, era um ofurô. Assim, de graça, no canto do quarto - Como assim você tem um ofurô no quarto?

Ela tirava a blusa e o resto da roupa enquanto se encaminhava ao banheiro. Eu, ainda chocada com a beleza daquela mulher e o dom dela de enfiar um monte de conceitos de arquitetura em um apartamento só sem perder nada de design olhava para ela abrindo a porta de correr no estilo industrial - Ih, esse foi presente de um cliente que a mulher queria um ofurô na casa, cismou com esse e teve divórcio. Ele perguntou se eu queria e achei interessante para o quarto. Deixa eu tomar banho primeiro enquanto isso enche o ofurô para você. Vai ser bom para esse pezinho que não parou quieto hoje. 

 

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 16 - Capitulo XVI - Investimentos à parte:
Irinha
Irinha

Em: 13/02/2021

Tô adorando a história e a reconstrução de Maria Fernanda ao lado de Carol.bjs

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web