BOA LEITURA!! ><
CAPÍTULO 3
Respiro fundo tentando não sair correndo. Observo a casa grande e luxuosa no qual estava parada em frente a entrada.
"Não acredito que vou fazer isso..."
"Nem acredito nessas coisas..."
"Quer saber? Deixa isso pra lá, melhor ir..."
Dou as costas para a entrada, e ia começar o caminho de volta pela calçada quando esbarro com uma mulher bem arrumada e séria.
- Me desculpa! - Ela vestia um blazer preto com camisa social branca, e calça social preta, fazendo conjunto com o blazer, e um salto preto completando. A mulher misteriosa tinha uma presença intimidadora, que só piorou quando tirou uns óculos de sol mostrando por trás deles olhos azuis claros, me deixando com a estranha sensação de que estava sendo avaliada até os ossos. O porte físico de uma modelo de passarela, a aparência bela e marcante juntamente com as roupas, que claramente eram mais caras do que três salários meu juntos, deixavam óbvio que era de uma família nobre, uma aristocrata.
Me encolho interiormente, me esforçando para não olhar para o chão, intimidada e constrangida pelo olhar lento e serio que ela me dá dos pés a cabeça.
Depois que saí da academia no dia anterior, fui para o trabalho, Lia não conversou muito comigo como normalmente fazíamos, disse que estava com sono pois não tinha dormido durante o dia para ficar acordada a noite, não me incomodei com a mentira deslavada, também não estava no melhor dos meus humores, assim que sai do trabalho me dirigi a casa de Miranda, a Profeta da alcateia, para tirar logo essa história a limpo e parar de me torturar, meu corpo pedia por uma noite de sono de no mínimo doze horas para compensar as duas semanas conturbadas, porém ao chegar na frente da casa dela, minha coragem foi para o ralo, ainda vestia a farda cinza da equipe de Segurança e meus cabelos estavam presos num coque desajeitado, o que me deixou envergonhada frente a uma mulher tão linda, e bem arrumada como a que via em minha frente.
Desviei, e sai andando com uma sensação ruim de que estava sendo observada, porém a voz firme da mulher misteriosa chegou a mim antes que desse muitos passos.
- Miranda estará ausente por uns dias, mas pode falar comigo. - Meu corpo trava.
"Como ela sabe que vim falar com Miranda?"
- Sou filha dela. - Um frio correu pelas minhas costas. Engoli a saliva nervosa.
A encaro com um sorriso sem graça.
- Não era nada importante, mas obrigada mesmo assim. - Sem esperar uma resposta, saio praticamente correndo, quando já estava a uma boa distância paro de andar com tanta pressa e tento recuperar o fôlego.
"Que mulher apavorante..."
Massageei o peito com uma das mãos, como se fosse aliviar aquela sensação, e volto a caminhar mais tranquila, depois de alguns segundos. Aquela parte da alcateia em que estava, é destinada a pessoas importantes, parentes do Alfa, membros do Conselho, líderes de caçada (lobos Alfas que não tem sua própria alcateia, mas são de confiança do Alfa atual, e lideram as caçadas durante as luas cheias na ausência do próprio Alfa), e líderes de grandes empresas que faziam o dinheiro girar e vir parar aqui, onde todos moramos.
Não venho muito aqui, somente para acompanhar Lia até sua casa de vez em quando, fora esse pequeno motivo, não venho aqui por motivo algum, já que não faço parte desse círculo social, e fico aliviada por isso.
O pouco de contato que tive com aristocratas, foi quando era obrigada pelos meus pais a participar dos jantares da alta sociedade lycan, meus pais também são donos e sócios de grandes empresas, e como fui a única filha mulher era exibida como bibelô, porém sempre que podiam, sempre que não fosse ficar feio para a imagem deles, me deixavam em casa, longe de qualquer contato social, o que para mim era incrível.
Decido não ficar relembrando essa época, minha mente já está perturbada demais. Caminho tranquilamente para casa quando ouso meu nome.
- Lorena? - Lia provavelmente estava voltando da sala de câmeras agora, pois ainda vestia a farda cinza com a pequena boina na cabeça. - O que você está fazendo aqui? - Ela franze o cenho confusa. Lia é centímetros mais baixa que eu, tem o corpo curvilíneo e atraente, os cabelos lisos castanhos, vão um pouco mais abaixo dos ombros, que para a os padrões da aristocracia é aceitável.
- Vim falar com Miranda, mas ela não está, só a filha dela. - Completo a última parte desgostosa. Lia faz uma careta.
- Elisângela?
- Não sei, não faço ideia, saí quase correndo, antes que a troca de palavras virasse uma conversa de verdade. - Digo coçando a cabeça. - Ela é muito... - Procuro uma palavra em minha mente que pudesse descreve-la, Lia ri.
- Ela não interage muito, e o pouco que faz costuma ser um pouco, só um pouco, arrogante, mas estão dizendo que ela vai suceder Miranda, e eu só acho que está todo mundo ferrado, quem vai querer falar com ela? A mulher parece um...
- Eu não vou falar com ela. - Interrompo pensativa.
- Ela provavelmente não vai querer falar com você também, ela não fala com ninguém que ela não tenha um interesse pessoal, mas isso só acontece com pessoas... Pessoas... Pessoas que tem algo a oferecer, como uma posição alta no Conselho, por exemplo. - Tento não me ofender com o comentário indireto de que eu não tenho nada a oferecer, é verdade, mas ninguém quer ouvir isso de ninguém, nem mesmo da melhor amiga, mesmo que não tenha tido a intenção de ofender. A encaro pensativa, ela percebe que disse algo errado, e vejo o rubor subir por suas bochechas. - Não se ofenda, por favor, não quis dizer...
- Tudo bem. - Não estava, mas não iria me martirizar por isso, tenho coisas mais preocupantes para pensar, e me martirizar como: Terei uma companheira em breve, e não sei o que fazer. - Mas ela sugeriu. - Lia se espanta.
- O quê? Como assim "Ela sugeriu"?
- Ela disse que Miranda não estava, mas que eu podia falar com ela. - Observo a expressão chocada se formar no rosto de Lia. - Agradeci e sai correndo.
- Saiu correndo? Você. - Ela enfatiza o "você". - Você disse não? Pra ela? - Ponho as mãos no bolso da calça, e dou de ombros. - Inacreditável...
- Ela é... apavorante, não sei, me senti desconfortável perto dela. - Digo. - Ela disse que Miranda vai estar fora por uns dias, por tanto, não vou conhecer Miranda tão cedo. - Por mais incrível que pareça, provavelmente, sou a única pessoa da alcateia (que deve ter aproximadamente mais de três mil habitantes), que não conhece ou sequer viu, Miranda À Profeta. Não compartilho a necessidade da maioria das pessoas em querer saber sobre o próprio futuro, é claro que todo ser vivo gostaria de saber, mas além de não acreditar, penso que, mesmo que tudo o que saia da boca dela seja verdade, me apavoraria com a ideia de REALMENTE SABER o que me aguarda, viver cada dia como uma surpresa é melhor do que viver esperando para acontecer algo, que simplesmente disseram que iria acontecer. Deixo minhas divagações para voltar minha atenção para Lia, que tinha um olhar indecifrável e estranho no rosto. - O que foi?
- Acho que ela gostou de você. - Me arrepio.
- Credo... - Meu corpo estremece com um arrepio repentino, que não considero um dos bons. Resolvo encerrar o assunto. - Lia tenho que ir, quero tentar dormir um pouco antes de treinar, você vai treinar hoje?
- Não sei, provavelmente... - Nos despedimos de maneira estranha, Lia tinha passado a madrugada quieta ao meu lado na sala de câmeras, não quis ser invasiva e preferi deixar que ela falasse o que a incomodava quando achasse melhor, a curiosidade que deve ter surgido em sua mente ao me ver nessa parte da alcateia, deve ter superado a vontade, no caso a ausência dela, de socializar. A despedida foi curta, e Lia saiu andando com uma expressão indecifrável no rosto, resolvi esquecer por hora o comportamento estranho da minha amiga.
Por trabalhar a noite sempre chego por volta das oito horas da manhã, costumo chegar cedo, mas a pequena moto que tenho está na oficina a dias, e não sei quando estará disponível novamente, ou se estará disponível novamente. Agora, por estar voltando a pé do trabalho, chego mais tarde.
Devido a "visita" na casa de Miranda hoje, cheguei quase onze horas em casa. Decido ir tomar um banho para tirar o suor do corpo, para tentar relaxar, mas quando vi que um banho não seria suficiente para "relaxar" resolvo ir fazer uma caminhada pela reserva que tem atrás do condomínio. Sendo uma reserva bem grande e perigosa para humanos, com uma mata fechada e de difícil locomoção, podendo se perder facilmente, e "facilmente" não ser encontrado, humanos não se arriscam a ir tão adentro na mata, o que se torna uma alegria para os lycans.
Apesar de estar cansada e com sono, sei que assim que deitasse na cama o sono iria sumir, e ficaria horas olhando para o teto do quarto, por tanto, sair para gastar mais energia é a melhor coisa a se fazer no momento.
Depois do banho vesti um short de corrida, um top e tênis de corrida. Comi o macarrão que havia sobrado do dia anterior, e caminhei até o limite do condomínio que dava para a floresta. Conforme me aproximava, avisto o portão de tamanho mediano e uma pequena guarita, quando me aproximo sorrio para o homem de guarda.
- Vou dar uma espairecida. - Sorrio. Não conhecia o homem que estava no posto, apesar de chamarmos o condomínio de "condomínio", ele se parecia mais como uma pequena cidade, e por isso, apesar de morar por quase quatro anos aqui não conheço ninguém que não trabalhe comigo, com exceção dos líderes que conhecemos assim que entramos para a alcateia.
- Claro. - Ele se levanta entediado. - O Alfa pediu que quem saísse sozinho para mata evitasse ficar sem dar notícias por mais de uma hora. - Ele caminha para um painel com botões coloridos e aperta um verde, um bip é ouvido e o portão começa a se levantar lentamente. O homem vestia o uniforme da Segurança, cinza com colete da mesma cor, um coldre com uma pistola simples ficou visível conforme ele se movimentava. Ele se vira novamente para mim. - Caso você vá ficar pela floresta por mais de uma hora volte aqui para me avisar, do contrário serei obrigado a acionar os superiores, e a equipe de Contenção fará uma busca atrás de você. - Ele diz tudo lenta e mecanicamente.
- Entendi, obrigada. - O portão emite um barulho quando chega ao limite. Saio pelo portão ansiosa e animada, fazem dias que não me transformo, e a sensação de liberdade é inigualável.
Depois de caminhar por uns minutos, e tomar uma boa distância do portão pelo qual saí, tiro minhas roupas e as escondo dentro do tronco de uma árvore oca caída no chão. Corro um pouco e pulo no ar, sentindo o vento e a mudança no meu corpo. Um clarão faz com que feche os olhos, e quando os abro novamente vejo meu corpo lupino. Minha pelagem de cor avermelhada é visível pelas minhas patas e pernas. Bruno e Lia me comparam frequentemente a uma raposa-vermelha devido minha pelagem totalmente avermelhada, sem nenhuma mancha, porém, outras pessoas afirmam ser alaranjada e não vermelha, uma cor incomum entre lobos, que devo admitir, nunca tinha visto até me ver.
Corro entre as árvores sentindo o vento pelo meu corpo, com a visão mais aguçada vejo as armadilhas colocadas pela equipe de segurança para intrusos e desvio de todas. Transformados temos a visão, o olfato e a audição mais apurados, obviamente. Por isso, enquanto estamos transformados é impossível um vampiro matar um lobo, já na forma humana, ficamos mais vulneráveis e fracos.
Observei as árvores passarem feito borrões devido a alta velocidade em que corria, e só paro quando chego a uma pequena cachoeira na qual decido admirar a paisagem. Fiquei parada olhando o movimento da água enquanto refletia sobre a incerteza do meu futuro. Não pretendo viver me escondendo da minha família, e se em algum momento, for obrigada a dizer quem eram? Me apavora a ideia de eles me encontrarem algum dia, sendo que última vez que os vi, tinham sido claros em dizer que me deixariam viver, "se" eu nunca mais aparecesse, se eu fosse embora e nunca mais voltasse. Mesmo que não tivessem me pedido o teria feito, a vida que tinha com eles não era vida, era tortura, era respirar e sobreviver, era qualquer coisa, menos "viver" realmente. Desde que me lembro, desde minha mais nova lembrança, sempre fui maltratada por meus pais, porém depois que meus irmãos atingiram certa idade, passei a ser maltratada por todos, inclusive eles. Palavras ofensivas e horríveis tornaram-se tapas no rosto, que por sua vez evoluíram a socos e chutes, e toda a semana, de horas a dias sem comer, pois só tinha permissão de comer quando se lembravam de mim, e quando indicavam o que poderia, ou não comer.
Dias antes da minha primeira transformação, quando uma jovem se torna uma mulher pelos olhos da sociedade lycan, eles deixaram claro que se não sumisse após minha transformação, não poderiam fazer mais nada por mim. O tom e a expressão com que tudo me foi dito, não deixou dúvidas de que não se importariam em "dar um jeito" para que eu sumisse caso achassem necessário. Nesse dia percebi que "eles", não passam de meros progenitores para mim, eles me viam como um ser indesejado e estariam dispostos a me eliminar, caso os incomodasse a tal ponto. Não fiquei triste por ir embora, não tinha amigos, nem ninguém para me despedir que fosse realmente sentir minha falta, mas a esperança que tinha de que algum dia pudesse receber deles amor e carinho, a ideia de que algum dia poderia fazê-los me olhar e me tratar diferente, morreu junto com a ideia de tentar conversar para saber por que tanto ódio de mim, minha mente não se conforma com a ideia de realmente me odiarem, somente por ser uma mulher.
Um peixe pula na água me assustando. Suspiro cansada. Pensar neles me cansa, me estressa, e me entristece.
Não sabia quanto tempo havia se passado, por isso começo a fazer o caminho de volta lentamente, observando cada passarinho que passava por mim voando, cada borboleta distraída nos troncos das árvores. O som de grilos e cigarras pareciam ecoar pela floresta, era horário de almoço, o sol estava nas alturas, quente e forte. Caminho distraidamente quando noto que em algum momento tudo tinha ficado silencioso. Meus instintos imediatamente foram acionados, agucei meus ouvidos para tentar ouvir algo incomum. Os pássaros que a todo instante passavam por mim tinham sumido, continuo caminhando como se não tivesse percebido nada diferente. A sensação de estar sendo observada aumentou a cada passo que dei, quando chego onde tinha deixado minhas roupas não me transformo de volta, simplesmente pego as roupas desajeitadamente com a boca, e continuo o caminho "calmamente" para o portão. Quando chego ao portão, me posiciono num lugar em que não aparecesse nas câmeras, só então me transformo e me visto, apareço em frente ao portão que passa a se levantar assim que o guarda da guarita me vê.
- Tudo tranquilo? - Pergunta distraído no celular.
- Tinha mais alguém na floresta além de mim?
- Não que eu saiba, estou aqui desde as sete horas da manhã, ninguém passou por esse portão hoje antes de você. Por quê? Viu alguma coisa? - Ele tira os olhos do celular e me encara sério.
- Não vi, mas tive a impressão de que tinha outra pessoa... Mas não vi nada. - Emendo a última parte, quando concluo que me achariam louca, era provável que não acreditassem, já que na realidade não tinha visto mesmo ninguém. O guarda volta sua atenção para o celular sem dizer nada, e faço meu caminho de volta pensativa.
"Um vampiro?"
Minha mente descarta a possibilidade, o sol está nas alturas, um vampiro com certeza não sobreviveria ao sol, a não ser que ele fosse amigo de alguma bruxa, que faria para ele um feitiço que permitisse andar a luz do dia, contudo, as chances de isso acontecer são mínimas. Se realmente fosse um vampiro teria me atacado sem pensar duas vezes.
"Uma bruxa?"
É possível, mas porque ela não me atacou? Uma bruxa pode competir com um lycan transformado, e poderia ganhar devido seus poderes sobrenaturais, mas o que uma bruxa estaria fazendo no interior da floresta, só observando? Se fosse um humano teria ouvido a respiração, e sentido o cheiro, apesar de sentir a presença do que quer que fosse, não senti cheiro algum. Deixo mais um suspiro cansado sair pelos meus lábios, e decido esquecer o assunto por hora.
Quando chego em casa confiro as horas: 14:18.
Me dirijo novamente ao banheiro para outro banho relaxante, porém a sensação ruim de estar sendo observada na floresta, não sai dos meus pensamentos.
~☆~
Acordo assustada com batidas fortes na porta. Pego o celular para ver que horas eram, no visor mostravam ser nove e quinze da noite. As batidas fortes na porta se repetem, e me levanto cambaleando em direção a entrada, sem me importar de estar somente de calcinha e top. Dormir de roupas íntimas é um hábito que não mudarei tão cedo, e somente se for necessário, o que acredito que não vá acontecer, num futuro próximo.
Quando abro a porta, me deparo com uma Lia de mine saia prateada, e um top da mesma cor, usando uma maquiagem exuberante com partes borradas nos cantos dos olhos. Lia me olha animada.
- Amigaaaa! - Lia pula em cima de mim com um lata de cerveja na mão. - Se arruma, vamos para uma festa. - Sua voz sai enrolada. - Nossa você está tão sexy assim... - Ela passa a mão em minha barriga, que afasto rapidamente.
- Você está bêbada, de novo Lia. - Viro o rosto por causa da proximidade do rosto dela, o cheiro de bebida, sex* e suor exalam como um perfume de seu corpo.
- Qual é Lore, já ficou sabendo da novidade? A Família Real vai chegar amanhã... - Ela passa os braços por cima dos meus ombros, colando o corpo no meu, ignoro a sensação de Lia esfregando os seios, nada pequenos, em mim. - Os meninos decidiram dar uma festa antes das nossas vidas virarem um caos total, vamos, você vai gostar, tem um monte de meninas bonitas lá para você pegar, eu sei que você gosta... - Lia diz a última parte sensualmente e passa uma mão pelos meus seios.
- Lia! Para com isso! Meu deus! Quanto você já bebeu? - A afasto, ela ri.
- Eu não sei, mas vamos Lore! Se você não voltar comigo, volto para lá sozinha mesmo! Se você não quiser ficar com ninguém lá, eu quero! - Ela caminha cambaleante em direção a porta.
Reviro os olhos e a puxo pelo braço delicadamente, a levo em direção a cozinha e a sento em uma cadeira.
- Espera aqui, vou me vestir.
- Heeeeee!! - Ela ergue as mãos rápido, quase derrubando o restante do conteúdo da lata que segurava. Reviro os olhos novamente.
Não me surpreendo com as loucuras de Lia, ela bebe todo final de semana e sempre se esquece de tudo no dia seguinte, costuma fazer isso com frequência, no final das contas, acabo sendo uma guarda costas pessoal dela durante as festas, para impedi-la de fazer tanta besteira.
O que Bruno disse, sobre Lia estar fazendo perguntas sobre "como se descobrir", voltou a permear meus pensamentos, aparentemente ele tinha razão, talvez Lia estivesse se descobrindo, e talvez ela fosse bixessual, para mim, não faz diferença. Os pais dela com certeza não iriam gostar de vê-la numa situação tão deplorável como agora, muito menos o irmão dela.
Os pais de Lia não são pessoas ruins, assim como os meus pais, eles também são pessoas de uma classe social "alta", mas diferente dos meus pais, eles são amorosos com Lia, e mimam ela bastante, todas as vezes que estive lá me trataram bem, no entanto evito vê-los já que todas as vezes querem fazer perguntas sobre a minha família.
No quarto escolho um vestido curto tubinho de alça fina preto, um decote moderado realça meus seios de tamanho mediano, preferi não perder tempo com meus cabelos e fiz um coque despojado, deixando alguns cachos caírem, faço uma maquiagem leve para esconder as olheiras das noites mal dormidas. Não estou interessada em participar da festa, só irei para ficar de olho em Lia. Ponho um salto scarpin nude, vejo os músculos malhados se sobressaírem nas minhas coxas, deixando visível minhas horas diárias na academia, aliso o vestido com as mãos, pego o celular, e saio do quarto em busca de Lia.
- Lia? - A encontro olhando minha geladeira.
- Credo Lore! Você não tem nenhum vinhozinho aqui!
- Eu não bebo espertona, vamos, já me arrumei. - O que é uma meia verdade, bebo, porém não como Lia, que literalmente bebe qualquer coisa, minhas preferências com bebidas são escassas, a grande maioria só me causa dor de cabeça e enjoos, por isso não bebo com frequência e muito menos qualquer coisa. Lia se vira e me encara dos pés a cabeça.
- Lore até eu te pegava hoje!
- Haha! Engraçado, você deve estar muito bêbada mesmo...
Tranco a porta suspirando desanimada.
"A noite será longa..."
Fim do capítulo
TARDEI, MAS PUBLIQUEI!! RSRS...
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DO CAP <3
COMENTEM PARA EU SABER SE ESTÃO GOSTANDO ME INCENTIVA MUITO, PRINCIPALMENTE PORQUE É A PRIMEIRA HISTÓRIA QUE PUBLICO ><
SINTAM-SE A VONTADE PARA ME AVISAR SE VIREM QUALQUER ERRO DE ESCRITA, CRÍTICAS CONSTRUTIVAS SÃO BEM VINDAS >< <3
OBG POR LEREM, ATÉ SEGUNDA AMORES...
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