Um pouco mais da vida de casada de Renée e Sophia, misturada com o "The day after" e o que aconteceu com Bia e tudo junto com a nova rotina de Cris. Bem vindas ao Capítulo 12, espero que gostem.
Capitulo 12 - Rolando os dados
Capítulo 12 - Rolando os dados...
Estávamos comemorando mais um aniversário de casamento, dessa vez no Ryori Sushi Bar quando vimos que Bia se aproximava, o sorriso imenso no rosto e as mãos dadas com uma mulher que irradiava paz e alegria interior.
- Sophia...Renée, me desculpem atrapalhar o momento de vocês, mas, não poderia deixar de vir aqui para agradecer toda a força que Sophia me deu e apresentar minha nova e ao mesmo antiga namorada, meninas, esta é Rose.
Rose abriu seu mais bonito sorriso e nos cumprimentou com sinceridade em um delicado abraço. Virei o corpo em direção a Bia para perguntar, queria que ela tivesse certeza que dela não guardava nenhum tipo de rancor.
- Como assim antiga e nova ao mesmo tempo?. Sentem ai Bia e Rose, quero que me contem essa história direitinho...Hahahahah.
Bia sentou, não sem antes puxar a cadeira para a namorada, depois sorriu e fez questão de explicar sua colocação.
- Nós namoramos muitos anos atrás, mas, a otária aqui terminou a relação, vocês devem imaginar o motivo...enfim, nos reaproximamos a pouco meses e resolvemos dar uma nova chance para nós, estamos felizes, e eu sinto que tudo isso aconteceu depois da conversa que tivemos Sophia, era para ter voltado em sua casa para dizer pessoalmente, mas, fiquei tímida, me desculpe...
Fiquei feliz quando percebi que Bia sorria e que seus olhos brilhavam ao olhar a bonita mulher de cabelos pretos e curtos, cortados de forma elegante e desconstruída, os olhos azuis refletindo sinceridade.
- Que é isso Bia, se não quisesse mudar não adiantaria nada a minha fala, querem sentar?, vamos jantar conosco.
- Ah, a gente não quer atrapalhar mais do que já atrapalhamos, não precisa.
- De jeito algum, a gente faz questão, pedimos uma barca, mas, podemos pedir mais sushis e sashimis, fiquem à vontade.
As duas sentaram e a conversa fluiu descontraída, filmes, livros, músicas, o assunto Cris não foi mencionado e em seguida vi quando uma moça de longos cabelos lisos e negros se aproximou fechando com as mãos em conchas os olhos de Bia.
- Com licença meninas....Bia?, quanto tempo. - Falou ao tirar as mãos dos seus olhos.
- Oi Marise...como vai?. - A resposta saiu sem em um pingo de animação.
A morena puxou uma cadeira e sentou virada para Bia como se não tivesse mais ninguém a mesa, em seguida chamou um garçom e pediu um prato, um hashi e um suco, e continuou a falar alheia as demais pessoas.
- Vejo que está com amigas, não vai me apresentar?.
- Então...essa ao meu lado é Rose, minha namorada, essas duas são Sophia e Renée.
- Agora que reconheço, eu não acreditoooooooooooooooooo, você é Renée, a cantora?, eu sou sua fã, cara, você é muito gostosa, e canta muito bem, parabéns, parabéns...e essa loirinha, quem é?.
- Sophia, muito prazer.
- Mas o prazer é todo meu, estava ali sentando com dois amigos veados, mas, já estava farta de ouvir conversa de macho, foi ai que vi a Bia de longe e cheia de gatas na mesa, não resisti...posso?.
Ela falou olhando para os sushis e o que mais poderia falar?.
- Claro, pode sim, tem esse copo extra, se quiser se servir do suco de laranja ou do refrigerante enquanto não chega seu suco, fique à vontade.
Foi ai que a morena folgada abriu ainda mais o sorriso falando em seguida.
- Esse guaraná é seu Sophia?.
- Sim!. - Suspirei alto me perguntando se aquela mulher estava realmente "pura", mas, me limitei a não falar mais nada além do sim. Ela se serviu de um gole de guaraná, depois passou a língua na boca, dizendo logo em seguida.
- Hummm... delicious...você não tem medo que descubra os seus segredos após esse gole?.
- Não tenho nenhum segredo, minha vida é um livro aberto, Marisa.
- É Marise, gata...minha mãe não se limitou ao senso comum.
Renée começou a se incomodar, tamborilando os dedos nervosos em cima da mesa, achei que era o momento adequado para um carinho, passei a mão no seu rosto, tirando um dos cachos que estava fazendo cócegas em sua boca, e suspirei feliz quando senti que se aproximou ainda mais de mim, passando o braço em volta do meu ombro em um gostoso aconchego.
- Marise, quer mais algum sushi?, vamos pedir uma barca menor para dividirmos. E pelo visto seus amigos estão indo embora, veja...
- Ai meninas, só um minuto.
Marise saiu correndo, pegou rapidamente a bolsa, se despediu dos amigos e voltou correndo para nós, como se estivéssemos fazendo questão absoluta de sua presença. Claro que o clima tenso estava cada vez mais evidente, todo mundo comendo sem dar um pio ao som da tagarelice da morena que sorvia mais uma dose de saquê, eu sinceramente não sabia mais como fugir dos seus olhares e cantadas baratas, o auge do stress foi quando senti a ponta do mocassim correndo em minha perna e apertando levemente meu sex*. Dei um pulo para trás e Marise não teve tempo de puxar totalmente a perna, a morena cobriu a boca como se tivesse feito uma pequena travessura, depois riu dizendo que relaxasse que era apenas uma brincadeira, foi aí que Renée perdeu completamente a paciência.
- Qual é a tua?, você pode parar de importunar a minha mulher?.
- Que é isso?, não se estresse gostosa, deixa te confessar algo...na verdade meu objeto de desejo é você Renée, mas, como sou muito sua fã não consegui chegar em você, como me atrai por Sophia também, tive a esperança de conseguir sair com a duas...eu sei que sou assim meio desajeitada, mas, não teria outra maneira de chegar, estava esperando Bia e a namorada irem embora, mas, não foram, fazer o que?. E já que me deixaram livre para falar, preciso perguntar, aceita sair, nós três?, é uma experiência extremamente sensual, eu dou conta das duas.
Bia estava vermelha, não sabia mais onde pôr as mãos, os hashis e nem os sushis.
- Marisa, você está sendo extremamente inconveniente.
- Para de caretice Bia, esqueceu a noite deliciosa que tivemos com Cris, na época ela estava namorando com uma careta que ela vivia corneando, como era mesmo o nome da otária?.
Respirei fundo respondendo.
- Ela chama Sophia...eu sou a otária, careta e chifruda, ex da Cris, muito prazer...Marise.
- Você é...
- A própria, só não sabia que tinha esses predicados todos, agradeço por me dizer.
- Eu...não...sabia.
A boca da morena tremia completamente sem sangue, sem mais nada a fazer levantou rapidamente e parece que o nível alcoólico nas veias evaporou, em seguida colocou o elegante óculos de graus, se desculpou, pediu um com licença tímido, pegou a chave do carro de dentro da bolsa e saiu deixando para trás sua conta e um clima bastante desagradável para os casais.
- Sophia me desculpe, nem sei o que dizer... - Falou Bia contrariada.
- Que é isso, a culpa não foi sua...sua amiga é que perdeu a noção.
- Ela não é bem minha amiga, Marise é uma velha conhecida de Cris, e é verdade que saímos as três, foi uma única uma vez, não é nada que me orgulhe e que não gostaria jamais de ter lembrado assim e muito menos que o assunto tivesse sido jogado na mesa, mas, aconteceu e não posso apagar o meu passado.
Gostei da atitude de Rose diante da vergonha da namorada, ela afagou o braço de Bia, olhou profundamente em seus olhos dizendo.
- Isso ficou em seu passado Bia... - Depois se dirigiu a mim para falar - Sophia também lamento que o seu passado tenha sido exposto assim, o que nos resta agora é continuar a comer nossos sushis e tentar esquecer o que aconteceu essa noite.
- Quer saber?, está certa...
Bia me olhou e perguntou dessa vez com um tom diferente, completamente diferente.
- Em falar em Cris, você tem notícias dela?.
- Nunca mais Bia, e você?.
- Nunca mais...
♥
POV Cris
.
Fui transferida para uma penitenciária mais antiga, podia dizer sem medo de errar que o lugar estava bem longe de ser um SPA, e sequer se aproximava do presídio onde conheci Léo, mas, também não podia dizer que era nenhum pé sujo, apenas a comida era péssima, sem gosto, o bom é que não haviam grupos rivais, existiam as "neutras" e as demais, essas todas eram lideradas por Maria Preta, chefe do narcotráfico de um bairro e das presidiárias do lugar, percebi de cara que não teria muita chance no lugar se não me unisse a alguém do bando, rapidamente fisguei alguém para "chamar de minha", foi fácil pois meu tipo físico logo conquistou uma de suas inúmeras "gerentes", que a ajudavam não apenas no comando do tráfico, mas, dentro do presídio na organização da mulherada.
Judith era lésbica e ficou evidente pelo seu primeiro olhar que tinha gostado bastante de mim, na verdade ela nem fazia meu tipo, mas, era questão de sobrevivência e de conquista de território, passei a chama-la de Judy, trocando palavras e sorrisos durante as refeições, foi fácil, ela sorria por quase nada. Judy era alta, tinha pouco mais de trinta anos, os olhos eram verdes claros, e seus cabelos eram ruivos e cacheados, junto com as inúmeras sardas formava um conjunto gracioso, diria que era algo aproximado com a personagem principal de "Anne with an E" versão adulta.
A contagem das mulheres aconteciam todas as noites, antes de entrarmos na sela, foi nesse dia que conversamos de fato pela primeira vez, antes nossos contatos eram limitados as horas de alimentação, nesse dia estávamos com tempo, pois éramos umas das últimas a ser chamadas.
- Oi Cris - Ela falou comigo girando os calcanhares como uma adolescente.
- Oi Judy, o que manda?.
- Tem uma coisa que queria te dar, desculpa se ficou um pouco amassado, é que...bom...tive que esconder, abre ai o bolso ai que vou pôr, e come rápido para ninguém ver.
Apalpei e senti algo mole, não entendi o que era mais coloquei todo na boca, o doce ficou comprimindo o espaço, e percebi que era uma espécie de maria mole.
- Delicioso, obrigada - Falei mastigando e escondendo a boca ao mesmo tempo.
- Cris, tem um pouco de coco no cantinho de sua boca, posso tirar?.
- Claro, pode sim...
Judy passou o dedão na minha boca levando o resto do coco a sua própria boca, armei um falso sorriso tímido e convenci, pois ela deu uma risadinha meio sapeca. Ela era uma vítima em potencial, ingênua e encantada por mim.
- Como veio parar aqui Cris?.
- Me acusaram de um crime que não cometi, nunca trafiquei na vida, te juro.
- Entendo, eu já era gerente de Preta, ela herdou a boca do Maicon, sabe?.
- Que é Maicon?.
- O irmão mais velho, morreu baleado em troca de tiros com policiais, uma coisa triste, muito triste, gente boa o cara, ajudava a todos no bairro, para ele era apenas negócio, uns vendem livros, outros vendem balas, outros vendem conhecimento. Maicon e Preta vendem drogas.
- Como é o nome da Maria Preta?.
- Maria Preta mesmo, o pai dela disse que se existia Maria Clara, porque não poderia haver uma Maria Preta?.
- Quer saber?, ele está certíssimo.
- E não?. - Ela demorou para dar continuidade a fala, parece que encheu o peito de coragem para prosseguir, mas, logo respirou continuando - Cris estão dizendo que você namorava a Leonarda no outro presídio, ela é quase uma lenda entre as meninas, é verdade?.
- Sim, mas, não queria falar dela, sabe?, Léo só me fez sofrer, eu sempre quis alguém que me cuidasse, me protegesse, ela só me usou, depois jogou fora, ainda me acusou de algo que não fiz, estou tão cansada, as vezes penso que não vou aguentar esse lugar, eu gosto de ser livre, livre...não acredite também se te falarem que matei mulheres, é mentira, sou médica, minha função é salvar vidas e não tirar, porque tenho que passar por isso, porque preciso pagar pelos erros dos outros, porque?. Estou tão só...tão só...
Falei e fiz um bico de choro imenso e verti uma série de lágrimas de crocodilo, eu sabia que o curso de teatro um dia teria alguma utilidade, pois ela me levou para trás de uma coluna larga e me abraçou discretamente, enquanto afagava meus cabelos.
- Não fica assim pequena, eu vou cuidar de você, não esqueça disso, jamais vai estar sozinha. Vamos agora que não dá para dar muita bandeira por aqui.
Sai lentamente do seu abraço e fingi enxugar as lágrimas, ela sorriu e seguimos para nossas selas, e não a vi mais quando se misturou com as amigas, e segui meu caminho assoviando uma música de Frank Sinatra, foi quando senti um corpo forte me comprimindo em uma parede.
- Escuta aqui loirinha, aprontou uma única vez com a Judith eu te ferro, se ver minha gerente chorando pelos cantos por você, nem vou perguntar o motivo, já vou quebrar teu pescoço com a força das minhas mãos, está entendido?.
Ela falou e estalou os dedos em uma atitude ameaçadora, depois me empurrou sozinha de encontro a parede, fingi medo, depois me ajeitei e fiquei esquematizando na mente um jeito de tirar o poder da tal Maria Preta, nem que fosse com a morte.
Fim do capítulo
e então, que acha que Cris vai se dar mal nessa? rsrsrs
Comentar este capítulo:
Rain
Em: 17/01/2021
Boa noite! Sá
Eu tô mô feliz que a Bia conseguiu finalmente ser feliz. Oh, coisa boa esse dois casais.
Você e suas ruivas, Judy parece ser legal, o que foi que ela aprontou para tá ir?
Hahaha Cris se lascou e gostei. Maria Preta vai infernizar a vida dela... E acho bom.
Até mais!
Resposta do autor: Boa noite Rain, tudo bom amiga?.bom Judy era amiga da Maria Preta, se envolveu com o tráfico, essas coisas, mas, é uma pessoa legal, espero um final Feliz para ela... Cris nem começou a penar rsrsrsd
Gabi2020
Em: 12/01/2021
Eita Sá! Cris não presta e não toma jeito mesmo, ô bicha viu? Acho ela até engraçada!
Por acaso você viu por aí a dignidade perdida da Marise? Kkkkk... Mas gente de onde saiu essa coisinha?
Beijos
Resposta do autor:
Marise é uma juíza completamente amoral de um conto que escrevi há algum tempo. Cris não tem jeito, mas,é uma vilã principiante demaissssssssss...rsrsrs
bjsss
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HelOliveira
Em: 11/01/2021
Cris ainda tá levando tudo de boa, e com certeza vai aprontar com a Judy espero que Maria Preta arrebente ela todinha..
Pensa numa mulher da raiva, agora dobra, então essa é a Cris pra.mim..
E essa sem.nocao da Marise...acho que vai aprontar algo.. Será
Bjos
Resposta do autor: Acho que a Marise não volta mais...foi só uma noite de piriguetagem, ela é personagem de outra história minha, uma juíza totalmente sem moral, tarada e doida kkkkkk Cris só vai somando os abusos dela... Bjs
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brinamiranda Autora da história
Em: 09/01/2021
E essa frase de sonho de padaria me fez bem ter vontade de comer esse doce ahahahaha
Não mencione essas coisas querida leitora eu tenho um paladar infantil...
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brinamiranda Autora da história
Em: 09/01/2021
kasvattaja Forty-Nine como vc gostou das minhas meninas, tem vários contos da Samy e Fleur, dá uma olhadinha, tem mais 3 livros se não me engano, clica ai no meu nome querida e leia outras coisas, não se force não mulher....a vida passa rápido para a gente não ler algo que não nos identificamos...bjs
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kasvattaja Forty-Nine
Em: 09/01/2021
Olá! Tudo bem?
Estou lendo e não lendo... Tentando acompanhar desde o começo e não querendo...
Mesmo adorando sua escrita, esse seu conto, Autora, é bem diferente dos que eu gosto de ler e acompanhar. E ainda não consegui gostar, realmente, de alguma personagem.
Então, sei lá... Perdoe-me, mas vou tentar chegar até o final.
É isso!
Post Scriptum:
''Nunca desista de seu sonho. Se ele acabou numa padaria, procure em outra.''
Apparício Fernando de Brinkerhoff 'Barão De Itararé' Torelly
Resposta do autor:
Oie querida bom diaaaaaaaaaa...
Então, esse conto é bem diferente, era para ser apenas um conto e acabei aumentando a pedido de duas leitoras...quer um conselho não como autora, mas, como leitora, se não se identificou mude de história, sem contrangimento, eu amo alguns escritores, mas, nem tudo o que escrevem, mesmo sendo um texto meu, dá uma olhadinha nas outras coisas que tenho, quem sabe vc gosta mais. Tenho muita coisa aqui, e digo isso de coração aberto, messsmo...
bjs
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florakferraro
Em: 08/01/2021
Sem palavras para esse capítulo mulher, tu é foda, pena que não posso botar em um potinho, porque dá vontade.
Adorei as novas personagens, e que mulher essa gata, fiquei imaginando horrores.
Acho que cris vai rodar com essa Maria Preta, bem feito.
Resposta do autor:
Obrigada Flora....sem potinho rsrsrs que bom que gostou das personagens novas...quanto a Cris vamos esperar, valeu por comentar. E como foi a volta para casa?
bj
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