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Uma vida quase perfeita por Luasonhadora

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Palavras: 4068
Acessos: 2340   |  Postado em: 29/12/2020

Notas iniciais:

Boa leitura!

Capitulo 12

Eu estava completamente arrasada depois de tudo que ouvi. Passei o caminho todo dentro do táxi chorando, tanto que o motorista por duas vezes me perguntou se eu estava me sentindo bem, até água o coitado me ofereceu. Cheguei ao meu hotel me sentindo destruída e assim que abri a porta do quarto, encontrei Pedro arrumando suas malas.

- O quê você tá fazendo? - fechei a porta e me aproximei.

- Tô indo embora. - ele sequer me olhou.

Soltei uma suspiro cansado e revirei meus olhos. Hoje realmente não era meu dia de sorte. Parece que todos a minha volta estavam querendo ir embora para o mais longe possível de mim.

- Por quê isso agora Pedro? - minha voz saía cansada, quase em um sussurro.

- Como por quê? Cansei de ficar jogado pra escanteio em uma viagem que deveria ser romântica.

- Olha, se foi sobre eu ter te deixado sozinho hoje, eu te peço desculpas. Você tinha razão, eu fui uma idiota em ter saído sem você.

Ele me olhou por cima do ombro, seu semblante ainda era meio confuso pra mim. Não sabia ao certo o que ele estava pensando.

- Foi por isso que chegou cedo? Estava arrependida ou apenas entediada?

Me sentei na cama e comecei a chorar. Eu não queria e nem podia desabar na frente dele. Afinal, qual desculpa eu lhe daria pra tantas lágrimas? Mas infelizmente estava impossível segurá-las por mais tempo. Parecia que quanto mais eu chorava, mas vontade de chorar eu tinha.

Pedro se assustou, largou as roupas que antes juntava na mala e se aproximou de mim, se sentando ao meu lado e puxando com delicadeza meu rosto pra perto dele.

- O quê foi querida? Por que está assim? - me abraçou e eu me agarrei ao seu peito. - Me perdoe se fui duro demais com você, me desculpe.

Quanto mais ele se desculpava, mais culpada eu me sentia. Ele era tão perfeito. Um pai extraordinário, um marido melhor ainda. Eu estava sendo cruel o traindo, e juntando isso ao sentimento de culpa a tudo que houve com Verônica agora a pouco, eu podia jurar que meu coração não aguentaria.

- Me perdoa. - pedi em meio a soluços. Eu mal conseguia falar, de tanto que chorava.

Ele me agarrou ainda mais contra si e me abraçou forte.

- Tudo bem querida. Eu exagerei. Você tinha razão. Merece se divertir um pouco com suas amigas. Me perdoe você.

Olhei em seus olhos azuis e senti um aperto forte em meu peito. O quê eu estava fazendo da minha vida? Por um momento, todos os acontecimentos recentes passaram feito flashes diante dos meus olhos. Pensei nas minhas filhas que passavam as férias nos avós, no meu marido que fazia de tudo pra me agradar, na Verônica que havia me enfeitiçado e agora quebrado meu coração. O que eu faria, meu Deus?

- Pedro, eu preciso te contar uma coisa - me afastei dele devagar e sequei meus olhos em vão, já que mais lágrimas desciam e me molhavam novamente.

- Depois meu amor. Porque agora quero mimar você um pouquinho.

Com cuidado ele despiu peça por peça que eu vestia. Quando eu já me encontrava completamente nua, me pegou no colo com carinho e me levou até o chuveiro. Colocou a água numa temoeratura agradável e me lavou. Ele fazia tudo com tanto carinho, sem nenhuma malícia, que rapidamente meu coração se aqueceu na sua presença. Depois, secou meu corpo todo e me vestiu com uma calcinha e uma camiseta sua que cobriu até metade do meu bumbum. Em seguida, me deitou na cama e se agarrou em mim, sussurrando palavras de carinho que só me faziam chorar ainda mais, me causando sentimentos que iam desde a culpa até o amor.

- Você é linda, maravilhosa - sussurrava em meu ouvido enquanto passava seus dedos por meus cabelos - A melhor esposa do mundo, a melhor mãe, amiga. Um exemplo pra todos a sua volta.

- Eu não mereço você - entrelacei nossos dedos ainda deitada na cama e beijei sua mão com carinho.

- Você quer ir embora pra casa?

Pensei por um segundo. Tudo que eu mais queria nesse momento era minha casa, minhas filhas, meu trabalho... mas não seria justo com Pedro. Por mim ele se dispôs a vir pra cá e agora sequer tinha aproveitado nosso passeio.

- Não. Ainda temos até amanhã a tarde pra transformar essa viagem na melhor de todas.

Ele sorriu e me beijou delicadamente os lábios. Com tanto carinho assim, não foi difícil eu adormecer em seus braços e conseguir relaxar um pouco.

***

Assim que abri meus olhos, fui surpreendida por meu marido sentado na ponta da cama me olhando e sorrindo. Sorri em reposta a ele e devagar me sentei, encontrando ao meu lado uma bandeija com um café da manhã maravilhoso.

- Uau, isso tudo é pra mim? - coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, maravilhada com tanto cuidado.

- Sim. Quero que nosso dia hoje seja perfeito.

Sorri novamente pra ele que retribuiu com um selinho.

- Pensei em te levar pra almoçar em um restaurante em frente a praia, comer um peixinho que eu sei que você ama - sorrimos - E depois te levar pra curtir o mar.

- Nossa, parece que você leu minha mente. Tudo que eu preciso agora é ficar de frente pro mar, pra que ele possa levar todas as energias negativas que carrego em mim.

***

O nosso almoço tinha sido perfeito. O filé de peixe estava incrivelmente incrível e o tempo hoje estava colaborando pra que nosso mergulho no mar fosse perfeito.

- Agora que estou aqui, confesso que me deu preguiça de entrar no mar - Pedro estava de braços cruzados, encarando a água agitada a nossa frente.

- Ah não Pedro. Sei que não gosta de nadar tanto quanto eu, mas eu adoraria entrar na água agora com você.

Me aproximei dele e o abracei, sendo correspondida na mesma hora.

- Deve estar um gelo Liz - suspirou sorrindo - Mas o que você não me pede sorrindo, que eu não faça chorando não é mesmo? - gargalhei e dei um tapa de leve em seu braço.

- Ai, doeu.

- Foi pra doer mesmo - ainda de óculos escuros, sob seu olhar atento fui retirando o vestido florido que usava, ficando apenas de biquíni. Retirei também minhas sandálias e pisquei o olho pra ele antes de sair correndo, gargalhando em direção ao mar.

Mergulhar renovou as minhas energias de um jeito impossível de explicar. Entre beijos e brincadeiras mal tive tempo pra me lembrar dos problemas que atormentavam minha mente.

- Pior que nem disfarça - arrumei meus óculos de sol e saí da água.

- Quem?

- Aquelazinha que tá te secando com os olhos. - apontei discretamente na direção de uma mulher que bebia uma água de coco e secava meu marido na maior cara de pau.

Pedro tinha um porte físico maravilhoso. Era atlético e bem definido. Não era muito adepto a academia, mas era viciado em correr, o que lhe rendeu belos músculos. Não eram raras as vezes em que eu flagrava alguém o encarando.

- Deixa ela olhar. Eu sou só seu - me abraçou por trás e beijou meu rosto enquanto caminhávamos na areia, pra pegar nossa toalha. Assim que chegamos ao hotel, depois de um banho onde nos amamos, arrumamos nossa mala e voltamos pra nossa casa.

***
A segunda feira chegou e com ela um pouco de juízo adentrou minha cabeça, finalmente. Estava decidida a procurar Vanessa hoje e me acertar com ela de uma vez por todas. Fui infantil em me afastar dela apenas por medo de ouvir coisas que não gostaria.

No hospital, depois de bater meu ponto, saí a procura dela. Depois de checar sua escola com um amigo, segui ao setor de oncologia e a encontrei na sala de quimioterapia, aplicando a medicação em um paciente.

- Vanessa - ela olhou pra trás e percebi a surpresa ao me ver alí - Quando acabar, será que podemos conversar? É rapidinho.

Ela me olhou em silêncio e voltou sua atenção ao paciente. Em seguida, pegou os materiais que usava a pouco e passou por mim ainda em silêncio.

Segui atrás dela e esperei que ela fosse ao banheiro se lavar. Pelo espelho, ela me olhou e ergueu uma sobrancelha. Esse era o sinal pra que eu falasse de uma vez por todas o que queria com ela.

- Quero me desculpar com você. Sei que fui uma idiota em fugir e em te tratar como tratei. Tô bastante arrependida e queria pedir seu perdão.

Ela se menteve atenta na lavagem das suas mãos e ficou em silêncio. Depois de se secar, se virou pra mim e sorrindo sem mostrar os dentes, me abraçou.

Soltei o ar que prendia e a abracei com força. Senti tanta falta dela em minha vida.

- Me perdoa - já podia sentir o nó que se formava em minha garganta. Eu estava bastante emocionada.

- Pensei que não queria mais minha amizade - quando olhei pra ela, percebi seus olhos marejados e sua boca trêmula.

- Me perdoa amiga. Me perdoa - a abracei outra vez, deixando com que minhas lágrimas molhassem seu jaleco.

Ela sorriu e ficamos abraçadas por um logo tempo, matando a saudade que sentíamos uma da outra. Combinamos de almoçarmos no mesmo horário para que pudéssemos conversar melhor, já que agora tínhamos muito serviço a fazer.

***
Assim que deu a hora combinada, me encontrei com ela do lado de fora do hospital. Preferimos almoçar num restaurante do outro lado da rua, assim teríamos mais privacidade pra conversar. Além do mais, eu temia encontrar a Rosana. Não poderia dizer uma só palavra sobre a Verônica se ela estivesse por perto. Já me bastava Vanessa saber de tudo, não aguentaria enxergar a decepção nos olhos de uma outra pessoa também.

Enquanto comíamos, aproveitei pra contar a em detalhes a ela tudo que me tinha acontecido no tempo em que estivémos afastadas. Em momento algum ela me interrompeu e quando eu acabei de falar ela se manteve silenciosa, aumentando ainda mais meu nervosismo.

- E então? - perguntei angustiada - Não vai falar nada?

- Eu não sei nem o que dizer.

- Foi tão ruim assim?

- Não diria ruim, acho que desastroso seria a palavra certa.

Sorri sem graça e cruzei minhas mãos em cima da mesa.

- O quê eu faço?

- Esquece essa mulher. Ela é uma vagabunda que deve trair a noiva com metade das mulheres que encontra.

- Você acha mesmo isso? - ela concordou com um aceno de cabeça e eu suspirei.

- Olha só o que ela fez. Cara, ela veio atrás de você, marcou legal em cima enquanto estava aqui. E tudo isso pra quê? Pra te enxotar feito um rato imundo depois? Só porque você se apaixonou? Então quer dizer que o que você sente pouco importa?

- Conhecer ela foi a pior coisa que me aconteceu na vida. - confessei.

- Você tem certeza que está apaixonada? Talvez esteja apenas encantada. Ela foi sua primeira mulher, deve ser boa de cama e isso deve ter te impressionado. Talvez nem seja paixão Liz.

- Eu me conheço amiga. Eu sei que estou apaixonada. O que sinto por ela vai além do tesão.

- E o Pedro?

- Eu amo ele. Mas também gosto dela.

- Mas ela já deixou claro que não te ama e nem sente nada parecido - olhei triste pra baixo - Sei que deve ser duro ouvir isso, mas se eu que sou sua amiga não te disser essas coisas, quem irá dizer? Eu só quero seu bem.

- Eu sei e te agradeço por isso - segurei sua mão por cima da mesa e ela sorriu.

- Esquece ela - sorri concordando, embora não fizesse a menor ideia de como eu faria isso.

***
Um pouco mais de um mês havia se passado. Não posso dizer que tem sido fácil, porque não tem. Perdi a conta de quantas vezes durante meu trabalho eu corri pro banheiro pra chorar. Cada vez que me lembrava do que houve, do que ela me disse em nosso último encontro, eu me sentia uma idiota. Vanessa estava me dando todo o suporte necessário pra que eu não tivesse um recaída. Mas o que ela não sabe, é que mesmo com sua ajuda eu ainda mandava mensagens pra Verônica no meio da noite. Eu implorava mais uma chance, pedia perdão por ter me apaixonado, mas a resposta era sempre seu silêncio. Com tudo isso, precisei recorrer a uma outra ajuda, passei a me auto medicar com remédios calmantes. Sem que ninguém percebesse, eu pegava algumas cartelas tarja preta na farmácia do hospital e me entupia com eles o tempo todo. Mesmo sabendo que eu deveria tomar um comprimido apenas antes de dormir, eu acabava exagerando e o ingeria durante o dia também.

Em casa, minha relação com Pedro aos poucos voltava ao normal ou ao que eu achava ser normal. Ao meu ver estava tudo bem, embora eu ainda evitasse fazer sex* com ele. Minhas filhas haviam retornado das férias nos avós e minha casa estava de volta a sua rotina agitada de sempre. Embora tudo parecesse como sempre foi, eu andava mais letárgica e menos comunicativa.

Meu desempenho no trabalho também havia sido afetado. O tempo todo eu andava dispersa e trêmula, derrubando bandeijas com medicação e uma vez quase cometi um erro grave ao injetar o remédio errado em um paciente. Num desses dias, depois de ter levado uma advertência da minha supervisora chefe, fui posta contra a parede por Vanessa.

- O quê tá acontecendo com você Liz?

- Nada.

- Você tá tomando alguma coisa? - me olhou desconfiada.

- Não.

- Deixa eu ver - antes que eu pudesse impedir, ela colocou suas mãos nos bolsos do meu jaleco e sem nenhuma dificuldade encontrou uma cartela de remédio.

- Você tá usando isso aqui? - ergueu a cartela e o balançou na minha frente.

- Não tomo sempre Vanessa. É só quando estou nervosa.

- Fala a verdade pra mim Liz. É por isso que anda tão estranha, aérea? - sorri triste.

- Não é isso...

- O quê essa mulher fez com você Eliza? - jogou os comprimidos em cima de mim e saiu, me deixando com a consciência pesada.

Na hora do almoço, sentei com Vanessa e Rosana. Embora não tenha dito mais nada sobre o acontecido de mais cedo, eu sabia que Vanessa ainda estava decepcionada comigo. Rosana, que estava alheia a tudo, entrou em um assunto que eu não estava preparada pra ouvir.

- Ah gente, antes que eu me esqueça. Advinha quem vai estar na cidade no sábado?

- Quem? - perguntei enquanto bebia meu suco de laranja.

- A Verônica. Vocês se lembram dela né? Aquela minha comadre que estava aqui a uns meses atrás.

Eu paralisei e meu olhar foi imediatamente de encontro ao de Vanessa, que se compadeceu da minha dor e tocou minha mão por cima da mesa.

- Ela e a noiva vão se casar, vocês acreditam? - ela sorri enquanto nos contava os detalhes de tudo. - Alugaram um resort chiquérrimo pra cerimônia e depois vai ter a festa. Ouvi dizer que vai ter até música ao vivo e tudo. - nos olhou - Vocês vão comigo não é?

A mesa ficou em completo silêncio por alguns segundos e ela franziu o cenho.

- Por favor meninas. Eu posso levar vocês, ela sabe que eu não conheço quase ninguém lá, me deixou levar quem eu quisesse.

- Sinto muito - comi mais um pouco - Eu vou estar ocupada.

- Ah Liz, fala sério. Faz tempo que a gente não faz nada juntas. Por favor - junta as mãos e faz um bico.

- Desculpa amiga, mas não vai dar. Além do mais, eu nem a conheço tão bem assim pra ir ao seu casamento. - menti

- Ela também não te conhecia quando foi passar o fim de semana no rancho da sua festa, lembra?

- Bom - engoli seco - Se ela foi cara de pau a esse ponto, é problema dela. Eu não vou.

- Poxa. - ela abaixou a cabeça triste.

- Eu posso ir com você - Vanessa se oferece.

- Sério? - Rosana levanta o olhar em sua direção. Ela estava feliz.

Eu olhei Vanessa sem entender sua atitude e ela deu de ombros.

- Você disse que não conhece ninguém. Não quero que fique excluída. - se explicou.

- Ai Vanessa, eu te amo - Rosana se aproxima dela e enche seu rosto de beijos, o que faz tanto eu quanto Vanessa sorrir.

Enquanto voltávamos ao trabalho, Vanessa me puxou para um canto.

- Desculpa Liz.

- Pelo quê? - eu batia meu ponto.

- Por ter me oferecido pra acompanhar a Rô no casamento da megera.

Eu sorri.

- Tudo bem. Ela é nossa amiga também, merece um pouco de atenção.

- Verdade. Mas eu só queria que soubesse que estou indo pela Rosana. Pra não deixá-la sozinha e deslocada lá.

- Tudo bem amiga, sério.

***
Não preciso nem dizer que o restante da semana foi horrível. Cada dia que passava eu sentia a ansiedade me consumir ainda mais, e como consequência eu tomava mais e mais remédios. Com o tempo, parece que aquilo já não fazia mais o efeito que eu esperava, o que me deixava ainda mais irritada.

Na sexta, eu tive que ouvir Rosana tagarelar sem parar sobre a maldita festa, sobre a roupa que ela iria, sobre como a cerimônia seria emocionante.

- Afinal de contas Rosana, por que elas vão se casar aqui, se moram em outra cidade? - perguntei por fim.

- Ah - deu de ombros - A família da noiva dela, a Camila, mora toda aqui. Acho que a Verônica quis agradar, sei lá. - sorriu - A Verô tem aquele jeito de mulher fatal, mas no fundo é uma romântica incurável. Ainda mais quando se trata da Camila.

Sem que ela visse, revirei os olhos, tendo o apoio silencioso de Vanessa.

- Elas estam juntas a muito tempo? - Não aguentei segurar. Eu precisava saber

- Sim, nossa a muito tempo. Acho que mais de dez anos. Lógico que nesse meio tempo elas brigaram e até chegaram a se separar algumas vezes, mas no final sempre acabavam voltando.

- Nossa - comentei triste.

- Mas teve uma vez que eu achei que o lance entre elas tinha acabado de vez. - comentou.

- Por quê?

- Verônica pisou feio na bola. Traiu a Camila e ela descobriu.

- Então ela já traiu a noiva? - dessa vez foi Vanessa quem perguntou.

- Sim, mas quando a Camila descobriu terminou tudo com ela. Verônica sofreu demais. Emagreceu, começou a beber. Foi horrível - fala triste - Mas de tanto insistir e pedir perdão, Camila a aceitou de volta.

- Nossa, tão fácil assim?

- Não foi fácil Liz. Verônica teve que lutar muito por esse perdão. Ela sofreu demais, você não faz ideia.

- Bom, o papo tá bom, mas acho melhor a gente ir embora né? Tem muito trabalho ainda pra gente fazer antes de poder ir embora. - Vanessa interrompe ao ver minha cara de choro.

Agradeço a ela através de um olhar e juntas caminhamos de volta as nossas tarefas.

Quando finalmente cheguei em casa, dei de cara com Pedro preparando o jantar e as meninas na sala com mais duas amigas, assistindo a um filme e comendo pipoca.

- Oi querida - se aproximou de mim e me deu um beijo rápido. - Tá tudo bem? - estreitou os olhos me olhando de cenho franzido. Eu estava com uma cara péssima.

- Cansada só - não dei muita brecha pra perguntas e corri pro banho. Naquela noite eu não quis jantar e dormi antes de todo mundo. Não queria responder perguntas que nem eu mesma tinha respostas.

No sábado pela manhã acordei antes de todos e novamente fui trabalhar. Nem Vanessa, nem Rosana trabalhariam hoje. As duas haviam conseguido trocar seus turnos justamente pra poderem ir ao tal casamento.

Trabalhei novamente arrastando meu próprio corpo e naquela manhã eu havia ingerido quatro comprimidos. Não estava me sentindo nada bem, acho que era o nervoso de saber que hoje eu perderia Verônica pra sempre. Certa hora, quando já não me aguentava mais em pé, me apoiei em uma parede sentindo minha cabeça rodando e minha pele suar demais.

- Tá tudo bem? - uma enfermeira que passava, parou pra me prestar socorro. Antes que eu pudesse identificar seu rosto, eu acabei desmaiando.

Quando acordei, percebi que estava num quarto, deitada numa maca. Me sentei ainda meio tonta.

- Calma aí mocinha - uma enfermeira parou do meu lado. Eu não a conhecia por nome, mas já tinha a visto pelos corredores algumas vezes - Como está se sentindo?

- Bem, eu... O quê houve?

- Você desmaiou. Estava com a pressão muito baixa.

- Eu já estou melhor. Posso voltar ao meu trabalho?

- Ainda não. A doutora Simone me pediu pra avisá-la quando você acordasse. Ela quer falar com você.

Assim que ela saiu, eu me levantei e fiquei parada em frente a janela, olhando a rua lá em baixo. Ouvi a porta se abrir e a médica entrar.

- Olá, está se sentindo melhor? - pergunta.

Me sento em sua frente e percebo que ela olha alguns papéis, provavelmente alguns exames que fizeram em mim enquanto eu estava desacordada.

- Estou sim. São meus exames?

- Sim - ela cruza as mãos na mesa e me olha seria. - Olha, Eliza né? - confirmo com a cabeça- Então, você tem tomado algum remédio com frequência?

- Eu...

- Nem precisa responder. Está tudo muito claro aqui pra mim. Vou ser bem direta. Você trabalha aqui e sabe como funciona as coisas.

Abaixei a cabeça quieta.

- Os níveis desse medicamento no seu sangue estam tão altos, que sinceramente, nem sei como tem conseguido parar em pé.

- Eu posso explicar.

- Espero que sim. Bom, como médica eu tenho que te dizer que isso não faz bem pra sua saúde. Você como enfermeira também sabe disso. Dependendo do tempo em que está se medicando assim, já posso te adiantar que seu organismo com toda certeza está viciado.

- Eu andava muito estressada, nervosa. Não era minha intens...

- Quem te receitou isso? - me interrompeu.

- Ninguém, eu apenas comecei a tomar um e quando me dei conta... - dei de ombros.

- Você precisa parar com isso agora. Existem vários medicamentos mais fracos que poderiam ter te trago resultados mais rápidos e melhores.

- O quê eu faço agora?

- Infelizmente serei obrigada a repassar tudo isso ao seu supervisor de área.

- Não, por favor, não.

- Sinto muito, mas é minha obrigação. Você não pode trabalhar assim. Está colocando a vida de um monte de pacientes em risco.

- Eu vou perder meu emprego.

- Sinto muito mesmo. - ela se levantou e saiu, me deixando sozinha.

Sem ter o que fazer, eu saí do consultório ainda meio atordoada e antes que eu pudesse virar o corredor, minha supervisora me chamou.

- O quê você me diz sobre isso aqui Eliza? - ela balançava no ar o resultado dos meus exames.

- Ester, eu posso te explicar. Eu juro. - minha voz já estava embargada.

- Isso não tem explicação. Sua função é salvar vidas e não causar mais estragos - gritou chamando a atenção de alguns funcionários que passavam por alí - Você é uma irresponsável. Desde quando estava vindo trabalhar drogada, dopada desse jeito?

Eu comecei a chorar, tremendo.

- Não adianta chorar, suas lágrimas não me comovem. Pode ir pra sua casa, está demitida!

- Não Ester, por favor. Eu preciso desse trabalho.

- Pensasse nisso antes de fazer a cagada que fez. Segunda feira pode passar no Rh. Eu poderia acabar com sua carreira se eu quisesse, mas não vou te demitir por justa causa, considere isso como um presente. - sem me dar sequer tempo de lhe responder, ela vai embora, me deixando na mira de vários olhares curiosos.




Fim do capítulo


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Comentários para 12 - Capitulo 12:
patty-321
patty-321

Em: 22/01/2021

Lenhou

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