Boa leitura!
Capitulo 10
Liz
Cheguei em casa e já se passava da 01:00 da madrugada. Pedro já estava dormindo. Tomei um banho rápido pra retirar de mim o cheiro de sex* que emanava de cada poro do meu corpo, em seguida, me deitei ao seu lado. Estava completamente feliz e satisfeita, era como se enfim eu tivesse encontrado o ponto exato da minha paz. Havia acabado de ter um sex* maravilhoso com Verônica e agora eu estava deitada, sendo acolhida nos braços do melhor marido do mundo, o homem que eu amava. O que mais eu poderia querer dessa vida?
Na manhã seguinte, acordamos bem cedinho e decidimos dar um passeio pela cidade. Em certo momento, ele me questionou o horário em que eu havia voltado pra casa e eu acabei inventando que cheguei pouco depois das 23:00 e o encontrei dormindo. Eu sabia que durante a semana ele dormia cedo, e como havíamos viajado, ele com certeza não passou das 22:00, ou seja, minha desculpa havia caído como uma luva em toda essa situação.
Almoçamos no shopping em um clima gostoso de romance. Nos beijávamos o tempo todo, ele me acariciava as mãos e me olhava de um jeito que me fazia estremecer. Se eu pudesse escolher algo em minha vida, com certeza seria ter tanto Pedro, quanto Verônica comigo pra sempre. Os dois me completavam de maneiras diferentes. Enquanto ela me satisfazia na cama como ninguém nunca conseguiu, ele me trazia calma na vida, me amava como nunca ninguém foi capaz de me amar, me dava segurança. Eu amava um e estava apaixonada por outro. É complexo, porém, verdadeiro.
Pedro estava bastante feliz por estarmos tendo novamente um momento só nosso, sem tensões, sem brigas. Então pra me fazer sorrir, começou a me contar sobre uma história engraçada do seu trabalho, o que me arrancou várias gargalhadas. Eu estava secando umas lágrimas que caiam do meu rosto devido ao fato de ter me divertido de mais com suas histórias, que nem percebi quando um certo alguém se aproximou da nossa mesa.
- Boa tarde. - levanto meu olhar e dou de cara com ninguém mais, ninguém menos que Verônica e sua noiva, Camila. Imediatamente meu sorriso se foi, eu fiquei tensa, com o coração acelerado.
- Oi - meu marido seca sua boca com o guardanapo e se levanta pra cumprimentá-las. - Verônica não é? - ele a abraçou e deu dois beijos no em rosto, fazendo o mesmo com sua noiva, que havia sido apresentada a ele.
- Sim. E você é o Pedro. Lembra de mim na sua festa? - ela sorriu lindamente pra ele, que a olhava gentil.
- Sim. Nossa, faz tempo que não te vejo. O que faz aqui?
- Eu moro aqui - coloca uma mecha de cabelo atrás da sua orelha - Oi Eliza - sorri
- Oi - Me levanto e dou dois beijos em seu rosto também.
- Lembra da Camila, minha noiva?
- Claro, oi - a cumprimento também com dois beijos rápidos.
- Então, estam aqui em Novo Horizonte a trabalho ou passeio? - ela pergunta como se não soubesse do real motivo de estarmos ali.
- Viemos curtir um tempo só nós dois - ele aproxima de mim e entrelaça nossos dedos, sorrindo, e eu deito minha cabeça em seu peito, bastante nervosa.
- Ah, um fim de semana romântico - ele concorda - Adoro viajar assim, sair pra curtir um pouco com meu amor. - ela olha a tal Camila e as duas sorriem antes de darem um selinho, me deixando incomodada.
- Vocês não querem se juntar a nós? - Pedro pergunta e me faz arregalar os olhos, aflita. Olhei em sua direção e através de olhares eu implorei pra ela recusar, porém, a diaba fingiu não entender.
- Ah, não vamos incomodar? - sorriu
- Não, claro que não.
***
Estávamos ali a mais de uma hora, os quatro juntos. Quem não nos conhecesse, poderia jurar que éramos dois casais de amigos, se divertindo. Rapidamente Pedro voltou a contar suas histórias, o que fez com que todos rissem, menos eu. Camila estava adorando o ouvir, e sempre pedia pra ele contar mais. As duas ficaram de mãos dadas o tempo todo, fazendo reluzir contra a luz, o brilho do pequeno diamante que enfeitava suas alianças. Ora ou outra, pegava Verônica me encarando, e por duas vezes a vi piscar em minha direção. Eu já estava me sentindo incomodada com a situação. Fiquei o tempo todo calada, na minha. Porém, não consegui evitar sentir o coração querer sair pela boca, quando senti seu pé subindo por minha perna por debaixo da mesa. A olhei nervosa e ela fingia que estava alheia a tudo.
- Você se lembra disso querida? Liz?
- Oi? - Pedro me olhava confuso, ajeitando seus óculos, me encarando com seus lindos olhos azuis. - Você tá bem?
- Desculpa querido. Eu só tô com um pouco de dor de cabeça.
- Eu tenho um comprido aqui - Verônica abre sua bolsa e me entrega uma cartela de remédios.
- Obrigada - sorri sem mostrar meus dentes.
Encho um copo com água e engulo o remédio.
- Eu vou ao banheiro. Com licença - me levanto apressada e saio a passos rápidos dali. Precisava de um pouco de ar pra tentar digerir tudo que estava acontecendo.
Assim que entrei no banheiro, me olhei no espelho e suspirei fundo, apoiando as mãos na pia e fechando os olhos. Escuto a porta se abrir e quando ergo meus olhos, através do espelho, a vejo atrás de mim.
- Tá tudo bem Liz? - ela me abraça por trás e beija meu pescoço sorrindo.
Eu me afasto do seu toque e a encaro.
- Você tá de brincadeira?
- O quê foi? - ela franze o cenho, parecendo confusa.
- Como você consegue fazer isso? - balanço a cabeça- Como teve coragem de se sentar na mesa comigo e com meu marido depois do que fizemos ontem?
- Não vi problema nenhum nisso Eliza, desculpa se te deixei desconfortável.
- Estamos falando de uma outra pessoa Verônica, aliás, de duas outras pessoas que estam sendo enganadas. Você age como se estivesse alheia a tudo, como se tudo isso não passasse de um maldito jogo pra você.
- Não é bem assim Liz - caminha até o espelho e retira de sua bolsa um batom vermelho, passando em sua boca em seguida.
- Sua consciência não dói? - pergunto.
Ela me encara séria por alguns segundos, antes de abrir um sorriso irônico no rosto e se virar pra mim.
- E a sua Eliza, não dói? Afinal de contas eu tenho sido sua amante também. - se aproximou de mim - Não fale comigo como se você estivesse sendo enganada ou fosse a vítima dessa situação. Você é tão culpada quanto eu.
Levantei minha mão pra lhe acertar um tapa, porém ela segura minha mão no ar e me empurra contra a bancada da pia do banheiro, me fazendo bater os quadris no mármore gelado.
- Não ouse tentar me bater - soltou meu braço com raiva.
- Eu fui uma idiota em vir até aqui atrás de você - Me virei pro espelho de novo e abri a torneira, lavando minha nuca e o rosto.
- Você veio porque quer o mesmo que eu Liz. Sexo! Nós duas nos divertimos na cama, você sabe disso.
- Você fala como se a gente... - suspirei
- O quê? Como se a gente não prestasse? - Fiquei em silêncio - Talvez não prestemos mesmo.
- Fale por você. - respondi com raiva - Ontem a gente parecia tão conectada, tão unidas e hoje você tá cheia de sorrisinhos com essa daí, como se eu fosse uma qualquer. Esfregando sua felicidade na minha cara.
Ela suspirou.
- Primeiro de tudo, gostaria de te lembrar que essa daí tem nome, e é Camila. Que por um acaso também é minha noiva, a mulher que eu amo. Em segundo lugar, eu não era a única a estar exalando felicidade. Eu vi o clima que você estava com o Pedro antes de eu chegar. Então não sei porém que está reclamando.
- Ele é meu marido.
- E ela minha noiva. Eu sei separar as coisas, já você parece que não.
- Por que sempre joga isso na minha cara? Por que sempre faz questão de dizer o tempo todo que ela é sua noiva, que a ama?
- Porque ela é realmente minha noiva e eu realmente a amo. O que você quer que eu diga?
- Eu sou uma idiota mesmo - precisei segurar minhas lágrimas, que eu já sentia que queriam cair.
- Liz, talvez seja melhor a gente não se encontrar mais. Não é a primeira vez que eu sinto que você esteja se envolvendo nisso mais do que deveria. Eu te disse que queria apenas sex*.
A olhei assustada, abaixei o rosto e tomei fôlego.
- Não - me aproximei - Quer dizer, eu não estou confundido. Só... - limpei meu rosto secando uma lágrima que havia caído contra minha vontade - Só não suporto te ver com outra pessoa que não seja eu. Mas não estou confundido as coisas.
Ela se aproximou de mim e selou nossos lábios em um beijo rápido, porém intenso.
- Olha pra mim - levantou meu rosto - Eu gosto muito de ficar com você, muito mesmo. Mas é só sex*. Não tem sentimentos - nesse instante lágrimas começam a cair pelo meu rosto e ela as enxuga carinhosamente - Ei, não chora princesa. - me abraçou - Eu gosto de você, como amiga, como pessoa. Eu te acho incrível, inteligente, engraçada - ela sorri fraco - Te acho maravilhosa, mas eu tenho a Camila na minha vida. E eu a amo. Amo muito.
- Eu não teria me envolvido com você se eu soubesse desde o início que você tinha alguém. - me agarrei a ela e afundei meu rosto em seu pescoço, inalando seu cheiro.
- Eu errei em não te contar, eu sei. Na época estavamos meio brigadas, embora eu sei que isso não justifica nada. Desculpa por isso. Mas você também não me perguntou Eliza. Nessa história toda, nós duas erramos, mas eu achei que tínhamos chegado a um acordo de mantermos uma relação apenas sexu*l*. Se você achar que está se envolvendo além do que pode, prefiro parar por aqui.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a porta do banheiro se abriu e Camila entrou. Por sorte, consegui me afastar a tempo dela não nos flagrar abraçadas. Rapidamente sequei minhas lágrimas e tentei disfarçar o clima pesado que pairava sobre nós.
- Tô atrapalhando alguma coisa? - cruza os braços encarando nós duas.
- Não meu amor - Verônica chega perto dela e segura em sua mão, a puxando pra si - A Liz não está se sentindo muito bem e eu estava aqui justamente perguntando a ela se queria que eu chamasse o Pedro pra levá-la ao no médico.
Camila me olha preocupada, e se aproxima.
- Você quer ir ao hospital Eliza? Nós podemos te acompanhar.
- Não, eu estou bem. Obrigada. É só uma crise de enxaqueca novamente - forcei um sorriso pra ela e sai.
Assim que cheguei a nossa mesa, avisei ao Pedro que não estava me sentindo muito bem e então depois de nos despedirmos, fomos embora pro hotel, onde eu passei a tarde toda deitada, realmente com muita dor de cabeça. O que eu iria fazer a partir de agora?
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Anny Grazielly
Em: 27/12/2020
Cara... que raiva da Verônica... afinal, ela não tem nenhum sentimento pela Liz?!?! Poxa... isso eh humilhante
Resposta do autor:
Nenhum sentimento romântico. Inclusive, ela tem sido bem sincera em relação a isso
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