Parte 37

Lívia Ferreira

Quando Helen me deixou em casa, eu encostei as costas no portão e casa e comecei a sorrir demonstrando todo o amor que eu estava sentindo por aquela mulher. Definitivamente eu a amava, mas acho que não iria comentar ainda tão cedo sobre isso.

Entrei em casa e meus pais estavam conversando animadamente na cozinha, com certeza o meu pai já estava jantando para ir trabalhar.

— Olá, família! — disse toda animada e meus pais me olharam sorridentes.

— Que empolgação é essa para uma segunda-feira? — meu pai indagou e eu sorri.

— Bom, acho que não tenho motivos para estar triste. O meu dia foi muito bom.

— É, Osvaldo, a nossa filha está muito apaixonada — Minha mãe comentou enquanto colocava algumas panelas sobre a mesa. — Essa Helen está te fazendo muito bem.

— A senhora não sabe o quanto, mãe. — Apoie o meu corpo na parede e comecei a me lembrar de tudo que ocorreu no carro de Helen... dos nossos beijos, toques... tudo. Suspirei e meus pais gargalharam alto.

— Vá tomar banho, minha filha, para jantar conosco. Logo terei que ir para o trabalho — meu pai chamou a minha atenção.

Com o pedido, eu fui para o meu quarto. Tomei meu banho.

Ao estar pronta, eu jantei com meus pais.

 Quando fui dormir, eu comecei a trocar mensagens com Helen, isso durou uma boa parte da noite. Mesmo a gente tendo se encontrado mais cedo, os nossos assuntos sempre rendiam. Começamos a falar sobre tudo e passamos a planejar os nossos próximos encontros.

No outro dia, eu acordei um pouco indisposta, mas eu continuava muito feliz. Sabe, eu estava acordada, porém me sentia em um sonho interminável. Estava muito feliz, e desejava viver assim para sempre.

Como no dia anterior, Helen me levou ao trabalho.

Durante o percurso, começamos a ouvir músicas que gostávamos e cantamos juntas todas as canções, ignorando totalmente o fato de sermos muito desafinadas. Talvez por estarmos apaixonadas, a gente via tudo mais lindo.

Riamos juntas por coisas que nem sabíamos o que era. A gente apenas olhava para a outra e ria sem parar.

Ao chegarmos no trabalho, Helen e eu nos beijamos. Entramos na clínica tão animadas que as pessoas paravam para nos olhar para saber o motivo para toda aquela animação.

— Bom dia, Lívia! — Doutor Álvares chegou e encostou o corpo no balcão. Começou a me olhar a uns folhetos que havia no balcão, algo que ele não costumava fazer. Logo que chegava já entrava em sua sala. De repente, ele olhou para mim e meu corpo ficou tenso. — É impressão minha ou você e Helen estão com o mesmo olhar apaixonado? — perguntou e eu comecei a ficar com o corpo tenso. Pois, pelo visto, todos já tinham notado que estávamos juntas. — Desculpa, mas é que não tinha como evitar olhar para vocês duas chegando à clínica juntas.

— Doutor... eu... — Comecei a ficar nervosa com a possibilidade daquilo ser um problema.

— Lívia, tudo bem, não tem com o que se preocupar. Acho que nem deveria estar comentando isso, mas é que sou muito amigo de Helen. Ela é uma ótima pessoa. Acredito que você também seja. Então fico feliz por estarem juntas. — Ele forçou um sorriso. — Bom, será que você pode me passar os meus compromissos de hoje? Eu já estou esquecido, a memória já me deixou faz um tempo. — Fez uma graça para acabar com aquele clima pesado.

Sorri de uma forma mais leve.

— Claro, passo sim. — Peguei a agenda e comecei a falar para ele sobre os compromissos daquele dia.

O restante do dia seguiu tranquilo. Eu não conseguia parar por nenhum minuto de pensar em Helen, em seu sorriso e jeito encantador.

Fim do capítulo