Parte 35

Lívia Ferreira

Quando estava saindo da clínica, eu recebi uma mensagem de Helen no celular.

“Me espera na entrada. Quero te levar para passear antes de te deixar em casa.” Li e fiquei completamente boba com tudo que estava acontecendo entre Helen e eu. Talvez eu estivesse vivendo um romance e não estava sabendo.

Reli a mensagem e respondi:

“Está bem. Irei te aguardar!”

Fiquei um tempo em frente à clínica a espera de minha namorada. É, naquele momento, eu estava namorando. Nunca passara por minha cabeça que além de um emprego, eu também iria ganhar a oportunidade de conhecer alguém especial como Helen.

Estava feliz, muito feliz.

Enquanto aguardava Helen, eu me sentia muito ansiosa. O meu coração começou a bater mais forte, nem parecia que havia visto ela na manhã daquele dia.

Não demorou muito para Helen me encontrar na entrada da clínica. Quando a gente se viu, trocamos um sorriso apaixonado.

— Demorei muito? — Helen perguntou ao segurar a minha mão para que pudéssemos andar até o seu carro.

— Apenas um pouquinho — respondi e não conseguia parar de sorrir. Era uma sensação maravilhosa tê-la perto. — Para aonde iremos?

— Hum... Gosta de passear na praça? Tomar um sorvete?

— Gostei da ideia, mesmo não sendo comum fazer isso. — Sorri e ela envolveu a minha cintura com um de seus braços.

— Também não, mas sempre senti vontade de andar na praça com alguém ficar olhando o movimento. Sei que não é algo que seja especial, pois é um local comum. Mas é um simples que queria fazer contigo.

— Mas é especial, Helen, pois vou estar com você — disse e Helen deu um sorriso largo.

Quando entramos no carro de Helen, começamos a falar sobre como havia sido os nossos dias no trabalho. Falei que tinha sido um pouco cansativo, pois o doutor Álvares havia se reunido com alguns fornecedores, então tive que realizar muitas ligações.

Helen falou que teve que atender muitos pacientes, ela não achava ruim, pois era o que ela gostava de fazer.

Ao chegarmos à praça, Helen segurou a minha mão e começamos a caminhar pelo local sem se importar com as pessoas a nossa volta. Apoiei a minha cabeça em meu ombro e sorri para ela como uma boba apaixonada. Nós não trocamos muitas palavras enquanto caminhávamos, apenas riamos para a outra e trocávamos olhares.

Eu não sentia a necessidade de dizer nada a ela, pois parecia que a gente estava se comunicando de uma outra forma que não era necessário usar nenhuma palavra.

Helen beijou a minha mão que ela estava segura e me levou em direção ao senhor que estava vendendo sorvete no local.

Após comprarmos os sorvetes, nos sentamos em um banco e começamos a tomar enquanto olhávamos para a outra.

Estava tão encantada com o momento. Era maravilhoso estar com Helen. Ela me observava com atenção. O seu olhar mexia muito comigo.

Em um determinado momento, ela me roubou um selinho e começamos a gargalhar.

Não havia nada engraçado com o nosso momento, mas nós não parávamos de rir.

— Então, será que preciso levar algo para dormir em sua casa na quarta? — ela me perguntou enquanto observávamos o movimento das pessoas pelo o ambiente.

— Acho que só uma peça de roupa, pois não acho que irá sair de casa na quinta de manhã e ir para a sua — respondi e segurei a mão de Helen.

— Hum... Seus pais são bem tranquilos, pois deixar eu dormir assim na casa de vocês.

Comecei a rir.

— Meus pais amaram você. Acho que você pode até se mudar para lá que eles não ligam — falei e notei que Helen não parava de me olhar com um sorriso bobo na face. — O que houve?

— Eu te acho muito linda, Lívia, muito linda mesmo. — Helen segurou a minha face e beijou a minha bochecha de uma forma demorada.

Fim do capítulo