Fecho a gaveta e volto para o quarto , como ainda era muito cedo , deposito um beijo no rosto da minha morena e desço para tomar meu de jejum. Sigo para a delegacia pra começar meu dia . Assim que entro vejo em cima de minha mesa um documento do laboratório de análise,  com certeza era o resultado da impressão da tornozeleira que encontrei na cena do último crime que ocorrera.

Pego o documento , meu coração estava pulsando com rapidez , louco dentro do meu peito e aquilo me deu um estado de pavor que não compreendia.

Meus pensamentos são cortados pela voz do delegado Lauro que está próximo.

-ha um sequestro ocorrendo no centro da cidade,  Carlos e Jordana já estão a caminho  , quero que você vá e lhes de cobertura.

Sem pensar muito pego o envelope e o tranco em Minha gaveta . Depois vejo isso - penso .

Sigo com mas dois colegas para o local da chamada e lá o caus já estava estabelecido. Vejo Carlos tentando fazer com que os meliantes que mantinham uma família como refém ,  se entreguem. Me aproximo ficando do se lado .

Jordana também estava próxima acompanhando a tudo , mas a detetive estava escondida por trás de um muro que ficava bem em frente a residência.

- como está as coisas por aqui?- pergunto olhando a casa que era mantida os reféns.

- Pelo o que nos foi passado , há três homens armados , sendo um menor . Eles querem um carro , e já garantiram que se investimos matam alguém.

Fiquei preocupada pois entre os reféns havia uma criança de três anos. Tentamos de todo jeito fazer com que eles se entregassem , mas nada aconteceu . O sargento que acompanhava a diligência solicitou um carro para que talvez assim, os bandidos se sentissem seguros e  começassem a soltarem os reféns.

Na hora do primeiro a sair , foram soltos uma senhora com a criança. Respirei aliviada quando a senhora correu e se abrigou próximo aos policiais ali perto . E assim aconteceu com o segundo . Restava só um bandido e dois reféns, o acordo era ele levar junto a refém e só o soltar quando vissem que não estavam sendo seguido.

Foi aí que aconteceu todo caus. um dos bandido conseguiu visualizar alguns policiais , incluindo Jordana, escondida nas proximidades, sem pensar o rapaz atirou em direção a onde estávamos.  Três tiros para ser mas exata.

Jordana sem pensar atira contra acertando o ombro do terceiro fazendo com que a arma caísse e a refém corresse. Vendo o que aconteceu , os que estavam no carro atiraram.  Foi uma das últimas imagens que me lembro.

...

Naquele dia acordei e Jordana já havia saído,  tomei meu café e segui para o escritório. Eu sabia que aquele dia iria ser bem puxado devido a minha ausência do dia anterior. Enquanto me dirigia para empresa , uma falta de ar me acometeu que tive que parar meu carro no acostamento da estrada, meu peito doía de tal maneira que parece que ia desmaiar.

Fiquei algum tempo parada até que me arisco a seguir para a empresa. Ao chegar peço que Kaira chame pelo médico que a empresa disponibiliza para os funcionários .

- está sentindo alguma coisa Nick ?- minha secretaria e assistente pareciam preocupadas com meu estado.

- não sei explicar, estava bem até sair de casa, mas no meio do caminho tive que parar o carro pois não conseguia respirar .

-Enquanto o médico não chega, vou chamar a Alexa que já chegou.

Paula sai as pressas de minha sala em busca da ruiva , que em poucos minutos adentra em minha sala preocupada.

-o que aconteceu Nick ?

Explico pra minha amiga que que se passou , esta toma minha mão e constata o quanto estou fria e tremula.

-  tomara que o médico mão demore, você não me parece nada bem, está muito gelada.

Quando o médico chega , a primeira coisa que faz depois de eu contar o que se passou , foi medir minha pressão e constatou que havia baixado consideravelmente.

- você teve uma queda de pressão brusca. Aconteceu algo pra motivar essa queda?

- não eu...- meu celular começa a tocar e nesse momento começo outra vez tremer- pega pra mim Alexa.

- não Nick,  termina de se consultar primeiro.

Mas o celular insistiu em tocar. Sem esperar autorização do médico me levando e pego o aparelho. Vejo que quem está ligando era o Carlos e aquilo me apavorou.

-Aconteceu alguma coisa Carlos?

-  Nick, a Ayla  levou um tiro.

Naquele momento tudo escureceu e se não fosse pela agilidade do médico tenho certeza que teria ido de encontro ao chão.

Quando meus sentidos voltam , parecia que tudo não havia passado de um pesadelo.

-Alexa, a Ayla. Preciso vê-la.

Minha voz era de  puro desespero, lembrava parcialmente de minha conversa com Carlos . Mas sabia que algo havia acontecido com minha detetive.

-se acalma Nick , conversei com Carlos quando você apagou, a Ayla esta bem foi para o hospital retirar uma bala que se alojou em seu ombro.

Um sentimento ruim se passou de mim , por mas que a ruiva falasse que estava tudo bem ,só ia ter sossego quando visse minha detetive.

-Preciso ir para o hospital , não vou conseguir ficar aqui sabendo que ela precisa de mim.

- tudo bem Nick, Carlos me passou qual hospital a levaram, vou contigo.

Agradeci a minha amiga com um olhar , não ia conseguir dirigir com o nervosismo que acometeu meu corpo.

Agradeci ao médico e esse me passou um calmante e que ligasse caso voltasse a me sentir ruim.

- Kaira se alguém me procurar diga que só estarei aqui mas tarde . Melhor peça pra me ligar, pois não sei se conseguirei voltar hoje.

- Tudo  bem Nick,  se surgir algum problema passo direto pra Paula, ela irá saber como prosseguir. Melhoras pra Ayla e qualquer coisa pode contar comigo.

-obrigada.

Kaira era uma pessoa muito carinhosa e passava calmaria somente em sua voz. Quando desci para o estacionamento , Alexa já me esperava em frente a seu carro.

-vamos no meu carro , qualquer coisa peço pra Duda ou a Jaque levar o seu pra sua casa .

- tudo bem , só me leva para o hospital que estou com um aperto no peito. Sabe o que é engraçado nisso tudo Alexa , quando atendi a ligação do Carlos era como se já tivesse vivido aquela cena .

A ruiva me olha com Um certo receio , não sabia o que significava aquele olhar , mas o que me disse em seguida me preocupou.

- Nick,  só toma cuidado . Esses sonhos que você tem com Ayla e o seu pressentimento antes mesmo de saber o que tinha acontecido, pode ser um aviso.

Seguimos para o hospital e o tempo todo minha conversa com Alexa se fazia presente . Tento lembrar por algo em meu sonho que denunciasse alguma coisa mas sempre me vinha somente meus encontros com minha detetive, quando não era em um estábulo era num riacho.

Sei que sempre estávamos com medo que alguém aparecer,  uma pessoa que Ayla tinha muito receio.

Assim que entramos na recepção do hospital me informo o setor em que a detetive tinha sido levada e seguimos, encontramos Carlos e Jordana sentados esperando por notícias.

- Nick!-  A detetive mas nova fala assim que me ver ao lado da ruiva- que bom que pode vim.

-e a Ayla, já tiveram notícias?

- ainda não- quem responde e Carlos que estava visivelmente abalado - aconteceu tudo tão rápido que quando percebi minha amiga já tinha sido atingida.

-calma Carlos ela vai ficar bem- consola jordana - o medico disse que a bala não afetou nenhum órgão vital , e nesse momento estão na sala de cirurgia pra retirada do projétil- ela me explica o que o médico havia falado quando pediu uma radiografia do local atingido- ela vai ficar bem.

Sentei-me ao lado do detetive que lágrimas nos olhos. Eu estava nervosa mas as palavras de Jordana conseguiram me acalmar um pouco .

Depois de meia hora em mas completo silêncio,  o médico que retirou a bala da minha detetive, aparece.

- doutor como ela está?

Carlos se direciona ao homem que lhe sorri acalmando seu nervosismo.

- ela esta bem , foi só um susto mesmo. Daqui a pouco iram coloca-la em um quarto aí vocês poderem vê-la.

Respirei aliviada , não sei o que seria de mim se alguma coisa de mas grave acontecesse a minha amada.

- Nick já estou indo , tem muitas coisas pra resolver na empresa pois fazem dois dias que não damos a cara por lá. Qualquer coisa que precisar me liga.

-obrigada Lequinha - ela apenas sorri em sinal de negação,  mas não comenta nada em relação ao apelido - qualquer coisa me liga também.

A ruiva se despediu dos dois detetive e retornou para empresa.

....

P/ALEXA

Volto para a empresa,  e o caminho todo até lá meus pensamentos eram de preocupação. Eu sabia que o que havia acontecido era uma fatalidade pois fazia parte dos perigos que a profissão de Ayla escolherá,  mas um sentimento ruim ainda se fazia presente em meu peito.

Mal sai do elevador sinto um corpo de encontro ao meu , seu coração estava acelerado.

-cadê minha irmã Alexa,  como ela está?-Jaqueline parecia aflita.

-Jaqueline , você não deixou eu te explicar que a Nick passou mal mas foi só a pressão dela que baixou, quem está no hospital é  a Ayla que recebeu um tiro em uma operação.

Vejo Kaira atrás da jovem que desgruda do meu corpo olhando pra secretaria.

-você saiu correndo e não deixou eu te explicar.

-me desculpe Kaira, mas quando eu ouvi Nick e hospital na mesma frase não pensei em mas nada.

Ri de Jaque,  era gostoso saber que minha amiga tinha mas alguém que se preocupava com ela.

-mas cadê  minha irmã?

- ficou no hospital. A Ayla foi operada mas agora está bem.

- que bom que minha cunhada está bem.

-Alexa,  você viu a Jordana? Ela está mesmo bem?- o olhar da secretaria era preocupada . Já tinha percebido o sentimento da mulher pela ex cunhada.

- Ela estava no hospital com Carlos, fique despreocupada que ela está bem- vi alívio em seu olhar- e você jaque,  anoite você conversa com a Nick,  ela está bem e nada de mas aconteceu .

A garota me agradece e volta para seu departamento junto com Kaira que retorna pra sala da presidência.

Vou até minha sala e estava vazia , sem a presença de minha baixinha.

-Sabrina , você sabe me informar onde a Eduarda foi ?

- Alexa , ela saiu daqui logo depois de você e me falou que iria ao fórum pegar uns documentos que você precisava.

- verdade, obrigada.

Lembrei que havia solicitado da baixinha que me trouxesse esses documentos e como no dia anterior não tinha ido para empresa, acabei esquecendo.

Já estava pra encerrar meu expediente e nada da baixinha chegar , já estava com o celular na mão para ligar quando ela entra esbaforida.

- porque a demora, pensei que havia acontecido algo.

-desculpa Alexa, mas estava uma bagunça o centro devido a um sequestro ocorrido próximo ao fórum.

Lembrei do ocorrido com Ayla e julguei ser o mesmo caso.

- tudo bem Duda, deve ter sido o mesmo caso em que Ayla levou um tiro.

O rosto da menor empalidece com a notícia e a mesma sentou em uma cadeira próxima.

- você está bem amor...

- como a Ayla levou um tiro ?!

Narro pra ela tudo o que havia ocorrido na sua ausência no dia.

-coitada da Nick , assim Que chegar em casa converso com ela , já que a detetive está bem. Irá na casa dela comigo?

Queria convida-la pra ir na minha casa mas também queria muito saber notícias das duas mulheres.

-irei sim. Vamos pra minha casa depois-pedi manhosa , estava com saudades da baixinha , desde o final de semana em sua casa que não ficávamos.

- Vou sim , aproveito e pego roupas pra trabalhar amanhã.

Saímos e fomos direto pra casa da morena, conversávamos sobre minha ida a cidade em que Nick e Jaque nasceram, a baixinha parecia mas consciente que a irmã de minha amiga não estava interessada em mim.

Assim que chegamos vejo um carro que não pertencia a nenhuma das moradoras e estranhei , mas Duda pareceu saber de quem se tratar .

- não pode ser!

Quando ia indagar a baixinha sobre a dona do veículo ouço alguém se aproximar.

- Oi Duda, tudo bom.

Fim do capítulo