Recomeço – Capítulo 87

Semanas antes do casamento

Estava ventando. As cortinas brancas se movimentavam devagar. Observando tudo atentamente, Ricardo respirou fundo enquanto arrumava as suas roupas em uma mala. Logo partiria. Havia passado três meses na clínica, tempo suficiente para repensar em sua vida e entender o que realmente queria dali por diante.

— Paola — pensou ao pegar o celular.

Encarou o aparelho por um tempo. Queria tomar coragem para fazer o que estava pensando. Contudo teve receio. Aproximadamente 90 dias havia se passado. Muitas coisas poderiam ter mudado com sua ausência. Até mesmo Paola.

— Droga! Por que não tenho coragem? — perguntou-se, dando-se conta que já não era o mesmo homem de antes. Não se achava irresistível a ponto das mulheres caírem aos seus pés.

A insegurança, agora, tomava conta de si. Entretanto, em um momento de coragem, Ricardo clicou na agenda do celular e ligou sem ao menos pensar.

— Ricardo! — Ouviu uma voz surpresa do outro lado da linha, era Paola.

— Oi! — disse e não soube mais o que dizer. Talvez estivesse com vergonha de tudo que havia acontecido até ele parar naquele lugar. — Será que tem como você me buscar? Você está de carro hoje?

— Ah... sim. Meu irmão deixou o carro aqui. Mas... você está bem?

Com a pergunta da mulher, Ricardo ficou um tempo em silêncio.

— Estou... eu estou. Hoje, eu... eu vou sair daqui. Eu poderia pedir um táxi, contudo pensei em você — falou e sentiu uma ansiedade começando a tomar conta de seu ser.

— Eu esperei muito por este momento — Paola falou fazendo o coração do engenheiro bater mais forte.

— Vou te passar o endereço.

Ricardo passou o endereço de onde estava e depois se despediu.

No momento em que aguardava Paola em frente à clínica, o engenheiro decidiu que, a partir daquele momento, ele seria um novo homem. Não iria mais alimentar sentimentos que pudessem prejudicar ele ou as pessoas a sua volta.

Após meia hora, um carro preto parou na sua frente. Paola sorriu ao abaixar o vidro.

— Você está diferente — Ricardo comentou ao notar que os cabelos pretos de Paola estavam mais curtos.

— Hum... Acho que também posso dizer o mesmo de você — disse ao notar os cabelos do engenheiro bem curtos.

— É, resolvi mudar.

— Gostei — Paola comentou quando Ricardo se sentou ao seu lado. — Eu estava esperando muito por isso. — Quebrou o silencio que havia se instalado no ambiente por alguns segundos.

— Você sabe que precisava disso. — Ricardo ficou um pouco cabisbaixo.

— Sim, eu sei. Por isso eu não te julgo.

— Paola, eu...

— Eu aceito!

Ricardo olhou surpreso para a mulher.

— Você não sabe o que vou dizer. Você me interrompeu — Ricardo disse em meio a risos.

— Acredito que, quando sentimos a mesma coisa, o outro não precisa se expressar verbalmente para entendermos.

***

Já passava das dezesseis horas, Laura não aguentava mais colocar livros em uma caixa.

— Amor, ainda bem que acabou, pois eu não suportava mais guardar livros nas caixas. — Surgiu na sala da casa da advogada. Notou uma movimentação estranha na cozinha. — Amor, o que está fazendo? — perguntou da porta, chamando a atenção da ruiva.

— Estou guardando minhas panelas — Norma disse enquanto envolvia as panelas com jornal.

— Amor, acho que isso não é necessário.

— Por que não? — perguntou com um tom sério.

— Ué, em casa tem muitas panelas. Não é necessário você levar as suas.

Após Laura dizer isso, Norma colocou as mãos na cintura.

— Mas as panelas de sua casa não são as minhas. Eu tenho um carinho especial por todas elas. Esta... – apontou para uma panela — ganhei de minha vó.

Laura balançou a sua cabeça algumas vezes, mas resolveu não continuar com aquele assunto, pois do jeito que a ruiva era, seria capaz de se chatear por conta das panelas.

— Tudo bem! — A médica foi até a ruiva e a abraçou por trás. — Estou feliz por você estar indo morar comigo.

— Também estou feliz por isso, mas quero que você entenda que não é porque estou indo morar em sua casa que não terei minhas coisas — disse demonstrando estar um pouco chateada.

— Desculpa, amor, acho que fui um pouco egoísta. Não pensei que você pudesse ter um carinho especial pelas coisas que você tem em sua casa.

— Eu tenho, porém como você entendeu o que estou querendo dizer, eu não vou mais prolongar este assunto. — Pousou as mãos sobre as que estavam postas em sua cintura. — Te amo muito e estou notando que esse sentimento só está crescendo dentro de mim.

Ao ouvir aquelas palavras o sorriso de Laura passou a ser largo.

— Também estou notando isso em mim. — Apoiou o queixo em um dos ombros da amada. — Quer ajuda com estas panelas?

Norma sorriu.

— Sim, eu quero, mas, antes, eu quero outra coisa. — Virou o corpo e a médica ficou um pouco confusa.

— O que você quer? — Notou que o olhar da amada estava intenso.

— Quero um beijo seu — Norma disse e mordeu levemente a sua boca.

— Deste jeito não vamos terminar de arrumar tudo para você ir morar em casa.

— Bom... temos muito tempo ainda. Além do mais, posso ir morar contigo sem levar essas coisas. Depois, eu levo. — Apoiou as mãos sobre a mesa e fez uma pose um pouco provocante.

Laura riu.

— Você está querendo me deixar louca. Mais louca do que já sou por você.

 — Será que tenho este poder todo sobre você?

— Claro que tem. — Segurou a face de Norma com suas mãos. — Você tem ainda mais poderes. Só que ainda não sabe.

— Hum... Que poderes são esses? — Ficou curiosa.

— Ah! Esta sua habilidade de mexer comigo somente com o olhar.

— Você está querendo me seduzir com esta conversa. Tenho poderes coisa nenhuma. — Deu um tapinha em um dos ombros da amada.

— Pensava que eu já havia seduzido. — Deslizou as pontas dos dedos pelas curvas do rosto de Norma e se sentiu totalmente encantada. Parecia que com o tempo aquela mulher ficava ainda mais linda.

— Você é muito convencida. — Prolongou o seu olhar no da médica.

— Talvez eu seja um pouco convencida. — Tocou um dos lábios de Norma com o seu polegar e ficou reparando na forma como sua amada lhe olhava. — Eu te amo! Nunca imaginei que eu pudesse conhecer alguém que mexeria assim comigo como você mexe.

— Acho que você está exagerando um pouco — Norma comentou com um tom de voz um pouco baixo.

— Não estou exagerando. Estou dizendo a verdade. Você mexe muito comigo, Norma. Você com certeza é o amor de minha vida.

Norma riu totalmente encantada.

— Você está querendo me fazer chorar?

— Claro que não! A última coisa que desejo é te fazer chorar. — Laura sorriu. — Você é linda, incrível... Uma mulher maravilhosa.

— Olha, se estiver querendo me levar para a cama, já pode levar — Norma comentou e as duas riram juntas.

— Amor, por favor, não quebre o clima.

— Eu não estou quebrando o clima. Só estou querendo facilitar as coisas para você.

— Bom... seu quarto ainda tem uma cama.

— Tem uma cama e você pode me levar para ela — Norma disse toda sapeca.

— Então está bem! — Laura envolveu a cintura de Norma com seus braços e sentiu as pernas da ruiva pressionando sua cintura.

— Você é muito forte, pois me aguentar assim — Norma disse e segurou a face de Laura com suas duas mãos.

— Eu sou. — Começou a dar os primeiros passos em direção ao quarto da ruiva. — Mas é porque minha vontade de te amar é muito grande.

— A minha também é — confessou quando suas costas tocaram o colchão macio. — Eu te amo! — Roçou os seus lábios nos de Laura.

— Também te amo! — disse envolvendo um dos lábios da ruiva com os seus.

 Ch*pou devagar e ouviu a respiração de Norma começando a ficar pesada.

Sem dizer nenhuma palavra, Laura afastou os seus lábios dos de Norma e retirou a camiseta que usava.

Como estava sem sutiã, percebeu que o brilho no olhar de Norma ficou mais intenso.

— Você é muito linda. — Norma tocou um dos seios expostos e ouviu um gemido baixo.

— Você que é! — Laura levou uma de suas mãos para uma das coxas de Norma e deslizou sua mão para debaixo do vestido. Quando tocou a calcinha que a amada estava usando, Laura viu Norma fechar os olhos e entreabrir os lábios.

— Eu... — Não conseguiu dizer nenhuma palavra, pois um dos dedos da médica começou a acariciar o seu íntimo por cima do fino tecido.

— Não precisa dizer nada. Eu sei o que você está querendo dizer. — Beijo uma das coxas de Norma de uma forma demorada.

Mantendo os seus olhares conectados, Laura pousou todo seu corpo sobre o de Norma. Sentiu seu íntimo se contrair quando seus seios tocaram os da ruiva por cima do tecido.

Sentindo o peso daquele corpo sobre o seu, Norma tocou as costas da médica fazendo uma leve carícia.

— Faça-me sua — pediu em um sussurro.

Em resposta, Laura começou a beijar os lábios de sua namorada com urgência. Enquanto fazia isso, sentia o seu coração sendo preenchido por um amor que só aumentava.

Começou a levantar o vestido devagar tentando prolongar o beijo o quanto fosse possível.

Quando aquela peça não se fazia mais presente, Laura acomodou melhor o corpo entre as pernas de Norma e começou a se movimentar contra o íntimo da ruiva.

Conectaram os olhares tentando de todas as formas captar o que a outra estava sentindo.

Como Laura começou a se movimentar bruscamente, Norma passou a apertar o corpo da médica contra o seu.

— Por favor, preciso sentir você — disse quando o seu sex* começou a latejar por debaixo do fino tecido.

Sem dizer nenhuma palavra, Laura beijou os lábios de Norma com urgência.

No momento em que sua língua invadia a boca de sua namorada, Laura deslizou a ponta dos seus dedos por aquele corpo que tanto amava.

Enquanto fazia isso, sentia a outra mulher tremer debaixo dela.

— Você é maravilhosa. — Mordeu o queixo de Norma tentando provocar a outra mulher.

Laura começou a deslizar os seus lábios pelo corpo de Norma.

Ao chegar nos seios, inspirou o cheiro delicado daquela pele. Depois passou a língua de uma forma demorada.

— Laura! — Norma disse sentindo a pressão aumentar em seu íntimo.

Em movimentos lentos, Laura retirou a peça que envolvia os delicados seios.

Quando sua amada ficou somente de calcinha, Laura ergueu o seu corpo e com a ponta de seus dedos traçou o percurso que levava até o íntimo da ruiva.

No momento da chegada, Laura ouviu Norma respirar de uma forma pesada.

— É isso mesmo que você quer? — perguntou enquanto abaixava o tecido vermelho que envolvia o aquele íntimo.

— Você ainda tem dúvidas? — Norma brincou ao ajudar a médica naquela tarefa.

Laura riu.

— Não!

Voltando a beijar o corpo da ruiva, Laura deslizou a sua língua quente pelo ventre da ruiva e ouviu um longo suspiro.

Fazendo movimentos lentos, acomodou-se melhor entre as pernas da amada e deliciou-se com o líquido quente que escorria por aqueles lábios vagin*is.

Ouvindo gemidos e palavras desconexas, Laura começou a ch*par lentamente aquela parte do corpo de Norma.

No momento em que sentia o seu íntimo sendo envolvido por aqueles lábios macios, Norma segurou firme nos belos cachos de Laura e começou a mover os seus quadris contra aquela língua que passava a lhe invadir de uma forma excitante e torturante.

— Laura! — Norma ergueu o seu quadril e soltou aqueles fios encaracolados.

Naquele momento, o seu íntimo começou a se contrair. Precisava urgentemente de toques mais íntimos.

Quando notou a urgência de Norma por seus toques, Laura traçou um percurso com seus lábios até a face da ruiva.

— É muito bom te ver assim. — Laura com uma de suas mãos abriu o íntimo da amada e olhando nos olhos à sua frente, deslizou o seu dedo por aquela entrada quente.

Sentindo os movimentos lentos dentro de si, Norma segurou a face da médica como se fosse algo muito delicado.

Traçou os seus dedos pelos contornos da face e olhou para aquele olhar intenso que a invadia internamente.

— Te amo! Para sempre, eu quero ser sua. — Beijou os lábios volumosos com muita urgência.

Fim do capítulo