MARI e ANA por MahLemes
Esse não é dos maiores, então vou mandar logo dois para vocês.
Boa leitura!!!!
Capitulo 25 - Um ombro amigo
Capítulo 25 - Um ombro amigo
-Tá com cara de quem está com problemas. -Disse a pessoa confirmando minhas suspeitas de quem era.
-Tá tão visível assim? -Perguntei sem abrir os olhos.
-Talvez eu tenha te visto mais em situações problemáticas que normais, então fica mais fácil reconhecer.
Não segurei a risada nesse momento. Meu riso começou a ficar exagerado até que virou um choro que não parava por nada. Marcos me abraçou e assim ficou até que, finalmente, depois de mais de dez minutos, os soluços diminuíram até pararem.
-Obrigada. -Foi a primeira palavra que trocamos desde que eu havia começado a chorar. Durante todo esse tempo ele simplesmente me segurou e deixou que eu colocasse todo aquele choro para fora sem tentar me fazer falar o que era ou me fazer parar. Ele então me ofereceu uma garrafa de água.
-Bebe tudo ou é capaz de você ter que ir pro hospital tomar soro pra recuperar toda a água que perdeu nesse choro. -Rimos e ficamos mais um pouco em silêncio.
-Como conseguiu ficar calmo assim com todo esse choro meu?
-Conheço choro de exaustão emocional. Já chorei bastante assim e sei que perguntar é pior. O melhor que podemos fazer é esperar passar. Na faculdade costumava estudar muito com uma amiga minha e às vezes ela se desesperava, achando que não ia conseguir passar nas matérias até que no fim do semestre ela passava e desmontava de chorar. Tanto eu quanto ela já sabíamos, então eu sempre estava com ela quando recebíamos as notas. Eu ficava com ela durante o choro e depois íamos pro bar beber pra comemorar que tínhamos passado.
-Você tá falando sério?
-Tô sim. Te juro.
-Era tipo um choro programado? -Perguntei rindo já.
-Tipo isso mesmo. -Ele caiu na risada também. -Que falar sobre o que tá te desgastando? -Ele perguntou depois de um tempo.
-Acho que ainda não tô preparada, Marcos. -Respondi com receio de contar para ele e dar algum problema para Márcia. Parecia loucura minha, mas preferi nos resguardar.
-Tudo bem. Que comer alguma coisa? Aposto que tem muitas horas que comeu.
-Como sabe? Vai me dizer que sua amiga também não comia...? -Tentei adivinhar.
-Na verdade é que seu estômago roncou quando estava chorando. -Ele disse já rindo da minha cara vermelha de vergonha.
-Então vamos lá porque agora percebi que estou com fome. -Disse me levantando.
-Sim senhora. Tem um quiosque ali na frente que descobri que fazem um sanduíche natural dos mais gostosos que já provei na minha vida.
-E você acha que um sanduíche natural vai aplacar a minha fome? -Zombei da sua cara.
-É que eles fazem açaí também, então pensei que um sanduíche e um açaí iriam alimentar sua anaconda.
-Agora sim falou a minha língua. -Respondi, mas logo me dei conta que minha carteira estava no carro. -Iiii, Marcos, podemos deixar pra depois esse lanche?
-Por quê? Tem algum compromisso?
-É que minha carteira está dentro do carro. E o carro tá lá na outra entrada do parque.
-Para com isso, Mari. Deixa que eu pago dessa vez. Aí é bom que você fica em dívida comigo e me chama pra tomar outro lanche. E eu estou tão gente boa que até te deixo lá na outra entrada de carro para não ter que andar tudo isso de volta.
-Comida e carona? Aí sim! -Rimos chegando ao quiosque e fazendo nossos pedidos.
Comemos em meio à uma conversa amigável, muita risada e nenhuma pressão para eu falar o motivo do meu choro. Ele foi um amigo de verdade nesse momento. Quando eu ia descer do carro para entrar no meu, ele colocou a mão no meu ombro, me segurando.
-Mari, sei que não temos tanta intimidade assim, mas gosto muito de você e te ver daquela forma me preocupou. Se precisar conversar saiba que estou aqui, independente do que seja. E se não for comigo, procura conversar com alguém. Guardar tudo para si é pior. Às vezes falar ajuda a clarear a mente e vemos que talvez o problema não seja tão grande assim. Se de tudo achar que não pode falar com ninguém, escreve o que tá sentindo. Escrever ajuda muito mesmo.
-Obrigada, Marcos. Vou seguir seu conselho. Não tenho como te agradecer por hoje. -Eu disse abraçando-o com carinho e logo abrindo a porta.
-Se cuida, Mari. -Ele disse antes de eu fechar a porta e ele sair.
Mal abri o carro e meu celular tocou. Era minha mãe preocupada. Já eram 20 horas e eu não tinha avisado que iria a lugar nenhum após a aula. Disse que estava indo para casa e desliguei. Tinha um monte de mensagem da Márcia e três ligações além de uma mensagem da Nanda querendo saber como tinha sido a "questão do cartão". Resolvi que dez minutos não fariam diferença e fui para casa antes de encarar as mensagens da Márcia. Esses dez minutos se transformaram em meia hora quando cheguei em casa e minha mãe me deu uma bronca por não avisar que iria demorar a chegar em casa e decidi que merecia um banho para lavar toda aquela sensação ruim de choro e suor do dia todo.
Finalmente entrei para o meu quarto, fechei a porta e fui olhar meu telefone. As mensagens da Márcia começavam assim:
--Saindo agora, vamos lá pra minha casa terminar nossa conversa?--
Vinte minutos depois ela tinha mandado outra.
--Ma petite, tá tudo bem?--
Mais 20 minutos.
--Mari, você saiu daqui com uma atitude que achei que iria me responder dessa vez.--
Mais 10 minutos.
--Se não quiser pode falar, só não me deixa sem resposta.--
A primeira ligação coincidia com o horário dessa mensagem, com outra logo depois:
--Me atende, Mari. Só quero saber se está bem. Preocupei agora.--
Vinte minutos depois tinha outra ligação e mais outra cinco minutos depois.
Respirei fundo e decidi responder.
--Oi, Má. Eu fui caminhar no parque e deixei o telefone no carro. Já estou em casa. Desculpa a preocupação.--
--Que bom que tá bem. Estava quase ligando para a Ritinha para ver se você atendia ela.--
--Pode ficar tranquila que eu nunca vou te ignorar. Só se eu te avisar antes. rsrsrs--
--Tá bem mesmo? To sentindo que tem algo errado.--
--Tá sim, Má. Só to cansada mesmo. Primeiro dia de aula, né? Desacostumei.--
--Então vai lá descansar, Mari. Amanhã a gente conversa.--
--Beijos, Má.--
--Beijos, Mari.--
Ao menos por hoje a crise estava evitada. Respondi que contaria pessoalmente para a Nanda o que tinha acontecido e fui dormir. Estava exausta e precisaria de todas as energias do mundo para conversar com a Márcia no dia seguinte e conseguir não deixar suas investidas me convencerem de mudar de ideia. Havia decidido me afastar dela. Não poderia ficar com ela sabendo que sua carreira estava em jogo.
Fim do capítulo
Ai Ai Ai, e aí?
Será que a Mari vai falar com a Márcia ou será que vai fugir dela?
Comentar este capítulo:
Rosa Maria
Em: 23/11/2020
Mah...
O Marcos se mostrou amigo sem falar que parece gostar mesmo da Mari. Ela apesar de bem "madura vai sim aliás deve sim conversar (ou algo mais) com a Márcia, só para esclarecer qualquer mal entendido. Afinal nessas questões devemos ter sempre certeza. Kkkkk
Beijo
Rosa
Resposta do autor:
Siim, você viu que fofo ele?
kkkkkkk esse "algo mais" seu aí tá bem sugestivo, heim? kkkk
Beijos!
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