Parte 26

Helen Alves

Após sair de meu compromisso com Fabíola, eu mandei uma mensagem para minha Lívia. Estava com muita saudade e vontade de vê-la. Contudo, fui ignorada até em minhas ligações.

- O que está acontecendo? – Comecei a me perguntar, porém não cheguei a nenhuma conclusão.

Não era comum, Lívia me ignorar daquela forma. Ainda mais, depois da forma como nos falamos naquela manhã.

Fui para casa e quando cheguei tentei ligar para ela, mas fui ignorada novamente.

Sentei no sofá e comecei a ficar pensativa.

- Aconteceu algo? – Danilo perguntou ao sentar ao meu lado com uma lata de cerveja na mão.

- A minha na... a moça que estou conhecendo – Corrigi pois, sabia que não era um compromisso sério ainda – não responde e nem atende minhas ligações.

- Deve estar ocupada. – Ele deu de ombros. – Mulheres costumam estar muito ocupadas...

- Sinto que não está. – Levantei do sofá e peguei a chave de meu carro.

- Vai fazer o quê?

- Vou ver o que está acontecendo. – Sem pensar nas consequências de meus atos, eu fui à casa de Lívia.

Quando cheguei, a dona Carmen me recebeu de uma forma diferente da última vez. Isso me fez questionar se eu havia feito algo de errado.

- Dona Carmen, eu quero muito conversar com Lívia. Ela não está respondendo minhas mensagens e nem atendendo minhas ligações – Falei e dona Carmen ficou pensativa. – Aconteceu algo que não estou sabendo?

- Não queria me meter na relação de vocês, mas minha filha viu algo, hoje, que não a agradou. Acredito que também não fiquei contente com a possibilidade de você estar enganando a minha filha.

- Como assim enganando?

- Aquela loira e você em um restaurante no centro. Não foi uma cena que agradou minha filha.

- Dona Carmen, aquela mulher já se relacionou comigo. Mas não temos mais nada. Hoje, estávamos resolvendo um assunto de trabalho. – Comecei a ficar nervosa ao pensar no que minha Lívia estaria pensando.

- Bom... acho que você tem que dar essa explicação a ela. – Apontou para a escada.

- Posso?

- Claro, primeira porta a direita – Ela disse. Antes de poder ir, senti uma mão macia em um de meus braços. – Talvez ela esteja muito chateada com você.

- Eu sei, mas vou resolver isso – disse e comecei a subir a escada.

Ao chegar ao quarto de Lívia, eu bati a porta, mas não obtive resposta. Eu sei que é errado, mas estrei naquele local sem ser autorizada e me deparei com uma cena que deixou o meu coração quentinho. Lívia tranquilamente abraçada a um ursinho. Reparei que, pelo quarto dela, havia vários deles.

Querendo apreciar melhor o momento, eu me sentei na cama e passei a observá-la, desejando acariciá-la, contudo sabia que eu precisava conversar com ela antes de qualquer coisa.

Fim do capítulo