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A sombra do tempo por brinamiranda

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Palavras: 4228
Acessos: 994   |  Postado em: 04/11/2020

Capitulo 10 - Estilhacos

CONTINUAÇÃO - Estilhaços 

 

       Jade roda um pouco, até encontrar um barzinho com música ao vivo. Entra e acomoda-se, pedindo um "Sex on the beach" e um Wrap de truta defumada e queijo branco. A sua frente, alguém lhe observava atentamente desde a sua entrada, olhando de uma forma tão intensa, que Jade acabou se dando conta, a mulher sentada elegantemente na mesa da frente, era muito bonita, tinha um lindo sorriso, e seus olhos eram tão negros que reluziam, os cabelos eram longos e loiros, e por sorte, Jade não tinha como ler seu pensamento. 

       Humm, até que essa criatura é interessante, deve ter mais ou menos a minha idade, e é muito linda, vou até lá, quem sabe me divirto um pouco e termino a noite muito bem acompanhada?.

- Boa tarde, incomodo?, posso te fazer companhia?

- Não, não incomoda, e claro, pode sentar, depois, você não me parece ser do tipo que aceita um não como resposta.

- Acertou, sou assim mesmo.

       As duas riram, ao ver a loira sentada a sua frente, Jade se apresentou.

- Prazer, Jade.

- Kênia, o prazer é todo meu.

       Logo passaram a conversar animadamente, as taças eram esvaziadas e enchidas com a mesma velocidade, a conversa agradável parecia fazer o tempo correr mais lento e suave. No entanto, quando Kênia deslizou a mão na coxa de Jade por baixo da mesa já tarde da noite, seu gesto foi pior que um tapa na cara, fazendo com que Jade  recordasse que deixou em casa a mulher que tanto amava e sua família estranha. Como estava um pouco tonta por conta dos inúmeros drinks, pediu uma água de coco para melhorar e a conta, em seguida sorriu e avisou a Kênia que tinha mesmo que ir, pois sua família a esperava. Antes de se levantar a loira agradeceu a companhia, e entregou a seguir um elegante cartão, Kênia Drummond, analista financeira. Kênia ainda teve tempo de puxar Jade bem perto de si, estalando um beijo no canto da boca. "Vou esperar a sua ligação, querida".

       A caminho de casa, Jade sorriu, não sabia que chamava atenção de outras mulheres, era tão feliz em seu casamento com Isadora, que parecia estar a vida inteira com ela, e achou até engraçado quando percebeu que Kênia a olhava com outras intenções, mas, já não se interessava por jogos de sedução.

       Todas as luzes da sala estavam acesas, indicando que Isadora esperava Jade para uma conversa, sem conseguir esperar que a namorada falasse qualquer coisa para justificar a fuga do problema, levantou e colocou as mãos na cintura em uma postura altiva, mesmo com os olhos inchados de tanto chorar, respirou, soltando tudo o que estava sentindo.

- Espero que realmente tenha valido a pena sua saída, estava aqui te esperando super preocupada, e você com o telefone desligado, e o pior?, nossa filha estava até essa hora te esperando para pedir desculpas, Bia está se sentindo culpada.

- Culpada?, só você não vê que ela nunca gostou de mim, várias vezes vejo a Bia me olhando torto, e não, posso nem dizer nada, você já sai em defesa dela, igual uma leoa defende seu filhote.

- Não mude de assunto Jade, isso vamos falar depois, com calma, eu quero saber com quem estava.

- Com uma amiga.

- Ah, estava com uma amiga??, que coisa mais linda, e eu aqui sofrendo igual um cão lazarento.

- Sim, estava com uma nova amiga que conheci hoje mesmo, que por sinal me deu muita atenção, sabe?.

- Ahhhh, deu muita atenção, eu quebro os dentes dessa jaguara, ela vai ver só se vai continuar dando atenção a minha mulher.

- Está com ciúmes da sua Jade?

- Nem um pouco.

- Engraçado, sabe que está parecendo??, que está morta de ciúmes.

- Não me diga.

       Jade não deu espaço para nenhuma outra palavra, colou a boca nos lábios de Isadora, que ainda relutou dizendo "sai, você está com gosto de álcool", mas, a namorada não estava disposta a ouvir nada, e continuou beijando Isadora no rosto, no pescoço, na orelha, até chegar suavemente nos lábios, nesse instante, Isadora não ofereceu mais resistência, empurrou Jade para o sofá, e foi tirando a roupa, já ofegante, até lembrar.

- Amor, aqui não...minha mãe e a Bia podem acordar.

- Ah, está tão gostoso aqui, nunca inauguramos esse delicioso sofá, sabia?, puxa a cobertinha que está ai do lado e cobre a gente minha delícia.

       Isadora riu olhando a escada, como não escutou nenhum barulho na parte superior da casa, teve a certeza que Doralice e Bia deviam estar dormindo. Após constatar o fato, resolveu agradar a namorada e arriscar, fazendo amor ali mesmo no sofá. Lentamente tirou o resto das roupas que faltavam em Jade e o seu pijama, passando suavemente a ponta dos dedos entre os seios da namorada, fazendo com que ela arquejasse, gem*ndo, cheia de desejo, "amor, não me maltrate, quero ser sua, agora, tenho pressa". Isadora parecia não ouvir, seguiu demoradamente acariciando o corpo de Jade, beijando o pescoço até chegar a boca, os beijos eram quentes, queria marcar todo o corpo da namorada, mostrando que não tinha crise maior do que o amor e o imenso desejo que sentiam uma pela outra.

       Jade gem*u alto quando Isadora levou sua boca quente até seus seios, e ao mesmo tempo, deslizou os dedos na entrada do seu sex*, "está gostoso amor, mas, quero que goze em minha boca, não quero assim", e foi se acomodando no corpo de Jade,  deslizando sua língua ávida, até encontrar o "ponto mágico", era assim que a namorada chamava seu clit*ris, o sex* estava pulsante, mais viscoso e desejoso do que nunca, queria sugar tudo o que era seu, como um beija-flor mergulha em busca do néctar de uma flor.

       Isadora, sentiu o cheiro almiscarado e continuou, queria sentir a mulher derreter em sua boca completamente saciada, e apesar de ter sua cabeça empurrada para aumentar a velocidade dos movimentos no sex* de Jade, continuava a fazer tudo devagar. Demorou um pouco mais, no entanto, o orgasmo foi muito intenso, a namorada urrou igual uma gata, tremendo de satisfação e se sentindo completa.

      Tão logo Jade se recuperou sentiu o desejo pulsar em seu ventre, estava de conchinha com Isadora, sorriu com satisfação e deixou que sua mão deslizasse em direção a virilha da namorada, que a encaminhou até o sex* úmido e desejoso, Jade não teve a mesma paciência que ela, e ao mesmo tempo que mordia levemente o pescoço da namorada, sentia toda sua excitação, com a força do corpo, não deixou que a ruiva saísse de onde estava, apenas subiu sua perna e a acariciou não saindo da posição em que se encontravam, até que um forte e rápido orgasmo veio, fazendo Isadora chorar de emoção. Se amaram mais algumas vezes, e adormeceram ali mesmo abraçadas no sofá, e por alguns instantes esqueceram que existiam outras pessoas em casa, estavam apenas curtindo o momento.

       Quando acordaram o pacto foi silencioso, bastou um olhar e as duas já tinham decidido não mencionar mais o assunto "Bia" por muito tempo, colocaram as roupas e se prepararam para subir, não sabiam que atenta a cada movimento, a adolescente escondida à espreita na escada, observava tudo com um olhar frio e impassível, sendo muito mais rápida do que as duas ao entrar em seu quarto.

 

       Curitiba, 12 de dezembro de 2015

       No final da Rua XV de novembro, localiza-se uma confraria denominado pelos curitibanos de Boca Maldita, conhecida por reunir políticos, empresários, artistas e diversos tipos de profissionais diferenciados. Nesse espaço, alguns panfletos eram distribuídos por jovens dançarinas da Boate Kiss, todas estavam vestidas de duendes, com exceção de uma que estava trajada de Mamãe Noel, sua roupa era muito sensual, uma mini saia vermelha, com um rasgo na lateral e uma mini blusa da mesma cor, deixando de fora os fartos seios. A moça entregava os panfletos, sorria e comentava as atrações do mês de dezembro, quem passava e estava interessado em saber as surpresas que a Kiss proporcionaria, ficava animado com a programação, principalmente em relação aos shows e os sorteios que seriam realizados.

       A boate era localizada no Bairro Água Verde, em uma rua escondida, era dividida em três andares, todos com isolamento acústico, pois o público era bem distinto, de forma que as músicas e as pessoas geralmente não se misturavam nos andares. Quem passava por perto e não soubesse, jamais imaginaria que no bairro havia uma boate LGBT.  No último andar, ficava um bar com um enorme palco, sempre com a presença de cantores da noite, famosos por tocar MPB e música pop, nesse ambiente casais e pessoas que queriam se conhecer melhor curtiam a música enquanto conversavam, no segundo andar, os flashbacks com músicas dos anos 60 a 90 animavam um público depois dos trinta anos. Na parte inferior, a música eletrônica rolava a noite inteira, da mesma forma que o ecstasy. A droga era entregue por uma traficante bem jovem, que atendia seus clientes na boate, há cerca de quatro meses.

       Nesta noite, a família de Isadora estava reunida, não tinham ideia que tão perto de sua casa, a boate estava sendo organizada para logo mais ferver. O que elas queriam mesmo era conversar, talvez jogar cartas, curtir o gostoso clima familiar e dormir, pois a semana de trabalho havia sido intensa para todas.

       Bia havia criado um ritual familiar, toda sexta era costume de todas tomarem chocolate quente com canela e creme de avelã preparado pela adolescente, como dizia Isadora, a bebida era milagrosa, e depois de beber todos iam dormir feito anjos. Segundo Bia, esse ritual era uma forma de unir as mulheres da família, a adolescente servia a todas e tudo culminava com um brinde, e por fim, dizia sempre as mesmas palavras "Ohana", para logo depois repetir, "Ohana quer dizer família e é o que mais desejo, ter sempre essa família junto a mim. E todas falavam juntas, "Ohana" brindando ao amor familiar que tinha pairado nos últimos tempos.

       Por volta da meia noite na boate, os clientes já tinham bebido o suficiente e esperavam a jovem traficante Dandara, ansiosos para consumir o Ecstasy, uma droga sintética, derivada da anfetamina, fabricada em laboratório, cujo o efeito dura cerca de seis horas ou mais.

        Passava de 1h quando Dandara chegou chamando muita atenção, estava com uma peruca azul, e vestida com uma calça de couro preta e blusa da mesma cor, cheia de pedrarias.

- Nossa Dandara, como você demorou - Falou um jovem rapaz de cabelos negros espetados.

- Antes tarde do que nunca meu caro, não é mesmo?, vocês viciados são tão cansativos, eu tive uns contratempos, mas, já estou aqui...

       Assim, os comprimidos coloridos iam sendo distribuídos, enquanto o dinheiro era guardado na bolsa, separando a sua parte do lucro e a do chefe do tráfico. Toda a movimentação ocorria de forma discreta e rápida, e quando algum segurança observava alguma movimentação estranha, fingia que nada tinha visto.

- Modo doidão totalmente on, já entreguei pedacinhos de alegria, agora vou curtir.

       Na pista, uma loirinha de longos cabelos lisos, cheia de sardas no rosto e enormes olhos verdes, tentava acompanhar os amigos ao som da batida, apesar do sorriso, percebia-se de longe que não estava muito à vontade naquela boate.

       Dandara deu uma olhada em volta no ambiente até perceber a presença da loirinha, parou uns minutos como um predador analisa sua presa, assim, passou a perceber todos os pormenores, começou tentando descobrir se ela estava acompanhada, viu que não, depois olhou detalhadamente para as roupas de marca, o tênis da moda, a pele e os cabelos bem cuidados, aquele visual não era para qualquer um, em mais um rápido olhar, percebeu que nada era falsificado.

       Assim, observada a vítima, Dandara resolve se aproximar.

- Oi, vejo que está meio desambientada, tudo bem? sou Dandara...

- Carolina, na verdade eu não me sinto muito à vontade em um lugar tão cheio e com tanto barulho, mudei faz pouco tempo para Curitiba, moro com um amigo de infância, estamos fazendo faculdade e dividimos o aluguel, meu amigo é aquele ali ó....

       De longe um rapaz loirinho de cabelos espetados dançava abraçado a um rapaz moreno e forte.

- Sabe que também não gosto muito?, tem um ambiente lá no último piso, com música ao vivo, quer dar um pulinho por lá?.

- Olha, até que é uma ótima ideia.

       Já estavam caminhando para o último andar quando o amigo de Carolina se aproxima.

- Carol, fica com o meu carro, estou com medo de perder a chave, vou com esse gato para o dark room, se rolar uma química muito boa, vou dormir com ele, o menino é amigo do Paulette, quer dizer, é indicado...

- Só cuidado Caio, ah, essa é a Dandara.

- Pode deixar, eu caio, mas, levanto.

       Falou requebrando como se tivesse dançando um funk.

-  Ah, já ia esquecendo...amiga, arrasooooou, até você se arrumou hoje?. Até que enfim.

- Para hein Caio.

- Não fica brava, aproveita boba, até amanhã.

       Dandara riu, fingindo a leveza que não tinha e imitou o funk de Caio, fazendo com que Carolina sorrisse.

- Antes de subir para ouvir a música, quer um drink, Carolina?

- Não bebo, mas, obrigada Dandara, pode ser um suco de abacaxi.

- Vou buscar um drink de abacaxi com amora, com só um pouquinho de álcool, pode ser?.

- Ah, se você diz que é bem fraquinho, pode sim.

       Sem demorar, Dandara retorna com os drinks, e encosta a boca de uma forma sedutora no ouvido de Carolina "antes de subirmos para ouvir música, vamos dançar só um pouquinho", "ah Dandara, como negar algo com esse tipo de pedido?". Após alguns drinks, as duas seguem para o apartamento de Carolina, a peruca azul é jogada na lixeira na entrada no prédio, deixando os cabelos negros a mostra. Já no apartamento, Carolina olhava encantada a beleza de Dandara, totalmente envolvida com a dança sensual que fazia em seu colo, Dandara era dançarina de Lap dance, uma dança erótica bastante comum em clubes de striptease, onde a dançarina dançava sensualmente com ou sem roupa, no colo de alguém. Quando Dandara se levanta, Carolina sentiu que tudo começava a girar, achou que tinha se excedido nos drinks, no entanto, quando tonteou muito mais rápido ficou preocupada, até que em dado momento, apagou.

       Quando Carolina foi acordando, as luzes iam e viam, e quando olhou ao seu redor, estava amarrada na cadeira. Dandara batia em seu rosto para ajudar a despertar.

- Então loirinha, acorda ai.

- Hãaaa...o que você fez?, porque estou amarrada Dandara?, é uma espécie de brincadeira?.

- Brincadeira?, nãooooo. Amarrada?, infelizmente é necessário, mas, agradeça, hoje só quero a grana mesmo.

- Dandara, porque está fazendo isso?, meu amigo te viu comigo na boate, ele sabe teu nome.

- É....Dandara, pode ser que seja meu nome, ou pode ser que não, quem é que sabe?.

- Me solta sua louca, me solta, agora.

- Vai sonhando garotinha.

- Você é completamente maluca.

- Sabe que quatro entre cinco médicos me disseram exatamente isso?, mas, quem liga, não é?, bom, vamos ao que de fato importa, onde fica o porquinho da casa?.

- Que porquinho?.

- O cofrinho, o porquinho, a gaveta, quero saber onde vocês guardam o dinheiro grande, deve ter algum lugar no apartamento escondido, não é?.

- Nós guardamos no banco, Dandara, você não vai conseguir muito aqui, me solta que eu te dou dinheiro, se é isso que quer tanto.

- Olha, estou perdendo a paciência, vou te levar para dar uma geral na casa, me dê tudo de valioso que tem nesse apartamento, celular, dinheiro, joias, tudo que possa levar, ah, vou começar levando esse seu celular, vou guardar bonitinho na mochila. E ah, não me olhe com esse jeito magoado, te juro querida, não foi nada pessoal, mas, pode ficar...

       De repente a chave girou na porta.

- Carol, mas, o que é isso?.

       Dandara puxou uma arma, encostando na cabeça de Carolina.

- Sai pra lá "Caio, mas, levanto", sua bichinha ridícula, ou vai ver uma sapa a cabidela, ou chouriço de sapa, você até decide.

       E a risada de Dandara ecoou, para logo depois fechar o rosto em uma expressão carrancuda. Rapidamente olhou para Caio, retirando a arma da cabeça de Carolina e saindo em direção a porta, ainda apontando o revólver hora pra um, hora para outro, ainda teve tempo de esbarrar nos dois, soltando um palavrão. Na rua, pegou o carro e saiu cantando pneu.

       Caio soltou as cordas e ligou imediatamente para a Polícia, a viatura chegou em menos de quinze minutos, dois policiais entraram, antes de revistarem todo o apartamento em busca de provas, colheram as primeiras informações, finalizado o assunto, era hora de agir.

- Vamos vasculhar tudo, pente fino geral, Luís!.

       Não foi preciso muito tempo para Renato se agachar em resposta.

- Ora, olha isso Luís, pois não é que na pressa de fugir, a guria cometeu um grande erro?, olha o que ela deixou cair piá!?, sua identidade.

- Vamos ver, vamos ver....Andréa Bernardes da Silva, você está ferrada, vais passar um bom tempo só comendo vina na prisão.

       Já na delegacia, a equipe estava toda reunida. A delegada Ana Clara, após puxar a ficha de Andréa, reúne todos em sua sala para decidir a melhor estratégia para prende-la.

- Essa Andréa é extremamente perigosa, na minha investigação descobri que ela já assaltou, traficou e organizou quadrilhas em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, quando quer dinheiro, seduz suas vítimas com finalidade de roubar, leva tudo de valor e vai embora, raramente alguém se machuca, as vítimas são sempre mulheres jovens e de uma ótima condição financeira, agora, as que escolhe para matar são sempre dançarinas, prostitutas, bartender ou mesmo garçonetes, profissões que foram exercidas por sua mãe, que pelos relatos também trazia para casa alguns clientes, e enquanto exercia a prostituição, deixava Andréa presa no quarto, às vezes a menina passava fome, e o pai era uma espécie de cafetão. Então, há profundas conexões dos crimes desses estados com os crimes que ocorreram aqui mesmo em Curitiba e outras cidades do Paraná. Colegas, é o mesmo modus operandi, ela sempre está mudando a cor dos cabelos com perucas, por isso, não foi fácil fazer a conexão, também muda toda sua documentação, agora precisamos saber como vamos conseguir captura-la, sabemos que ela age em boates LGBT's, mas, depois desse susto deve demorar a agir.

- Dra, pelo relato da vítima ela só levou o celular, o amigo chegou bem na hora, ela não levou nada além, e na pressa deixou a identidade cair, queria aproveitar e dizer que a senhora fez um grande trabalho, conseguindo todos os dados que precisamos para prendermos a guria.

       A delegada sorriu, tentando disfarçar o rubor que Luís lhe causava sempre.

- Obrigada Luís.

- Dra, e a foto da guria, já está pronta para mostrar aos colegas?.

- A guria tem vinte e sete anos, mas, a natureza fez com que essa ardilosa tivesse cara de dezesseis, bom, sem mais nada a dizer, ai vai a foto da bandida.

       Ao ver a foto uma investigadora soltou um grito e diz.

- Santo Antônio de Lisboa, é a filha adotiva de Isadora, lá da DCP, é a Bia, eu conheci no aniversário de Isadora, uma mocinha tímida e super educada, gente, eu não diria...

- Você tem certeza?

- Sim, eu tirei foto com Isadora e a companheira dele, e a menina sem querer saiu por trás, agora eu entendo porque ela não gostava de sair em fotos.

       A delegada passou a mão na testa que começava a suar.

- É ela mesma, e com certeza deve ter usado uma das várias identidades falsas, a descrição bate com vários retratos falados, e por fim, ela também deixou a digital em um copo na casa da vítima. Amanhã, vou com uma pequena equipe prende-la, ela não vai ter como fugir. Eu lamento muito por Isadora, mas, infelizmente faz parte, temos que agir.

- O mais estranho é que essa identidade falsa no nome de Beatriz é "quente", quer dizer, acho que ela deve ter dado um jeitinho.

       No outro dia, a delegada Ana Clara e os investigadores, Luís e Inácia seguem para casa de Isadora. Ana Clara foi o caminho todo calada, não estava confortável com a prisão que em breve efetuaria, não por causa de Andréa, mas, por Isadora, que sempre fora uma colega querida e educada com todos da Polícia Civil.

       Quando a equipe chega ao apartamento, estavam trajadas com a roupa preta da polícia. Ana Clara olha penalizada para a colega de profissão e diz.

- Desculpe Isadora, mas, Andréa Bernardes da Silva, você está presa pelo assassinato de Lisley Andrade e Melissa Silvério, e também pela tentativa de assassinato de Leandra Abreu, entre outras. Luís, efetue a prisão.

- Espere, quem é Andréa?.

- Isadora, fique calma, sua filha adotiva Beatriz, na verdade se chama Andréa, ela tem vinte e sete anos, e matou duas mulheres em Curitiba, também tentou matar outras no Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

       Nesse instante, Bia se agarra a Isadora e diz.

- É mentira mãe, eles devem ter se enganado, eu já vi isso no jornal, deve ser alguma guria muito parecida comigo, não deixa me prender.

       Isadora aperta a filha nos braços, e a defende como uma leoa.

- Minha filha não vai ser presa Ana, ela não tem culpa, ela não sai, nós passamos todos os fins de semanas juntas, essas festas rolam nos sábados, e nestes dias sempre tomamos um chocolate quente, como uma espécie de ritual familiar e sempre dormimos cedo...ma-mas, espere, eu não acredito, Bia, você tem colocado alguma droga na nossa bebida para sair escondido?.

- Não, quer dizer, sim, eu queria ir a boate gay dançar, por isso colocava sonífero para todo mundo dormir.

- Que decepção, nós nunca te impedimos de fazer nada Bia, mas, Ana Clara, isso não quer dizer que ela matou.

- Isadora, você sabe se fosse em um caso normal, já teria arrastado a menina daqui a força, então Andréa, não me faça perder mais tempo, me acompanhe.

- Não deixa, mamãe...

- Eu agradeço Ana Clara, você sempre foi uma delegada muito correta, me deixa ver as fotos, preciso saber se é mesmo verdade, mesmo que doa, Bia, não se mexa, preciso ter certeza.

- Querida, tenho todas as provas aqui, fotos dos casos, de Andréa, de tudo, veja você mesma.

       Isadora olhava as fotos, tanto das vítimas, quanto de Andréa e reconhece que a verdade era óbvia, não tinha como negar que realmente Bia era a assassina.

       Quando acenou para que o policial prendesse Bia, a menina faz o último apelo.

- Mãe, não fui eu, foi Lorena, eu só queria sair escondida, eu nunca quis matar ninguém, mas, eu tomei uma bebida para me animar e Lorena deu um jeito de chegar, acredita em mim, eu jamais faria isso, ela quem matou todas, principalmente uma que estava interessada, ela queria me deixar louca, só para se apossar pra sempre do meu corpo.

       Isadora em seu coração de mãe, passou a acreditar que realmente a outra personalidade da filha havia cometido os crimes.

- Ana Clara, você pode vir comigo?, preciso te explicar uma situação delicada.

- Ok, Luís, fique de olho na guria.

       As duas deixam a sala e vão até a cozinha conversar.

- Ana, ela é uma menina perturbada, mas, ela não é má, Bia, Andréa, seja lá como for, tem tripla personalidade, chame um psiquiatra do judiciário, mas, não a prenda.

       No meio da conversa, Ana Clara e Andréa escutam dois tiros na cozinha, seguidos de gritos. Assim que chegaram, os policiais estavam baleados, Bia havia tomado a arma de Luís e ferido os dois, e estava agarrada a Jade com uma arma apontada em sua cintura.

- Atenção, quero que todos se afastem, me encurralaram, e vou ter fugir, levando essa gostosa aqui como minha refém, não tentem nada ou Isadora vai ficar viúva.

- Lorena, onde está Bia, chama minha filha de volta, por favor, e vamos resolver essa questão.

- Humm, vejo que você não vai entender nunca meu anjo, nunca existiu Bia, Tommy, Lorena. Só a gostosa aqui da Andréa, será que preciso explicar melhor do que isso, ou preciso desenhar?.

Fim do capítulo


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Comentários para 10 - Capitulo 10 - Estilhacos:
Andreia
Andreia

Em: 13/12/2020

So Isadora que não via as coisas depois das varias coisas que Jade Inúmero e mesmo assim ainda acreditou na menina.

Jade boa com intuição em desde o começo ela viu que não tinha liga ali não batia.

Até agora não entendo onde mãe da Usado se encaixa nisso tudo

Bjs


Resposta do autor:

Então, Dora teve um affair com a menina, pense? rsrsrs acho que isso é descoberto só depois.

Jade é intuitiva...e captou de cara, Isa tadinha como foi abandonada sentiu pena na menina por ter passado histórias tão complicadas, entende? bj

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florakferraro
florakferraro

Em: 22/11/2020

Eu gostei muito do nome do capítulo, é instigante.

A coitada da Isadora segue iludida que só.

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brinamiranda
brinamiranda Autora da história

Em: 11/11/2020

Putz nem fala...a vida de Isa ficou muito sinistra mesmo...

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Rain
Rain

Em: 10/11/2020

É Isa as coisas ficaram pretas! 

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