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Meus pedaços por Bastiat

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Palavras: 6068
Acessos: 2806   |  Postado em: 01/11/2020

Há uma verdade entre tantas mentiras

 

Isabel

 

    A boca doce da Helena era um deleite para os meus lábios. Nossas línguas se entrelaçam com urgência, aproveitando cada toque e suas sensações de prazer que me dão. Ela me provoca quando muda o ângulo, quando intensificava, dita o ritmo e peço por mais.

 

    - Eita porr*!

 

    A voz grossa me fez separar-me imediatamente dela. Foi de uma maneira quase bruta que a empurrei pela cintura que em seguida soltei.

 

    Eu beijei a Helena. Eu realmente beijei a Helena Carvalho.

 

    Não conseguia mover nenhum músculo. O meu coração disparado, a vergonha tomando conta do meu ser.

 

    - Me desculpem, meninas. Eu já estou de saída...

 

    Maurício se interrompeu quando eu olhei assustada para ele. Senti a minha respiração falhar pelo nervoso.

 

    Uma mão macia pousou na minha cintura. Antes excitada, agora me sinto incomodada pelo peso de sua mão em mim.

 

    - Isabel?

 

    Dei um passo para trás, o suficiente para manter uma distância segura. Eu estava apavorada com toda a situação e ela parece ter notado.

 

    Levei a minha mão direita em meus lábios. A sensação do beijo ainda está nele. Eu realmente a beijei.

 

    - Isabel! Isabel, não! Isabel, volta aqui. Não faz isso, Isabel... não... não...

 

    A voz da apresentadora foi sumindo conforme eu andava depressa para longe da sala do café.

 

    Deixei que as minhas pernas me guiassem para fora dos estúdios da Band. Caminhei pelo estacionamento e busquei abrigo embaixo de uma árvore.

 

    Eu não podia me sentar pois ainda estou com o look para a gravação. Então fiquei de pé, dando voltas com passos lentos.

 

    Desmanchei o meu coque, para aliviar a tensão baguncei todo o meu cabelo.

 

    - ¡Tonta, tonta, tonta! Tú eres una tonta, Isabel - falei para mim mesma.

 

    Como eu fui deixar me envolver assim?

 

    - Carajo, yo besé a la única persona que no deberías haber besado en mi vida. Me juré a mí misma que nunca volvería a besarla.

 

    Minha cabeça parece que vai explodir. Eu só queria poder gritar de raiva. Aliviar o turbilhão de sentimentos confusos que estão aqui dentro.

 

    - Respira, cálmate... cálmate.

 

    Fechei os olhos e respirei fundo e soltei o ar devagar por três vezes.

 

    Com muito esforço, consegui me acalmar. Ou pelo menos me controlar um pouco. Tudo o que eu menos preciso no momento é me deixar levar pelo momento de fraqueza.

 

    Eu não sei por quanto tempo fiquei andando de um lado para outro, mas receio que o intervalo para o almoço esteja no fim.

 

    Se eu pudesse, não voltava. Mas ainda tenho horas de trabalho. A minha sorte é que amanhã é sábado e felizmente não vamos gravar nada. Ou seja, só tenho que aguentar ficar ao lado da Helena pelas próximas quatro horas.

 

    Planejei tudo o que eu farei na minha cabeça. Vou fingir que nada aconteceu até que uma boa oportunidade surja para esclarecer esse beijo infundado.

 

    Cumprimentando todos os funcionários que via pela frente, fui na direção do meu camarim.

 

    - Meninas, vocês podem dar um jeito no meu cabelo e retocar a minha maquiagem, por favor? - Perguntei quando encontrei a maquiadora e a cabelereira no meio do corredor.

 

    - Claro, Isa. Vamos lá - respondeu a cabeleireira.

 

    Quando cheguei perto do meu camarim, avistei a figura do Maurício ao lado da porta.

 

    Seu olhar é questionador. Pedi para as meninas me esperarem lá dentro e fiquei para acalmar o meu amigo.

 

    - Porr*, Isa! Onde você estava? Eu e a Helena ficamos te procurando. Você esqueceu o seu celular no cafezinho. Toma - disse me entregando o aparelho.

 

    - Eu estava tomando um ar lá fora. Aliás, está fazendo um sol muito bonito, se eu fosse você aproveitava também - sorri.

 

    O ator me analisou e passou a mão pelo seu rosto com a barba por fazer.

 

    - Certo, entendi que você não quer falar sobre o que aconteceu. Sorte sua também é que em 10 minutos precisamos estar de volta ao estúdio.

 

    - Ótimo, então é melhor me apressar para não atrasar - falei colocando a minha mão na maçaneta da porta.

 

    - Espera! - ele pediu e eu o olhei. - Está tudo bem? Você vai conseguir gravar?

 

    - Claro que sí - respondi com uma firmeza que nem eu mesma acredito.

 

    - Tem certeza? Não vai ficar lembrando do que aconteceu no meio da gravação e distribuir patadas?

 

    - Maurício, eu nem sei por que você está tan aflito. Coisas sem importâncias são facilmente esquecidas. Aliás, se eu não lembro, eu não vivi.

 

    Fiz um sinal de paz e amor com os dedos e entrei no meu camarim.

 

    Sentei-me na cadeira e em poucos minutos eu já estava recomposta para a gravação. O meu cabelo outrora bagunçado pelo meu nervosismo, já está perfeitamente arrumado.

 

    Enquanto elas contavam alguma história engraçada do reencontro com um rapaz que a maquiadora gostava na adolescência, fomos interrompidas por batidas na porta.

 

    - Com licença, Isabel. Eu posso entrar?

 

    Para a minha surpresa, é a Helena. Eu estava me preparando para encontrá-la no estúdio e não agora.

 

    - Eu já estou indo para a gravação - disse olhando-a já entrar no meu espaço.

 

    - Ah não, eu não vim avisar que já vai começar - tentou sorrir. - Eu... eu queria continuar a nossa conversa. Podemos?

 

    O olhar da apresentadora foi para as meninas, como se pedisse para ficarmos sozinhas.

 

    - Bem, nós já va...

 

    - No! Eu quero saber o que o seu crush te disse quando você contou que tinha uma queda por ele. - Interrompi a maquiadora e senti um alívio por não estar sozinha.

 

    - É... - Notei que ela não sabia se insistia em ir embora ou me contava. - Bom, resumindo: ele achou graça e nós marcamos um jantar para amanhã.

 

    - Ai, que lindo! Ya estou torciendo por vocês dos - Sorri com sinceridade.

 

    Dei uma última olhada no espelho e me levantei.

 

    - 3 minutos para a gravação. Obrigada, meninas - beijei a bochecha de cada uma. - Vamos?

 

    Elas assentiram e só então eu olhei para Helena. Para a minha surpresa, ela está serena. Nenhuma linha de expressão indicava raiva ou indignação. Tudo normal.

 

    Saí andando com as meninas e sei que a apresentadora está bem atrás de nós porque seu perfume indica isso. Não achei justo tê-la ignorado depois do que aconteceu. Eu também a beijei, tenho a minha parcela de culpa, não posso simplesmente agir como uma inconsequente.

 

    Paramos juntas na grande porta de acesso.

 

    - Desculpe-me, Helena, eu só não acho certo conversarmos ahora, temos pouco tempo.

 

    - Eu só ia, justamente, pedir para conversarmos mais tarde, depois da gravação.

 

    Apenas assenti ao seu pedido e juntas entramos, atraindo a atenção de todos, principalmente do Maurício.

 

    Foi o tempo de nos posicionar em nossos lugares para recomeçar a gravação dos próximos competidores. Como imaginei, esse grupo é tão bom quanto o já apresentado. Foi o que me distraiu da minha vida pessoal e respirei aliviada por isso.

 

    Sem mais nenhum incidente, chegamos ao fim e ao ouvir o barulho dos saltos, sabia que Helena veio se reunir para dar sequência ao programa.

 

    A paulistana posicionou-se ao meu lado e seus dedos tocaram o meu braço.

 

    - Antes de saber de vocês o que acharam da prova no geral, quero pedir desculpas pelo modo como falei com você, Isabel - olhei assustada para ela. - Sobre o competidor querer ou não prejudicar a Philipa - esclareceu.

 

    - Está tudo bem, Helena. Eu só queria dar a chance de a competidora dizer o que estava pensando de tudo isso, afinal poderia ser eliminada hoje.

 

    - Então estou desculpada?

 

    A apresentadora me abraçou de lado com os dois braços e encostou a cabeça no meu braço.

 

    ‘Certo, talvez ela se aproveite um pouco da situação', pensei e permaneci de braços cruzados, mas sorri.

 

    - Claro. Eu já nem me recordava do episódio.

 

    Helena me soltou do seu abraço, mas não do seu contato. Seu braço direito ainda permaneceu abraçado a minha cintura.

 

    - De maneira resumida, Eduardo, o que achou das apresentações?

 

    Olhei para o ator que mantém um sorriso amoroso no rosto desde a hora em que a Helena me abraçou.

 

    - Certamente o melhor episódio desta temporada até agora. Temos 14 competidores e eles já entenderam que isso não é brincadeira, não teve ninguém muito abaixo a meu ver.

 

    - E você, Maurício? Concorda?

 

    - Sim, eu também acho que foi o melhor. A peça hoje foi um clássico do teatro brasileiro, o que ajudou. Quem conseguiu trazer algo novo, fora dos padrões que já vimos por aí, tem muito a ganhar nos próximos desafios.

 

    - Isa, se não estou enganada, a sua Companhia já trouxe "Vestido de Noiva" para o público de São Paulo, estou certa?

 

        - Sí - confirmei. - Há dois anos fizemos uma bela temporada, foi um presente coordenar tudo isso.

 

    Eu continuei olhando para frente, buscando concentração para pensar muito na nossa proximidade.

 

    - Cá entre nós, você escolheria algum deles se rolasse uma nova temporada no Arte?

 

    - Com certeza. Fui surpreendida por dois: Ângelo e Philipa. Para mim, eles são os destaques.

 

    A apresentadora parou com o carinho e apenas continuou com a mão apoiada nas minhas costas.

 

    Eduardo e Maurício responderam mais algumas perguntas, mas nenhuma foi direcionada para mim. Estranhei.

 

    Como de costume, assim que a Helena voltou ao seu posto, eu e os meninos nos reunimos para escolher um vencedor do episódio e quem seria eliminado.

 

    Sem surpresa, Philipa foi escolhida a vencedora do dia.

 

    Após o exaustivo dia de gravação, ouvir a voz da Miriam elogiando o elenco e agradecendo por mais um dia de trabalho foi um alívio para mim.

 

    Para o meu leve incômodo, antes de conseguir sair do estúdio, a portuguesa me parou quase na porta.

 

    - Estás muito linda, Isabel - disse com um acentuado sotaque português.

 

    - Obrigada, Philipa - sorri de lado como gentileza.

 

    - O bom de garantir mais uma semana, é que semana que vem eu poderei voltar a vê-la.

 

    - Minha nossa... - Eduardo soltou atrás de nós.

 

    Eu comecei a rir para disfarçar o meu nervosismo e segui sem falar mais nada.

 

    - Ô Isa - Edu seguiu atrás de mim enquanto eu tentava sair o mais rápido possível do estúdio. - Isabel, me espera.

 

    - Oi, Eduardo - o abracei de lado e caminhamos juntos.

 

    - O que foi isso lá no estúdio? Eu perdi alguma coisa? - Perguntou com gentileza.

 

    - O quê? - Me fiz de desentendida pensando que ele estava falando da Philipa.

 

    - Você e a Heleninha. Pareciam duas... duas... amigas, digamos assim.

 

    Eu dei uma risada nervosa.

 

    - Que amigas, Edu? Foi apenas uma encenação, sei lá. Eu sempre te disse que seria profissional.

 

    O meu amigo parou de caminhar e me segurou de frente para ele.

 

    - De repente? Antes do almoço vocês pareciam que mataria uma a outra quando aconteceu aquela cena com a Philipa. Agora a Helena te abraça e tudo bem?

 

    - Edu, nada mudou - sorri de lado. - Eu preciso ir agora. Depois a gente continua essa conversa, tudo bem?

 

    Mazza me deu o seu melhor sorriso amigável e pegou em minhas mãos.

 

    - Tomara que você pense melhor e que as coisas mudem. Foi bom ver vocês duas interagirem sem aquele clima pesado. Vocês não são inimigas e hoje provaram que podem agir de maneira natural.

 

    - Você é maravilhoso - disse dando um beijo na sua bochecha.

 

    - Vamos almoçar no domingo? - Perguntou voltando a caminhar.

 

    - Claro, eu estou te devendo uma visita mesmo. Na tua casa?

 

    - Sim! Rodrigo vai ficar bem feliz.

 

    Chegamos na porta do meu camarim e nos despedimos com algumas brincadeiras estilo Eduardo Mazza de ser.

 

    Adentrei o meu refúgio na emissora, troquei de roupa e retirei a maquiagem. Rápida e decidida de que vou colocar a minha cabeça no lugar trabalhando mais. Ou seja, antes de ir para casa vou passar no Arte e botar a mão na massa.

 

    Sei que Helena me pediu uma conversa, mas devo confessar que não estou preparada. Antes de tudo, eu preciso achar um caminho após o beijo. Não posso ignorar o que aconteceu, ela não vai ignorar. Ainda existe uma forte atração. Talvez gerada por essa guerra que travamos ou por não terminar da maneira certa. A verdade é que estou esgotada emocionalmente.

 

    Destravei as portas do meu automóvel e entraria se não ouvisse alguém me chamar.

 

    - Isa?

 

    É a voz dela.

 

    - Helena - virei-me para ela.

 

    - Você tem 5 minutos? - Perguntou empinando o seu nariz e mantendo uma distância.

 

    Conheço bem essa postura dura, ela não vai recuar com qualquer desculpa. Helena é doce, mas também é firme e forte quando preciso.

 

    - Sí, pode falar - pedi com uma voz calma.

 

    Não fugi. Não adianta mais correr para longe dela se as nossas vidas estão entrelaçadas.

 

    - Podemos falar sobre o que aconteceu mais cedo?

 

    - Sobre o beijo, é isso? - tentei soar como natural, mas minhas mãos tremiam.

 

    - Você sabe que não foi só um beijo, Isabel. Bem, pelo menos para mim não. Para você foi...?

 

    - Apenas un beso - respondi.

 

    - Ah não, Isabel. Não começa a negar, falar que não gostou, fingir que não mexeu com você. Esse discurso não vai colar. Rolou um clima, nos beijamos, você correspondeu com vontade. Talvez se não tivéssemos sido interrompidas, você não sairia assustada daquele jeito.

 

    - Helena, cálmate. Não vou negar nada. Foi um bom beijo e eu quis, ok? Mas não significou nada.

 

    A atriz negou com a cabeça e aproximou-se de mim.

 

    - O que você quer dizer com isso?

 

    A minha expressão indiferente nada combinava com o turbilhão de sentimentos dentro de mim. Procurei palavras menos cruéis, não quero transformar o momento em um tango argentino sofrido. Mas eu tenho que fazer.

 

    - Acho que apenas nos beijamos por causa da tensão criada. Nuestras brigas só serviram para alimentar una ilusión de que há amor entre nós - respirei fundo. - Mas para mim foi a confirmação de que não existe mais.

 

    - Você não me ama mais, é isso? - Algumas lágrimas já começavam a brotar em seus olhos. - Isabel, as coisas não aconteceram da forma como você pensa! - Desesperou-se.

 

     - Não chora, Lena. Por favor, no llores - pedi limpando uma lágrima que rolou pelo seu rosto. - Isso tudo que aconteceu foi bom por um lado.

 

    - Que lado, Isabel? A gente se beija e você chega à suposta conclusão de que não me ama? - Ironizou.

 

    - Olha nós aqui conversando, sem brigas, sem aquele clima pesado. Acho que finalmente podemos funcionar como... - hesitei - colegas.

 

    A paulistana ergueu uma sobrancelha e soltou uma risada debochada.

 

    - Você bebeu?

 

    - Helena?!

 

    - Helena o cacete! Você só pode ter bebido ou usado alguma droga. Passou um ano me ignorando, não suportava nem olhar na minha cara. Há um mês você me esculachou naquele hospital, disse que não suporta nem ser tocada por mim e que te traí com vários. Agora me beija com toda cara de pau, permite que me aproxime durante a gravação e para fechar com chave de ouro, diz que podemos ser colegas? Colegas, Isabel? Vai se lascar.

 

    - O que você esperava? Que eu caísse de amores por causa de um momento de fraqueza? O que eu estou intentando hacer é seguir o conselho de todo mundo: buscando uma maneira de te colocar en mi vida novamente. Yo no esqueci do que aconteceu. Pode-se passar 100 años que não vou esquecer.

 

    - Isabel, olha nos meus olhos e me pergunta se te trai - disse pegando na minha mandíbula e forçando olhá-la. - Anda, pergunta. Pergunta, porr*. Pergunta: Helena, você me traiu com o Gustavo?

 

    Ficamos nos encarando em silêncio. Helena Carvalho quer me confundir. Só eu sei o meu profundo desejo de que tudo não passasse de uma miragem, um mal entendido, um beijo surpresa, uma armação. Não posso me deixar levar por seus belos olhos e pela a doçura de suas palavras.

 

    - Helena, você me traiu com o Gustavo.

 

    Não perguntei, afirmei. Continuei:

 

    - Eu sei o que eu vi, ouvi, o quanto penei. Acha que no sofri? Doeu mucho, Helena. Eu confiava em você de ojos cerrados. Você sabe que por muitos anos tu fueras la persona más importante da minha vida. Então imagina se para mim foi fácil terminar o nosso casamento. Não foi, caramba. Você no fue la única que perdeu com todo esto.

 

    Pela primeira vez eu fui totalmente sincera em minhas palavras. Foi um desabafo. Me senti vencida pelo cansaço de uma conversa que não vai chegar a lugar nenhum.

 

    - Você precisa me dar uma chance de me explicar!

 

    - Yo esperé. Esperei até o último momento que você me falasse a verdade. Você sabe, Helena! Sabe que as minhas palavras sumiam quando eu esperava a verdade e você vinha com mentiras. Eu te dei tantas oportunidades... tantas. Dei tantas assim porque eu realmente queria que a atitude viesse de você. Queria entender saindo tudo da sua boca. Por que mentiu?

 

    - Quando eu menti? Me diga, Isabel. Quando foi que menti?

 

    A sua mão que ainda segurava meu rosto foi retirada por mim.

 

    - Mentiu como está mentindo agora. Está ficando tarde y yo tengo eu ir, vou passar no Arte ainda.

 

    Tentei me virar para abrir a porta do meu carro, mas a apresentadora segurou o meu braço.

 

    - Isabel, espera.

 

    - Helena, és mejor a gente encerrar a nossa conversa por aqui antes que nos machuquemos de novo.

 

    - E como a gente fica?

 

    - Assim, como estamos agora. Mães da Giovanna e colegas de trabajo.

 

    O meu celular tocou indicando uma mensagem. Achei uma ótima oportunidade para achar um jeito de terminar a nossa conversa.

 

    Tirei o meu aparelho do bolso e abri a mensagem da Nina. Sorri quando vi que eram duas fotos da Giovanna com os presentes que comprei e deixei na cama dela mais cedo. Em uma das fotos Gi está com o maiô azul turquesa que combinou muito bem  e outra com ela e as boias da Pequena Sereia.

 

    Pensei em mostrar para a Helena, mas guardei o celular novamente.

 

    Helena começou a chorar. Eu não entendi nada. O meu coração ficou despedaçado. Em uma atitude impensada, a acolhi em meus braços.

 

    - Ei, está tudo bien - a apertei no abraço. - Deixa tudo como está e vai ficar tudo bien.

 

    - Não te entendo, Isa - começou a falar contra o meu peito e correspondendo o abraço. - Uma hora você me olha com indiferença, agora me dá esse abraço gostoso.

 

    Eu dei risada do seu comentário e esperei que ela erguesse a cabeça para me olhar. Como pensei, ela o fez ainda abraça a mim.

 

    - Você não deveria está tan sorprendida. Eu faço isso quando os competidores estão chorando ao serem eliminados.

 

    A mais velha revirou os olhos e soltou-se de mim.

 

    - Claro, a mamá de todos. A que bate, mas também sabe acolher. Muito bem, espanhola, eu captei o recado.

 

    - Hele...

 

    Em um movimento rápido, sem que eu pudesse entender a sua intenção, a baixinha me beijou.

 

    Foi um beijo de encostar de lábios. Um, dois, três, quatro, cinco estalos seguidos. Até que ela tentou se aprofundar.

 

    Com muito custo, virei para o lado, fugindo de seus doces lábios.

 

    - No, Helena.

 

    Foi difícil vê-la se afastar com um semblante sério e pensativa.

 

    - Entendi... Agora eu entendi tudo - comentou. - Desculpa.

 

    - Estás todo bien. Pero, o que você entendeu? - Arqueei as minhas sobrancelhas sem entender.

 

    - É melhor você ir - disse andando de costas. - Só quero te dizer uma única coisa: eu te ainda vou te provar que você se enganou. Boa noite, Isabel Casañas.

 

    - Boa noite, Helena.

 

    Respondi, mas acho que ela nem ouviu pois já tinha dado as costas e caminhava para longe.

 

    O meu plano de ir ao Arte foi por água abaixo. Nervosa do jeito que estou, só atrapalharia no local.

 

    Entrei no meu carro, sem pensar o liguei e saí do estacionamento já com lágrimas nos olhos.

 

    Sem condições de continuar, parei o veículo em uma rua qualquer e chorei.

 

    Acho que fiquei por pelo menos uma hora relembrando do beijo na hora do almoço e às vezes socava o meu volante com raiva. Eu não deveria ter deixado isso acontecer. Pior, eu não deveria ter gostado tanto.

 

    O tempo de meia hora foi o quanto levei para me recompor por completo. Mas estou longe de me sentir menos ruim.

 

    A sensação que tenho é que acabei de ser enforcada e ainda sinto o efeito do sufocamento. Está tudo acumulado na minha garganta. Sei que tudo isso são os efeitos de palavras não ditas e do desejo reprimido.

 

    Eu não posso voltar para casa. Giovanna não merece uma mãe em estado deplorável que vai se trancar no quarto. Pelo menos ela vai à praia este final de semana e quando voltar eu estarei melhor.

 

    Liguei o carro sem saber para onde ir. Ou melhor, sabendo de um único lugar, mas sem coragem de aparecer por lá.

 

    Antes de dar a partida, mandei uma mensagem para Nina pedindo para que ela durma em casa pois eu não tinha horário para voltar hoje.

 

    Depois de me ver sem saída, dirigi para onde eu sei que poderei me refugiar, o Comer&Beber, restaurante do Maurício. Tenho certeza de que ele estará no seu empreendimento.

 

    Liguei o rádio em uma estação de notícias para acabar com o silêncio e me distrair.

 

    Para minha sorte, não peguei nenhum trânsito. Em meia hora eu já estava na porta do restaurante do meu amigo.

 

    - Hola, boa noite. Maurício está? - Perguntei ao recepcionista.

 

    - Boa noite, dona Isabel. Ele está na cozinha.

 

    - Obrigada.

 

    Apenas andei e me posicionei na frente de sua cozinha aberta. Um funcionário que me viu, apontou para ele na minha direção.

 

    Apontei com o dedo que estaria nos fundos do estabelecimento o esperando. Com um aceno, ele indicou que havia entendido.

 

    Fiquei apenas alguns minutos sozinha no local.

 

    - Isa?

 

    O abracei à procura de algum conforto amigo. Eu não preciso falar nada, Mau entendeu que eu precisava conversar com alguém.

 

    - Eu sabia que você viria hoje. Mandei limpar a nossa mesa e coloquei um vasinho com flores.

 

    Gargalhei enquanto me separava dele.

 

    - Vasinho com flores? Nem parece que tem essa cara de mau que combina tanto com o seu apelido.

 

    - A próxima vez vou colocar um cacto então, espanhola.

 

    Dei um tapa em seu braço e ele soltou a sua risada alta.

 

    - E essa sua carinha de chateação, aí? Você está bem? - Me perguntou.

 

    - Estou, mas acho que preciso conversar um pouco.

 

    - Um dos fornecedores não entregou uns produtos e vou ter que mudar algumas coisinhas no cardápio, então estou usando a minha imagem simpática para amenizar o estrago com os clientes. Mas assim que der eu volto.

 

    - Relaxa, no quiero te atrapalhar. Volta lá.

 

    - Você não vai embora, né? Prometo adiantar as coisas e não demoro. Janta aí e coma uma bela sobremesa - fez carinho na minha bochecha. - Me espera, sério.

 

    - No vou embora. Traz algum petisco e uma boa garrafa de vinho.

 

    Como pedido, um vinho italiano foi colocado na minha mesa minutos depois. Na certeza do seu maravilhoso gosto, não precisei nem provar e enchi a minha taça.

 

    Quanto mais lembrava do beijo, mais gole dava.

 

    Pedi mais uma garrafa quando algumas brusquetas de sabores frango, berinjela e mediterrânea chegaram na minha mesa.

 

    Antes de saborear a comida, enchi a taça com a segunda garrafa.

 

    Helena insiste em me fazer crer que não sei do que estou falando. Não sei por que estou tão surpresa,  foi assim nos últimos anos, seu disfarce muito bem articulado me fazendo sentir culpa.

 

    Quando me dei conta dos meus atos automáticos. Pedi mais uma garrafa na busca de amenizar a dor que sinto.

 

    Consegui o que queria: meu corpo leve e meus pensamentos voando.

 

    - Caralh*, Isa! Eu nem demorei tanto assim e você já está na terceira garrafa de vinho? - disse Maurício sentando-se a minha frente.

 

    Bebi a metade da minha taça de uma vez da nova garrafa e a ergui para ele.

 

    - Já vai acabar a terceira. Manda trazer outra, por favorcito - disse fazendo beicinho.

 

    - Não, poh. Já bebeu demais por hoje, chega.

 

    - Vaya a mierda, Maurício. Soy cliente, estoy pagando y pedí vino, así que tráeme el maldito vino ahora!

 

- Para de falar tudo rápido e enrolado que você tá no Brasil, porr*.

 

    - Eu disse que quiero vino. Vinho, Schmidt!

 

    - Você está bêbada, espanhola. Quer esquecer alguma coisa? Está tão mal assim?

 

    - Um poquito - respondi pelas duas perguntas.

 

    - Fala, o que aconteceu? Ainda está assustada com o beijo?

 

    - Assustada? No.

 

    - Sei... Só começa me explicando uma coisa: como foi que rolou aquele beijo? Quando eu vi pensei que estava ficando louco. Eu não entendi até agora o que foi aquilo. Como aconteceu o beijo?

 

    - Atração. A porr* de uma atración louca que eu no consegui resistir. Uma hora eu estava tentando ter uma conversa com a Helena e outra hora estávamos perto demais. Sei lá, me senti tele transportada para a cozinha da nossa casa, quando a gente dividia alguma coisa que eu estava experimentando. Fui dividir uma barquinha recheada com ela e de repente pintou um clima.

 

    - Isso é amor, espanhola. Amor!

 

    - Quê? Claro que no, Maurício! Helena é uma mulher linda, atraente, extremamente sexy, tem uma boca perfeitamente desenhada e tem aqueles olhos me devorando... Díos, acho que você tiene razón, eu estou bêbada.

 

    - Já ouviu falar que quando a bebida entra, a verdade sai? Você ainda é gamada pela Heleninha, Isa. Aceita logo que ainda está apaixonada, vai doer menos, te garanto.

 

    - Fue atração, Mau! No existe mais amor. No hay más espacio para eso. O casamento acabou, pero eu acho completamente normal que tenha esse tipo de situação.

 

 

    - Repita isso 10 mil vezes para si mesma até acreditar - debochou. - Não existe isso, Isabel. Eu, como você sabe muito bem, sou divorciado. Nunca beijei a minha ex, nunca mais me senti atraído por ela. Acabou e ponto. Agora, cá para nós, se ainda existe atração, é sinal de que ainda tem uma chama queimando aí dentro. Paixão pura isso.

 

    Eu não sei se já é o efeito da bebida ou se eu me senti acuada, mas não aguentei e chorei. Pela primeira vez eu permiti que alguém visse as lágrimas que eu derramo por causa da Helena.

 

    Desconcertado, Maurício buscou as minhas mãos.

 

    - Poh, Isa. Não chora. Você sabe que eu não aguento ver ninguém chorando. Foi alguma coisa que eu falei? Desculpa. Me perdoa.

 

    - No... no... usted no disse nada.

 

    - Eu nunca te vi chorando assim. Nem na época que você chegava aqui para espairecer antes de voltar para sua casa para evitar uma briga com a Helena. Eu via a mesma tristeza que vejo hoje. A gente se sentava aqui, aconteciam pequenos desabafos, mas você nunca derramou uma lágrima.

 

    - Eu ainda a amo, Maurício - disse de uma vez.

 

    Encarei o meu amigo que abriu um sorriso.

 

    - Eu sabia - comemorou.

 

    - Nós duas conversamos no estacionamento da emissora.

 

    - O quê? Espera... Vocês conversaram ou brigaram?

 

    - Na maior parte do tempo nós conversamos.

 

    O ator se ajeitou melhor na cadeira e tentou me analisar.

 

    - E aí?

 

    - Colocamos de vez um ponto final.

 

    - Você disse que eu ainda a ama não tem nem dois minutos, porr*! Está difícil te entender hoje.

 

    - Eu precisava contar isso para alguém senão explodiria. Eu não queria, mas eu amo aquela filha de uma mãe. Nunca deixei de amar.

 

    - E tá fazendo o que aqui? Vai lá, porr*. Ela ainda mora no mesmo lugar. É só você chegar lá, conversar e pedir para voltar.

 

    Retirei as minhas mãos do seu contato, mexi a minha taça vazia e neguei com a cabeça.

 

    - No és tan simples assim, Maurício. Helena não me ama. No como eu a amo.

 

    - Como não, Casañas? Vocês passaram 12 anos casadas. Conheci vocês agora com o programa, mas sei da história linda que vocês tiveram. 15 anos de relacionamento é uma vida.

 

    - É exatamente sobre eso que estoy hablando, casamento. Eu achava que tinha um casamento perfeito, que nos entendíamos, mas não foi assim. O fato de eu amar a Helena, não fez disso um matrimonio maravilhoso. No voy ser hipócrita e dizer que foi tudo uma bela bosta. Tivemos muitos momentos bons e a Giovanna. Mas para mim é insuportável me dar conta de que vivi uma mentira.

 

    - Está falando sobre o que você deixou no ar aquele dia? Tem realmente algo mais do que o beijo no Gustavo?

 

    Mais uma vez, assim como fiz quando tocamos no assunto em meu apartamento, escondi o meu rosto entre os meus braços. Baixei a cabeça até a mesa e fiquei ali derrotada.

 

    - Se eu soubesse que tudo iria acabar assim, eu teria cuidado mais do meu casamento, cuidado mais dela, daria mais presentes, dizia que a amava mais, mandava flores, faria o esforço de ir aos eventos que ela ia, tentaria acompanhá-la em algumas viagens, prepararia jantares a luz de velas sem datas especiais. Eu nem posso culpá-la tanto, porque eu fui muitas veces ausente. Eu sei onde posso ter errado, sei que deveria perdoá-la, mas não consigo. Yo nunca vou conseguir passar uma borracha por cima de tudo só porque eu sinto falta dela.

 

    - Isabel, levanta a cabeça!

 

    Enxugando algumas lágrimas com as minhas mãos, levantei a cabeça e olhei para cima na tentativa de evitar cair no choro novamente.

 

    - Es insinuando que a Helena te traiu outras vezes?

 

    - No estoy insinuando, ela me traiu outras veces sim. Mas... tão próximo assim e ver foi diferente. No tinha como eu continuar um casamento depois de vê-la beijando outra pessoa e seu sorriso ao falar comigo como se nada tivesse acontecido - disse finalmente olhando-o.

 

    O brasileiro me olhava chocado, pude perceber que várias palavras queriam sair de sua boca, mas ele estava confuso.

 

    - Mas você tem certeza?

 

    - Maurício, por favor - perdi a paciência. - Eu acabei de te falar que a amo. Não tem cabimento não querer estar com ela. Eu queria mucho voltar, mas eu tenho dignidade.

 

    - Dignidade ou orgulho? - Perguntou olhando nos meus olhos.

 

    - Não se desiste do que quer, desiste do que dói - respondi pegando a minha bolsa. - Cansei dessa conversa, se não quiser acreditar, foda-se você também. Eu vou para casa.

 

    Levantei-me de uma vez e fiquei tonta. Com tudo girando, perdi o equilíbrio e cai. Comecei a dar risada e chorar ao mesmo tempo.

 

    - Isa, você está bem?

 

    - Com certeza eu vou sentir dores amanhã - disse esticando o meu braço para ele.

 

    Maurício ajudou-me a levantar e eu me ajeitei.

 

    - Vamos, deixa o seu carro no estacionamento que eu te levo para casa.

 

    - Só vou aceitar porque eu estou muito alterada e tenho uma filha para criar.

 

    O ator me levou até o seu carro e saiu dirigindo pelas ruas de São Paulo enquanto eu lidava com os efeitos da bebida.

 

    Em meia hora, chegamos na portaria do meu prédio.

 

    - Vamos, eu te levo até o seu apartamento.

 

    Fizemos o caminho todo em silêncio até chegar na porta do meu lar.

 

    - Obrigada, Mau.

 

    - Amigos são para essas coisas - sorriu com gentileza. - Você já está bem para se virar sozinha? Está tarde e a Luciana já ligou umas vinte vezes.

 

    - Eu já estou bien. Por favor, vá para casa. De casamento fracassado já basta o meu - dei risada e ele me acompanhou.

 

    - Só queria te dizer uma coisa antes.

 

    - Sí?

 

- Eu acredito em você.

 

    Beijei o seu rosto e dei um último abraço. Após vê-lo entrar no elevador, abri a porta da minha casa.

 

    Fui direto para o meu banheiro, precisava de um banho para ver que sai o efeito do álcool.

 

    Como eu previ, o efeito diminuiu um pouco e só então passei no quarto da Gi para ver se está tudo bem. Dormindo tranquilamente feito um anjo, beijei a sua testa e a ajeitei a sua coberta.

 

    - Eu te amo mucho, mi pequeña. Estaré contigo siempre.

 

    Fechei a porta do seu quarto com cuidado e caminhei até o meu para tentar dormir. Eu só queria que a Helena pudesse me provar que nunca me traiu e que tudo não passe de um pesadelo, mas é impossível.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 8 - Há uma verdade entre tantas mentiras:
GabiVasco
GabiVasco

Em: 09/11/2020

Há uma verdade entre tantas mentiras? Eita


Resposta do autor:

Pois é, hahahaha.

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Baiana
Baiana

Em: 02/11/2020

Isabel é adepta da teoria da conspiração? Fala que foi traída,mas nunca viu (com excessão do beijo) não tem provas,não dá a Helena a chance de explicar e/ou se defender e ainda posa de esposa traída e injustiçada.


Resposta do autor:

Pois é. E pensar que tudo poderia ser diferente se a Helena contasse logo do beijo...

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