"Nosso momento"
'Nosso momento'
***
...
Ficamos apenas eu e Yaya no hotel, Car nos levaria roupas mais tarde. Nina precisava resolver algumas coisas.
* * * *
--Avatí, por que povo da tv tá atrás de você? - Perguntou Yaya se sentando no sofá.
--Estão atrás de notícia, Yaya. De preferência ruim. Frank por ser um ''Grande Empresário/Político'' acabou ganhando certa fama. Ainda mais depois de várias notícias sobre ele que fazendo pose de bom cristão. Agora a verdade está vindo a tona, finalmente. Fui dada como morta há algumas semanas, voltei do meio da selva com uma índia que é a filha verdadeira do Frank e ele tentou matar na outra noite. E agora, ele quebrou e a empresa foi junto. Estou falida praticamente e sem emprego.. O que tenho na conta não dura dois meses.. --Falei sem parar, deixando a coisas sobre o balcão e indo olhar a varanda.
--Hum.. --Murmurou. A olhei. --Dona Yasmin te ajuda n..
--Espero, Yaya. Minha mãe sempre trabalhou muito, agora abriu uma pequena empresa com.. meu Pai Gui, vem em uma boa crescente. Não é como a de Frank era, mas será melhor.. um dia.. Distante.. Mas sem dívidas. Então, acho que ela deve estar muito bem financeiramente. E eu estou miserável, praticamente.. - Raíra ficou em silêncio, parecia pensativa. Com a mão sobre o abdômen. --Hum.. Está com fome, Yaya? Quer comer alguma coisa? Tu me dá espaço, eu só vou falando e falando.. Está com dor? --Sua expressão fechou.
--Não, Avatí. - Falou com uma voz estranha.
--O que houve, Yaya? - Perguntei me aproximando.
--... Acho que isso não vai dar certo, Avatí. --Falou com olhar baixo.
--O quê? Como assim? --Perguntei sem entender.
--Tudo isso, Avatí. Eu, você.. esse lugar. --Falou séria. --Não me encaixo bem aqui nem tenho nada valioso pra te oferecer.
--Tu é perfeita pra mim, Yaya. Melhor do que eu poderia imaginar. Já deu tudo certo pra gente se encontrar. --Falei me aproximando mais. -- Seu Amor é o bem mais valioso que preciso e quero ter. Agora para de pensar bobagem, ok? Okay. - Falei alisando seu rosto. Beijei sua testa, sentei em seu colo com cuidado, envolvi seu pescoço (sem segundas intenções... dessa vez). Yaya deu um sorrisinho amarelo e ficou me olhando. Minha vontade de ficar lhe beijando a todo momento era grande, mas quis dar espaço para ela poder falar comigo, conversarmos.
--Está olhando minha juba de leão? - Brinquei desviando os olhos da boca dela. Ou não resistiria. Meu mantra era "é perigoso estourar os pontos", ''Não se empolga''..
--Cê é tão linda, Avatí. - Falou tímidamente, não entrando na ''brincadeira''. Me olhava encantada. Sorri. Era tão gostoso ficar 'só nós'.
Contornou meus lábios com um polegar, segurando meu queixo e com a outra mão segurava minha cintura suavemente. Seus lábios foram se aproximando dos meus.. ELA me beijou. A deixei me guiar em um delicioso e doce beijo. Se me empolguei? Não muito, sou super controlada. Nossas línguas começaram a dançar juntas. Meu coração estava disparado. Yaya apertou minha cintura, quase fundindo nossos corpos. ("Quase cheguei lá.") Notei que ela também estava com vontade, logo, perdi o controle. Minha mão já estava adentrando sua camiseta.. Senti o curativo, mas continuei.
De repente, o telefone do quarto começou a tocar sem parar. (Era muito frustrante isso. Sério. Toda vez!) Nos desgrudamos super ofegantes. Esperei a respiração normalizar e fui atender. Era da recepção informando que Carmen havia deixado algumas coisas para nós.
Enquanto Raíra foi para o chuveiro, vieram entregar uma mala pequena, uma sacola de papel e um bilhete de Carmen dizendo apenas "Aproveite!". Já abri com certo receio.
Posso dizer que, haviam poucas peças de roupas "aproveitáveis". Mini camisola, micro shorts, lingeries, acessórios eróticos e o endereço de um "Motel VIP". Carmen não tem jeito! Logo liguei para ela.
--Sua louca! Para quê tudo isso? -- Perguntei rindo assim que ela atendeu.
--Para vocês aproveitarem.. e muito!! Tem acessórios de tamanhos e formatos diferentes, você viu?- Gargalhou.
--Ainda não é o momento Car. Perdeu dinheiro.
--Fala sério, Mih. Só um presentinho pra você. Sei bem o fogo que tem aí ''embaixo". E a Pocahontas nova desse jeito, os hormônios devem estar fervilh..
--Raíra ainda é virgem, Car. Quero que seja bem especial e inesquecível para ela. Sabe? Tipo naquele filme que assistimos: pétalas, flores, aromas e velas.
--Você e essas idéias. Quantos anos ela tem mesmo?
--Vai fazer 19.. e é super tímida.
--Linda, corpão, virgem, super nova com os hormônios fervilhando e vocês sozinhas em um quarto de hotel com vários acessórios disponíveis. Vai deixar passar, Mih? --Provocou.
--Bom, apesar de tudo isso eu consigo me controlar perfeitamente, Car. E.. e.. - Não consegui terminar a frase, só ouvia a voz de Carmen me chamando longe.
"--Mih? Mih? MICAELLA??"
Joguei o celular de lado e contemplei a (nua, molhada e deliciosamente perfeita) mulher que vinha em minha direção. Só quando Raíra se aproximou bem, notei que havia um pouco de espuma pelo seu (muito belo) corpo e tinha os olhos bem fechados.
--Cê pode me ajudar, Avatí? Meus olhos tão ardendo e a água está muito quente.
--Uhum. - Foi a única coisa que consegui dizer. Foquei no rosto dela. Era simples, só tirar a espuma dos olhos dela, ajustar o chuveiro e sair sem olhar para mais nada. Simples.
Ela abriu um pouco os olhos que estavam cheios de lágrimas, avermelhados e em um verde reluzente, lindo! Assoprei e não adiantou, claro. A levei para o box do chuveiro, ajustei a temperatura, a conduzi um pouco para dentro, joguei um pouco d'água em seus olhos e funcionou.
Yaya sorriu lindamente quando olhou minha roupa toda molhada. Enfim, sorriu "daquele jeito" mostrando os dentes perfeitos e a covinha da bochecha tão pertinho.. pra mim!!
--Brigada, Avatí. - Não tinha como não sorrir também. E se apaixonar..
--Não há de que, Senhorita! - Respondi e já fui saindo, senão faria besteira.
Yaya surpreendeu ao me puxar de volta para.. jogar água em mim. Iniciamos uma guerrinha de água dando muitas risadas.
Aproveitei o momento em que ela parou para tomar fôlego e comecei a tirar minhas roupas. Ela me fitou com um olhar que não consegui decifrar, a princípio. Quando comecei tirar a lingerie, Raíra mordeu seu lábio inferior involuntáriamente e apertou as pernas contraindo o abdômen. Sorri internamente, ela ficou desconcertada e desviou o olhar quando notou que eu a observava. (Não preciso dizer que eu estava super, hiper, mega excitada, né? Eu não estava pensando direito).
--Yaya?! Tudo bem? - Perguntei me aproximando. Queria provocá-la.
--Sim. - Foi só o que ela respondeu sem me olhar. Virou de costas. Sorri com esse jeitinho dela. Jamais havia ficado com alguém assim tão tímida. Seus cabelos desciam pelas costas junto com a água.
Me aproximei lentamente, vi sua respiração suspender, afastei seus cabelos e beijei sua nuca.
--Avatí.. --Sussurou. A virei para mim. Seus olhos estavam escuros.
A abracei colando nossos corpos molhados. Yaya pousou suas mãos em minhas costas, nos encaramos. Nossos lábios se atraíram rapidamente com todo desejo acumulado. Tentei lembrar o mantra (os pontos, os pontos.. ), mas não consegui.. sentindo o corpo dela arrepiando, e, minhas mãos deslizavam tão bem em seu corpo molhado. Ela estava tão "solta".
A encostei na parede, descendo o beijo pelo pescoço, minhas mãos passeavam por seu corpo.. seus seios eriçados. Pequenos suspiros. Fui beijando cada pedacinho até abocanhar primeiro um, depois o outro seio. Yaya tentava conter os gemidos, mas alguns escapavam baixinhos.
Fiz o caminho inverso até sua boca, minhas mãos massageavam os seios, descendo pelo abdômen e tomando cuidado com os pontos. (Que por "mágica" já pareciam bem cicatrizados)
Segui o percurso exploratório pelo país das maravilhas, parei no início da virilha, procurei seus olhos para ver se estava gostando, mas sua cabeça estava meio inclinada para trás, olhos fechados e mordendo os lábios tentando conter os gemidos (Entendi como um ''adorando, prossiga''). Juro que ainda pensei "se não era melhor só ficar acariciando por cima mesmo", até que.. seu quadril começou a movimentar involuntariamente em direção a minha mão, (por puro reflexo) senti o quanto ela estava molhada, gem*mos juntas. Um "flash de consciência" veio em minha mente, me mandando parar (eu ia obedecer), mas Yaya me puxou para um beijo ''quente'' que me fez esquecer 'pontos', consciência, o tempo.. me fez esquecer até o plano astral em que estávamos. Minhas mãos sabiam perfeitamente o que fazer, Yaya confirmava isso se contorcendo e arranhando minhas costas. Continuei a massagem "exploratória" sem a penetrar, ela mal conseguia me beijar, tentava me afastar e me puxar ao mesmo tempo. Aumentei o ritmo.
--Ava.. tí! --Nã.. o.. a..guen... - Soltou um gemido forte, abafado com uma bela mordida em meu ombro. Os espasmos involuntários, a senti "molinha". (Sei que deveria ter esperado, preparado um lugar.. um momento, mas.. Não deu!) A abracei, tentando normalizar a respiração até ela se recuperar. Senti o líquido entre suas pernas, não resisti e lambi meus dedos (delícia), a beijei em seguida. A euforia que sentia dentro de mim foi indescritível. Parecia estar flutuando nas nuvens, eu aproveitando e amando cada segundo e Raíra entrando no processo de análise/vergonha do ocorrido.
Ficamos embaixo do chuveiro trocando carícias, Yaya parecia mais encabulada e mais linda que o normal.. pra mim. Terminamos o banho sem trocar uma palavra, comecei a me sentir mal com o clima, meio receosa. Quando Yaya sentou na beirada da cama de costas pra mim, piorou a sensação. Me aproximei e ajoelhei de frente pra ela.
--Yaya? O que houve? Não gostou? - Ela olhava para o lado. --Pode me dizer, eu.. --Engoli em seco. --Eu não vou ficar chateada. Eu.. ? Olha pra mim, por favor. - Me bateu certo desespero. Pra mim foi perfeito, mas poderia ser que pra ela.. Não!
Raíra virou, segurou meu queixo e me deu um beijo que.. Bah, perdi até às estribeiras. Me fez levantar, me abraçou docemente e sussurrou.
--Foi maravilhoso, Avatí! --Suspirou. --Desculpa. Não sei como reagir a isso..
--Fala comigo, meu Anjo. Diz o que sente, tenta, mas fala. --Ela assentiu.
--Cê me deixa com mais vergonha.. pensativa. --Fez uma pausa me olhando. --Foi perfeito... Cê é perfeita, Avatí. -Que gracinha, Senhor! Ainda me deu um selinho, sorriu sem jeito completando com um quase inaudível. --Amo você, Avatí!
Se eu me emocionei? Ou chorei? (Muito. Yaya, sempre me surpreende.) Rolaram algumas lágrimas. u.u
--Eu também Te Amo, muito. - Voltei a beijá-la.
Ainda estávamos com roupão quando o beijo ficou bem, bem mais quente. Assim que abri seu roupão, o telefone começou a tocar (Voltamos a rotina das interrupções). Com muito esforço me afastei e fui até a sala atender.
-- Yasmin Silvania Albuquerque de Moura e Melo está aqui dizendo que é advogada da Senhorita Raíra e deseja vê-la. A srtª autoriza? - Minha Mãe adora brincar assim, fingindo que nossa relação é estritamente profissional. Já me tirou de algumas encrencas dessa forma. Autorizei e fui me vestir.
Passando pela varanda deslumbrei Raíra sentada igual "índio" na sacada, seus cabelos super escuros esvoassavam para trás. Uma cena linda e aterrorizante (tenho pavor de altura). Não sabia se gritava, contemplava mais ou se puxava ela de lá. Cheguei mais próxima um pouco. Yaya que tinha os olhos fechados, virou-se para mim e os abriu os olhos junto com um lindo sorriso.
--Raíra, meu Anjo! O que está fazendo aí em cima? É perigoso.. - Fui interrompida por batidinhas melódicas conhecidas na porta. --É minha Mãe, preciso terminar de me vestir.. quer dizer, precisamos. - Assim que Yaya desceu, notei que estava só de sutiã e shorts, já havia feito os curativos perfeitamente. A puxei para dentro, dei uma regata e ela foi abrir a porta. E eu terminar de me arrumar no quarto.
* * * *
Fim do capítulo
Espero que estejam gostando..
Continua..
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