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A sombra do tempo por brinamiranda

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Palavras: 4384
Acessos: 1282   |  Postado em: 21/10/2020

Capitulo 6 - Elegia

São Paulo, 12 de junho de 2009

       Aproveitando que a mãe havia tirado umas férias para visitar uns parentes em São Joaquim, Isadora seguiu a indicação de um amigo e viajou a São Paulo, queria fazer um curso de canto.

       A ruiva estava animada quando interfonou avisando sua chegada, subindo logo após liberarem a sua entrada. Quando a professora abriu a porta do amplo apartamento, Isadora estava agachada, tinha derrubado a necessaire com todas as maquiagens da bolsa e estava tentando junta-las, a professora sorriu e agachou para ajudar, meses depois comentavam entre risos que pareceu uma cena de filme, Isa subiu os olhos encontrando os da professora, e quando resolveram pegar o mesmo batom os dedos se encostam rapidamente e de uma maneira muito rápida, mas, o suficiente para Isadora sentir um arrepio, os segundos passaram lentamente até que resolveram levantar juntas, acontecendo um novo esbarrão de forma que as bocas se encontraram dessa vez.

- Nossa, esbarramos de novo...bom, ainda não deu tempo de me apresentar, prazer, Jade Bittencourt.

       Isadora parou por longos segundos, olhando hipnotizada a beleza da sua professora de canto, extasiada pelo efeito do leve roçar de lábios, fazia muitos anos que não sentia nada igual. Jade era realmente uma linda mulher, o corpo era longilíneo e cheio de curvas, os cabelos bastante cacheados caiam até a altura dos ombros, castanhos com algumas mechas douradas, e a pele morena mais parecia ter um leve tom de dourado, os olhos cor de mel eram bem claros, o que dava um leve olhar agateado, e pareciam duas estrelas de tanto que brilhavam no rosto anguloso e ao mesmo tempo delicado. A boca bem delineada, esboçava um sorriso que era doce e ao mesmo tempo provocante, a voz envolvente, estava entre o suave e o forte, com uma textura rouca que atiçava os sentidos e a imaginação, os seios tinham algumas sardas que também atiçavam sua vontade. Era visível o encantamento de Isadora, Jade ficou parada na entrada diante da reação da aluna, para logo depois encostar delicadamente a mão no ombro de Isadora.

- Oi?, vamos entrar?.

       Alguns alunos, como Isadora, que vinha por indicação de um grande amigo, ficavam hospedados no espaçoso duplex, geralmente no andar de cima, onde Jade montara um simpático estúdio com as paredes a prova de acústica. Mas dessa a professora vez resolveu fazer diferente, e acomodou sua aluna em um quarto ao lado do seu, após a Isa guardar a mala, seguiram juntas até a farta mesa de café da manhã.

- Então, o que traz uma policial a Sampa para aula de canto?. Alguma nova estratégia da Polícia Civil do Paraná?.

       Eu estou aqui porque precisava conhecer essa gata deliciosa. Pensou Isadora, mas, jamais responderia dessa maneira.

- Ah, eu sei tocar violão, mas, não sei cantar muito bem, e o Emanuel me falou tão bem de você que resolvi conferir suas aulas nesses dias que tirei de folga, sei que não vou sair uma Elis Regina, mas, posso melhorar, não é?.

        Jade esperou que a aluna terminasse de comer, sorriu e estendeu a mão dizendo "vem aqui". Isadora sentiu o velho arrepio na coluna, passou as mãos suadas na calça e foi caminhando atrás da professora "nossa, eu não sou desse tipo, mas, que mulher gostosa e que bundinha é essa?".

       A professora sentou delicadamente ao piano, convidando Isadora a sentar ao lado, passando o braço por trás das costas da aluna, roçando rapidamente os seios no seu ombro, foi rápido, só o tempo de buscar uma partitura que estava em cima de um banco com um livro e um caderno pautado para músicas, mas, foi o suficiente para o corpo de Isa responder ao toque, Jade sorriu e fez o mesmo ritual, buscando desta vez os óculos de armação de oncinha que repousava no banco, olhou de forma sutil a aluna embevecida e como se não estivesse entendendo nada começou a cantar.

- É, só eu sei, quanto amor, eu guardei sem saber....

       A professora parou de cantar do meio da frase, virou seu corpo em direção a aluna e perguntou:

- Sabe a letra dessa música, Isadora?.

       Sabendo da atração que despertava, abriu um enorme sorriso, e após o sussurrado sim, voltou a cantar.

- Sem saber que era só pra você...

       A parou a música outra vez, olhou novamente a aluna e falou de forma sedutora, apesar da frase ser extremamente banal.

- Agora, continue de onde parei Isa.

- O quê?.

- A música, cante de onde parei...

       Ai meu Deus, o que estou fazendo? não consigo reagir bem ao lado dessa mulher, estou parecendo uma retardada, como nunca antes.

       Mesmo assim, Isadora sorriu e continuou a música.

- É, só tinha de ser com você, havia de ser pra você...

       E continuaram o dueto, trocando olhares e sorrisos, ao fim da música Jade aplaude.

- Você canta bem, só precisa aprender a respirar melhor, e ficar menos tensa ao cantar, mas, tem uma voz muito bonita.

       Assim, entre conversas e partituras, passam quatro dias inteiros juntas, em um clima de cumplicidade, pareciam se conhecer há anos, tamanha coincidências de gostos, pensamentos e energia. As risadas eram melódicas, únicas e cúmplices, pareciam que estavam no mesmo compasso, a música de fundo escolhida por Jade como trilha sonora para todos os momentos pareciam perfeitas, e enquanto a professora cantava, Isadora sonhava com seus beijos, tinha vontade de beija-la por inteiro, a começar pela delicada flor de lótus tatuada que lhe enfeitava o pescoço.

       No fim da tarde, a fome veio, e Jade resolveu preparar um rápido e gostoso fondue

- Está frio, vou preparar um fondue de queijo, gosta?, desculpe se gostar de carne, mas, não como carne, se quiser, peço que prepare, sempre compro um pouco porque as pessoas não são obrigadas a seguir o que gosto.

- Não, de queijo está ótimo.

       Enquanto isso, Jade cortava os queijos em quadradinhos perfeitos...

- E então Isadora, você tem alguém especial no Paraná para cantar todas as músicas que vai ensaiar nesses dias?.

       Mas, pra quê remexer no meu passado?, eu devo falar ou não?, será que ela só quer saber se sou gay?.

       Divagou uma coisa, mas, respondeu de forma casual.

- Não, na verdade estou solteira faz tempo, bem solteira mesmo...

       Jade colocou a faca em cima da mesa, olhou os queijos já cortados em uma quantidade suficiente e com o olhar penetrante falou como se fosse apenas uma constatação acerca de alguém que conhecia há muito mais tempo do que a quatro dias.

- Está solteira por decisão sua tenho certeza, porque esse seu jeito doce e tímido ao mesmo tempo deve despertar várias emoções nos corações paranaenses. Sabe o que sinto?, você sempre está ávida e carente, percebi esse detalhe no primeiro dia.

       Antes que Isadora respondesse, Jade mudou rapidamente de assunto, deixando a aluna sem saber o que dizer e sem ar.

- Você tem mãos compridas Isadora, podia aprender piano, acredite, ia te ajudar bastante a não semitonar...

       Após o término da frase, Jade se aproximou, descansou a mão macia e comprida em Isadora e olhando profundamente em seus olhos, falou.

- Isa, já tentou pedir uma amor ao universo?, acho que isso é muito importante para você.

       Falou e mergulhou um espeto com um pãozinho no fondue de queijo, entregando a aluna a seguir, como se nada tivesse falado.

       Na cabeça de Isadora afloravam perguntas sem respostas definitivas: o que ela quer comigo?, será que quer que eu tome a iniciativa?,  será que tudo é só um joguinho de sedução?, devo beijá-la?, devo esperar?. Não sei o que fazer, essa é a minha maior verdade...

       Jade ia mergulhando os pedacinhos de pão e de torradas na mistura de queijos que borbulhava tanto quanto os pensamentos de Isadora e iam comendo juntas enquanto conversavam, a seguir a professora serviu o vinho, passando a desnudar a beleza de Isadora, com o passar  do tempo e das taças, um leve tom rosa se fez presente em seu rosto.

       Ai céus, Jade está excitada, ou será apenas o vinho?, será que este é o meu momento de avançar?, se bem que ela não falou nada de concreto...não...pensando bem, vou esperar mais um pouquinho, vai que estou entendendo tudo errado?.

       Ao fim do fondue, Jade sentou em frente a Isadora, avisando que não podia passar das taças que havia tomado, pois já tinha marcado um compromisso para logo mais, sorriu perguntando se Isadora ia querer uma carona para encontrar algum conhecido, ou se ia preferir esperar em casa mesmo.

- Só quero que fique à vontade, Isa...

       Isa, as vezes ela me chama de Isa...agora...com quem ela vai sair?, não devo perguntar, é claro.

       Sem esperar nenhuma resposta, Jade pediu licença, saindo para se arrumar, voltou após o banho enrolada em uma toalha, e encontrou Isadora deitada no sofá, a ruiva fechara os olhos, pensando nos últimos acontecimentos, mas, acabou dormindo. Jade tentou não fazer barulho, saindo em seguida para trocar de roupa.

       Quando Isadora acordou, bocejou e abriu preguiçosamente os olhos verdes, sorrindo ao ver Jade em sua frente, ela estava linda com um vestido indiano, curto na frente e mais comprido atrás, estava com uma sandália de couro com salto anabela, a maquiagem bem leve realçava os olhos claros e a boca delineada, o perfume era suave e marcante, daqueles para virar uma memória olfativa.

       Nossa, como ela é linda e atraente, e como esse perfume combina perfeitamente com sua pele.

       Antes de pegar a chave do carro, Jade se despede encostando os lábios rapidamente na boca de Isadora, que não consegue ficar calada dessa vez.

- Jade, se você me beijar assim de novo, vou te arrastar para o quarto.

       Apesar do sorriso convidativo, Jade seguiu até a porta, deu uma última olhada na aluna e soltou um rápido até mais tarde, deixando seu perfume inebriante e milhares de sonhos e desejos despertados em sua aluna, sabia do poder de sedução que tinha, e sabia exatamente o que fazer nessas situações.

       Não precisa dizer que a policial ficou de prontidão, mantendo-se desperta quase a noite inteira, aguardando como um cachorrinho à espera de seu dono querendo um petisco, mas, as horas passavam e acordou adormecendo em algum momento.

       Jade acordou as 8h, tomou banho, trocou de roupa e a seguir bateu na porta de Isadora, convidando para tomar o café, a temperatura tinha subido, por isso Jade usava um short branco colado, contrastando com as pernas morenas e bem torneadas, enquanto uma blusa amarela, caia de um lado, deixando o ombro à mostra.

       Tomaram café calmamente enquanto conversavam, logo depois seguiram até a sala de música, Jade sorriu, pegou o violão e dedilhou "Elegia", de Caetano Veloso, os olhos cor de mel brilhavam com os raios de sol que entravam pela janela, e a professora olhava de maneira firme e convidativa para Isadora, que já tinha esquecido que praticamente passara a noite toda de prontidão à sua espera. Quando Jade passou a tocar "O meu amor" de Chico Buarque, a ruiva levantou da cadeira, convencida que aquela cena pedia um beijo, nem que fosse para ser empurrada depois. Estava quase beijando Jade quando o interfone tocou.

- Com licença, deve ser o André.

- André?

- Sim, meu ex noivo, ele veio se despedir, André vai passar dois anos na Inglaterra, saímos ontem para jantar e nos despedir, hoje ele veio apenas para dar um abraço, com licença...

       Antes de se dirigir à porta, Jade sentou ao lado de Isadora, que sentiu seu hálito pertinho e suspirou mais alto do que achou que deveria, a professora se aproximou ainda mais, estavam tão próximas que  a ruiva sentia que salivava de desejo com toda aquela proximidade, ainda mais que a professora revezava o olhar, da boca para os olhos de Isadora, que estava à espera do beijo que não foi concretizado, Jade apenas aproximou a boca dos ouvidos de Isadora, com seu forte sotaque paulistano.

- Prometo que vou recompensar a noite que passou acordada me esperando.

- Como sabe?.

- Olheiras querida.

       Após uma risadinha melódica, seguiu até a porta, Isadora não viu o rapaz, mas, ficou atenta escutando as palavras de despedida, pelo que havia percebido a relação tinha naufragado antes da viagem, e Jade seguia solteira, e esse pensamento fez com que sorrisse.

       Quando a professora retornou, seguindo a sala de música, o assunto já era outro.

- Então, o que gosta de ouvir, além de MPB?

- De tudo um pouco, pop, rock, clássico, fado, música francesa e italiana.

       Jade sentou-se ao piano, enquanto olhava para Isadora.

"Oh mondo, soltando adesso lo ti guardo. Nel tuo silenzio io mi perdo. E sono niente acanto a te..."

- Minha avó materna era italiana, tão logo criei esse estúdio fui a um numerólogo e fui avisada que deveria usar o Bittencourt ao invés do Butler, que é o meu sobrenome paterno.

       Isadora estava hipnotizada, já ia em direção a Jade para beijá-la quando novamente foi interrompida, dessa vez pela chegada de Ariel, que se declarava "secretário de Jade para assunto aleatórios". O jovem transexual vivia a cerca de três anos com a professora, fora trazido por um amigo para aprender canto e foi ficando, estava ali desde o início da sua transição, fazendo um pouco de tudo e gostava tanto da casa de Jade que mal saia de férias.

- Oi Jade, já cheguei de viagem, e vim direto pra cá, você vai querer almoçar o que?...opa, desculpa não sabia que estava com companhia.

- Ariel, essa é Isadora, minha aluna.

- Nossa, que linda, muito prazer...Ariel.

- Olá...

       Jade olhou para o alto sem responder Ariel, antes, passou suavemente a mão pelo braço de Isadora e perguntou.

- Isa, você tem alergia a camarão?.

- Não, eu adoro camarão, se tivesse alergia ficaria toda empelotada, mas, comeria. Hahahahah.

       Jade sorriu, olhou para Ariel e deu uma piscadinha para falar.

- Meu querido, é muito bom tê-lo de volta, você pode preparar aquele camarão delicioso que só você sabe fazer?, aquele no coco verde.

- Claro Jade, é um dia especial?, você só pede esse prato para comemorar algo.

       Ariel nem esperou a resposta, saiu rindo baixinho, enquanto pensava consigo....Eu sabia que Jade era do babado, ela disse que jamais, mas, eu sinto o cheiro de longe, nem vou dizer nada para não atrapalhar o clima de romance.

       Após o almoço as duas descansavam em sofás pareados, as cortinas fechadas impediam que o sol entrasse, deixando um clima de aconchego. Jade adormeceu rapidamente, acordando com a presença e o cheiro de Isadora invadindo os sentidos, sentiu que a mão de sua aluna era suave e passeava em seus cabelos e rosto.

       Jade esboçou um sorriso, e depois falou sem abrir os olhos.

- Você costuma seduzir pessoas dormindo?.

       Após abrir os enormes olhos agateados, Jade puxou Isadora pelo pescoço, falando quase sussurrado em seu ouvido.

- O que espera disso tudo?.

Isadora gem*u baixinho, e só conseguiu dizer.

- Eu...eu não sei, não consigo definir o que sinto além dessa atração irresistível só de te olhar.

       A professora se aproximou ainda mais de sua aluna, estava atraída pelo clima que envolvia as duas desde o começo, mas, quando estava perto de concretizar o beijo esperado, lembrou que nunca havia tocado o corpo de uma mulher e sabia muito bem que Isadora estava ansiosa pelo depois, tremeu e se apavorou diante do inesperado, apesar de tudo o que estava sentindo, só havia beijado Júlia, uma amiga de escola em um carnaval qualquer, e, apesar de ainda se excitar com a imagem de duas colombinas ávidas de desejo, dentro do apertado banheiro de um clube, se beijando famintas, com as línguas e mãos se conhecendo, também, não esquecia o empurrão que deu na amiga, acabando assim, o desejo e a amizade.

       Jade suspirou alto, pensando a seguir.

       Nossa, tenho que dar um jeito de fugir dessa situação, preciso me centrar, dar um tempo daqui de casa até estar preparada, não sei como agir, sinceramente...precisava de um tempo a mais para pensar, e Isadora não está me deixando refletir.

       Isadora segurou o rosto de Jade, que delicadamente afastou suas mãos, fugindo da aproximação, logo após respirou fundo e falou da forma mais educada que conseguiu.

- Cuidado moça, você se apaixona com muita facilidade, proteja mais o seu coração, ok?.

       Jade deixou no ar um tímido sorriso e saiu, avisando que ia tomar banho e sairia para um dia cheio, tinha muitas compras a fazer para casa, e portanto, só voltaria mais tarde. Dito isso, um silêncio incômodo se fez presente.

       Isadora ficou sem nada entender, perguntando se havia feito algo errado, mas, no fundo, sabia que não, tudo estava fluindo, não tinha sido invasiva, nem inconveniente, então, onde tinha falhado para ser rejeitada?, tinha certeza que Jade sentia o mesmo, dava para ver nos seus olhos, em suas reações, então, cruzou os braços pensando mais um pouco e lembrou que Jade tinha um noivo e constatou, claro, ela nunca tinha amado uma mulher, e em um lampejo lembrou dos olhos cor de mel assustados com seu próprio desejo, a respiração ofegante, que agora entendia não ser apenas de vontade, era também de medo.

       No chuveiro, enquanto pensava em Isadora, sentia sua excitação e todos os seus receio pulsarem juntos dentro do peito.

       Meu Deus, o que vou fazer?, eu seduzi, eu quis que acontecesse, eu sabia o que estava fazendo, em cada atitude, mas, como vou satisfazer uma mulher experiente como ela ?, e se ela não gostar? nunca mais beijei mulher nenhuma depois de Júlia, aos dezesseis, quem olha diz que sou uma mulher forte e sedutora, sim...eu sei usar meu charme, mas, tenho as minhas inseguranças, por outro lado, será que não estou perdendo a oportunidade de viver um amor?, sim, porque nunca amei André, nem no começo, era mais um costume, ele sempre esteve comigo, sei lá, era família, e sex* com ele era sempre tedioso, nem permiti que rolasse nada depois do jantar de despedida, e agora?.

       Jade estava de costas para a porta, com as mãos encostadas na parede do box, a água morna descendo no corpo, o pensamento longe, quando sentiu que não estava mais sozinha, desde que desmaiara no banheiro no ano passado, tinha o hábito de tomar banho com as portas destrancadas, todos sabiam disso, inclusive Isadora. Quando voltou os olhos em direção a porta, a ruiva estava lá, nua, os enormes cabelos vermelhos soltos, os olhos verdes a olhavam com carinho e desejo.

- Jade, você tem um minuto para me mandar embora desse banheiro, e dessa vez, nunca mais vou te importunar, mas, se continuar calada, vou até ai e fazer o que quero e o que sei que você também quer, só, se deixe levar, o ser humano também é instinto meu bem.

       Jade sorriu e pensou "é, sempre fui boa em siga o mestre".

       Assim, como combinado, um rápido silêncio ecoou no banheiro por um minuto, para logo depois caminharem em direção ao vidro do box, cada uma do seu lado, até se aproximarem, palma contra palma, os dedos desenhando em conjunto um pequeno coração, até um beijo brotar por trás do box de vidro. Jade abriu a porta, com a emoção não deu tempo para as palavras, estava encantada com o seu desejo, com seu sex* pulsando de vontade de ser tocada, e com a beleza de Isadora, e, por fim se deixou beijar e ser acariciada, enquanto gemia com a água morna e a boca de Isadora escorrendo pelo corpo, se sentia realizada com o prazer que lhe era proporcionado, nunca sentira nem de longe algo tão intenso e gostoso, sentia que a ruiva explorava cada pedacinho seu, e apenas se deixava levar, feliz e satisfeita.

       Após o banho, passaram o dia entre os lençóis, já se conheciam por pensamentos e pelas músicas, agora era hora dos corpos se conhecerem melhor, nessa primeira vez, Jade tinha sido amada várias vezes, mas, também queria dar prazer, em dado momento sentiu que estava confiante, estavam deitadas de conchinha, mas, queria muito mais, virou Isadora, sentando rapidamente em cima de suas coxas, o sex* estava molhado e desejoso, queria sentir o corpo de Isadora tremendo de prazer, exatamente como ela sentia a cada toque, tentando não pensar muito, deixou se guiar pelo desejo, fazendo com que sua boca passasse a conhecer o corpo da ruiva, a boca descia pelo pescoço, marcando todo o caminho com sua saliva, até chegar nos seios brancos, sentindo o peito de Isadora arquejar com o contato de sua língua, que deslizava em um mamilo, enquanto acariciava o outro seio com a mão, Isadora gemia forte, sinal que devia continuar, e cada vez que descia, percorria todo o caminho com a língua quente, até chegar na virilha, sentindo que estava no caminho certo. Sem poder mais esperar, Isadora levou o delicado rosto de Jade até a entrada do seu sex*, que olhou admirada, com os lábios que se abriam esperando por seus toque, mais pareciam pétalas de uma orquídea rosa, de onde vertia um delicado sumo, que lhe era oferecido, Jade a segurou forte pelas nádegas, até beber cuidadosamente o que estava sendo entregue, com muito cuidado desceu a língua exatamente como gostava que fosse feito em si, até chegar no pequeno grânulo, provando o prazer que gostaria de proporcionar, enfim, sabia como uma mulher gostava de ser tocada, e junto com a língua desceu os suaves dedos, tentando eternizar o prazer, até sentir o forte orgasmo de Isadora, e só assim, subiu pelo corpo amolecido pelo gozo, e encontrou sua boca, terminando em um suave beijo. 

       A semana voou rapidamente, sem muitas aulas de música, é verdade, mas, com muito amor e cumplicidade. Após se amarem mais uma vez, estavam abraçadas, curtindo o calor dos corpos, quando Jade pegou o controle da televisão, "vamos ver as notícias, vai que começou a III Guerra Mundial?", riu gostosamente, se aconchegando novamente no corpo da ruiva, passando a zapear os canais até chegar ao Jornal Brasil, com as principais notícias do país.

- A Polícia Civil do Paraná prendeu essa manhã Hannah Carolina Frota Jaboti Nicolau e André Alvim Nicolau, ambos são acusados da morte da menina Inessa Viegas Nicolau, filha do primeiro casamento de André.

- Meu Deus do céu, o que a Hannah fez?. - Gritou uma assustada Isadora, olhando a notícia com os enormes olhos verdes já cheios de lágrimas para Jade, que a envolveu em um doce abraço.

- Calma amor, quem é essa?, uma ex namorada?

- Não, é uma ex colega da faculdade, fomos muito amigas.

       Após contar a história de Hannah, Isadora não teve mais pique para nada, não conseguia se animar, nem mesmo para fazer amor, estava chocada e querendo entender o que motivou Hannah a matar uma criança de sete anos.

       Jade tentou ajudar da melhor forma, preparou todos os lanches possíveis, tocou piano, violão e disse tudo o que Isadora mais gostava de ouvir, parecia que nada adiantava, apenas no final do segundo dia tudo normalizou, e voltaram a se amar e a sentir o doce sabor da paixão, Isadora deixou a história de Hannah para depois, assim que voltasse a delegacia descobriria o que de fato tinha acontecido, preferiu curtir o "agora' e o tempo que lhe restava com a Jade, que a tinha superado na arte de amar e a todo instante queria inovar com outras formas de dar prazer, a cada dia estava melhor, mais intensa e apaixonada.

       Com o fim das férias, as duas se despediram na casa de Jade, optaram por não se despedir no aeroporto, pois seria muito mais difícil. Com lágrimas nos olhos das duas, trocaram um suave beijo, e deixaram a relação ao sabor do tempo, apesar de combinarem de dar continuidade ao namoro, mesmo à distância, não sabiam como seria o depois, quando a realidade empurrasse o pé na porta, deixando aqueles dias oníricos para trás, só tinham algo em mente e combinado, dessa vez, Jade iria ao encontro em Curitiba.

       No táxi a caminho do aeroporto, Isadora sentiu os olhos molhados, estava gostando de sentir o coração preso a alguém, e a cada lembrança, uma lágrima escorria, não queria perder a metade que faltava para se sentir inteira, mas, sentia que de alguma forma, Jade sempre estaria ao seu lado.

        O voo foi rápido e tranquilo, estava no aeroporto em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, e após buscar a mala, esperava ansiosamente por Samantha, amiga e antropóloga da polícia que viria buscá-la. Quando se deu conta que a amiga estava mais do que atrasada, suspirou irritada pensando, só pode estar com a Delegada, as duas pensam que ninguém percebe. Mal terminou o pensamento, e enquanto olhou o relógio, quase foi derrubada por duas gêmeas idênticas de mais ou menos três anos que esbarraram em suas pernas, uma levantava os bracinhos, enquanto a outra gritava "pá pá pá...peguei três", e ambas riam alto voltando a correr, atrás  de si ouviu o barulho do salto alto e uma voz feminina que agora gritava "Paola e Donatela, esperem a mamãe".

Fim do capítulo


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Comentários para 6 - Capitulo 6 - Elegia:
Andreia
Andreia

Em: 12/12/2020

Eu acho que é Vivian medica que fez parto de Isadora no caso da Mel o nome que medica deu durante um mês que ficou cuidando dela. Porque a médica disse que não seria um adeus e sim um até logo que elas iriam se encontrar ainda é o que acho.

Vamos ver quem é então

Bms

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florakferraro
florakferraro

Em: 22/11/2020

Ah, é tão bonita a história dessas duas. Acho um casal bem bacana, espero que terminem juntas.

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brinamiranda
brinamiranda Autora da história

Em: 28/10/2020

Jade é um refresco para Isadora depois de tudo o que ela passou...

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Rain
Rain

Em: 21/10/2020

Olá!

Isa toda apaixonada pela Jade, espero que der certo. E que será essa mulher mãe das gêmeas? Hummm...


Resposta do autor: Simmmm, Jade deu trabalho até ser capturada definitivamente pelo coração, amanhã vamos descobrir quem é a mãe das gêmeas...yeahhhh...espero que curta.

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