Capitulo 10- Jhennyffer Rose
Saindo da praia, Jhenny foi para sua casa. Ficou triste com o episódio, mas também estava numa felicidade tamanha que transmitia uma paz incalculável.
Chegando em seu recinto, Rose começou a pensar na sua infância sofrida. Cercada de preconceito, racismo e ademais temas medíocres que na sociedade imperam.
Quando criança, a desigualdade social a fez a tomar uma decisão definitiva. Abandonou tudo para se dedicar somente aos estudos com o sonho de entrar para uma faculdade. O bairro em que era morava era muito perigoso, e as condições temáticas poderiam fazê-la perder o foco.
Ela sobrevive numa sociedade consumista, imoral e avançada onde a mídia é a principal responsável pela a alienação, faz uma ligação de uma necessidade material absurda.
Este é um alarme para que a sociedade boicote essa glamorização da ignorância que reflete na realidade atual. Assim, ela notou uma influência significativa da mídia na sociedade, onde se caracteriza o modelo de cidadão como aquele que tem roupas de boas marcas, carros novos e outros bens que estão longe da realidade econômica da maior parte dos brasileiros, inclusive da dela.
A falta de investimento do governo na sociedade para permitir o cidadão a recorrer a meios mais humanos para a sobrevivência é outro agente que gera violência, pois ela tinha em mente que com um investimento pesado na educação, na infraestrutura do país e radicais reformas tributárias e agrárias seria mais fácil a sobrevivência de inúmeras pessoas.
Essa situação fez com que muitos do seu bairro não tivessem perspectiva para um futuro promissor. Aliado a uma enorme educação familiar que passa de geração para geração, pois a grande maioria daquele local recebeu orientação de violência.
Então ela decidiu estudar e ingressar numa faculdade. Passava madrugadas estudando. Olhando as ratazanas correndo em seu quintal.
Conseguiu o que tanto desejava. E ficou extremamente feliz com a notícia. Fez amizades, e foi muito apaixonada por Natila Kindow. Mas a vida deu uma reviravolta e ela encontrou Nathália Lorraine. As duas estavam apaixonadas.
Depois dessas lembranças, Jhenny fez uma chamada de vídeo para sua namorada.
Nathália era surda, e como a Jhenny sabia alguns sinais a comunicação entre elas ficou fácil. Elas trocaram sinais de romance, se despediram e foram dormir.
Numa manhã fria, e o ar-condicionado ligado ao máximo na sala de aula, Natila vistoriou a classe minimamente à procura da Belle, e percebeu sua ausência. Ficou cabisbaixa, pois concluiu que, ou tinha acontecido algo grave, ou ela ainda estava zangada.
Saindo da sala, Nati e Jhenny conversam no corredor, e trazida pelo vento, a namorada de Rose surgiu cheia de paixão. Enfim, as duas paixões de Jhenny foram apresentadas. Em meio às conversas, a atual crush teve que ir embora. Então Jhenny perguntou:
J – Natila, o que você vai fazer agora?
N – Vou para casa. Botar as matérias em dias. E você?
J – Também vou para meu apê, mas não irei estudar e sim fazer uma pequena social. Vamos?
N – Ah, não. A Belle está zangada comigo e não quero dar mais motivos.
J – Eu sou o motivo, é? Hahahaha
N – Não sei. Talvez. Se você não tivesse ido falar com ela que era apaixonada por mim, ela interpretaria que somos somente amigas.
J – Vamos, vai!!! você precisa relaxar ...
N – Decisivamente, não. Tudo que mais quero nesse momento é um ombro amigo para conversar no sossego. Tenho tantos problemas, preciso desabafar.
J – Já sei. Vem comigo.
Jhennyffer saiu puxando-a pelo braço, e levou-a para um espaço que se localizava no fundo da faculdade. Aquele ambiente parecia uma praça, e quase ninguém ia lá.
Em meio ao desabafo de Natila, foi mencionado o nome de Willas. Com muito rancor no coração Jhenny se levantou e recitou:
J – Vivemos em tempo de conflito
Aonde o querido é bandido
Tem muita gente perdendo o brilho
Sem amor, sem liberdade, vivendo na vaidade ...
Os nossos ancestrais não estão satisfeitos
Parece que não lutamos direito
Foco na ancestralidade que é minha cura
Zumba, bumba, africano e macumba
Zumbi, Dandara e Mahin me dão força
Enaltecem meu cognitivo e me livraram da forca ...
N – Nossaaaaa, que poema massa. É seu?
J – Muito lindo. Queria que fosse – hahahaha
N – É de quem?
J – Da poetisa, compositora, escritora, cantora e futura professora, Jessica Cantanhede.
N – Nossa, ela deve ser maravilhosa.
J – E é, além do mais ela é do babado.
N – Como assim?
J – SA-PA-TÃO – hahahaha
N – Legal ... depois quero saber mais sobre ela. Agora preciso ir. Vou tentar falar com dona Ximenes.
Escritora: Jessica Cantanhede
Revisão: Kathianne Maria M. S Pereira
Fim do capítulo
Será que tão gostando ?
Se expressem, amados !!!
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