CAPÍTULO 33 - POV Maria Clara, Malu & Miguel

       Meu querido diário,

       Antes de tudo queria pedir desculpas por minha ausência total nesses últimos meses, acredite, tive minhas razões, primeiro o tempo passou voando e praticamente não senti o voar das folhas do calendário, também deixei de escrever porque o meu filho Zion ocupa um espaço grande do meu dia, embora não dê muito trabalho, ele tem a sua rotina de bebê e tento conciliar minha vida entre uma coisa e outra. Olha, não é coisa de mãe babona, mas, meu filho é um amor, está cada dia mais lindo e quero cria-lo para ser alguém do bem e respeitando as mulheres, já que vive em uma casa cheia delas, eu sei que esse era o pensamento das minhas mães em relação a Miguel, mas, espero não entrar na mesma trajetória de equívocos e contornar todas as dificuldades que por acaso surgirem.

       Fora o meu lado maternal, voltei a cursar a faculdade de Medicina que havia trancado quando Zion nasceu, com muito esforço estou conseguindo manter minhas notas acima da média, estou orgulhosa de estar superando minhas limitações, logicamente que estou estudando em todos os momentos que tenho livre e claro que isso não seria possível sem a ajuda das minhas mães e do babá, sim, acabei contratando um rapaz da agência e Mike me ajuda demais na criação de Zion, já que o pai parece esquecer que tem um filho e Miguel jamais seria um cara inspirador para um menininho, ah, você acredita que o meu pequeno já vai completar um ano no fim do mês?, o tema do seu aniversário não podia ser diferente, um verdadeiro clássico familiar, "Unicórnios", os bichinhos fantásticos serão espalhados pelo jardim, e a decoração será toda nas cores prata e azul celeste, ajudando a compor o lindo cenário de nuvens, prometo que volto contando tudo.

       Bom, como pode ver as coisas na minha casa acabaram por tomar caminhos totalmente inesperados e isso é ótimo, agora, eu preciso dividir algo bastante peculiar e surpreendente contigo, olha, enfim tomei coragem e consegui terminar o namoro totalmente sem graça e que vinha se arrastando há anos a fio com o pai de Zion, não, não fique triste, para o João também foi um alívio ter terminado esse ciclo, ele era encantado com a ideia de namorar a vida inteira para depois casar com a única namorada, mas, o tempo também é responsável por roer alguns dos nossos sonhos e eles simplesmente viram algodão doce e se dissolvem no ar, por isso, de alguma maneira minha decisão foi libertadora para nós dois, o melhor, é que estou por assim dizer, conhecendo melhor a pediatra do meu filho, a Dra. Layla Hunter, também preciso dizer que ela foi responsável pelo meu primeiro orgasmo, agora entendo o que Malu tanto tentava me fazer entender, confesso que no começo achei tudo muito estranho, não entendi direito quando comecei a me interessar por uma mulher, mas, resolvi que não ia deixar de viver um momento de felicidade por conta de preconceito, assim encarei meu desejo de frente e seguimos nos conhecendo melhor.

       Quanto a Miguel, ele deu continuidade aos estudos aqui mesmo em Curitiba, logo que chegou tratou logo de arrumar uma namorada, alegando que não conseguia viver sem uma mulher, estava firme com uma professora alemã que atendia sob o apelido de Kitty, ele estava perdidamente apaixonado, dava para ver nos seus olhos o quanto era arriado por ela, você deve estar se perguntando se ela correspondia aos sentimentos dele, não?, bom, ao que me parece, nem tanto, mas, o fato é que o ruivinho nem ligava para os sumiços, descasos e os comentários e fofocas que corriam pelos bastidores da universidade, todos sabiam que a alemã gostava de pegar seres humanos, se é que  você me entende, dessa forma meu irmão era corneado com homens e mulheres, que se deliciavam com Kitty tanto quanto Miguel, e os chifres pelo que se falava eram de pessoas tanto do corpo discente, quanto do docente. Ora, se eu que cursava Medicina sabia da fofoca toda, como ele da veterinária, não saberia disso?, mas, cada um sabe de si. Escolhas queridos, escolhas... 

        Quanto a Malu, assim que transferiu a faculdade para Ilhéus, resolveu mudar o rumo da sua vida e passou cursar Jornalismo, acho bem mais a cara dela do que o Direito, não concorda?, ah, para surpresa de todos, ela casou com Renée, de papel passado e tudo o mais, foi uma linda festa  e pelo que sei, estão querendo ter filhos daqui uns três anos, já decidiram que querem gêmeas, como se fosse simples assim, o fato é que já escolheram até os nomes, Sophia e Marion, ah, como sinto saudades da minha gêmea Malu...quinha.

Até mais,

Clarinha

...♥...

       Observava Renée dormir e tinha certeza absoluta que os meus olhos clareavam quando olhava para ela, com certeza eles estavam mais brilhantes e apaixonados do que nunca, ela ressoava suavemente, tá, na verdade ela roncava mesmo, mas, estava tão feliz em ouvir seu ronco, que o som chegava aos meus ouvidos como uma suave melodia, assim, deixei que uma lágrima caísse do meu rosto, depois sorri alegremente e tive a certeza absoluta que o meu coração enfim, tinha encontrado o seu lugar.

       Devagar ela abriu os enormes olhos verdes, pegou uma liga que já estava na mesinha de cabeceira e prendeu os cabelos ruivos e cacheados que chegavam até o final das suas costas como uma vasta cascata vermelha e disse passando a mão no seu rosto bem desenhado e cheio de delicadas sardas:

- Bom dia amor, o que essa sua cabecinha linda está querendo aprontar?.

- Nada meu bem, estava aqui lembrando do nosso casamento.

- A festa foi linda, não é xuxu?.

- Demais amor, nós pensamos em cada detalhe, não é?.

- Sim, se pudesse todo ano faria uma festa daquelas.

     E como um filme tudo foi passando em nossas lembranças entre fotos e sorrisos. Havíamos escolhido Curaçao entre tantos locais paradisíacos para casamentos e lua de mel, a multicolorida ilha caribenha de colonização holandesa e mar azul turquesa, se tornou uma referência e um sonho para nós, o cenário magnífico trazia uma combinação perfeita de beleza e sensualidade, além de ter uma atmosfera ao mesmo tempo europeia e tropical, e foi lá que disse sim ao amor que veio para ficar.

        Primeiro foi necessário casar no civil em Willemstad, lógico que existiram alguns protocolos necessários e que precisaram ser cumpridos antes, por isso foi necessário preparar toda a documentação com bastante antecedência para que nosso casamento fosse validado pelas autoridades brasileiras depois. Agora, o ápice foi a cerimônia religiosa que aconteceu no pôr do sol, na areia da praia, pé na areia mesmo, próximo à árvore divi-divi, símbolo de Curaçao.

       Bem próximo a árvore estavam dois enormes toldos brancos que abrigavam os nossos convidados, dentro deles haviam confortáveis poltronas brancas ladeadas e enfeitadas com flores, o que dava um tom chique e ao mesmo tempo descontraído ao casamento, ao lado direito ficavam os meus convidados, do lado esquerdo os convidados de Renée, no centro havia a passagem marcada com garrafas fincadas na areia com velas e grandes vasos de vime entrelaçados com delicadas margaridas dentro, tudo estava preparado para Renée, a noiva mais linda desse mundo entrar, e eu também confesso que não estava nada mau,  entre linda e ansiosa lá estava eu, esperando no altar.

       Para a surpresa da minha mãe Dominique, Renée estava usando o  mesmo vestido que ela usou quando casou com minha mãe Paty, logicamente eu deveria entrar vestida com a da mamãe Patrícia, mas, acha mesmo que eu toparia casar com aquele vestidinho careta?, de jeito algum, eu estava linda ao meu modo, escolhi uma camiseta social feminina de linho branco, com uma calça bege e suspensório da mesma cor, com detalhes em preto, e no meu pescoço estava uma  gravatinha borboleta na cor de cobre, precisa dizer que arrasei?, sim, fui aplaudida de pé por todos os convidados.

       A sobrinha de Renée foi a nossa daminha de honra, ela entrou de pés descalços, com uma cestinha de vime em formato de coração onde estavam as alianças, assim como as pétalas de rosas que ia derramando ao longo de todo o caminho, seu vestidinho era branco, todo bordado com delicadas flores e um lindo laço cor de rosa na cintura, ela deu passagem a Renée que estava deslumbrante com o vestido de noiva branco da minha mãe, todo bordado ao estilo sereia, mostrando todas as suas curvas, oh delícia, e eu só pensava na lua de mel, mas, ainda havia o jantar e a festa, ambos aconteceriam em um resort, e foi sofrência, tive que esperar bastante para poder curtir minha princesa sozinha.

      Eu não teria conseguido esse sonho se não tivesse mudado radicalmente a minha vida e isso só aconteceu quando troquei o Direito, que não tinha nada a ver comigo, pelo Jornalismo que sempre tive como meta fazer um dia, então pensei, porque adiar uma alegria?, minhas mães nunca me pressionaram, na verdade, eu fui o principal impedimento, pois nunca tinha ousado seguir em frente, só iniciei a faculdade de Direito porquê admirava minhas mães e pensei que seria uma boa seguir carreira na Policial Federal, mas, acabei vendo que admirar não é o suficiente para seguir, dessa forma, assim que resolvi o que realmente queria fui muito mais feliz, logo depois que cheguei em Ilhéus, minha primeira providência foi transferir a faculdade e no mesmo semestre consegui um estágio que logo virou emprego no Google, ousadia é a chave do sucesso queridos, podem crer...

       Dentro dos nossos planos está constituir uma família, queremos gêmeas, talvez não sejam univitelinas como Maria Clara e eu, mesmo assim vamos arriscar, só estamos na torcida que não venha um boy lixo de brinde como Miguel. Hahahahah, se vier um menininho junto as gêmeas, espero de todo coração que ele seja tão doce, alegre e do bem como o meu amado sobrinho/afilhado Zion, sim, acabei convencendo a minha irmã a pôr esse nome lindo na criança,  e quando o vejo meu coração só falta explodir de tanta alegria. Quer saber?, até aqui tudo valeu a pena.

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...♥...

         A gente nunca sabe o porquê de uma mulher conseguir entrar de uma forma tão definitiva em nosso coração, eu só sei que uma hora qualquer, em um momento de descuido, a gente bate o olho e descobre que é aquela pessoa que queremos para sempre ao nosso lado, de repente percebemos que ela é a peça que se encaixa em nossa história e por ela nos esforçamos para melhorar, comigo foi assim, é por ela e com ela que minha vida segue.

       Eu estava na biblioteca, fui de prateleira em prateleira buscando tudo o que precisava para escrever um artigo, eu precisava dessa nota como o oxigênio que respiro para sair da provável recuperação em "Anestesiologia Veterinária", uma das disciplinas mais complexas da faculdade, muito mais pela professora carrasca do que por outra coisa, eu sabia que ficar de recuperação consequentemente me levaria a reprovação, pois corria um boato que ninguém conseguia ser aprovado na prova de recuperação de Beth, a dama de ferro da Veterinária, ela não gostava de ficar nem um dia a mais na universidade por conta de aluno preguiçoso ou medíocre, ou os dois, alguns colegas me contaram que ela avisou esse detalhe peculiar desde o primeiro dia, então, só seguia com ela quem tinha gana e sangue bombando nas veias, acontece que com a transferência de Ilhéus, logicamente eu não sabia dessa particularidade da professora, assim me matriculei em sua disciplina sem pestanejar e nem me questionei por que haviam tantas vagas restando, já que a turma da outra professora já estava completa, era uma política da faculdade, pensei. Estava meio  perdido entre livros e papeis quando a vi, na verdade a ouvi.

- Humm, pelo visto está pendurado na disciplina da Beth, não é?.

       Ia olhar irritado para a dona da voz com forte sotaque estrangeiro,  quando a vi, devia ter um pouco mais de trinta e cinco anos, os cabelos loiros e cacheados desciam fartos até o pescoço, seus olhos azuis penetrantes invadiam os meus como se quisessem engolir minha alma, suas sobrancelhas arqueadas davam um toque meio felino, e a boca tinha um tom rosado como se estivesse me convidando a beijá-la, se pudesse descreve-la, ela seria uma cópia da Michelle Pfeiffer nos anos 90, eu fiquei tão encantado que não sabia o que fazer com a caneta que estava segurando, muito menos com a minha ereç*o.

- O que foi, o red hair perdeu a língua?.

- Oi, sou...sou Mi..Miguel.

- É gago também?.

- Não, na verdade.

- Sou Kitty, a outra professora da disciplina de "Anestesiologia Veterinária", está precisando de ajuda, não?.

- Sim.

- Ela olhou em direção ao meu p*nis e sorriu.

- Pelo jeito está precisando de muita...muita ajuda little boy.

       Ela sentou ao meu lado e cruzei a perna colocando o bloco de anotações em cima das pernas, tentando esconder o volume do meu desejo, Kitty pareceu não se importar, sorriu e me contou um pouco da sua história, era filha de mãe italiana e pai inglês, a avó materna era brasileira e o avô irlandês, os paternos eram alemães, enfim, ela era uma verdadeira e deliciosa salada de fruta, ouvir sua origem e casos foi me acalmando, ela era divertida e inteligentíssima, não precisou mais de cinco minutos para descobrisse que ela era mulher da minha vida, não importava em nada a diferença de idade, era com ela que queria ficar, independentemente de qualquer coisa.

       Após toda a conversa descontraída, ela tirou os óculos que estavam estacionados no seu decote e colocou no rosto, até parece que girou uma chave, pois adotou uma postura totalmente diferente, logo depois ela sorriu e disse que como já estava mais relaxado, era a hora de tratar do meu lado científico, e foi calmamente que me explicou como deveria elaborar um artigo perfeito, explicou detalhadamente como deveria começar a criar um roteiro de escrita, depois pegou minha caneta e folha, e por fim ponteou os principais tópicos que deveria falar, depois indicou outros autores e cortou tudo que chamava de "excesso" no meu texto e no final da folha escreveu seu nome e o celular.

- A outra ajuda que está precisando podemos marcar bem longe da universidade.

Eu a olhei com o olhar mais pidão que consegui fazer, bem do tipo gato de botas e ela me chamou para segui-la.

- Dona Odete, esse aluno está precisando demais daqueles arquivos do último andar, preciso das chaves daquela sala e de folhas para imprimir algumas coisas.

Não sei porque a tal da Dona Odete me olhou de cima a baixo e sorriu, depois entregou as chaves a Kitty avisando que o ar estava ligado, e que tinha deixado água na garrafinha, assim como dois copos. Kitty sorriu, agradeceu e pegamos o elevador.

- Não precisa esconde o que está sentindo red hair, estamos só nós dois aqui.

       Ao dizer isso, ela passou a mão delicadamente no meu p*nis, o que fez com que ele dobrasse de tamanho, as folhas ela jogou no chão, depois me encostou na estante e desceu minha calça e cueca box com uma rapidez impressionante, nem teve prelúdio, muito menos beijo na boca, ela apenas levantou o vestido, desceu a calcinha e deslizou meu p*nis para dentro de si com muita desenvoltura, ela parecia uma felina ao seu movimentar, e logo depois ela gozou forte, arranhando minhas costas por dentro da minha blusa, no entanto, teve total paciência que eu goz*sse um tempinho depois dizendo algumas palavras em alemão. Nossa, foi incrível, após o sex* apressado, ela me beijou suave e fui ao céu com aquela língua bailando dentro da minha boca.

Fim do capítulo