Aeoboc por May Poetisa
11. Intimidade
11. Intimidade
- Ilí, deixe a timidez de lado, podemos nos trocar uma na frente da outra sem problemas, deixa eu te auxiliar a retirar este vestido longo.
"Princesa, tenho vergonha" (respondeu correndo para o banheiro e fechando a porta).
Dei risada da atitude dela, retirei meu vestido e não coloquei a roupa de dormir.Quando ela voltou para o quarto ficou com a bochecha toda vermelha e tampou os olhos com as mãos.
- Linda, não precisa ficar envergonhada, nem estou nua.
Ainda de olhos fechados ela fez sinais reclamando que eu estava apenas com peças íntimas.
- Ilí, estamos apenas nós duas no quarto e a porta está trancada. Estou com calor e vai ser melhor dormir assim. Queria ter a liberdade de nadar desta forma ou sem roupa nenhuma, seria bem melhor.
Ela piscou os olhos, voltou a tampar a visão, mas, espiou entre os dedos.
- Notei você espiando, venha cá, deixa disso (chamei estendendo as mãos).
Aos poucos e com passos vagarosos ela finalmente se aproximou.
"Também sinto calor".
- Então fique mais à vontade, não tem perigo algum, os convidados que restaram estão apenas no salão de baile, ninguém fica hospedado aqui no castelo, tudo foi preparado para que fiquem no casarão de visitas. Além disso, você viu quando fechei a porta.
"A nova governanta sabe de tudo e todas as coisas. Será que ela não tem uma chave reserva do teu quarto? Se ela descobrir algo pode contar para a tua madrasta" (narrou por sinais toda preocupada).
- Já superamos isso, meu pai sabe de nós, não precisa ficar temerosa, você bem sabe que ninguém entra aqui sem bater e não existe mais uma cópia da chave do meu quarto, minha falecida mãe perdeu. Temos total privacidade.
Ela até respirou mais aliviada e ficou observando melhor o meu corpo.
- Quer ajuda para retirar a roupa de dormir.
"Sim, por gentileza" disse movimentando os lábios.
Quando ela assentiu as minhas mãos ficaram úmidas, não sei se de calor ou certo nervosismo. A princípio permaneci olhando em seus olhos de forma fixa e auxiliei na retirada de cada peça. Passei a admirar o seu corpo minuciosamente, morrendo de vontade de tocar cada parte, depositei selinhos em seu lábio, em seguida pescoço e ombro. Ela estava sorridente, mas, achei mais prudente pedir permissão.
- Posso desenrolar a faixa de tecido do seu tórax?
Ilí não respondeu e abaixou a cabeça. Preferi retirar primeiro a minha e foi rápido, pois, não gosto de enrolar muito a faixa íntima para não me sentir presa e meus seios que não são grandes ficaram livres.
"Lindos" ela fez sinal e ficou admirando.
- Sua vez!
Desta vez ela acenou em concordância e com delicadeza removi. Já imaginava que os dela são mais fartos, pois, quando nadamos o vestido dela fica totalmente moldado em seu corpo, mas, foi muito melhor do que o imaginado, são belíssimos e salientes.
- Perfeitos!
"Agora é melhor deitarmos para dormir, já que deixamos a festa cansadas por ser tarde".
- Concordo em deitar, mas, não em já adormecer. Prefiro te tocar e conhecer melhor cada parte do teu belo corpo. Você é muito gostosa!
As minhas palavras tão claras e sinceras, nem foram tão bem recebidas como eu gostaria, ela se encolheu e com as mãos procurou esconder seus seios.
- Eu disse algo que não gostou?
"Desculpa, não me sinto pronta".
- Não precisa se desculpar, também sinto insegurança. Vamos respeitar sempre o nosso tempo, jamais a forçarei a fazer algo que não queira.
"Ficou brava comigo"? (Perguntou demonstrando receio).
- Não meu bem, saiba que entendo, sinto desejos, é tudo novo para nós duas, temos que ter calma.
"Obrigada"!
- Nem precisa agradecer, amo você.
"Amo mais, quando estamos juntinhas fico arrepiada e não é de frio. Já quando a gente vai nadar e você me faz cócegas sinto alguns calafrios e nem é de febre. Não entendo muito bem".
- Você não é a única, sentimos desejo e paixão uma pela outra (confirmei).
Com a constatação da reciprocidade, de modo despretensioso ela voltou a se aproximar e me abraçou. O contato foi delicioso, peles coladas, um tremor diferente e bom percorrendo todo o corpo.
Não nos aprofundamos nas novas descobertas nesta noite, já estávamos sonolentas e ainda não nos sentimos completamente prontas para colocar em prática todo o desejo que pulsa em nós, todavia, descobrimos que podemos dormir ainda mais à vontade e grudadas. A nossa intimidade é linda.
No dia seguinte, acordei tateando a cama, nada dela. Levantei, fiz minha higiene e me vesti para o café da manhã.
Quando chego na sala, uma surpresa!
- Bom dia! Ilí que bom contar com a tua companhia no desjejum matinal.
Comentei sentando ao seu lado e ela sorriu em resposta.
- Acalântis, foi a Lacedemônia quem a convidou (contou meu pai).
Aposto que foi por conta do episódio da noite passada, ela estava tentando se retratar e o que importava era que Ilíone estava feliz.
- Gostaram da festa?
Perguntou Lacedemônia e nós duas balançamos nossas cabeças confirmando.
- Filha, a maioria dos convidados já foram embora, mas, a sua tia e seus primos ficaram, fazem questão que você passe o dia com eles.
- Recuso, eles são muito maldosos, aposto que vão ficar colocando defeito até onde não tem, vão criticar a festa sem motivo e nem gosto deles.
- Não fale desta forma, são a nossa família.
- Papai, nem o senhor tem paciência com a tua irmã, ela só veio para festa para conhecer a nova rainha.
- Já entendi, assim como a tua mãe você nem gosta deles, também tenho as minhas ressalvas, confesso que não os convidei.
- Vieram com a desculpa de serem da família. Lacedemônia você que é toda de esbanjar simpatia, nem perca seu tempo com eles, de uma forma ou de outra vão reclamar de ti, é sempre assim, são esnobes.
- Menina, é bem isso mesmo, ontem todos elogiaram meu penteado e roupa, exceto a tua tia, que teve a audácia de dizer que pode me ensinar e até melhorar minhas vestimentas. Por educação agradeci e quando ela começou a querer contar particularidades dos convidados, pedi licença e corri para o lado do teu pai.
- Gentil da tua parte usar particularidades ao invés de fofoca. Vou mandar dizer para ela que hoje vocês duas optaram por descansar e tratarei de os despachar o mais rápido possível para o bem de todos. Senhora e senhoritas, com licença, tenham um bom dia e até o horário do almoço.
Assim que meu pai levantou queria fazer o mesmo, mas, Ilíone ainda não tinha terminado de se alimentar e eu não seria indelicada, ela estava degustando de tudo com calmaria, sentindo cada sabor.
- Seu pai é um excelente homem e um rei justo.
- É sim, ele é ótimo.
- Tem demonstrado ser muito atencioso, diferente do meu falecido marido, que era rude, mal parava em casa e se perdeu na bebida.
- Se ele era assim, por qual razão se casou?
- Ordens paternas para ter o título de duquesa, mas, não posso reclamar, poderia ter sido pior, tenho amigas que já apanharam, foram usadas, abusadas e descartadas. Nunca passei por nada disso, então nem sou de reclamar da frieza e do vício dele. É difícil ser mulher. Quero aproveitar que estamos conversando para dizer que respeito todo o legado deixado pela sua mãe, fique tranquila não quero e nem vou substituir a figura dela. Além disso, quero o seu bem, não quero te causar mal algum.
- Certo.
Um silêncio se estabeleceu e Lacedemônia ficou nos observando.Ilíone fez sinais em agradecimento por ter sido convidada e avisou que iria se retirar para conversarmos melhor.
- Só entendi que você agradeceu. Ontem, percebi o quanto são próximas e então fazemos questão da tua companhia nas refeições.
- Ilí não temos mais nada para conversar não, nem precisa se preocupar em sair. Você está satisfeita?
"Sim, totalmente satisfeita, gostei de participar e fiquei feliz em ser convidada".
- São tão amigas que você entendi todos os sinais que ela faz. Como se conheceram?
"Conta para a rainha que fui salva por ti e sou eternamente grata".
- Desta vez entendi apenas o rainha, por conta do sinal da coroa e parece que você agradeceu novamente (disse tentando entender).
Narrei sobre aquela noite tensa, que sinto agonia só de lembrar e eu que sou grata aos Deuses por ter conseguido impedir que a machucassem.
- Então a princesa salvou a plebeia e assim começou a história de vocês (falou de forma avaliativa).
- Agora vou me arrumar tenho aula de matemática.
- Parabéns você é muito estudiosa, dia destes ouvi você tocando instrumentos de forma impecável e seu pai sempre comenta todo orgulhoso que você é uma excelente artista, suas pinturas e estátuas são maravilhosas.
- Agradeço.
- Ilíone, soube que a torta doce que fez tanto sucesso ontem foi você quem fez, obrigada, estava muito boa, agradou até os paladares mais exigentes.
Ilí voltou a sorrir e me perdi no sorriso dela. Não sei por quanto tempo fiquei admirando a minha amada, até parei de prestar atenção no que a tagarela da Lacedemônia estava dizendo.
"Princesa, responda. A rainha já falou teu nome duas vezes".
- O quê disse?
- Que gosto de me aventurar um pouco na cozinha e você?
- Prefiro comer as delícias que a Ilí prepara.
A conversa estava harmônica, mas, já estava próximo do meu horário de estudos e a minha professora nem tolera atrasos; fomos para o quarto e antes da minha aula trocamos alguns beijos.
Fim do capítulo
Olá! Espero que todas estejam bem e saudáveis. Agradeço por cada leitura e grata por quem comenta, os feedbacks me auxiliam muito. É ótimo contar com as impressões e opiniões de vocês. Feliz outubro! Que seja de fato um mês 10! Beijos e abraços, May.
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