Olá meus semidivos tudo bem com vocês? Peço de antemão desculpas se a revisão não estiver das melhores, eu não estou em um momento muito bom e não consegui me concentrar o suficiente, mas eu precisava postar.
Quem está acompanhando a spin-off peço, por favor, que leiam primeiro o cap. que foi postado lá e depois esse, creio que a sensação será um pouco diferente.
Além de ser um cap. com informações ainda tem algo que vocês terão de se atentar, ou seja, vai ter uma lembrança do passado, acredito que ela se encaixa muito melhor aqui do que na spin-off.
Acho que é isso... Esse é um cap. que eu queria muito escrever, espero ter conseguido. Boa leitura a todos!!!
Inquebrável e Insubstituível
"Deve ter sido amor,
mas está tudo acabado agora
Deve ter sido bom,
mas de alguma forma eu perdi isso
Deve ter sido amor,
mas está tudo acabado agora
Desde o momento que nos tocamos
até nosso tempo acabar"
~***~
Annabeth não se mostrou ofendida pela forma que a campista se reportara a ela, se Clarisse havia lhe enviado até o templo de Afrodite era porque algum motivo importante estava envolvido, contudo seja qual fosse aquela conversa com Silena não seria das mais fáceis. Annabeth nunca vira a conselheira do chalé 10 daquela forma, a morena de olhos azuis era sempre solícita, amigável, sorridente, muito diferente da garota de olhar duro e magoado que se mostrava agora.
-Venha comigo. - disse ao passar pela loira que ainda se encontrava encostada do portal de entrada do templo.
Annabeth não fez qualquer objeção, tampouco dirigiu-lhe alguma palavra, as duas deixaram o templo da deusa do amor e caminharam brevemente até a areia fofa da praia. Silena sinalizou com a cabeça para que se sentasse e assim o fez como a garota. Ficaram por alguns instantes apenas observando o mar, as ondas estavam um pouco mais agitadas, mas não deixava de ser uma bela paisagem... Queria que de alguma forma Clarisse pudesse lhe ajudar com aquilo.
-Esse sempre foi o local favorito dela, nos momentos bons e ruins... - a voz de Beauregard saiu de forma tranquila, como se tivesse total ciência de suas palavras. - Dói, não dói?! Os sentimentos em conflito, a angústia, a impotência, o vazio por ela não estar por perto.
Chase não falou absolutamente nada, os olhos cinza tempestade continuaram distraídos com o estreito de Long Island. Não era preciso, Silena sabia o que estava sentindo, por mais que não gostasse da ideia de alguém que conseguisse ler os seus sentimentos, mas se enganava em achar que aquela conversa teria o rumo que esperava.
-Sabe quanto tempo Clarisse sofreu dessa forma? Sentindo os mesmos sintomas dia após dia? - indagou mesmo sabendo que não teria resposta, não tinha como a outra saber. - quanto tempo ela esperou que você notasse a conexão que existe entre vocês? - os olhos azuis analisavam a filha de Athena de forma dura, mesmo tendo a certeza de que ela não era culpada de nada daquilo.
-Eu não sei do que está falando! - rebateu na defensiva ao se sentir desconfortável.
De fato não sabia, ou estava com questões demais para entender em qual ponto Beauregard queria chegar. Ela não sabia a que conexão a mesma estava se referindo, também não tinha noção dos sentimentos de Clarisse daquela forma, afinal como teria? Elas passavam mais tempo brigando ou afastada uma da outra, conversa nunca foi o forte das duas partes.
-É claro que não... - um sorriso breve e irônico surgiu de canto nos lábios da filha de Afrodite. - vocês estão ligadas Chase, você consegue ver o fio, não consegue?
Ela quase conseguia escutar o estalo em sua mente, agora sim ela sabia ao que Silena estava se referindo, o fio que surgiu em seu pulso no dia em que Clarisse se submeteu ao ritual, o fio que se ligara e se entrelaçara entre ela e a filha de Ares.
-O que você sabe sobre isso? Como você sabe? - ela estreitou os olhos para a garota ao seu lado, aquela expressão fria estava lhe incomodando.
Silena respirou de forma profunda e lenta, precisava afastar aquilo de seu coração. Ela tocou o pulso de Annabeth e se concentrou no local, a loira sentiu novamente aquela sensação morna do outro dia, quando a campista afastou a mão podia ver novamente o fio quase translúcido, mas estava diferente de antes, ainda havia dois fios firmemente entrelaçados, ainda indicava uma direção, mas estava frouxo e rasteiro pela areia.
-Eu consigo ver por ser filha de Afrodite. - informou enquanto olhava o fio com atenção um gosto amargo lhe incomodando a boca. Aquilo lhe trazia lembranças dolorosas. - ele não fica visível sempre, a não ser que você queira, mas isso demanda muita energia do portador... Até onde sei, ele não é visível a outros semideuses.
-Clarisse sabe sobre a existência dele, não sabe? - perguntou apenas por conveniência, algo lhe dizia que sim e isso preenchia algumas poucas lacunas de tantas em aberto.
-Você estava no dia em que ela chegou ao acampamento, não estava? - Silena não sabia exatamente o que havia acontecido naquele dia, apenas escutou os diversos boatos e o que Clarisse mencionara brevemente muito tempo depois. - não acha estranho, que ela tenha chegado até aqui completamente sozinha?
Annabeth fez que sim em um singelo movimento de cabeça, possuía vívidas memórias do ocorrido naquela noite. Há muito custo Luke permitiu que ficasse junto dos semideuses mais velhos para a ronda, a filha de Athena já havia enfrentado muitos monstros enquanto vagava com Castellan e a filha de Zeus e até mesmo antes disso, mas nada se comparava àquela hidra.
-Semideuses sempre são acompanhados por um sátiro. - soltou rapidamente enquanto sua mente fazia as ligações necessárias para formular algo mais complexo.
-Não sabemos como, nem o porquê, mas ela foi a primeira a perceber a ligação entre vocês... Há algum tempo ela me disse que o fio lhe guiou até aqui, uma criança entre nove e dez anos veio do Arizona apenas com o pressentimento de que teria de encontrar algo ou alguém. - Silena voltou os olhos azuis nublados para o mar, se concentrou no barulho das ondas novamente, aquilo sempre a lembraria dos seus momentos com La Rue. - não que ela soubesse exatamente o que era isso, afinal ainda estamos falando de uma filha de Ares. - ela sorriu ao lembrar-se do jeito um tanto turrão e sem tato da garota para classificar seus próprios sentimentos.
A loira sentiu um aperto no peito, mais forte do que qualquer outro que vinha lhe causando sofrimento nos últimos dias. Então aquele era o motivo de Ártemis não ter recrutado Clarisse? Ela sabia que a garota estava fadada a outro destino.
-Então o que sentimos é apenas um reflexo dessa ligação? - tentou se policiar ao máximo, mas a pergunta saiu com certo temor. Não queria que aquilo que haviam dividido fosse apenas uma mentira.
-Não, mas Clarisse não sabia disso... Bem, ela tentou se afastar ao máximo de você. - confessou olhando novamente para a face concentrada da loira. - além de não suportar a ideia de que algum dia você pudesse gostar dela apenas por "obrigação", ela não se sentia boa o suficiente para a perfeita filha de Athena.
Chase se encolheu apesar de sentir raiva do tom irônico usado por Silena, não sabia exatamente o que estava sentindo naquele momento, ela não era a melhor pessoa do mundo para entender sentimentos, ela era filha de Athena, era prática, inteligente e estratégica. Mas de alguma forma sabia que possuía ciúmes em meio aquela turbulência de informações... Ela e Clarisse nunca foram sequer um grande exemplo de amigas, mas Annabeth notara quando a filha de Ares tornou-se mais reclusa, pensava que seria pela fase problemática que todos os filhos de Ares passavam, mas não, La Rue estava tentando se proteger de um sofrimento que a loira jamais desconfiara ser responsável.
-Foi nesse momento que vocês se aproximaram? - Era difícil admitir mesmo que para ela mesma que possuía ciúmes da relação que Silena e Clarisse desenvolveram, provavelmente ela jamais entenderia a morena de olhos verdes tão bem como a outra.
-Não exatamente, eu sempre senti algo por ela, mesmo que não fosse amor à primeira vista. - mordeu o canto do lábio e sorriu mais uma vez de forma contida, mesmo que fosse mais um sorriso de saudade do que felicidade. - e sabia que ela também sentia algo por mim, mesmo que de forma confusa... Nós tentamos quebrar a ligação, mas Clarisse de alguma forma é imune à magia do amor, foi aí que recorremos a uma ajuda especial.
A conselheira do chalé 6 tentou ignorar novamente a onda de angústia que sentiu, pensar que Clarisse tentou de todas as formas de livrar daquilo que sentia era algo que lhe machucava bem mais do que pensava, mas a sua curiosidade amenizou a sensação ruim que se apoderava dela. Olhou para a outra campista com a sobrancelha levemente erguida, como se esperasse por mais... Porém já sabendo que a "ajuda especial" só poderia vir exclusivamente de uma deusa.
-O último recurso foi usado quando tivemos a excursão para o Olimpo. - disse enquanto seus dedos desenhavam aleatoriedades na fina areia que logo se dissipava com o vento. - minha mãe era a única que poderia nos dar respostas concretas e esse seria o momento que teríamos para ficar frente a frente com Afrodite.
Chase se lembrava muito bem daquele dia, fora pouco antes de Percy chegar ao Acampamento Meio-Sangue com Grover e sua mãe Sally, nesse mesmo dia Luke roubou o elmo das sombras de Hades e o raio mestre de Zeus. Acontecera quase que um pandemônio no Olimpo, e o filho de Hermes só escapou por conseguir contornar a situação quando Ares o encurralou... Uma guerra sem precedentes era tudo o que um deus sanguinolento como Ares gostaria que acontecesse.
~***~
"Clarisse passou o caminho extremamente tensa e não era pela possível probabilidade de ver seu pai, ou porque estava saindo do acampamento pela primeira vez desde que chegara até aquele refúgio, ou porque Silena estava repousando em seu ombro de forma tranquila sem se importar com o que alguns semideuses falariam por vê-las daquela forma.
De todo os anos que estivera no acampamento aquela era à primeira excursão que estavam fazendo até a atual localização do Monte Olimpo, no caso o piso 600 do Empire State Building. Quíron comentava animadamente sobre a estrutura ser uma duplicata metafísica e outras informações nada relevantes para a guerreira que se desligou da fala do mais velho, a única coisa que ela conseguia se concentrar era nos seus instintos - já que aquela quantidade considerável de semideuses amontoados deveria dar uma boa festa para monstros - e em seu futuro encontro com Afrodite... E se ela achasse que sua filha merecia coisa melhor? La Rue infelizmente teria de concordar, a morena de olhos azuis poderia ter muitos pretendentes melhor que ela.
-Não se preocupe, vai dar tudo certo. - sussurrou Silena entrelaçando seus dedos aos da garota ao seu lado. - é apenas uma conversa e não um interrogatório.
Aquilo era algo que ela nunca iria se acostumar, aparentemente a magia de Beauregard não fazia efeito com ela, mas de alguma forma a filha da deusa do amor conseguia ler seus sentimentos.
Relaxou com o carinho depositado em sua mão, focou o olhar no rosto bonito que ainda repousava em seu ombro, o sorriso discreto de Silena e intenso olhar tornavam seus batimentos descompassados, ela poderia se perder na imensidão daquele azul pelo resto de sua vida sem nunca reclamar.
***
Aquilo era realmente o mais próximo que poderiam chegar do paraíso, ou do elísios, ou seja lá qual fosse o lugar bacana que as pessoas iam depois de morrer - se fossem merecedoras, claro. Havia seres mágicos por todos os lados brincando animadamente, edificações monumentais e algumas mais modestas completamente em ouro, o brilho era tão intenso que chegava a ofuscar, sentia certa paz, deveria ser legal viver em um local como aquele... Clarisse e mais da metade dos semideuses ali olhavam com expressões embasbacadas para toda aquela perfeição.
Seus olhos procuraram por alguém em específico, nem teve tempo de se recriminar por aquilo, porém sorriu minimamente ao encontrar mais adiante uma pensativa filha de Athena. Como bem esperava lá estava Annabeth Chase, diferente na maioria ela parecia mais analisar do que admirar as construções, como se pudesse fazer algumas melhorias aqui e ali.
Seus olhares se cruzaram... Já fazia algum tempo que elas sequer faziam aquilo, Annabeth sustentou, não sabia o porquê, mas sustentou até que Patrick sorrateiramente lhe pegou desprevenida.
-Se alguém me olhasse com a mesma intensidade eu engravidava, e olha que eu nem tenho útero. - brincou o rapaz lhe dado um beijo no rosto.
-Patt! - advertiu a mais velha olhando para os lados rapidamente, aparentemente ninguém escutara as asneiras de seu irmão.
-O que? Vai negar que ela é sexy? - insistiu ele abusando da boa vontade de Chase. - talvez um pouco bruta demais, mas é bonita.
Annabeth fez um sinal negativo enquanto sorria, era melhor assim ou poderia ser pior, olhou discretamente para onde estava Clarisse, mas ela já não estava mais lá, apenas viu a silhueta da guerreira se afastar um pouco mais do aglomerado de adolescentes acompanhada de Beauregard... Era melhor assim. Voltou à atenção ao seu caderno onde havia começado alguns pequenos esboços, porém já sem o mesmo interesse de antes.
***
Ninguém se incomodou ou sentiu a falta das duas quando se afastaram. Sua mão estava gelada e pegajosa mesmo assim Silena lhe arrastava feliz pelo caminho desconhecido como se soubesse bem onde estava indo... Devia ser coisa de filho de Afrodite. Elas não foram barradas ou escutaram qualquer advertência, mesmo que Clarisse estivesse mais atenta que um cão pastor a qualquer ruído diferenciado.
-Estamos chegando. - informou a morena virando-se para beijar seus lábios brevemente.
Clarisse correspondeu segurando em sua cintura meio sem jeito, alguém veria com maus olhos elas duas se beijando as escondidas? Esperava muito que não, não queria ofender o deus do "puritanismo" ou qualquer coisa do tipo. Olhou como uma boba para Beauregard, acariciando o lábio inferior da mesma com o polegar após apartar o contato... A garota estava tão feliz e confiante que quase irradiava como o sol naquele dia, porém lá no fundo a filha de Ares se sentia apreensiva.
Mesmo com o aviso ela já havia sido tomada pelo aroma das rosas, seguiram por um caminho estreito de pedras bem alinhadas, a impressão que tinha era de que a cada passo dado seu corpo ficava mais leve, sentia seu coração tranquilo como nunca antes.
Seus olhos se prenderam a figura mais à frente que analisava meticulosamente algumas rosas, ela sabia quem era, ela conhecia aqueles traços delicados e os longos cabelos levemente encaracolados, mesmo que em sua memórias estivessem registrados em uma estátua de mármore. Seu coração disparou e ela sequer sabia o motivo, parou de andar no mesmo instante, tentando se acostumar com a falta de ar que lhe acometeu. A deusa sorriu para as duas jovens semideusas, Afrodite era incrivelmente bonita de uma forma que não sabia explicar, mas o que havia lhe paralisado foram os olhos...
-A primeira vez que Afrodite se revela para alguém ela assume uma das características da pessoa amada, normalmente a que lhe é mais marcante.
A voz de Silena era suave, quase como se propositalmente quisesse lhe tranquilizar antes de lhe retirar daquele torpor. La Rue ainda respirava de forma desregulada, não mencionara nada, mas não poderia enganar a filha da deusa nem se quisesse... Ela vira os olhos de Annabeth assim que a divindade sustentou o seu olhar.
-Ora, ora... O que temos aqui. - a voz melodiosa da mais velha veio em conjunto com um sorriso encantador. - uma filha de Ares, porque não estou surpresa? - brincou vendo sua filha corar quase que instantaneamente.
Clarisse podia reconhecer agora os olhos multicoloridos da deusa que lhe analisava com interesse, não era como se estivesse pensando se lhe se aprovaria ou não, mas também não conseguia decifrar o que era de fato.
-Precisamos de sua ajuda, minha senhora. - por fim tomou coragem e a dianteira daquela conversa, não teriam o dia todo e Afrodite bem como os outros deuses possuía seus compromissos. Não poderia deixar tudo nas mãos de Silena e ela não queria fazer papel de idiota na frente da divindade. - possuo uma ligação com outra pessoa desde a infância, não sei o que isso significa, mas sei que jamais serei correspondida e eu quero seguir ao lado de sua filha.
Silena apertou sua mão para lhe confortar e demonstrar que estava ao seu lado, bem sabia que confessar aquilo era algo extremamente difícil para La Rue. Afrodite escutou com atenção e seriedade, não precisou falar mais nada, a morena de cabelos cor de chocolate segurou gentilmente no pulso esquerdo de Clarisse, o fio reagiu ao toque no mesmo instante... Era azul translúcido, um fio simples, porém firmemente preso ao pulso de sua portadora.
-Sinto ter que lhes dizer isso, mas não posso ajudá-las. - os olhos da deusa seguiram de uma para a outra, ambas lhe olhavam de forma incrédula. - esse fio é diferente do fio do amor... é inquebrável e intransferível.
-Isso não pode ser possível. - sussurrou Clarisse sem conter a frustração em seu tom. - nenhuma magia? Feitiço? Qualquer coisa?
-Mãe... Por favor. - implorou a semideusa, mas a deusa apenas negou com a cabeça e suspirou pesadamente.
-Esse tipo de magia está além dos meus poderes. Quando uma pessoa é destinada a outra, o laço pode embaraçar, emaranhar, mas ele nunca quebra. - explicou de forma breve enquanto seus olhos se voltaram novamente para o fio presente no pulso da morena. - essa ligação não é visível a olho nu, mas está lá desde o momento do nascimento. Quanto mais longo estiver o fio, mas longe as pessoas estão e mais tristes serão. - tocou o pulso da garota novamente para torná-lo invisível mais uma vez, sabia que mantê-lo naquela intensidade poderia consumir muita energia de Clarisse. - sequer a morte o rompe, apenas o alarga para se encontrarem em outra vida.
La Rue baixou os olhos e travou a mandíbula tentando conter a raiva que se espalhava por seu corpo, Silena lhe deu um meio abraço e lhe beijou o ombro, mas infelizmente ela não tinha consolo nem para ela mesma.
-Creio que minha filha tenha tentado magia do amor, mas ela foi inútil, não foi? - perguntou já sabendo a resposta pelas expressões tristes. - se seguirem juntas ambas vão sofrer, principalmente você, Clarisse.
Afrodite pegou novamente no pulso da morena de olhos verdes e estendeu a palma de sua mão para cima, havia uma cicatriz ali.
-Os caminhos que o amor percorre podem ser confusos, sinuosos e até mesmo dolorosos. - a deusa acariciou-lhe o local com a ponta dos dedos, quase como se temesse machucar a semideusa. - mas no fim ele nunca erra.
~***~
-Como isso poderia ser justo, Chase? - perguntou a morena com os belos olhos azuis irritados pelas lágrimas que havia derramado, limpou o rastro percorrido em seu rosto. - me esforcei todos os dias para entendê-la, amá-la, mesmo que Clarisse tentasse a todo custo afastar todos do seu coração já destroçado... Menos você, você provavelmente esteve lá desde o nascimento dela, consegue pelo menos por um segundo compreender o que é sentir algo assim?! - abraçou os próprios joelhos tentando colocar os pensamentos em ordem, mas só conseguia sentir ainda mais raiva.
Annabeth não sabia o que dizer, a sensação era de que sua cabeça poderia explodir a qualquer momento.
-Eu preciso saber se você vai fazer algo ou não. - a voz de Silena tornou-se mais forte, ela não conseguiria lidar bem com a aparente apatia da outra. - se você continuar assim eu vou fazer o que for preciso para encontrá-la... Pois não tenho dúvidas sobre o que sinto por ela, diferente de você eu não sou uma garotinha assustada.
-Você não sabe do que está falando. - rebateu Annabeth com o olhar furioso, cerrou os punhos, quem Silena achava que era para julgar o que ela estava fazendo ou deixando de fazer?
Estava noites a fio tentando achar alguma solução, tentando desvendar o que havia acontecido com a filha de Ares... E ainda havia aquela estúpida profecia. Um fardo que guardara consigo desde os quatorze anos.
-Então me mostre que estou errada... Que eu não me enganei em abrir mão dela para que vocês pudessem seguir juntas. - os sentimentos de Silena estavam entrando em conflito com o que deveria fazer, mas ela estava cansada de esperar. - ou eu juro pelo Estige que farei de tudo para tirá-la de você.
Ambas escutaram o som estridente de um trovão, aquela era a maior prova de que Beauregard amava Clarisse acima de qualquer coisa... Juramentos pelo Estige eram perigosos se não fossem rigorosamente seguidos. Mas não se importava, aquela era a forma de alertar Annabeth, algo deveria ser feito e rápido.
-Eu sei o que você está sentindo e você pode não concordar comigo agora. - a morena levantou-se limpando a areia que ficara em suas vestes, seu coração menos pesado que antes. - mas vai precisar de mim, afinal, eu estou na droga da sua profecia.
Fim do capítulo
Vamos ao juramento pelo Estige...
Além de ser um dos rios do mundo inferior e também o rio da invulnerabilidade, fazer uma promessa pelo Estige seria o tipo de voto mais sagrado possível - tanto em PJO como na mitologia grega de uma forma geral. Nem mesmo os deuses podem quebrar tal promessa e quem o tentar fazer sofre graves consequências!
Bem espero que tenham gostado do cap. apesar de não parecer importante é um dos que eu mais estava ansiosa para postar.
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Lea
Em: 23/06/2022
Pelo o que pude entender,tanto a Clarisse quanto a Annabeth tentaram inutilmente corta os fios. Certo? Por isso elas tem as cicatrizes iguais.
A senhorita Silena ama e muito a Clarisse. Um dia a Silena pode deixar de amar a Clarisse como mulher?? Ela não tem um fio do amor perdido,que ainda não tenha visto??(Silena)
Bom dia La Rue.
Qual o seu verdadeiro nome??
Obs:Depois deste seu livro, dificilmente verei as estórias sobre os deuses e deusas com os mesmos olhos.
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