Olá meus queridos semidivos quarentenados, tudo bem com vocês? Espero que estejam se cuidando muito bem nesse período tão difícil.
Esse capítulo demorou um pouco mais, pois eu queria lança-lo juntamente com o da spin-off - que pelos meus cálculos está atrasada uns dois caps. - então eu que lute para manter tudo em ordem.
Seguinte, esse é um cap. que parece enrolação, mas não é, eu tive que parar, pois o próximo é bem importante e como vocês bem sabem não gosto de muita informação compactada. Ah... Antes que eu esqueça, apenas uma pessoa acertou "parcialmente" o que vai acontecer nesse capitulo kkkk...
Bem, é isso, boa leitura a todos e obrigada por tudo!!!
Orações à deusa
"Bem, você só precisa da luz quando está escurecendo
Só sente falta do sol quando começa a nevar
Só sabe que a ama quando a deixa ir
Só sabe que estava bem quando se sente mal
Só odeia a estrada quando sente saudade de casa
Só sabe que a ama quando a deixa ir
E você a deixou ir"
~***~
Após deixar o chalé de Ares a conselheira do chalé 6 concentrou-se em analisar aquele singelo papel, a única coisa que Clarisse deixara para trás, Annabeth não era exatamente uma pessoa que tinha problemas com enigmas, na verdade ela adorava o prazer de desvendar coisas difíceis, porém nada ali era claro o suficiente para ela.
"Quando estiver confusa procure o mar?"
Aquilo se referia a Poseidon? Ao seu amigo Percy? E quando ela saberia efetivamente que estava confusa... Seria agora? Seria com o tempo? Teria alguma espécie de sinal? Eram muitas questões para lidar e seu tempo corria e quanto mais ele corria menos sabia sobre o paradeiro de La Rue.
Tentou se manter tranquila, afinal era comum que semideuses saíssem em missões de busca ou reconhecimento, era pra isso que eram treinados, mas de alguma forma ela sabia que estava apenas se enganando. Clarisse se foi lhe deixando sem palavras, apenas um bilhete, lhe escondendo fatos por meio de enigmas e ela não conseguia entender a razão.
~***~
Fazia quase um mês que Clarisse havia partido e aquilo era tempo mais que o suficiente para ter a certeza que um semideus estava em sérios problemas ou na pior das hipóteses... Negava veementemente quando era invadida por aquele pensamento em especifico, mas sequer uma mensagem de íris fora enviada segundo Quíron e Mark parecia não lhe esconder algo de fato, o conselheiro substituto também não receberá qualquer tipo de sinal da irmã. Os dias que se seguiram após acordar "sozinha" nos aposentos de Clarisse não foram dos mais fáceis de lidar e a falsa calmaria que tentava transparecer fora substituída gradativamente por uma aflição desmedida.
Estava deitada em sua cama, os pensamento confusos e desordenados, os olhos cinzentos irritados pelas noites mal dormidas ou não dormidas. Delphos, a coruja de celeiro que Clarisse lhe presenteara, repousava sobre sua barriga e vez ou outra lhe bicava os dedos gentilmente como forma de lhe animar.
-Sinto muito, devo estar sendo uma péssima dona... - comentou a loira focalizando os olhos negros e brilhantes da coruja.
Sua companheira emitiu pequenos sons e voltou a bicar-lhe os dedos e as costas da mão, deixando pequenas marcas, porém sem lhe ferir. Annabeth entendeu suas intenções e lhe acariciou a plumagem bonita.
-Eu também sinto falta dela. - confessou mordendo o canto do lábio enquanto se perdia novamente em seus pensamentos.
Alguns poucos toques na porta de madeira indicava que estava na hora de levantar, não que fosse displicente com os seus horários, ou algo do tipo, mas Patrick vinha fazendo isso na última semana, gostando ou não ele havia tomado algumas responsabilidades para si desde que Annabeth comentara superficialmente sobre o que estava acontecendo. Assim ganharia um pouco mais de tempo para as suas pesquisas enquanto se dividia entre os estudos obrigatórios e a supervisão de atividades ministradas pelo chalé 6.
-E então, como ela está? - perguntou Percy ao rapaz quando deixaram as formalidades que o moreno não apreciava tanto assim quando era a sua vez na escala de supervisão.
-Está piorando gradativamente. - confessou o loiro dando um suspiro cansado. Estava agradecido pelo filho de Poseidon ser menos rígido ou fazer vista grossa quando se tratava da sua irmã. - nunca a vi dessa forma, ela não é assim. - estava frustrado por não poder fazer mais pela mais velha. - já teve alguma notícia? - perguntou com um fio de esperança em meio aquela turbulência.
-Estou aguardando notícias do meu irmão. - informou Percy lhe afagando brevemente os ombros após deixar a prancheta em um beliche qualquer. - vamos resolver isso, não se preocupe tanto.
O loiro esfregou o rosto, estava cansado mesmo que tentasse não aparentar. Percy estava preocupado com ambos, realmente Annabeth nunca foi de apresentar um comportamento daquele e até mesmo a filha de Ares vinha ocupando seus pensamentos ultimamente... Ele não conseguia avaliar em que nível se encontrava o relacionamento das duas semideusas, mas estava fazendo o possível conforme as informações que lhe foram repassadas.
-Obrigado, Percy. - agradeceu abraçando o mais velho.
Sentiu o rosto corar levemente, mas envolveu a cintura do rapaz e deixou que o mesmo repousasse o rosto em seu ombro.
~***~
-Annabeth... - chamou-lhe o centauro pela segunda vez.
Escutou algumas risadinhas de semideuses próximos a ela, que logo foram repreendidas pelo olhar intenso do centauro. Patrick lhe fez um breve afago na mão, foi o que lhe trouxe totalmente a realida. Annabeth encontrava-se na aula de grego, porém seus pensamentos estavam dispersos demais quando o mais velho chamou-lhe a atenção.
Assim que os alunos foram dispensados Quíron chamou a filha de Athena com um pequeno gesto. A loira suspirou enquanto colocava suas coisas em uma bolsa, não estava acostumada a levar chamadas, muito menos nas aulas em que era a melhor da turma... Bem, a melhor da turma depois de Clarisse, não sabia explicar como, mas o que a líder do chalé 5 não conseguia entender com o inglês ela compreendia de forma extremamente fácil em grego. Um sorriso mínimo surgiu em seus lábios ao lembrar-se de quando as duas discutiram em sala quando eram mais novas.
-Vou te esperar no chalé. - comentou Patrick após organizar seus livros e materiais e dar um sorriso confortador para a irmã. - enquanto vocês conversam vou organizando os campistas para o horário do almoço.
Annabeth retribuiu ao sorriso como forma de agradecimento e despediu-se do garoto mais novo para logo em seguida dirigir-se a passos pesados até a mesa onde o homem de olhos castanhos e sobrancelhas espessas lhe analisava daquela forma como se pudesse desvendar até mesmo sua alma.
-Está se sentindo mal, Annabeth? - perguntou com sua voz branda assim que a menina aproximou-se o suficiente. - doente ou algo do tipo?
-Não, senhor. - respondeu baixando os olhos e comprimindo os lábios.
-Não estou lhe repreendendo querida. - o sorriso suavizava agora sua expressão até então incógnita para a semideusa. - apenas perguntei, pois tenho notado que está um pouco dispersa e creio que não seja apenas nas minhas aulas. Muitas obrigações com o chalé?
Annabeth ficou menos tensa, Quíron só estava preocupado e não chateado com a sua displicência, mesmo assim não era o tipo de pessoa que internalizava bem suas faltas, sempre se cobrou de forma dobrada por ser filha de quem era... Sempre procurou ser exemplar.
-Me esforçarei mais para dar o meu melhor. - tentou tranquilizar aquele quem considerava sua referência paterna no acampamento. - acredito que seja apenas uma súbita indisposição, nada que um pouco mais de descanso não ajude.
Provavelmente ela não havia convencido o diretor de atividades, mas estava aparentemente mais aliviado com as suas palavras e o sorriso um tanto quanto forçado.
-Se precisar sabe que pode contar com a minha ajuda, não sabe?! - ele reforçou seu discurso, tentando lhe passar também algum conforto, acolhendo a mãos da garota entre as suas.
Sentiu-se aliviada com o toque, dissipando momentaneamente todo aquele peso que se instalou em seu peito. Pode sorrir novamente de forma mais natural, sem sentir que poderia quebrar em algum momento.
-Muito obrigada. - agradeceu a garota encarando os olhos do centauro com firmeza pela primeira vez naquele dia.
~***~
-Sei que não gosta quando lhe dou algum tipo de ordem, mas você precisa se alimentar. - Patrick tentava ter alguma moral ali, mas sabia que não surtiria tanto efeito quanto gostaria.
Não queria ser tão pessimista, mas desde que a filha de Ares deixara o acampamento notou que sua irmã vinha definhando aos poucos, havia perdido peso, não se alimentava direito e se encontrava quase sempre exausta ou aérea - e isso era resultado de longas noites em claro estudando alguma possibilidade de saber o paradeiro da morena. Amava Annabeth, de todos os irmãos que possuía naquele local ela fora a única a lhe tratar de igual para igual e lhe acolher de forma mais carinhosa e receptiva, mesmo que para terceiros tentasse se mostrar uma pessoa mais séria do que alguém de sua idade realmente seria... Se sentia frustrado em não poder ajudar um pouco mais.
-Estou sem apetite. - respondeu sem qualquer resquício de forças para repreender o mais novo. Mexia a comida de forma desinteressada até levar um pedaço pequeno à boca.
O loiro de olhos cor de mel suspirou pesadamente, era fato que a campista estava sem apetite, há dias ela estava vivendo como uma espécie de zumbi, entretanto Annabeth não conseguiria chegar a lugar algum daquela forma.
-O máximo que vai conseguir se continuar assim é ficar de cama. - reforçou o garoto bagunçando levemente os finos fios loiros, deixando-os arrepiados de uma forma que Annabeth sempre achava fofo, mesmo que nunca fizesse de propósito. - não está se alimentando e a fadiga em excesso tem lhe deixado ainda mais abatida.
-Patt, por favor. - pediu passando as mãos no rosto e afastando o prato, não conseguiria comer mais nada.
O rapaz cruzou os braços sobre o peito e adotou aquela postura ranzinza e desleixada na cadeira de quando era contrariado, não iria insistir, pelo menos não por hora, Chase já possuía muito com o que se preocupar e deixá-la chateada não seria algum tipo de bônus. Os olhos cinzentos da irmã tomaram outro destino e ele sabia bem qual, a mesa próxima a eles a mesa destinada aos baderneiros membros do chalé 5.
Os olhos cinzentos e astutos pousaram na figura de Mark, o rapaz forte e alto tentava inutilmente fazer a pequena Lucy comer alguma coisa, porém a menininha parecia quase tão amuada quanto ela mesma. Era extremamente apegada a Clarisse e mesmo que o atual conselheiro tentasse o possível era perceptível a falta que a morena disseminara entre os seus.
Fazia alguns dias que não via Lucy, ou talvez estivesse dispersa demais para perceber que a loirinha de olhos castanho-esverdeados se fazia um pouco mais presente entre os irmãos. Mark e Annabeth trocam um breve olhar, ele sabia o que era e no momento seguinte despistou os poucos filhos de Ares que ainda estavam ali, o pavilhão estava esvaziando gradativamente e cada um dos campistas tinha algumas poucas horas livres antes das atividades do período da tarde. Chase apertou brevemente o ombro do irmão que ainda possuía uma expressão carrancuda e ele correspondeu com sinal de cabeça, como se aquilo já fosse esperado.
-Annabeth! - a voz da loirinha subitamente tornou-se mais animada ao ver a filha de Athena, um sorriso sincero iluminou o seu rosto.
Não sabia exatamente como haviam adquirido aquela proximidade, mas não era algo ruim, muito pelo contrário. Lucy era uma criança incrível, doce e esperta, dificilmente alguém não se apaixonaria por aquele pequeno ser entre os grandalhões.
-Sinto saudades das suas histórias Annie. - a menina lhe abraçou assim que estava próxima o suficiente e aquilo foi realmente muito bom para a mais velha.
-Olá querida. - correspondeu ao carinho e beijou-lhe o rosto, deixando a menina corada quase em automaticamente. - que tal lhe visitar hoje à noite na Casa Grande? - Lucy lhe olhava com os belos olhos arregalados com a proposta, como se não acreditasse no que acabara de escutar. - mas precisa me prometer que vai comer tudo no jantar.
A menina acenou freneticamente com a cabeça, Mark olhava de Annabeth para a irmã como se perguntasse que tipo de bruxaria era aquela, a conselheira apenas sorriu com a cara de bobo que o guerreiro apresentava.
-Muito bem mocinha, agora vá descansar e nem pense em cabular nossa aula mais tarde. - completou ele se aproveitando do discurso da filha de Athena.
-Certo irmãozão! - ela pulou da mesa após lhe dar um abraço apressado para logo em seguida sair correndo entre as mesas e campistas que ainda estavam ali.
Mark continuou a olhar para Annabeth como se ela tivesse algum superpoder, mas ela apenas sorria ao acompanhar a menina com o olhar antes de sentar-se a mesa do chalé de Ares, alguns poucos semideuses que ainda estavam por ali estranharam sua atitude, porém o que menos lhe importava no momento era o julgamento dos outros.
-E então, teve algum progresso ou novidade nas suas pesquisas? - perguntou o mais velho ajeitando sua postura no banco e apoiando os cotovelos no tampo de madeira, os olhos escuros observando a figura a sua frente com algum resquício de esperança, mesmo que a realidade o fizesse titubear nos últimos dias.
-Estou estagnada. - confessou de forma frustrada enquanto retirava o bilhete cuidadosamente dobrado de um dos livros que carregava consigo. - talvez a melhor pista que temos até então é justamente a que não conseguimos decifrar sequer uma única linha.
Ele passou as mãos grossas pelos cabelos, mas eram tão curtos que não era possível bagunçá-los de fato, apenas deixava os fios levemente em pé.
-E tudo isso graças a minha maravilhosa irmã que resolveu dar uma de filha de Apolo e deixar essa porcaria em forma de enigma. - resmungou o loiro dando um soco na mesa fazendo alguns talheres que estavam por perto saltarem. Sem aviso prévio ele toma-lhe o bilhete das mãos enquanto Annabeth lhe reprova com um olhar severo. - a letra dela é terrível... Ela deveria ter escrito essa merd* em grego, provavelmente estamos com problemas para decifrar por culpa dela.
-Ela está me desafiando, sabe que não gosto de resoluções óbvias. - argumentou enquanto tamborilava os dedos no tampo de madeira, sua mente vagando novamente por infinitas possibilidades.
-Que maravilha! - bufou novamente com um sorriso irônico no rosto. - o amor é lindo. - fez uma careta não se importando com a feição brava da loira.
Percy juntou-se a reunião dos dois, jogando-se ao lado de Annabeth sem muita cerimônia, Mark levantou a sobrancelha gradativamente, não precisava de muito para que ele transformasse aquilo em um motivo para caçar briga. Porém o olhar um tanto inquisitório de Annabeth sempre dava um jeito de frear os seus instintos.
O filho de Poseidon foi incluído naquela busca logo quando a melhor amiga começara a sua investigação por respostas, para ela parecia mais do que óbvio que Jackson estava diretamente ligado à primeira linha, mesmo assim não tiveram muito sucesso.
-Consegui me comunicar com Tyson. - informou o moreno de olhos verdes assim que se sentou. Bem sabia como Chase ansiava por alguma notícia. Pensou no irmão quase que imediatamente, pois gostando ou não ele estava agora mais próximo de seu pai e quando o ciclope soube que Annabeth precisava de ajuda mostrou-se empenhado em fazer algo pela amiga. - ele tem feito buscas, tentado se comunicar de alguma forma, mas não há nenhum rastro de Clarisse nos domínios de Poseidon.
Mark continuou calado, até onde sabia aquela era talvez a melhor ideia que tiveram e estavam novamente errados. Percy também não estava muito animado após a conversa com o irmão, queria muito ajudar a amiga e vê-la melhor, pois nunca estivera tão abatida como agora. Mas Annabeth nunca deixava desanimar perante os problemas que queria arrasta-los como uma avalanche... Ela uniu as mãos e apoiou o queixo, sempre ficava mais imersa em seus pensamentos quando retornavam ao ponto zero. Estava deixando que seus sentimentos nublassem seu raciocínio, sabia que deixara escapar algum detalhe, mesmo que mínimo.
Os olhos cinzentos correram pelo recinto já quase tomado pelo vazio até que pousaram em uma pessoa em específico. A conselheira do chalé 10 despedia-se de um de seus irmãos, a fisionomia um tanto quanto abatida, não era comum ver Silena Beauregard daquela forma, os olhos azuis sempre amigáveis e cintilantes focaram os seus de forma fria, como nunca os vira antes. Era isso... Era a única coisa que estava precisando para ter um lapso de pensamento.
"Quando estiver confusa procure o mar"
Como pode ser tão burra a esse ponto? Clarisse não estava se referindo a Poseidon e sim a Afrodite, a deusa que veio do mar.
-Preciso ir. - comunicou subitamente levantando-se do banco. Percy e Mark lhe olharam confusos. - acho que consegui decifrar a primeira linha. - um sorriso vitorioso brincava nos lábios bem desenhados.
~***~
Era chegado o derradeiro momento, ela podia sentir, queria não possuir certos dons do amor, pois aquilo também era doloroso para ela, mas não era possível evitar. Afinal era filha de Afrodite e como tal conseguia enxergar os caminhos que o mesmo percorria e como agravante ou talvez fosse sua punição ainda tivera contato com ambas as partes envolvidas naquele sinuoso e confuso caminho, estava apaixonada por uma delas e bem... Tinha noção de como tudo deveria terminar.
Recolheu-se no templo como de praxe nos últimos dias, não que ali encontrasse algum conforto, afinal só o teria quando colocasse novamente os olhos naquela maldita filha de Ares e assim comprovasse que estava bem, mas fora a saudade lhe restava apenas à esperança que devotamente empregava em suas orações. Afrodite era uma boa mãe, sempre atendera aos seus pedidos e por todos os deuses no Olimpo ela esperava que continuasse assim, mesmo que nenhuma certeza lhe fosse dada, nem um sinal por mais mínimo que fosse... Mas da mesma forma que lhe era piedosa também lhe dera duras advertências, não se encontrava daquela forma por acaso, porém ela já estava fadada a abraçar aquele fardo. Teria de ser paciente, prometera isso a Clarisse e não tinha qualquer intenção de desapontá-la, não agora que precisava de sua ajuda de forma mais efetiva.
Afastou qualquer tipo de pensamento naquele momento, tudo o que menos precisava era de uma mente abrumada. Voltou-se para o altar da deusa assim que acendeu o incenso de jasmim, aquilo lhe ajudaria a se conectar e concentrar no que deveria fazer.
-Abençoada seja Afrodite Basilis, grande rainha com as qualidades do amor! Ensina-me a exercer o meu poder com amor e sabedoria. - disse ao pegar uma vela vermelha e untando a mesma com o óleo de rosas. - ajuda-me a nutrir aqueles que de alguma forma dependem de mim com muito amor e alegria, sempre doando e recebendo no limite certo e com sabedoria.
Após concluir os primeiros dizeres, acendeu a vela vermelha que estava ali como oferta a Afrodite e como símbolo do seu amor por La Rue.
-Ajuda-me a cumprir e a lidar da melhor maneira possível com todas as responsabilidades da minha coroa, sempre com leveza, dedicação e felicidade. - pegou as pétalas de rosas de cores variadas e distribuiu ao redor da vela; as vermelhas simbolizava a filha de Ares, as rosas o seu amor próprio e as amarelas família e amigos.
Procurou mentalizar Clarisse a partir daquele passo em diante, os momentos que viveram juntas, os sorriso, carinhos e o amor... Aquilo lhe doía, mas não poderia se deixar levar por aquela parte ruim de seus sentimentos. Retirou do bolso de seu short de forma muito cuidadosa dois corações de argila que ela mesma havia moldado há exatamente três dias, e os depositou no altar assim como os outros itens.
Observou a chama atentamente até que a cera derretesse apenas o suficiente, em seguida cuidadosamente gotejou sobre um dos corações e com a cera ainda quente uniu os dois pequenos símbolos de argila.
-Deusa Afrodite, minha mãe... - começou enquanto mantinha as duas pequenas peças pressionadas até que fosse colada uma a outra. - traga-a de volta para mim, mas caso não seja possível mantenha sã e a salvo aquela que tem o meu amor.
Aguardou pacientemente que a vela fosse consumida pela chama que queimava com intensidade.
-Para finalizar este rito de amor pleno, agradeço por te fazeres presente, que teu amor seja sempre vigente... Que assim seja, que assim se faça, assim é!
Antes mesmo de concluir as orações a sua patrona Beauregard notara que não estava sozinha no recinto, porém a pessoa que ali se fazia presente procurou respeitar o seu momento antes de se pronunciar.
-Para uma filha de Athena devo dizer que estou desapontada. - comentou a morena de olhos azuis enquanto se levantava e via que a conselheira do chalé 6 encontrava-se escorada na parede maciça bem próxima ao portal de entrada. - esperava que me procurasse já há algum tempo.
Fim do capítulo
E aí meus pequenos, curtiram o cap. apesar de mais "de boinha"? Espero que sim! Esse foi mais um que acabei inserindo algumas coisas que não existem em PJO, no caso o ritual feito pela Silena para Afrodite.
Senta que lá vem história:
Algumas pessoas podem ter achado estranho quando Silena se refere a mãe como "Afrodite Basilis", Basilis é um dos "epítetos" da deusa. Pra quem não sabe o que é isso, epítetos são as diferentes formas e facetas com as quais as divindades manifestam suas energias.
Quando Silena evoca Afrodite Basilis ela está se referindo a Afrodite "Rainha", aquela que ensina a ser rainha de sua própria vida. Ajuda a tomar posse dos tesouros que são seus por direito, e a cumprir com as responsabilidades da coroa que carrega em sua cabeça com dedicação e amor.
Vejo vocês nos comentários... Vamos com as teorias malucas! Um grande abraço!
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