Capitulo 61. New lands, new people
A chegada a um país completamente desconhecido foi mais complicada do que Emily esperava. O aeroporto era enorme, e o fato de não conhecer tão bem a língua inglesa dificultou ainda mais as coisas. A ruiva se perdeu durante o percurso até a esteira de bagagens, encontrando-a quase uma hora depois.
O trajeto deveria ser simples: Buscar a bagagem e ir para o portão de saída encontrar seu pai, uma vez que por ter cidadania britânica, ela não teria que passar pela imigração. Mas a aventura de se perder e tentar se comunicar com estranhos foi desesperadora.
Quando por fim passou pelo portão de saída, não foi difícil reconhecê-lo: Elliot era um homem esguio, de cabelos loiros claro e escorridos até a altura do lóbulo de sua orelha. A barba bem feita passaria despercebida em seu rosto pálido se não fosse tão volumosa. Elliot usava um terno azul marinho e segurava em suas mãos uma placa com o nome completo da filha.
Passos receosos guiaram a ruiva até ele, e a proximidade lhe permitiu notar que os olhos de seu pai se assemelhavam em cor e formato com os do irmão, esverdeados.
— Oi Emily! — A voz grave e calma de Elliot foi retribuída com um sorriso amistoso.
— Elliot. — Acenou com um balançar de cabeça.
— Você demorou... — Comentou enquanto analisava as feições da filha.
— Eu tive alguns problemas de percurso, literalmente falando. — Emily não deixou de perceber que o pai tinha certa dificuldade para falar o português, carregando um sotaque pesado nas palavras.
Elliot mostrou os dentes em um sorriso divertido.
— É fácil se perder por aqui quando se conhece, imagina sem conhecer. — Por fim ele abaixou a placa em suas mãos. — Vamos indo, quero chegar até nossa casa antes do almoço para termos tempo para te mostrar a cidade.
Emily consentiu e seguiu o homem loiro, deixando o aeroporto em sua companhia. Eles adentraram em um carro comprido, preto e de vidros escuros, ambos no bando traseiro, e antes de seguirem viagem, o homem por de trás do volante os cumprimentou.
— Bem vinda a cidade novamente, senhorita Emily. — Um largo sorriso tomou forma nos lábios no homem de cabelos e barba grisalhos.
— Hector, considere essa a primeira vez que Emily veio para a cidade e faça um tour durante o trajeto, ok? — O patrão sorriu para o motorista.
— É um prazer conhecê-lo, senhor Hector. — A ruiva não pode deixar de notar as linhas que se formaram na testa do senhor, ele estava confuso.
— Você não contou para ele, certo? — Emily esperou o motorista virar-se de frente para o volante para só então questionar o pai.
— Talvez eu tenha me esquecido. — Franziu o rosto. — Talvez ele tenha se esquecido. São possibilidades. — Elliot usou um tom brincalhão, mas não foi retribuído por um sorriso dessa vez.
— Tanto faz também. — Concluiu, desvencilhando-se do olhar de seu pai.
Hector como bom patriota fez questão de passar pelo centro de Londres, apresentando a Emily o Palácio de Buckingham, a Abadia de Westminster e o Parlamento Britânico, reduzindo a velocidade toda vez que passava na frente de algum deles. Sem estender muito o caminho, o motorista levou-os até Westminster onde ficava a casa do Sr. Harley.
Antes de descerem do carro, Elliot cautelosamente cuidou de explicar para a filha que não estava mais sozinho. Estava se envolvendo com uma mulher chamada Rebeca, ou como costumava chamá-la, Becky. Emily teria ficado furiosa com a notícia se fossem outros tempos, mas agora ela simplesmente não importava. Ela queria apenas conhecer o homem que era seu pai.
— Elliot, relaxa. — Interrompeu-o durante a explicação. — Tudo bem você ter casado de novo, não faz diferença na minha atual situação. — Deu um sorriso sem graça.
— De fato, é verdade. — Eliott não expressou tristeza no olhar, na verdade, estava aliviado por não ter que passar por maus bocados com a filha por conta da noticia.
Fazia anos que ele não a via, e nas poucas vezes em que haviam se falado no passado, Emily foi extremamente fria e objetiva. Elliot entendeu e concluiu que de todas as consequências do acidente, pelo menos uma delas havia trazido uma coisa boa, a possibilidade de se reaproximar de Emily.
O homem até foi visitar a filha quando foi comunicado do acidente pelo filho mais velho, Robbert, mesmo que a contragosto da ex-mulher. Mas assim como a maioria das pessoas, sua esperança de vê-la acordar não durou muito tempo após os seis primeiros meses do coma, e as visitas foram diminuindo gradualmente, até quando não aconteceram mais.
— Finalmente! — Emily ouviu uma voz fina correr pelos cômodos da casa no instante em que abriram a porta. — Eu não via a hora de conhecer você! — Declarou enquanto aproximava-se em passos contentes.
As sobrancelhas de Emily acentuaram em seu rosto quando seus olhos alcançaram a dona daquela voz. Receba era uma mulher de estatura mediana e corpo bem definido. Os cabelos negros e lisos caiam sobre os ombros, contrastando com o par de olhos azuis claros. Os lábios eram finos e rosados, e o nariz empinado. Apesar de ser uma mulher bonita, o que chamou a atenção de Emily não foi isso, e sim a aparência juvenil da outra. As roupas pouco formais em conjunto com a pele praticamente sem marcas de expressão fez a ruiva concluir que Rebeca tinha uma idade muito próxima da dela.
— Receba Davies. — Ergueu a mão em direção a ruiva. — Mas pode me chamar de Becky.
— Emily. — Cumprimentou-a, forçando um sorriso simpático.
— Elliot não havia mencionado que você já era tão... Grandinha. — Deu uma leve risada.
— Ele também não mencionou a namorada dele era da minha idade. — Olhou para o pai de rabo de olho, repreendendo-o por namorar uma pessoa tão mais nova que ele.
Becky sorriu sem graça.
— Bom, ainda temos muita coisa para colocar em dia, não é mesmo? — O homem loiro tentou amenizar o clima.
Emily consentiu.
— A parte boa é que os passeios serão mais divertidos. — Receba forçou o melhor dos sorrisos e ponderou o semblante da enteada.
— Disso eu não vou discordar. — Emily alternou o olhar para Elliot pressionou os lábios, subjugando a idade dele em uma careta.
— Eu posso ser velho, mas — Becky o interrompeu.
— Mas nada. — Deu-lhe dois tapinhas no ombro. — Vem Emily, vou te levar até o seu quarto.
Emily acompanhou a mulher de cabelos negros até o segundo andar da casa, onde foi apresentada ao quarto em que ficaria. As paredes branco gelo contrastavam com os dois quadros grandes coloridos com pinturas abstratas, um deles logo acima da cabeceira da cama, e o outro em uma das paredes laterais. A janela do quarto era composta de 3 extensos quadrados interligados, dois em diagonal, e um deles ao fundo dos outros, conectando-os e trazendo amplitude ao quarto. Ao lado da cama, uma mesa de canto em madeira de lei tratada dava ao quarto um toque rústico, assim como o chão de piso bege. A cama tinha uma quantidade enorme de travesseiros, cobrindo parte da cabeceira cinza fosco.
— Há quanto tempo você e o meu pai estão juntos? — A ruiva colocava a mala de fibra de carbono preta ao lado da cama quando a questionou, lançando um olhar de canto de olho.
— Há aproximadamente um ano. — Receba acomodou-se na ponta da cama enquanto observava a outra ir se ajeitando pelo quarto.
— E vocês já estão morando juntos? — Emily pegou em suas mãos um dos porta retratos do quarto que estava em cima da mesa de canto, era uma foto dela com o seu pai quando ainda era criança.
— Digamos que o seu pai é um tanto quanto apressadinho, e nem um pouco tradicional. — Confirmou em uma brincadeira.
— Entendi. — Emily depositou o porta retrato em seu lugar de origem, e contornou o quarto com o olhar até parar de frente para Rebeca. — Você não é daqui, é? — Franziu o cenho.
— Não entendo aonde quer chegar. — Becky ajeitou a postura, encarando os olhos da ruiva em uma tentativa falha de estudá-la.
— Em lugar nenhum. — Deu de ombros. — É só que o seu português é claramente nato.
— E você é claramente uma pessoa observadora. — Emily deu um sorriso glorificante quando ouviu. — Eu nasci e fui criada no Espírito Santo. Vim para cá terminar a minha faculdade e bom... Fiquei por aqui.
— Foi quando vocês se conheceram? Na época da sua faculdade?
Rebeca deu um sorriso divertido.
— Emily, eu não sou tão nova assim, calma lá. Mas não vamos perder tempo falando disso agora. Termina de se ajeitar e desce para almoçarmos. Saímos para o nosso primeiro passeio logo depois.
Naquela tarde, Elliot, Emily e Rebeca passearam pelo tão conhecido Hyde Park. Andaram de pedalinho, caminharam pelas extensas áreas verdes e frescas e fizeram um piquenique ao final da tarde. Elliot gastou boa parte daquele passeio tentando ensinar Emily a andar de bicicleta novamente.
A noite já caia quando chegaram em casa, e todo o cansaço da viagem caíram sobre os ombros de Emily que recusou até mesmo o jantar, tomando apenas um banho antes de dormir.
Ainda antes de dormir, Emily resolveu olhar as mensagens do seu celular, encontrando o que tanto esperava: sua conversa com Alice.
Emily sabia que encontraria várias mensagens da morena lhe perguntando como foi a viagem, e como estavam as coisas, e então reservou um tempo daquele dia cansativo para retornar as mensagens.
“Eu cheguei bem. Me perdi no aeroporto, mas tudo certo né, só pagando de Emily mais uma vez, rs. Meu ‘pai’ é um cara um tanto quanto na dele. Você acredita que ele nem tentou me abraçar? Enfim né, preferi assim.”
“Ah, e tem outra, ele namora uma garota da nossa idade praticamente. Um absurdo!!!”
Antes que Emily pudesse enviar outra mensagem, Alice respondeu:
“Não é surpresa mesmo você se perder hahahaha”
“Quanto ao seu pai, tenta dar um desconto para ele. Antes do seu acidente vocês mal se falavam, é normal ele estar retraído também. Agora quando ao relacionamento dele... DESNECESSÁRIO.”
Emily deu uma leve risada com o último comentário. Apagou o texto em que dizia estar cansada e que iria dormir, e deu seguimento a conversa:
“Completamente. Mas até que foi bom, porque ela é uma pessoa divertida. Até andar de bicicleta eu aprendi hoje, quem diria”
Alice enviou uma figurinha rindo.
“Sem querer ser chata... Eu sei que você falou que conversaríamos quando voltasse, mas eu meio que preciso falar sobre o que aconteceu antes de você ir para o Aeroporto”. – Do outro lado da tela, Alice estava com uma feição preocupada.
Os minutos que Emily demorou para respondê-la pareceram durar uma eternidade.
“Você é impaciente mesmo, puta que pariu.” – Um emoji rindo completou a mensagem da ruiva.
“Preocupada é a palavra certa. Paciência eu tenho de sobra, rs” – A resposta veio tão rápida que Alice parecera ter a digitado antes mesmo de Emily enviar a mensagem anterior.
“Eu sei que eu ter dito ‘eu te amo’ deve ter sido informação demais para você, principalmente depois do que conversamos, mas eu não quero que você tente fugir de mim de novo, Harley. Eu sei que você não está no momento de se relacionar com ninguém agora e eu entendo, de verdade. Entendo e aceito o fato de você precisar se conhecer, conhecer o mundo, e pessoas.” – A coragem que Alice precisou ter para escrever as últimas palavras maltratou seu coração que se encolheu no peito. – “Eu só quero que você saiba que tudo bem para mim. Eu não vou colocar expectativas em você” – Mentiu mais para si mesma do que para Emily. – “E em nós. Só não me peça para desistir de você, porque eu não sei se seria capaz disso.”
Emily leu a mensagem várias vezes antes de decidir e pensar no que responder.
“Você tem certeza do que está falando? E se eu te machucar com toda essa bagunça que eu estou tendo que aprender a organizar?” – Emily precisava ter certeza de que Alice estava realmente bem com aquilo. Afinal, beijá-la não havia sido ruim, e talvez repetir aquilo pudesse ser ainda melhor.
“A gente resolve depois, E SE acontecer. Eu entendo os riscos, e não vou hesitar em arriscar por você. Eu já conheço a história da menina que hesitou.” – Alice esticou os braços enquanto estava deitada na cama, olhando incansavelmente para a tela do celular.
“???”
“A menina que hesitou = Alice Butckovisky” – Enviou uma figurinha de uma mulher com a palma da mão contra a testa em seguida.
“Ainda não me conformei com seu sobrenome... Deveriam prender a pessoa que inventou isso”.
“Cala a boca Harley!” – Um emoji furioso completou a mensagem.
As duas mulheres passaram horas trocando mensagens até o momento em que Emily pegou no sono aguardando por uma resposta de Alice.
Na manhã seguinte, Rebeca acompanhou a ruiva pelas ruas comerciais de Londres, parando em diversas lojas de roupas e sapatos pelo caminho. As ruas movimentas e de arquitetura tão diferente de Porto Alegre enchiam os olhos de Emily de curiosidade e emoção. Tudo a empolgava e Becky achava aquilo hilário, recordando-se de quando ela mesma chegou à Londres. Compraram algumas roupas na Harvey Nichols especialmente para o passeio que iram na noite desse dia, e depois tomaram um sorvete na Udderlicious. O passeio a luz do dia se encerrou no Big Ben, um dos lugares que deixou a ruiva mais vislumbrada. Os detalhes da torre do relógio eram delicados e com um design neo-gótico marcante.
A noite estava particularmente mais fria neste dia, e embora Emily houvesse optado por usar um blusão branco de tecido requintado e de mangas largas até a altura dos cotovelos como um vestido, foi necessário completar o look com um sobretudo cinza, pelo menos até que chegassem ao local. Uma bolsa de couro preta e alça média portava os pertences da ruiva. Nos pés um tênis da New Balance bege com sola marrom e detalhes em tons de azul bebê e marinho traziam harmonia a estampa discreta do blusão.
Emily descia as escadas da casa quando pôde ouvir a conversa de seu pai com Rebeca.
— Elliot, você não pode ficar trabalhando enquanto sua filha está aqui! Por favor né, dá um tempo dessa empresa. — Becky parecia chateada.
Emily se aproximou da entrada da sala onde o casal conversava e escorou as costas na parede que dividia o cômodo do corredor, atentando-se a conversa.
— Eu sei Becky, e eu vou dar um tempo. Eu só preciso terminar de fechar essa negociação e estarei livre para poder sair com vocês e curtir a minha filha. — Desabafou em um timbre de súplica.
— Tem sempre um projeto, uma negociação, um relatório... Tem sempre alguma coisa. — Rebeca bateu o pé e cruzou os braços ao encarar o namorado.
O olhar sério da morena deixou claro para Elliot que ele estava em maus lençóis. Não era de hoje que ela cobrava do namorado uma maior disponibilidade de tempo, antes para si própria, e agora para a filha dele.
— Elliot, eu não quero ser a chata que sempre bate na mesma tecla... — Seus olhos imploravam para que a ficha dele caísse. — Mas o trabalho não pode ser mais importante do que isso. É sério.
— E não é. — Limitou-se. — Eu prometo para você que após encerrar essa negociação eu serei completamente de vocês. — Elliot se aproximou da namorada e acariciou seu rosto com o polegar.
O carinho inesperado e tão desejado por Becky a fez ceder, fazendo-a dar um selinho no namorado.
— Eu posso ser a pessoa mais legal desse mundo inteiro... — Depositou um beijo carinhoso no rosto de Elliot. — Mas a Emily não veio até aqui pela minha simpatia. — Outro beijo foi dado, desta vez do lado oposto. — Ela veio por você, para conhecer você. Então seja uma boa pessoa, e não a faça se arrepender disso.
— Eu não vou. São só ma... – A mulher mais nova interrompeu.
— Você pelo menos lembrou de ligar e reservar a nossa mesa no Maddox? – Rebeca afastou seu rosto, permitindo-se ter uma visão completa da face do namorado.
— Na main room como você gosta. – Elliot despejou um sorriso glorioso. – Só fica de olho na Emily lá, nada de beber demais e nem voltar tarde demais. – Ergueu o indicador, forçando uma feição séria e paterna.
— Se você ainda não percebeu, sua filha não é mais criança, Elliot. – Balançou a cabeça em represália. – Mas não se preocupe, você sabe como eu sou. Vou tomar conta dela, aliás, as meninas irão nos encontrar lá. – Becky deu um selinho em Elliot e se despediu, fazendo com que Emily praticamente pulasse da parede onde estava escorada.
O percurso até a Maddox Club foi rápido, e a chegada ao clube foi tão bem recepcionada que surpreendeu a ruiva. Dirigiram-se ao salão principal e ocuparam a mesa que Elliot havia reservado para elas. As amigas de Rebeca não demoraram muito para chegar, encontrando-as já com alguns drinks sobre a mesa. Emily foi apresentada à todas elas, mas pouco diálogo foi trocado entre ela e as mulheres sequer falavam o português.
A noite ficou mais agitada após uma garrafa de vodka ser exterminada pelo grupo de cinco mulheres. Rebeca havia insistido para que a enteada se soltasse um pouco mais, e depois do primeiro drink, os outros vieram de bom grado.
— Elliot não liga de você vir a esses lugares sem ele? — Emily falou próximo ao ouvido de Becky.
— Seu pai? — Deu uma risada. — Seu pai conhece todo o pessoal da organização da Maddox. Se eu pisasse torto ele saberia. – Rebeca afastou-se e voltou a dançar.
As sobrancelhas da ruiva formaram um arco sobre seus olhos, e uma ponta de preocupação alcançou seus pensamentos. Será que se ela aprontasse seu pai também saberia?! A festa estava lotada de pessoas bonitas que atraiam a atenção de Emily, e embora ela provavelmente não fosse capaz de ter um diálogo normal com qualquer um que fosse, ela não podia negar a vontade que sentiu de conhecer melhor algumas daquelas mulheres que por vezes passavam próximas à elas.
— Becky... Becky! – Aumentou o tom de voz. – Posso te perguntar uma coisa?
Receba acenou com a cabeça.
— Meu pai comentou algo sobre... Bom, você sabe. – As bochechas de Emily coraram ao falar sobre isso.
— Sobre você gostar de meninas? – Sorriu e confirmou ao balançar a cabeça. — Mas eu não conto se você não contar.
Os olhos de Emily quase saltaram do rosto.
— NÃO! Não foi isso que eu quis dizer. — Becky se aproximou, falando ao pé do ouvido da ruiva. — Eu me referi as lindas mulheres daqui. Vai fundo se quiser conhecer alguém.
Emily chegou a pigarrear com a forma direta e natural com a qual Rebeca falava sobre isso. Um sorriso envergonhado tomou forma em seus lábios, e seus olhos não puderam evitar percorrer os arredores.
Ter uma madrasta tão nova quanto ela não lhe parecia algo ruim agora.
A ruiva transcorreu os olhos por todas as pessoas do seu campo de visão, e não muito longe de si lá estava ela, sem dúvidas aquela era a mulher mais bonita da noite, pelo menos de perfil.
A mulher de estatura mediana e cabelos loiros presos em um coque bagunçado usava um vestido de renda preto e mangas três quartos. A transparência da peça em seus detalhes trazia sensualidade ao look, e as pernas bem torneadas da loira acentuavam pelo corte despojado do vestido. Ela usava uma bolsa arredondada e branca jogada pelo ombro.
Emily aproximava-se da outra sem sequer se dar conta disso, apenas desejando que seus olhos pudessem admirá-la um pouco mais. Durante a aproximação, foi impossível não perceber o batom vermelho mate que contornava os lábios finos e bem desenhados da mulher.
Mais um passo foi dado em direção a loira, e só então Emily se deu conta da semelhança dela com alguém que conhecia.
— Não é possível. – Pensou alto.
A ruiva curvou a cabeça para o lado tentando obter uma visão mais clara da mulher, mas antes que pudesse identificá-la Rebeca saltou na sua frente.
— Emily!! – Ergueu as mãos, apontando a palma delas para a ruiva. — Para tudo! Beverly falou que tem alguém para te apresentar!
A ruiva esticou o pescoço, pendendo a cabeça para o lado em uma tentativa falha de avistar a loira novamente.
— Vem comigo! — Rebeca pegou na mão da ruiva e saiu a puxando pelo salão.
Beverly estava ao lado do balcão de bebidas com sua amiga quando Rebeca praticamente empurrou Emily para cima delas.
— Sorry! — Seus lábios movimentaram-se sem proferir som algum, e antes que Beverly pudesse apresentá-la a sua amiga, a menina tomou frente, abraçando a ruiva e beijando sua bochecha em um cumprimento inesperado.
— Carrie Jonas. – Sussurrou ao ouvido de Emily antes de se afastar. – Nice to meet you.
— Emily Harley! – Uma voz distante pôde ser ouvida através do alto som da pista de dança, e a ruiva não foi a única a olhar para a mulher que havia gritado seu nome.
Beverly e Rebeca também se viraram, avistando a mulher de cabelos loiros em um coque bagunçado.
Os olhos de Emily percorreram todo o rosto da loira até que por fim alcançassem o par de olhos castanhos surpresos que a aguardavam. A mulher balançava a cabeça, completamente incrédula por tê-la encontrado justamente ali.
— Esse é o último lugar no mundo em que eu imaginaria encontrar você... – Declarou em um timbre firme enquanto se aproximava da ruiva.
Carrie não pôde evitar olhar para a linda mulher que se aproximava de Emily, recuando alguns passos. Não tinha como competir com ela.
— É mesmo você. – Pensou, enquanto se debatia por dentro por ter afirmado para si mesma minutos atrás de que ela era a mulher mais bonita da festa. – Porr*, poderia ser qualquer um e... Tinha que ser justo você! – Fechou os olhos por breves segundos, julgando a si mesma.
— Oi Lívia. — Emily pressionou os lábios em um sorriso forçado.
Fim do capítulo
Olá meus amores, boa noite!!!!
Como vocês estão?! Espero que bem!
Para compensá-las pelo tempo que fiquei sem postar, estou disponibilizando um novo capítulo para vocês hoje, fresquinho, saído da caixola ainda no dia de hoje! rsrsrs
Peço desculpas por qualquer erro de digitação, pois não tive muito tempo para revisar. (esse foi o capítulo mais rápido que escrevi na vida, real)
Espero que gostem da leitura e que preparem seus corações para os próximos capítulos!
Um grande beijo!
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Aloha
Em: 06/09/2020
Oi! Depois de ler tudo de uma vez, indo madrugada adentro, e com isso rendendo nada no trabalho por causa do sono....finalmente cheguei! Ufa!
Não sei se estou enganada, mas acho q lia essa história no abcles...enfim...agora estou roendo as unhas querendo saber o que vai acontecer!!!!!
Entendo o lado da Emily, mas fico triste pela Alice, tadinha. Uma vida inteira lidando com o amor platônico e quando tudo parecia estar se resolvendo acontece o acidente e a perda de memória! Espero que elas se entendam no final, mas acredito que ainda vai rolar mtos encontros e desencontros....ainda mais agora com a Livia na jogada (que claramente as duas vão se envolver de alguma forma). Gosto da Livia, personagem autêntica e com muita complexidade por dentro. Já a Anne....pode dar um chá de sumiço nela! Pelo amor! Hahahah
Emily e Alice para sempre por favor! Hahahahah!
Resposta do autor:
Ei meu bem!
Rezando para seu chefe não me odiar, rs.
Você não está nada enganada. O primeiro lugar que postei essa história foi lá mesmo no site do ABCLES, mas eles acabaram encerrando o site e uma leitora me procurou nas redes sociais para me indicar esse site aqui. Fiquei muito feliz em saber que não precisaria parar de postar \o/
Piedade das suas unhas, porque em breve vem mais por ai, ta bem?!
Me deixa contente saber que você gostou da Lívia, e concordo em todos os pontos com você. A ideia era justamente essa, mostrar uma mulher de personalidade forte e transformar que o que antes pôde ser facilmente julgado por quem estava lendo a história (Lívia como sendo uma mulher mesquinha e baixa) em uma pessoa forte, com atitudes e história que refletem nada mais e nada menos do que o seu passado, família e medos.
Tenho para mim que, todo mundo é de um jeito por um motivo, e as vezes formamos uma opinião sem ao menos nos permitir tentar entender a pessoa ou a situação, quando na verdade, tudo na nossa vida tem um porquê e deveríamos ser mais empáticos quanto à isso.
P.S. Anne já é protagonista do ranço de vocês, hahahah
Meu bem, muito obrigada por passar por aqui e deixar uma intenção clara de carinho. Obrigada por continuar acompanhando essa nossa saga!
Um grande beijo e até breve.
Mille
Em: 05/09/2020
Oi jenny
A Emily fugindo da Alex e se encantando pela Lívia, será que a Emy vai querer se encontrar com a Livia??? E perceber que ama a Alice?
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Ei Mille, bom dia (de novo rs)
Não posso te contar (é segredo rsrsrsrs)
Mas posso dizer que, Emily voltou sendo uma pessoa completamente diferente e como qualquer pessoa que está começando a conhecer as coisas, ela está vivendo o momento de construção dos seus ideais e em processo de constantes mudanças.
Vou aproveitar para deixar um questionamento interno para você:
Emily começar a amar Alice é uma possibilidade real, visto que Alice é uma pessoa extremamente doce e incrível (como já estamos bem acostumadas a ver). Mas Alice não esqueceu do seu amor, não esqueceu da Emily que sempre amou... Então, se essa Emily não existir mais, como fica esse amor?
P.S. Obrigada por ser uma leitora completamente interativa e sempre disponibilizar parte do seu tempo para passar aqui e comentar. É lindo chegar aqui e ter todo esse carinho de vocês, de verdade.
Um grande beijo no seu coração e até breve!
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lidi
Em: 04/09/2020
Queria ter uma boa memória, mas como não tenho, vou fingir que sei quem é Lívia kkkk. Sorria e acene, Capitão
Resposta do autor:
(Acenando de volta)
Oi Lidi, bom dia meu bem!
Então, digamos que a ideia foi justamente essa, pegar uma personagem que passou despercebida desde o início da história e trazê-la de volta para lembrá-las que: O mundo da voltas, e as vezes muitas pessoas que conhecemos durante a vida e também alguns momentos passam despercebidos para nós. Em alguns casos por não estarmos em nosso melhor momento, ou até mesmo por já termos uma opinião formada a respeito dessa pessoa por pequenas influências externas (as famosas portas que fechamos por puro e inconsciente preconceito).
Preconceito = qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico.
P.S. Muito obrigada por disponibilizar seu tempo para passar aqui e comentar! É muito gratificante e inspirador chegar aqui e ler o comentário de vocês.
Um grande deijo e até breve.
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Leily
Em: 04/09/2020
Maravilhosa sua história.
Espero que não pare.
Resposta do autor:
Ei Leily, bom dia!
Fico muito feliz em saber que você está gostando, de verdade! E muito obrigada por passar aqui e comentar, é inspirador quando vocês comentam! Muito obrigada mesmo!
E não se preocupe, não irei parar. Dessa vez eu voltei para dar a história o tão esperado final!
Um grande beijo e até breve.
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JeeOli
Em: 04/09/2020
ai eu tô com medo da Ali sofrer e eu realmente não queria isso aaaah, Emily não tem culpa de tudo q aconteceu mas entendo a frustração da Ali quanto a mudança dela
Resposta do autor:
Ei meu bem, bom dia!
Nossa querida Alice já passou por poucas e boas né?!
É triste quando não temos como responsabilizar ninguém além do próprio destino quando acontece algo assim.
Obrigada por continuar acompanhando e por disponibilizar seu tempo para passar aqui e comentar, eu acho isso lindo e de extremo incentivo, de verdade!
Um grande beijo.
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lay colombo
Em: 04/09/2020
Sabe eu realmente não quero q a Ali e a Em terminem a história separadas, mas caso aconteça acho q foi bom q a ruiva voltou pq pelo menos agora a Alice consegue ter um ponto final (se Deus quiser não vamo chegar aí)
Aiai esperando o momento q a Lívia e a Ruiva vão se pegar, pq claramente vai acontecer, só espero q a Ali não se machuque muito.
Amei q tu postou capítulo mais cedo, um bjo meu anjo e até a próxima
Resposta do autor:
Oi meu bem, bom dia!
Estou acompanhando aqui os comentários, e vocês estão realmente acreditando que Emily e Lívia terão algo... Será?! HMMM
Em breve eu voltarei com mais um capítulo para vocês, já está em produção, rs.
Um beijo para você!
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