Quatro
Bianca entrou correndo no banheiro do supermercado. Quase não deu tempo de esperar pelo fiscal. Estava passando uma compra pela esteira, nada demais: papel higiênico, papel toalha, sabão em pó, amaciante. Pronto. Só de pensar no cheiro do amaciante (e sentir o pouco do aroma que escapava por debaixo da tampa, não muito rosqueada – ou foi só o rótulo, com aquelas flores esquisitas), e pronto. Quando sentiu que a ânsia de vômito estava prestes a dominá-la, tudo o que fez foi correr. E correr rápido, levando instintivamente a mão até a boca. Tudo o que não queria era chamar a atenção de todos ali, em frente aos caixas.
Teresa estava acabando de registrar uma compra e viu quando a amiga passou por ela, apressada. Reparou em como estava pálida e parecia mal. Ficou ainda mais preocupada do que antes. Algo não ia bem com Bianca e ela não sabia se o correto seria de fato avisar Fábio sobre aqueles acessos de vômito. A mulher, que agora sumia de vista, era muito teimosa às vezes. E Teresa nem sempre tinha vontade de se meter nos assuntos dos outros, ainda que de sua amiga.
Não queria se enfiar na vida do casal, nem passar por cima das vontades de Bianca, mas também não podia assistir àquilo tudo indiferente. Algo realmente sério podia estar causando todo aquele mal-estar e ela sempre ficava pensando que se fosse algo grandioso, sei lá, perigoso, depois ia se recriminar de não ter dito nada para ninguém (em especial para Fábio). Teresa era dramática, pensava sempre em tragédias.
Disfarçadamente, pediu a presença do fiscal para que ele ficasse no seu caixa, e foi até o banheiro. Certificou-se antes, porém, de que mais ninguém havia notado que Bianca não estava bem. Olhou para os lados, para os funcionários da gerência, os da supervisão, e tudo parecia relativamente normal. Isso, entretanto, acabou causando uma certa frustração em Teresa, ao invés de alívio. Ela tinha a impressão de que os funcionários poderiam bem morrer ali dentro que ninguém faria nada, o mercado ainda continuaria funcionando normalmente. E isso de uma forma bem bizarra conseguia ser pior do que a frase “motivacional” que tinham colocado nos vestiários, que basicamente sugeria que ninguém deveria reclamar do trabalho porque havia muitos desempregados em busca de serviço. Teresa tinha vontade de rasgar aquele cartaz e a cara de quem fez!
A vida humana parecia não ter muito valor, às vezes. Especialmente vidas como a dela, de seus amigos e conhecidos. Isso a enfurecia em vários níveis, e talvez daí viesse boa parte do mau humor de Teresa.
Entrou no banheiro e se abaixou um pouco, olhando para as frestas por debaixo das portas das cabines sanitárias.
- Ainda acha que não é a hora certa para procurar um médico? – ela pergunta, reparando que estavam a sós no banheiro. Diante do silêncio, prosseguiu; desta vez com a voz mais calma, apesar de ter dado um suspiro bastante ruidoso – Bia, querida! Me escuta! Se quiser, te acompanho na consulta! Peço minha folga no mesmo dia que a sua e vou com você ao postinho!
- Não é nada sério, amiga – gem* Bianca, sentada em cima do vaso, com a cabeça apoiada na porta, que se mantinha fechada.
- É sério, sim! Dor de cabeça já é sério, com vômito, então...
- Não é “dor de cabeça com vômito”. É “vômito com dor de cabeça” – resmunga, abrindo a porta e encarando a amiga. Nota, então, que seu olhar é uma mescla de compaixão e preocupação. Teresa era uma boa amiga – Estou grávida, Terê.
- Grávida? – Teresa repete, erguendo as sobrancelhas e se esforçando para controlar um sorriso. Nunca tinha imaginado a amiga grávida. Ou melhor: até ali ainda não tinha pensado em como seria um filho de Bianca – Tem certeza? Grávida mesmo?
- Grávida mesmo – responde Bianca, sorrindo fracamente. Sentia-se cansada, ainda estava enjoada e tudo o que ela queria era ir para casa o quanto antes – Fiz um teste de farmácia hoje, mais cedo. Bom... Na verdade, fiz três testes. De três marcas diferentes. Para não ter erro.
- Meu Deus, mas isso é maravilhoso! A gravidez, não você passando mal assim – comemora Teresa, rindo, abraçando a amiga e puxando-a para perto das pias – Estou tão feliz por você, Bia! Tenho certeza de que vai ser uma ótima mãe! E o Fábio vai ficar radiante quando souber!
- É, ele vai sim – concorda Bianca, desvencilhando-se do abraço. Apoiou-se na pia e todo seu corpo tremeu em espasmos consecutivos. Mal teve tempo de correr novamente até o vaso, antes de vomitar de novo.
Mais aliviada, Teresa voltou para seu posto de trabalho sem conseguir controlar o sorriso. Estava realmente feliz pela amiga. Sabia do amor que a outra sentia por Joaquim, e tinha certeza de que essa criança que viria a nascer também receberia muito amor. A partir de hoje. Era um ser de sorte, nasceria numa família amorosa.
Bianca sempre fora muito preocupada com Joaquim, sempre cuidadosa com ele. Teresa conhecia Regina, a mãe do menino, e sempre pensava que, se fosse Bianca, talvez tivesse dificuldades em amar Joaquim, só por conta da descendência. Mas, por sorte, Bianca não era como Teresa.
Passou o resto do dia sempre se virando para olhar para a amiga, que dava um sorrisinho para ela, quando a via. Teresa registrava a compra de uma madame quando avistou Fábio entrando pela porta lateral do supermercado. Ficou admirada em como a sintonia entre o casal era forte. Era muito difícil que ele aparecesse ali, tinham sido pouquíssimas as vezes. Em todas foram dias que Bianca tinha demonstrado algum tipo de fragilidade.
O que era raro, se tratando de Bianca. Sempre querendo e de fato bancando a autossuficiente, dificilmente ela se deixava dobrar por algum aborrecimento ou acontecimento – incluindo dor, doença ou qualquer mal-estar. Não admitia nem ficar gripada. Tinha horror de imaginar alguém a acusando de ser algo como “sex* frágil”. Ela se dizia sempre bem longe disso. E no comando de tudo. Incluindo dela mesma, do seu corpo. Era “osso duro de roer”, como se diz no popular.
Isso valia para muitas coisas, até para o trabalho (especialmente neste campo). Não havia quem conseguisse convencê-la a fazer o que não era de sua alçada, sua responsabilidade. Se sentia que não fazia parte de suas atribuições cumprir com determinada ordem, Bianca simplesmente dizia “não” e se afastava. Ou cruzava os braços, numa postura de “me obrigue”. Isso deixava Carla, a gerente, à beira de um ataque de histeria. Esse temperamento irredutível, beirando a insubordinação, fazia com que muitos amassem ou odiassem Bianca. Carla era do time dos que não podiam nem vê-la pintada de ouro. Havia bastante atrito entre as duas, desde o início.
E ali estava Fábio. Ele era do time dos que amavam Bianca – provavelmente era quem mais lhe dava amor. Os cabelos estavam úmidos, colados à cabeça e amarrados em seu habitual rabo-de-cavalo. Usava um bermudão azul-marinho e uma camiseta regata branca, sem estampa. A tatuagem que tomava seu braço praticamente inteiro estava salpicada por alguns grãos de areia da praia. Andava arrastando os chinelos. Parecia cansado e feliz. Combinava com os momentos que antecediam uma grande novidade.
- Boa noite, dona Teresa! – cumprimenta, parando em frente ao caixa dela, cumprimentando com um aceno também uma mulher, que saía com as compras. O cheiro que emanava de sua pele era de água do mar misturado com maresia – Será que por acaso você viu por aí uma ruivinha linda e invocada chamada, é, como é mesmo o nome dela? – ele finge se esquecer, coloca uma mão no queixo – Ah, sim. Bianca?
- A Bia foi ao banheiro – responde Teresa, rindo – Acho que ela já foi se trocar, porque passou ali com a mochila.
- Então vou aproveitar e comprar uma cervejinha. Posso passar no seu caixa? Rapidinho?
- Você é idoso ou gestante ou deficiente? – pergunta sorrindo, apontando para a placa acima de suas cabeças, que revelava ser ali um caixa preferencial.
- Sou, sim. Os três! – garante Fábio, se encurvando, antes de estufar a barriga e sair mancando.
Teresa riu ainda mais, acompanhando Fábio caminhar até a geladeira de cerveja ali perto. Viu, mais ao fundo, a gerente fulminá-la com o olhar, observando o diálogo a distância. Sabia que ela procurava por mínimos motivos para repreender – de preferência na frente de todos, expondo mesmo. Era uma pessoa de mal com a vida, credo.
- Acho melhor você comprar mais uma caixa de cerveja, a noite está boa para beber – disfarça Teresa, indicando para Fábio, com os olhos e bem discretamente, a direção onde Carla estava – Aproveita que a fila do caixa rápido não está grande e compra batatinha também. Se a Bia passar por aqui eu falo para te esperar.
- Tá, entendi! Eu estava querendo mesmo um incentivo para comprar mais cerveja. E quem sabe algum tira-gosto... Sexta-feira, né.
No momento em que Fábio pagava pela compra, dois caixas adiante – tinha pegado uma caixa com 12 latas de cerveja e dois pacotes de biscoito de polvilho –, Bianca saiu do banheiro. Se não soubesse, Teresa poderia jurar que ela de alguma forma sabia que o marido a esperava. Logo que saiu, caminhou diretamente em direção a Fábio. Abraçaram-se ternamente e trocaram um beijo rápido e carinhoso. Ele disse para ela algo em seu ouvido que a fez rir e dar um tapinha de leve em seu braço. Teresa sentiu sua felicidade aumentar ainda mais. Aquele era um casal que verdadeiramente merecia ter um bebê por perto.
- Terê! – chama Bianca, ao passar. Apontou para o relógio e fez um gesto para ela correr, sorrindo. Seus olhos estavam mais brilhantes do que nunca – Deu o horário, né, já vou indo embora – ela disse, sorrindo meio forçado para o homem que colocava suas compras na esteira. Eram peças congeladas de churrasco, não parecia nada urgente. Podia ter esperado até o dia seguinte, ou ido mais cedo fazer aquela compra, Bianca pensou. Egoísta! Virou os olhos, em reprovação, mas continuou falando com a amiga – Estou querendo assar um pedaço de vaca morta mais tarde. Vai em casa depois do trabalho!
- Ah, credo, Bia! Que maneira mais terrível de se convidar alguém para um churrasco! – reclama Teresa – Mas gostei da ideia. Que horas?
- Lá pelas dez, dez e meia. Mas se não conseguir chegar a tempo, não tem problema. Eu separo uma quentinha para você – garante Fábio, sarcasticamente, que já tinha aberto uma lata de cerveja – Uns amigos da pelada vão também. Quem sabe você não se interessa por um deles? – ele brinca, colocando a mochila de Bianca nas costas.
- Não, eu passo – agradece Teresa, entregando a nota fiscal para o homem. Abaixando o tom de voz, complementa – Seus amigos são todos ou alcoólatras ou tarados, ou alcoólatras e tarados. Só se salvam aqueles que são casados. E nem esses (na verdade, são os piores)! Estou fugindo de problemas, valeu.
O casal se despediu de Teresa após refazerem o convite para o churrasco e caminharam abraçados até o ponto de ônibus. Parecia um casal de namorados que acabara de se conhecer. Ele a abraçava, protegendo-a de algo invisível. Ela se deixava ser abraçada, como se temesse um ataque imaginário.
E, naquela noite, mais que em qualquer outra, Bianca queria ser abraçada por Fábio. Queria senti-lo por perto. Queria se sentir protegida e amada por aquele que seria o pai de seu filho. Estava quase mais feliz por ele do que por ela, constatou.
Fábio não comentou, mas percebeu a carência da mulher. Fazia tempo que ela não o puxava tão para perto de si como fazia agora. Por esse motivo, fez questão de abraçá-la mesmo, depois que se sentaram lado a lado dentro do ônibus.
Bianca aproveitou a proteção e apoiou sua cabeça no peito do marido. Era um trajeto consideravelmente longo até sua casa, dava para tirar um cochilo tranquilamente (na “tranquilidade” de um ônibus, que passava por algumas ruas bastante esburacadas, e em alguns trechos dava a impressão de que se desmontaria inteiro). Dormir encostada em Fábio era seu lugar preferido, ainda que no ônibus. Gostava de ouvir a respiração dele, seu coração batendo forte. As risadas (porque ele estava sempre rindo de alguma coisa). Gostava do seu cheiro. Não o cheiro de praia que estava agora em suas roupas, no seu cabelo. Gostava do cheiro que emanava da sua pele, que vinha da sua alma. Não havia graxa ou sabonete que ocultasse aquele aroma que escapava por cada poro de sua pele, causando em Bianca um efeito inebriante e confortante. Tinha cheiro de amor. De segurança.
Fábio notou que Bianca estava mais devagar depois que desceram do ônibus, durante a caminhada, especialmente na subida, mas não disse nada. Alguma coisa dentro dele dizia para não falar nada, e ele acreditava que era porque ela estava de TPM. Aquele poderia ser um sintoma novo, sei lá. Tinha coisas que nem perguntava. Na dúvida, só ia reagindo, sempre.
Ela tinha sugerido aquele churrasco fora de hora, mesmo estando com cara de cansada. Tudo era possível!
Ao chegarem em casa e já no portão, o estado de sonolência de Bianca se dissipou. Estava cansada, queria mais do que tudo tomar um banho e se deitar, mas estava feliz com a ideia de fazerem um churrasco entre amigos, e isso a despertou. Não tinha sido algo planejado, nem precisava, e eram sempre ótimos eventos. Há tempos não reuniam aquelas pessoas que sempre a faziam rir, era divertido. E seus amigos também mereciam saber da novidade.
- Você está diferente – arrisca Fábio, vendo a esposa despir-se para entrar no banho – Quer me contar ou quer que eu descubra?
- Não sei, Fábio – provoca Bianca, sorrindo e caminhando nua em sua direção – Quer que eu conte ou você quer descobrir?
Fábio tinha vontade de possui-la ali mesmo, no chão. Sentia uma necessidade quase incontrolável de dominá-la e sugar, vagarosamente, cada foco de energia daquela mulher que agora o beijava com paixão, entrelaçando os braços com força em volta dele. O cheiro dela o excitava sempre, e a forma como ela prensava sua cintura contra ele também. Às vezes pensava em rasgar a pele dela. Que insano! Mesmo assim, algo naquele momento freava aquela quase selvageria, e tudo o que Fábio sentia era vontade fazer amor da maneira mais carinhosa possível com Bianca.
E foi o que aconteceu.
Tomaram banho juntos, e Fábio não parou de falar nem por um minuto. Estava muito animado, mas Bianca ainda não sabia com o quê. Talvez o mar, ou a tal pelada, que ele tanto queria ir. Se apressaram na hora de se vestir porque os primeiros convidados já começavam a chegar.
- Olha, mas eu vou ser bem sincera. Estou pagando a minha língua. Nem eu imaginei um dia perdoar! – garante Sônia. Chegara à casa de Fábio e Bianca acompanhada pelo marido, Milton, que recentemente a traíra com uma colega de trabalho. O homem ouvia, impassível, de cabeça baixa – Mas eu gosto desse puto ingrato...
- Gosta? – pergunta Eva, com uma careta que poderia ser interpretada como nojo ou descrença.
A frente da casa estava repleta de cadeiras e pessoas conversando. Fábio assumira a churrasqueira e tinha como auxiliares seus amigos sorridentes Alfredo, Bruno e Zezinho. Contavam entre gargalhadas piadas de gosto duvidoso, muitas fazendo chacota de gays (as preferidas), e outras questionando a inteligência das mulheres. As esposas deles, Zélia e Marisa, estavam próximas dali e falavam animadas sobre algo relacionado aos filhos.
- Bia, achei tão lindo o Fábio ter ido te buscar no trabalho! – comenta Teresa, com uma lata de cerveja na mão. Tinha acabado de chegar do trabalho, mas tinha antes passado em casa para tomar banho e trocar de roupa – A sintonia entre vocês é tão forte, não?
- Não é bem “sintonia”, Terê – garante Bianca, sarcástica – Ele estava na praia, jogando futebol. Sabia o que o esperaria caso não tivesse ido se encontrar comigo para voltarmos juntos para casa. Estava ali do lado, pô. Que custa?
A amiga ri, e passa a mão pela cabeça das crianças que passaram correndo por ali. Eram sete, no total, com idades que iam desde os oito meses, o bebê no colo de Eva, aos 11 anos – a menina se chamava Jhenifer e era muito levada. Praticamente desde o nascimento. E era sempre uma das responsáveis por atiçar as outras crianças. Nesse momento a meninada parecia querer quebrar os poucos móveis da sala. Gritavam alto enquanto brincavam do que quer que fosse, e ao fundo era possível ouvir o choro de uma delas.
Nenhuma das mães parecia preocupada em ir atrás para saber o que ocasionara as lágrimas (nunca pareciam estar! Mas tinham um radar que detectava quando algo era realmente sério. Diziam que o tom do choro de alguma forma era diferente). Naquele momento, suas opiniões sobre educação infantil pareciam mais importantes.
Bianca no fundo sempre ficava aliviada quando Joaquim não podia participar de certos eventos. Ela o achava tão frágil, e tinha sempre tanto medo de que ele se machucasse! Via como as crianças podiam ser brutas, às vezes sem querer – já tinha visto muitos se machucarem na inocência de alguma brincadeira aparentemente inofensiva. Ela acabava sempre não aproveitando da noite porque permanecia sempre em vigília, o tempo todo de olho no menino. Ele era bonzinho, via a preocupação da madrasta e ficava fazendo questão de mostrar para ela que estava bem. Joaquim era muito carinhoso, vivia arranjando motivos para dar beijos nela.
Ali perto estavam sentadas Eva, Sônia e agora Teresa se juntava a elas, falando animada algo sobre o capítulo da novela. No colo de Eva estava Junior, um menino que nada tinha a ver com o pai. E nem com a mãe. Mas ninguém falava nada. Aquele era um caso que todos “abafavam”. Até os pais da criança.
Bianca adorava bagunça e barulho. Exatamente por isso se divertia em churrascos como aquele. Começava sempre de uma maneira comportada: risadas discretas aqui e ali, o barulho característico de uma lata de cerveja sendo aberta, o cheiro da carne assada misturado com fumaça de cigarro. Ao final era tudo sempre igual: um dos homens ficava embriagado ao ponto de dormir no chão da sala – e já acontecera de dormir dentro do banheiro também – e as esposas, que a princípio demonstravam serem as mulheres mais compreensíveis do mundo, se impacientavam com o marido bêbado e precisavam ser acalmadas para não chutá-los. Fora os estresses com as crianças, que sempre tinha também. Mas era uma bagunça saudável.
Em geral, os participantes desses encontros eram sempre os mesmos, e os assuntos dificilmente variavam. Mas, mesmo assim, era sempre prazeroso. Eram um grupo já faziam um tempo, se entendiam bem e rachavam sempre os gastos com os encontros, não pesava para ninguém e todos comiam até se fartarem (bebiam bem, também).
Bianca sorria distraída quando notou que Fábio a olhava, sorrindo também, ali da churrasqueira. Ainda não tivera tempo de contar a novidade, mas de alguma maneira ele parecia saber. Pressentia, sei lá. Tinham namorado de uma maneira que há tempos não faziam, e o cuidado que ele tomara com ela durante todo o ato a fez pensar que a gravidez ainda não anunciada havia despertado alguma dose de cuidado extra.
Estava feliz por ter provocado nele esse sentimento. Estava feliz por fazê-lo feliz. Amava tanto seu marido!
Ele caminhou em sua direção – como sempre arrastando seus chinelos, naquele gingado típico – e tomou sua mão. Sônia falava novamente sobre o perdão que tinha concedido ao marido quando Bianca entrou na casa com Fábio e caminharam em silêncio até o quarto, desviando de uma dupla que brincava de esconde-esconde com mais alguém.
As crianças continuavam com a algazarra barulhenta na sala e pareceram nem notar a passagem dos adultos por ali. Bianca chegou a pensar se deveria intervir, mas considerou que talvez estivesse realmente divertido brincar de amarrar os braços de Jonathan, que era o mais arteiro, com cinco anos, e gritava enquanto ria.
- Eu amo você! – declara Fábio, fechando a porta e beijando Bianca após escorá-la na porta do guarda-roupa – Amo você e quero sempre fazer de você a mulher mais feliz do mundo! Te acho linda, inteligente, e às vezes eu te olho e, sei lá, te amo mais.
- Também amo você! – ela responde. O beijo havia surpreendido e Bianca notava que o desejo por ele estava dominando-a. De novo. Sua vontade era se entregar para ele naquele exato instante. Sabendo que a festa estava rolando lá fora – E eu amo tanto que te prometo, mais uma vez Fábio, que vou me esforçar cada vez mais para te fazer feliz. Eu sei que já falei isso outras vezes e falhei. Mas vou me esforçar, eu juro. Vou tentar ser menos chata com você, está bem?
- Você não é chata! – ele mente, entre risos. Beijava a mulher de maneira sedutora. Tinha tido alguns pensamentos bem libidinosos quando a olhara lá fora e agora essa vontade estava aumentando – E mesmo nas raras vezes em que é rabugenta, eu amo você.
- Quero que esses “raros” momentos de chatice se acabem – sussurra Bianca, retribuindo os beijos que recebia – Eu quero, mais do que qualquer outra coisa, te fazer feliz, Fábio!
- Você já me faz feliz, meu amor! Você faz de mim um dos homens mais felizes desse mundo! Te acho muito gostosa, Bia – ele garante. Sentia que não era capaz de esperar por nem mais um minuto e, sem muita paciência, se livrou da camiseta dela.
- Estou esperando um filho seu, Fábio. Estou grávida.
Fim do capítulo
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Drea
Em: 11/05/2021
Hum... matutei tanto nos 3 primeiros capitulos, afinal entrou Fernanda e tem tbm o Fábio q parece ser um cara do bem, na verdade eles se amam. Eu particularmente acho q o encontro delas será mais p frente, ainda ñ sei como exatamente talvez os pensamentos incansáveis de Bianca levem ela até Beatriz. Ah, eu acho que o Fábio vai morrer.
Resposta do autor:
Olha, das duas coisas que vc disse, uma tá mais ou menos certa, e a oitra tá errada (mas nao confirmo, nem nego nada rsrs).
Espero que goste! E que eu te surpreenda com a trama!
Beijos!
Aja Rocha
Em: 09/09/2020
dia frio, podias jogar o coberto do capítulo pra aquecer o coração das leitoras, nera?
#liberao5 #fazendoleitorafeliz #borabora #seusdedosnaovaocairsevoceatualizar #kkkk
Resposta do autor:
hahahahaha
Amada, e se eu te disser que faz uma semana que travei bem na cena delas, vc acredita?
Tô aqui, arquivo tá aberto rs
Emana boas vibes!!rsrs
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cris05
Em: 04/09/2020
Se eu tô gostando? Eu tô amando!
Eita que Bia Bianca tá grávida! Será que tá próximo então dela conhecer a Bia Beatriz? Eu também tô aqui só matutando como elas vão se conhecer no futuro. Não acho que vá rolar algo entre elas. Será? Ahhhh...já não sei de mais nada! Tô confusa rsrs. Já pensei até em ler só quando a história estiver concluída. Mas quem disse que a curiosidade permite?
Eu me amarro no Fábio, parece que é muito gente boa. Tomara que eu não esteja enganada.
Volta logo, querida!
Beijos
Resposta do autor:
hahaha
Que ótimo! É bom quando gostam! ^^
O Fábio é demais! E mesmo sendo omi, é um personagem importante pra história toda!rs
Será que as Bias vão se envolver?? Mas elas são tão diferentes!! hahaha
Volto em breve! Prometo!
Beijos!
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Aja Rocha
Em: 03/09/2020
Oi, caribu.
Então, jurava que esse capítulo era a continuação do jantar, rs. me atrapalhei (deve ser porque minha mente não foca em heteros hahaha - brincadeira). Eu suspeitei que Bibi pudesse estar grávida.
Tô só matutando como essas duas mulheres vão se conhecer no futuro.
Adorei o romantismo do Fábio rs. Será que ele ficará feliz com mais um Fábio Junior? hehehe.
Aiai.
Não demora a atualizar, querida autora, essas leitoras ficam tão curiosas...
* #bibis #fabiojunior #PROXIMOCAPITULOÉCONTINUAÇÃODOJANTARSERA? #tudoehpossivel *
Resposta do autor: Oi, Aja! Mto bom, seus comentários são sempre mto pertinentes!rs Adoro, por favor, escreva sempre! ⤠O encontro das Bias vem daÃ, da gravidez, mas não sei se do jeito que imagina, Fábio Júnior! hahaha Pra encerrar, sim! O próximo é a continuação do jantar rsrs
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