Muitoooo obrigada a Naty24 por sempre comentar esta história. Valeu mesmo!
Tô bem feliz pela quantidade de leituras, ooow, eu não esperava. Quem ainda não desistiu de "Eu sei por onde começar", obrigada! Tem muita água pra rolar e espero continuar ;D
E eu vou mendigar comentário sim, até o fim kkkkk comentem, por favooor
Capitulo 4: Érika
Capítulo IV: Érika
Quando Rodolfo retornou à mesa no café, trazia em sua mão esquerda a carteira esquecida.
- Demorou, meu bem. Está tão suado! Que estranho, nem está muito quente. A carteira estava num local muito difícil de encontrar?
- Super. Tive que retirar os tapetes inclusive, você não viu nada? - mentiu descaradamente, afinal isso era muito fácil para ele.
- Não vi, estava ocupada fazendo o pedido. Este lugar tem muitas opções, fiquei impressionada! Pedi dois crepes à moda da casa e dois moccas, tudo bem?
- Ótimo! Há quanto tempo pediu?
- Assim que você saiu, deve estar chegando já. Preciso ir ao banheiro, se chegar pode ir comendo, já volto.
Rodolfo suspirou. Érika não viu quando ele puxou Catarina para longe da vidraça. "Por sorte não sentamos tão perto das janelas também", concluiu aliviado. Não poderia desmarcar o encontro, ela desconfiaria de algo. Resolveu seguir e ligar para a filha assim que terminasse a hora reservada no motel.
Alheia de toda aquela trambicagem, Érika retocava a delicada maquiagem e repassava mentalmente a agenda do dia. Após o encontro com Rodolfo, passaria o restante da tarde ao lado de sua família. Assistiriam ao jogo de futebol do time de coração e tomariam um sundae na sorveteria Castelinho, sagrada tradição desde a infância. Depois, ela passearia pela praça com seu cãozinho, Milk Shake. Eram pequenos prazeres que o cotidiano atarefado não lhe permitia sentir. Nenhum namorado, ou namorada, estaria acima desses momentos.
Érika era uma mulher muito agradecida por sua vida e saúde. A doença de seu pai a ensinou ser assim. E tinha Rodolfo, como era agradecida por tê-lo conhecido. Ele apareceu em sua vida quando ela mais precisou de um amigo, o romance veio como um bônus. Ela pensava todos os dias no quão companheiro, amoroso e dedicado ele era. Nem sempre podia estar de corpo presente, por causa de suas viagens a trabalho, mas não faltavam ligações preocupadas e convites para que viajassem juntos. Sua família o adorava, suas amigas achavam um charme o "quarentão" misterioso que nem redes sociais possuía. Seus amigos, por sua vez, invejavam Rodolfo por ter conseguido namorá-la: muitos tentaram, sem sucesso.
Há seis meses, jamais adivinharia que seria tomada por uma paixão avassaladora por um homem mais velho. Ou por qualquer pessoa, se ela analisasse bem, seu coração e mente estavam preenchidos de preocupação com o pai, diagnosticado com câncer de fígado há um ano. Érika precisou trancar a faculdade em psicologia no ano de sua formatura. Dedicou-se ao trabalho de gerente na oficina de ar condicionado automotivo chefiada pelo seu grande amigo, Felipe.
À medida que escovava o cabelo, ia lembrando do dia em que estava na oficina, uma quarta-feira daquelas, lotadas de serviço até o pescoço. Conferia os recibos e orçamentos dos serviços prestes a serem entregues quando um automóvel C300 Sport adentrou o local. Quase automaticamente alguns trabalhadores pararam o que estavam fazendo para observar o luxuoso Mercedes Benz que acabara de chegar. Definitivamente não era todo dia em que um carro como aquele entrava pela oficina de Felipe.
A simpática gerente teve de lidar com o educado, porém impaciente, proprietário do C300. Que falta de sorte, um carro novo como aquele estar repleto de furos no evaporador. "Não tinha nem vinte mil quilômetros rodados". Érika balançava a cabeça para o homem, até que ele sorriu, talvez por perceber que se queixava com uma pessoa que não tinha culpa do infortúnio.
Dias depois, Rodolfo aparecia toda tarde na oficina. No primeiro dia para trocar o filtro, no segundo para revisarem o serviço, no terceiro para convidar Érika a um encontro.
Atualmente, eram namorados. Ela se sentia apaixonada pela primeira vez em sua vida. O admirava, inspirada na força que emanava dele, criando sozinho a filha adolescente depois de ficar viúvo tão cedo e tendo de manejar uma cadeia de restaurantes marítimos. Quando soube que o pai dela estava terrivelmente doente, a abraçou com todo carinho e respeito que somente outro pai dedicado poderia oferecer. Não seria coerente apressá-lo logo para conhecer a filha, a garota precisaria se acostumar com a ideia primeiro, a morte da mãe ainda estava recente. Ela aceitou então que as coisas aconteceriam no tempo dele, mas estava ansiosa pela aprovação de Catarina e para poder frequentar a casa deles, dormir juntos como uma nova família que se formava e não mais em um apartamento distante de seu trabalho e da casa de seus pais. Mesmo assim, esperaria o tempo que fosse, pois cada dia o amava mais.
De volta à mesa, o sorriso de Érika não passou despercebido por ele:
- O que há? Achou uma maleta cheia de grana no banheiro?
- Achei algo muito mais valioso. Algo que eu preciso guardar pra sempre.
- O quê?
- Segredo! Mulheres também guardam segredos para si mesmas quando vão ao banheiro.
- Pensei que só faziam isso em conjunto... Vamos comer e ir logo, quero você mais perto de mim!
Se amaram com a mesma volúpia e paixão de sempre. Apenas o final do encontro foi sutilmente apressado por Rodolfo, que iria buscar Catarina na universidade em breve.
Diante da urgência do amado em falar com sua filha, Érika compreendeu que ali não caberiam egoísmos amorosos. Negou veementemente a carona oferecida pelo namorado e optou por chamar um carro de aplicativo. Ao procurar o celular na bolsa, ela bateu os dedos numa caixinha de couro cuidadosamente fechada e sorriu. Imaginar a filha dele fazia com que sorrisse. Se ela fosse parecida com o pai, deveria ser uma pessoa incrível. Abriu a caixinha e girou a pulseira:
- Será que ela vai mesmo gostar de mim? Ai, mal posso esperar pra te conhecer, Catarina...
Fim do capítulo
Até eu que escrevo tenho vontade de mandar a Érika abrir esses olhos kkkkkk
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