Obrigada para as meninas que comentaram o primeiro capítulo!
Sigamos!
Capitulo 2: Transparências
Na casa da família, Catarina esperava pelo pai enquanto respondia mensagens dos amigos. Alguns compartilhavam a tensão da garota, outros aguardavam por outro tipo de seleção que seria realizada dois meses depois. Entre eles estava Audrey, a mais próxima de Cate, almejando uma vaga na universidade federal. As amigas se saudaram, desejando a óbvia boa sorte que antecede momentos como esse, trocaram meia dúzia de palavras e tiveram que se despedir. Rodolfo havia chegado e era hora de ir.
Da janela do carro, Catarina procurava uma distração olhando o movimento das ruas. Era um domingo tipicamente preguiçoso e aquela não foi uma de suas ideias mais espetaculares: as casas estavam fechadas, pontos de ônibus vazios, apenas alguns comércios e padarias se mostravam operantes, de maneira tímida.
Contudo, o dia estava lindo. O céu se apresentava na forma de um azul celeste límpido e aconchegante, perfeito para uma ida até a praia. A cena era um contrato, reafirmando, em papel timbrado e carimbado oficialmente, que nada poderia dar errado.
O carro chegou ao seu destino. Antes de descer, Cate respirou fundo, o máximo que conseguiu até então. Do lado do motorista, o pai a encarava com admiração e pressa.
- Bebê, estamos com você, pense nisso quando estiver mais aflita durante a prova ou quando encontrar alguma questão que não saiba a resposta.
- Vou tentar não entrar em pânico e esquecer até do seu encorajamento, papai. Bem, é chegada a hora, ligo assim que acabar.
- Papai estará a postos! Vá!
Rodolfo observou a entrada da filha pelo portão principal. Somente quando a viu passar foi que ligou para Érika, a exultação na voz entregando uma enorme vontade de vê-la:
- Prontinho, te espero onde?
- Estou num café do outro lado da rua. Vi seu carro daqui...
- Por que já está aqui? Pensei que íamos direto para o mot...
- Olha, realmente não tenho muito tempo, mas não quero apenas trans*r, quero conversar com meu namorado, tomar um café e finalmente conhecer a filha dele. Trouxe até uma pulseira da sorte para ela!
- Tem razão, me desculpe o alvoroço, peguei todo o nervosismo dela. Mas vamos deixar o encontro de vocês para outra ocasião.... Ah, estamos perdendo tempo! Quero te ver agora, vou estacionar aqui.
- Estacione na frente do café, tem vaga, assim não ficamos muito longe do carro.
- Ok, chegando!
Qualquer pessoa que olhasse para a mesa dos dois invejaria aquele homem mais velho pela exuberante companhia. Como duas pessoas apaixonadas despretensiosas, trocaram um beijo rápido e acariciaram as mãos enquanto se encaravam. Foi Érika quem verbalizou a atmosfera:
- Meu amor, que saudade! Faz três semanas que não nos vemos ou mais?
- Três semanas e dois dias! Como gostaria de tê-la levado comigo nessa viagem... na próxima não escapa! As suas férias estão chegando...
- Sei que te deixei em débito, na próxima irei sim, já estou acertando tudo. Agora me conta da sua filha, grande dia, né? Se você não fosse tão burocrático, eu entregaria a pulseira hoje! Eu mesma fiz, há dias!
- Você é muito maravilhosa, deixe que eu entrego assim que ela termine a prova.
- Mas eu quero conhecê-la e entregar em mãos! Vamos, ela vai gostar de mim, Rodolfo...
- Não tenho dúvidas, quem não gosta? Olha o que você fez comigo!
- Exagerado! Não tem problemas, entregarei a pulseira mesmo que seja um tempo depois do dia da prova e você terá que preparar bem esse primeiro encontro, ouviu?
- Ei, vamos fazer o pedido! Uau, veja a decoração deste lugar, tão universitária, aposto que Cate virá aqui todos os dias...
Érika foi vencida pelo cansaço. Deixaria a pressão para outro momento. A decoração do café passou a ser alvo de sua contemplação, tal qual Rodolfo sugeriu. A moça sentiu um nó na garganta ao lembrar do trancamento do curso que frequentava na universidade, talvez o ambiente do café causasse essa incômoda sensação, ou o fato da filha do homem que ela ama estar realizando naquele instante o ato que a mesma Érika sonhadora realizara anos atrás. Ia percorrendo a vista pelos quadros que ilustravam turmas universitárias antigas, pelas mesas enfeitadas em xadrez, bem ao estilo clichê de filmes românticos, e pelas garçonetes usando aventais combinando.
Num canto, dois jovens acadêmicos estavam debruçados sobre livros de administração - em pleno domingo - pensou, admirada. Érika parou o olhar nas singelas vidraças com vista para a rua, onde uma moça de cabelos negros a observava numa mistura de contemplação e outro sentimento que não conseguiu identificar. Virou-se para o amado:
- Rodolfo...
- Preciso ir até o carro - ele a interrompeu.
- Hã?
- Deixei a carteira dentro dele. Faça o pedido, meu bem, volto em 1 minuto.
Do lado de fora, parada em frente à vidraça do café, Catarina estava completamente paralisada.
Fim do capítulo
Este capítulo é mais curto, os outros estão um pouquinho maiores. Obrigada pelos comentários e quem está gostando, por favor, me ajude comentando mais. Eu quero ler outras histórias também, então podem me mandar o link ou o nome da história que vamos trocando leituras sinceras haha. Até o próximo capítulo!
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