Um
O silêncio seria total, não fossem os habituais ruídos que diariamente preenchiam os cômodos do espaçoso apartamento: a bomba de ar dos aquários, o tique e taque do grande relógio cuco, a água da fonte artificial batendo nas pedrinhas, perto da varanda. Na grande sala principal uma caixinha de som encerrava, baixinho, as notas de uma música indie. O sofá azul, de quina, estava vazio e no tapete vermelho escuro, próximo à poltrona debaixo do abajur alto, eram visíveis os vestígios de um recente ataque à geladeira: esparsas migalhas de pão integral formavam uma espécie de trilha em direção à copa. As cortinas de renda estavam cuidadosamente fechadas, impedindo qualquer tipo de invasão exterior. Não que desse para ver algo, à noite, do alto do 25º andar daquele prédio que era virado para a mata. Os vidros das janelas, que proporcionam uma das mais belas paisagens do Rio de Janeiro, evitavam agora que a fina garoa invadisse o aposento. O apartamento estaria na penumbra não fossem as velas perfumadas que cintilavam alegremente na mesinha do corredor que dava acesso à escada, e à luz que escapava por debaixo da porta do quarto no andar de cima.
O duplex estava meticulosamente arrumado e limpo, exceto por aquele cômodo específico – cuja entrada de Cícera, a faxineira, era terminantemente proibida. Ali aconteciam as maiores (e também as piores) criações de Beatriz. Em meio às palhetas, tubos de tinta, pincéis, estiletes de tamanhos diferentes e da aparente confusão e bagunça é que ela encontrava a sensação a que muitos denominavam ser “felicidade”. E a expressão em seu rosto demonstrava que era o mais puro prazer que ela experimentava naquele momento.
Segurando a taça de vinho com a ponta dos finos e longos dedos, Beatriz se afasta e observa, com a cabeça inclinada, sua mais recente obra de arte. Lapidada em madeira crua, a estátua era uma fiel cópia em miniatura de uma mãe grávida que puxa de maneira desajeitada um filho pequeno. Sorvendo um curto gole de sua bebida, ela se afasta ainda mais, tirando com a ponta dos dedos sujos o cabelo que por rebeldia fugia dos domínios do lenço lilás. Seus olhos se estreitam ao observar a estátua, enquanto mais uma vez leva a taça aos lábios.
- Será uma psicose minha? – pergunta-se, tendo o silêncio como resposta. Respirou de maneira bastante profunda, fazendo um biquinho com a boca.
Após apoiar a taça na pequena e bagunçada mesinha – tendo antes empurrado para o chão diversos recortes de revistas – ela se senta em sua poltrona verde-claro. Apesar de ter sofrido diversas reformas, a velha poltrona range aos movimentos de Beatriz, que sem muita paciência tira o avental sujo e o lenço dos cabelos. Apesar de novo, o estofado da poltrona afunda, deixando seus joelhos próximos demais de seus ombros. Sem se dar conta de que está cada vez mais perto do chão, ela apoia o cotovelo na coxa, sustentando a cabeça com a mão. Mais uma vez observa a estátua de madeira.
Não era sempre que concluía, em uma única noite, o fruto de uma inspiração. Mas em suas últimas três criações o processo fora parecido: em meio a uma refeição recebeu repentinamente a visita de uma boa ideia e subiu para o ateliê sem muita certeza do que viria – mas com a sensação de que seria uma ótima criação. Sentia quase a inspiração vibrar debaixo da pele! Aquele era um momento que ela amava: quando o projeto estava no limbo entre a ideia e o produto final. Às vezes ela até aplaudia, excitada.
Excentricidades à parte, Beatriz sempre criava suas obras tal qual um obstetra realiza um parto: com destreza, maestria e amor. Sentia quase um pulsar em suas mãos quando acariciava com paixão o barro molhado, ou quando delicadamente retirava o musgo de um pedaço de madeira (adorava fazer isso, apesar de sempre lhe causar bolhas nos dedos depois). Sentia a vida entre seus dedos – ou seria a arte? Sua própria criatividade? Ela não sabia dizer.
Talvez por isso raramente planejava o que e qual seria o resultado de seu trabalho artístico. Considerava que, tendo vida, seus objetos tinham o direito, o dever, e até mesmo a obrigação de definir e seguir seus destinos e caminhos. Ela era apenas o elo condutor entre matéria-prima e o resultado final. Se sentia quase um deus. Uma deusa!
Esse antigo hábito na hora de criar, entretanto, não era desculpa para esculpir objetos que, na sua opinião, eram erroneamente chamados como “arte”. Não lapidava formas desconexas que posteriormente a fariam ter a obrigação de explicar o que era, ou com o que deveria parecer. Muito menos pintava rabiscos em grandes telas para depois, de maneira petulante, comentar algo como “esse é meu eu interior”.
Na verdade, suas peças e pinturas sempre tinham a forma do que deveriam ter: pessoas, animais, paisagens. E as pessoas que porventura conheciam suas obras demostravam que aquela era a mais verdadeira forma de fazer criações artísticas – quem quer que observasse, entendia. Sem legendas, sem discursos. Apenas arte.
Levantando-se bruscamente, a moça aproxima-se da estátua. Inclina-se um pouco e, de perto, observa os detalhes que acabara de esculpir. Apesar de não possuir cores e ter apenas o aspecto de madeira talhada, com orgulho ela percebe que é possível observar os olhos apreensivos da criança sendo puxada pela mãe, e que o traço ao lado da boca da mulher poderia receber inúmeras explicações. As vestes de ambos possuem aspecto de roupas puídas e os pés descalços do menino revelam que mãe e filho encaram o nascer de cada dia como se fosse uma batalha, cuja glória é vencer seus próprios medos e anseios, sua própria fome e miséria. Ela conseguia até ver um brilho naqueles olhos! Ou os dela é que estavam marejados de emoção.
Um longo suspiro faz balançar mechas do cabelo castanho de Beatriz, que a esta altura já lhe cobriam praticamente todo o rosto. Os vívidos olhos verde-escuro parecem estar mais brilhantes quando ela se põe novamente ereta, ainda observando a estátua. Seu rosto demasiadamente branco está sem expressão quando enfim se vira e caminha em direção ao seu vinho. Ao constatar que o copo está vazio, abre a porta do estúdio e caminha até a cozinha.
Seus pés caminham descalços pelo chão de madeira que fora encerado naquela manhã. Ainda seria possível sentir o cheiro do desinfetante usado no lavabo, bem aos pés da escada, não fossem as essências liberadas pelas velas que agora aparentavam a tristeza característica de um fim de pavio.
Beatriz caminha com pouca pressa, atravessando a sala de jantar e a sala de tevê sem prestar atenção aos vários porta-retratos espalhados pelos cômodos do perfumado apartamento. As diversas fotos registravam diferentes momentos de sua vida – muitos deles em companhia de seu pai, um homem de meia-idade, grisalho e com um insistente sorriso no rosto. Ali era possível constatar diversas versões de Beatriz: infância, adolescência e juventude podiam ser conferidas naquelas fotografias. A maioria das fotos tinha Antônio ao seu lado, sempre exibindo através de seu sorriso aberto a dedicação e amor que sentia por ela – sentimentos que ele sempre se orgulhou em demonstrar. Talvez até de maneira exagerada.
Ela não dedica nem míseros segundos a nenhum dos momentos agora aprisionados para sempre em papéis de fotos. Antônio sempre fora um advogado rude e insensível, obstinado a vencer cada vez mais as causas no tribunal e as desavenças que muitas vezes ele mesmo criava em seu escritório; por outro lado, de forma contrastante, era atencioso e carinhoso com ela. O olhar daquele homem mudava, considerando as pessoas e os assuntos que o rodeavam. Às vezes foi possível constatar, num mesmo momento, o olhar suavizar ao olhar para ela e, em sequência fulminar ao encarar um dos advogados da Nogueira Advogados Associados.
Um ruído na porta de serviço chama a atenção e Beatriz olha admirada para o relógio: quase sete da manhã. Abre a boca, surpresa, e coloca a mão na frente, como uma criança que foi flagrada fazendo arte. Era quase possível prever a cena que viria com a faxineira.
- Por favor, não me diga que ainda não dormiu, Bia! – exclama Cícera, trancando a porta atrás de si – São sete da manhã, menina! O galo levantou já faz é tempo!
- Só agora vi a hora! – desculpa-se a moça, olhando para o jornal dobrado, de maneira acanhada – Nem vi a noite passar.
- Nasceu das suas mãos mais uma grávida? – pergunta a pequena senhora, colocando sobre a pia uma sacola com pães e queijos.
- Sim...
- Você já sabe o que isso significa? Quem sabe o seu cérebro está te dando uma mãozinha, te dizendo algo... Ou melhor, ou melhor! – exclama a mulher, ligando a cafeteira, com uma animação repentina – O seu cérebro já deu a mãozinha para a sua criatividade. Está te mostrando algo, talvez prevendo algo. E olha que nem sou eu a psicóloga aqui!
- Eu sou psiquiatra, Cícera! Existe uma diferença!
- Tá, tá. Eu sei – desconversa a mulher, mexendo com as mãos e encarando-a. Seus olhos se fixaram no meio da cozinha e permaneceram unidos, durante breves segundos – Você sabe, aí dentro de você, bem no fundinho da tua alma, que uma hora ou outra ia chegar esse momento na sua vida. Não sabe?
- Não sei se sei o que você está falando, Cícera. Mas não duvido que no fundo você entenda tanto quanto eu da psique humana – responde Beatriz, deixando para trás o suave aroma de café fresco.
- Não demora no banho, guria! Você vai se atrasar! – grita Cícera.
Beatriz entra em seu quarto e abre de maneira apressada a cortina florida. Os raios de sol, fracos, iluminam o grande dormitório cuja cama nem sequer teve os lençóis desarrumados. O despertador começa a gritar insistentemente no momento que ela abre o chuveiro.
Não se importava em trabalhar sem ter descansado o mínimo recomendado. Na verdade, aquele era o menor de seus problemas; ela nem pensava no sono, ou da sua ausência. Ao sentir o jato forte e quente da água em seu corpo, automaticamente esquece-se da noite não-dormida e mentalmente elabora uma lista com todos os afazeres para aquele dia.
Tomou banho ligada no piloto automático e nem perdeu tempo observando sua aparência magra diante do espelho. Há muito tinha desistido de moldar seu corpo. Era sabida o suficiente para saber que não existe um padrão, e que nem mesmo os que se consideram belos sabem explicar de maneira convincente um conceito sobre o que vem a ser beleza, exatamente. Ela se achava bonita, mas não era lá algo que Beatriz dispendia muito tempo pensando. Nem era vaidosa. Mas se cuidava, se vestia bem.
Não se esforçava para engordar ou para arredondar seus braços e pernas, que poderiam não ser exatamente vistos como “belos”. Detestava academia. Detestava suar! E ela estava satisfeita assim, e jamais consideraria mudar algo apenas para agradar alguém. Acreditava que, caso encontrasse com seu verdadeiro amor ocasionalmente (teria que ser assim!), essa pessoa teria de gostar dela exatamente como ela era. Sem disfarce e sem que ela estivesse interpretando uma personagem.
Tentava explicar isso à sua amiga, Luísa. Esforçava-se para fazê-la compreender que na maioria das vezes os cafajestes se aproximam de uma mulher quando percebem que ela se esconde por trás de roupas sofisticadas e maquiagens exageradas. “Faça o teste”, ela dizia, “vá aos mesmos lugares que costuma ir à noite, mas com roupas que usa no dia a dia. Repare como os galanteios vão mudar”. Mas Luísa parecia não ouvir uma única palavra sobre isso. Beatriz se perguntava o que passava pela cabeça da mulher à sua frente quando, ao ouvir esta sugestão, a olhava com aquela expressão de peixe-morto.
Mas mesmo sem se esforçar para melhorar ou aperfeiçoar sua aparência, gostava do jeito que era. Gostava de ser exatamente assim: alta, magra e demasiadamente branca. Apesar de morar em um apartamento à beira-mar, não era adepta de praia e nunca se sentia à vontade para desfilar publicamente trajando biquínis. Portanto, exibia-se somente para ela. Ela nunca reclamava do que via.
Sem muita vaidade, Beatriz penteia os cabelos e adorna as orelhas com um discreto par de brincos. Fica alguns segundos olhando, diante do espelho, para seus próprios olhos enquanto mentaliza mensagens positivas e otimistas. Ordenar a si mesma ter um bom dia, todos os dias, tinha um resultado quase mágico.
Desceu as escadas em silêncio e entrou na cozinha enquanto prendia em seu pulso direito um relógio de pulseira vermelha. Logo o cheiro de café se misturou com a discreta e adocicada essência de seu perfume. Cícera havia deixado a mesa posta, numa colorida e quase desesperada tentativa de entupir Beatriz com guloseimas logo cedo.
As duas tinham uma relação mais harmoniosa que muito relacionamento patrão e empregado. Cícera, que trabalhava na casa desde que Beatriz se entendia por gente, nunca escondera o quanto admirava e se preocupava com ela. Quase como uma... avó.
- Só isso não te sustenta – reclama a mulher, vendo a moça colocar na boca um pedaço de biscoito água e sal.
- Só isso que eu gosto de comer pela manhã – retruca Beatriz, sem tirar os olhos do jornal.
- Você é toda alta, toda grandona, Bia! Tem mais do que espaço para crescer em gordura, em sustança!
- A gente precisa mesmo ter essa discussão todos os dias? – resmunga Beatriz, tendo o primeiro caderno do jornal tapando seu rosto, deixando apenas seus olhos à mostra. Tinha aprendido a ler jornal de manhã com seu pai, e aquele era um hábito que ela não tinha a pretensão de deixar – Ser magra não é o mesmo que ser doente.
- Diz isso pra Joana, mãe da Suelen. A coitada está lá, toda preocupada com a menina que pegou “nurexia”. Está que é só pele e osso e se acha gorda. Se vê gorda no espelho, Bia!
- Anorexia não é como gripe ou resfriado que se “pega” – comenta Beatriz, parando de ler por um instante para encarar Cícera, que lavava um prato na pia – Quantos anos tem a menina?
- Completou 14, semana passada.
- Peça à mãe que a leve ao meu consultório, assim que for possível. Mas, Cícera, pelamordeDeus, lembre-a de que antes ela precisa ligar e marcar hora!
- Eu falei para a cabeça-de-vento da Fatiminha ligar antes de ir, Bia! Ela que resolveu aparecer lá sem avisar ou marcar consulta! Eu briguei com ela, porque afinal fui eu quem disse que ela poderia se consultar com você de graça... E falei mais de uma vez para ela marcar hora antes: “Fatiminha, você não me inventa de aparecer lá sem marcar hora, Fatiminha. A Bia é boa gente, mas não é santa” – a mulher diz, mudando a voz por um instante – Mas adiantou alguma coisa? Adiantou nada!
- Eu sei que você falou, querida. Acredito no que diz – diz Beatriz, voltando a atenção para o jornal, dando antes uma olhadinha no relógio – Mas como eu te disse na ocasião, quero evitar que a mesma situação se repita. Naquele dia foi bem desgastante o confronto entre ela e outra paciente que sofre, digamos, que do mesmo distúrbio.
- Eita, mas isso é que eu acho divertido! Você chama de “distúrbio” o que a gente lá da vila chama de safadeza. Porque agora Fatiminha se diz “quelépto-maníaca” e passa rebol*ndo em frente ao mercado do Zé. E olha que até outro dia era o próprio Zé quem falava para quem quisesse ouvir que Fatiminha era ladra. E agora o Zé tem que ficar lá: pianinho, bem quietinho!
- Pobre Zé – ri Beatriz, tendo por segundos a imagem de Fatiminha na mente. No fim das contas, Cícera tinha mais propriedade para diagnosticá-la: o mal daquela lá era mesmo safadeza.
Beatriz se deixou absorver pela leitura em um piscar de olhos. Aquele não fora seu único caso do gênero, afinal de contas. Nem percebeu em que momento deixou-se levar e mergulhou na notícia que abordava o incansável vazamento de energia radioativa no Japão. Aquele acontecimento era tão chocante para ela que nem notou um par de olhos em sua direção. Por trás de grossas lentes de óculos Cícera reparou como só agora a mulher dava a impressão de estar se recuperando. “Renascendo” seria o termo correto.
Sempre ajudando os outros a superar seus medos, fobias e traumas, ela própria tinha enterrado em seu coração o abalo causado pela morte do pai. Nunca se deixou ser vista chorando, e Cícera se perguntou em vários momentos se alguma lágrima tinha sido rolada por este motivo.
Imaginava que sim, afinal Antônio era seu pai e seu único familiar. Quem sabe ela omitisse suas lágrimas se escondendo atrás da desculpa de que “tudo acontece por alguma razão”, ou “chorar não vai trazê-lo de volta”. Beatriz sempre tinha uma ótima história que tinha sentido e fazia muita gente engolir o choro. Mas Cícera sabia que era real a tristeza que acampara em seu coração. Podia não chorar, mas Beatriz ficou muito abatida e foram várias as vezes em que foi vista olhando para algum ponto indeterminado, como que absorta pelas lembranças impressas em sua memória.
Mas apesar da visível adoração que Beatriz sentia por aquele homem, Cícera sabia bem que sua maneira de impor as coisas à filha era mais que ditatorial. Sua energia estranha fazia com que arrepios percorressem o corpo de Cícera, mas ela nunca deixou seus sentimentos transparecessem. Sabia que isso magoaria Beatriz e ela não queria que isso acontecesse. Mas que o sujeito exercia sobre a filha um poder inimaginável, ah, isso era fato.
E agora, olhando para a mulher à sua frente, notava que as mudanças começavam a se fazer presentes. Físicas, inclusive. Seu cabelo estava diferente. Antes, para agradar ao pai que de maneira quase imperceptível fazia críticas ao seu penteado, Beatriz os mantinha sempre presos, amarrados à força. Agora, como maneira de demonstrar gratidão, os fios que sempre pareceram finos demais, lisos demais e sem vida alguma, estavam mais volumosos e até com mais brilho. Ela desfiara a franja e, pacientemente, a todo instante afastava dos olhos. Mas o fazia com tanta despretensão de parecer elegante que Cícera considerava até bonito de ver esse gesto sendo feito milhares de vezes ao longo do dia.
O olhar dela também havia mudado. O que quer que antes o deixava embaçado e enevoado agora não existia mais. Um brilho assumira seu lugar, dando à Beatriz aparência ainda mais jovem. E sempre que falava sobre algo relacionado ao seu trabalho o brilho aumentava consideravelmente. Cícera adorava ver aquilo acontecendo.
Beatriz sempre aparentara ser mais jovem do que de fato é. Ainda hoje era difícil crer que aquela “menina” tinha 35 anos, considerando sua aparência, jovial. Às vezes era divertido perceber como os outros a viam. Para Cícera, ela sempre seria apenas Bia, uma “menina”.
Diferente de todas as mulheres que conhecia de seu círculo social, Cícera se admirava com a beleza ímpar de Beatriz. A maneira com que falava, pausadamente, e a delicadeza em seus movimentos a deixavam ainda mais graciosa. Além da inteligência! Beatriz era um poço de sabedoria. Era o que Cícera dizia.
Nesta manhã parecia tão bem, quase brilhando, que Cícera só acreditava que ela não dormira durante a noite devido ao seu “flagrante”, minutos antes.
Ela gostava de acreditar que a mudança em sua aparência logo seria percebida entre seus amigos. “A qualquer momento uma pessoa boa vai percebê-la e olhar para ela como nunca olhou antes. E talvez ela esteja sentindo isso”, pensa Cícera.
- Não tenho planos de casar e ter filhos tão cedo – comenta Beatriz, sem parar de ler o jornal e sem encarar a mulher encostada na pia.
- Oh, menina! – repreende Cícera, falando lentamente – Não sabe que é muito feio invadir o pensamento dos outros?
- Desculpe! – sorri Beatriz, ao se levantar e verificar que o relógio na parede marcava 7h55 – Não farei mais isso. Não hoje.
- Come pelo menos um pouco de pão com geleia, Bia! – pede Cícera, vendo a porta da sala se fechar.
Fim do capítulo
♥
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EliandraFortes
Em: 14/10/2021
Adorei a história,. Sendo eu enfermeira há 27 anos,; na psiquiatria há 16 anos... não poderia ser diferente..Eu amei a Beatriz, um pouco mais que amei todos os outros.
Resposta do autor:
Que legal, então rolou uma identificação! *-*
Eu não conheço nada da área, escrevi de abelhuda que sou!rs
Fico feliz que tenha gostado, é um sinal de que acertei na composição da personagem!
Beatriz é incrível, uma das melhores que criei, sempre tive mto carinho por ela! <3
Já falei em outras ocasiões, mas acredito que tudo bem repetir: se demoro em concluir essa história é pq não quero me desapegar dela ainda, ou das Bias rs
Mas vou terminar, prometo!rsrs
Beijos!
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Marta Andrade dos Santos
Em: 07/10/2021
Que perrengue viu vou aguardar com ansiedade .
Resposta do autor:
Vamos lá!
Respira!
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Lins_Tabosa
Em: 11/06/2021
Não nos mate de ansiedade! Por favor!!!!!!
Oh, grande Caribu.
;D
Abrs, o/
Resposta do autor:
Hahaha
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NovaAqui
Em: 13/05/2021
Vou aproveitar que estou de férias e ler mais alguns romances seus. Qual você recomendaria para eu começar?
Resposta do autor:
Eba,que delícia!
Bom, se vc gosta de romance, recomendo meu queridinho, "Minha melhor amiga". Se gosta de uma pegada mais "a vida como ela é", sugiro que leia "Sorte Sol".
Mas lê os contos, são fantásticos!
Depois me diz oq achou!
Beijos!
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Drea
Em: 11/05/2021
Ah, eu pensei em várias possibilidades para o encontro delas e cheguei a essa hipotese. Vc é uma icógnita escrevendo, deixa brecha para várias possibilidades, se a pessoa tiver uma mente criativa pensa em tantas coisas... Enfim, não demore estou gostando de tentar desvendar vc (ops, os seus mistérios) kkkk...
Confesso que ainda não entendi muito vc no quesito Fernanda e Fábio. Tenho certeza de Bianca e Beatriz, pq se isso não for certo sua sinopse tá errada... tenho muito o que pensar ainda, talvz retornar alguns trechos. Inclusive... deixa pra lá depois eu comento, talvez.
Resposta do autor:
Hahaha
Bom, vou começar agradecendo! Que bom que sou incógnita e deixo brechas! Não posso entregar as coisa, pq senão não tem história rsrs
Por favor, continue comentando! Quero seu feedback conforme avançamos!
Voltamos o mais vreve possível!
Um beijo, bruxa!
P.S.: relê a sinopse. Eu não falo nada, vc que tá interpretando rsrs
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Luasonhadora
Em: 01/09/2020
Preciso dizer que também amei essa história? Não me canso de te dizer o quanto amo seu jeito de escrever,. É como se em cada linha você colocasse sua alma junto, só pra mexer com a cabeça de quem lê kkkk
Posta mais logo heim
Resposta do autor:
hahaha
Precisa, Magali!rs
Que bom que vc gosta! Em cada linha eu coloco um pouquinho da minha alma, sim ♥
Mas a ideia é mexer com a cabeça das leitoras de um jeito bom rs
Postarei em breve! Preciso parar de escrever o outro pra isso rsrs
Mas será breve, prometo!
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kasvattaja Forty-Nine
Em: 28/08/2020
Olá! Tudo bem?
Aqui, perfeitamente, maravilhosamente, incrivelmente — muito 'mente', mas necessário pela beleza do seu texto — bem com sua nova história.
E como, assim, você não queria escrever mais? OMG!, não faça isso, nunca.
Se o seu primeiro capítulo está nesse nível — Above! Up! Over! —, mande logo todos, um atrás do outro.
É isso!
Post Scriptum:
A Perfeição
O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.
Clarice Lispector
Resposta do autor:
Vc sempre com tanta delicadeza, dona 49! Adoro os seus feedbacks e comentários!
Me manda música, poesia, palavras que me tocam, sempre. Grata! ♥
Não é que eu não queria mais escrever... só travei rsrs
Mas foi bom, foi um período importante da minha vida, me dediquei ao meu casamento na época. O que poderia ter escrito de livro, escrevi em cartinhas de amor ♥
Espero que goste da história!
Beijos!
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cris05
Em: 27/08/2020
Que maravilha! Obrigada por compartilhar mais essa belíssima história, sim porque só pelo primeiro capítulo já vi que vou amar.
Amei a Bia Beatriz...rsrs e tenho certeza que vou amar a Bia Bianca.
Ah, adorei Cicera e ri muito com a história de Fatiminha.
Já super ansiosa para os próximos capítulos.
Beijos
Resposta do autor:
rsrs
Eu que agradeço por vc ler, e comentar! ♥
Bia Beatriz e Bia Bianca são duas lindinhas rsrs
A Cícera é demais!! Uma personagem maravilhosa!
Espero que goste de mais essa história! Vou ver se posto um capítulo por semana (sim, pq começo a ler e vou editando, reescrevendo rs E já tô fazendo outras mil coisas rsrs).
Beijos!
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Aja Rocha
Em: 27/08/2020
Acredita que mais cedo pensei "bem que aquele anjo podia postar uma história nova" hahaha
Não sei você, mas eu acredito nas energias. 🧡
Gosto das suas sinopses, parecem um sorriso convidado a gente pra ler.
Vou abrir espaço aqui no meu coração pra mais dois amores, né. (tô o cúmulo do cafona) rs.
** #postamais #leitorafeliz **
Resposta do autor:
hahaha
Aja e caribu em sinergia ♥ rs Acredito em energias tb!
Eu nem pretendia postar esse livro hahaha Não foi nada planejado rs
Mas... Sei lá, pra que guardar pra mim, não é msm?
Abre, sim, seu coração pras Bias! ♥♥ Elas são duas joias preciosas! ♥ Minhas riquezas ♥♥
Eu prometo entregar uma história bem quentinha! ♥
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