E nossa história dá um salto de um ano, hoje vamos saber um pouquinho da história de Paty e Nicky...
Capitulo 13 - Para a vida eu digo sim...
CAPÍTULO 13 - Pra vida eu digo sim...
Todo mundo sabe que não pode misturar trabalho e vida pessoal, mas às vezes isso simplesmente não funciona. Acredite em mim, tudo o que qualquer policial quer é estar próximo a sua família e seus amores, como fui emprestada a Delegacia de Homicídios em Curitiba com o objetivo de trabalhar em um caso de difícil solução, eu e Nick tivemos que adiantar nossos planos, e nos casamos um ano depois da "Operação Trinca Ferro", quando conseguimos desarticular a quadrilha ligada aos tráfico de animas silvestres, dessa forma ela pode seguir comigo, passando a atuar na corregedoria.
Casamos em uma cerimônia linda em Gramado, do jeito que sempre sonhei, com direito a vestidos de noiva, benção de um líder kardecista, damas de honra, chuva de arroz e tudo mais que tinha direito. Escolhi um vestido azul clarinho, no estilo princesa, acho que não poderia ser diferente, minha saia era volumosa, toda bordada com arabescos e pequenas pérolas e uma coroa delicada por cima de um véu branco bordado que ajudava a compor o visual, escolhi um buquê de lírios brancos, iguais ao dia que a pedi em casamento, só mudando a cor.
No dia da cerimônia eu estava muito nervosa, conferi tudo no buffet antes de ir ao cabeleireiro, apesar de ter a certeza que estava tudo certo, rezei para todos os santos para que nenhuma chuva estragasse o nosso casamento, pois a festa seria realizada ao ar livre, com uma decoração luxuosa ao estilo minha mãe, com cores que iam do azul clarinho ao branco, tudo primoroso, o bolo tinha cinco andares, todo enfeitado com lírios em sua volta, e o buffet estava perfeito, com frutos do mar, comida japonesa e italiana, nossos pratos preferidos. Estava em cólicas quando a vi entrando, Dominique estava deslumbrante, com um vestido bordado ao estilo sereia, ele era todo branco e mostrava todas as curvas que já conhecia tão bem, os cabelos ruivos presos e dos olhos multicores caiam delicadas lágrimas de emoção, eu também chorei na hora do sim, não discretamente como ela, mas, do modo Paty de ser, abrindo a boca para extravasar a emoção por estar me casando do jeito que sempre sonhei e com uma mulher do jeito que sempre desejei.
Após a festa embarcamos rumo à lua de mel, que não poderia ser em outro lugar se não a Toscana, região da Itália central cuja capital é Firenze, o lugar sabe muito bem como unir arte, história, arquitetura, boa culinária, lojas, compras e modernidade. Pegamos um trem da Italo de Roma até Firenze, lugar maravilhoso e que não decepcionou, para começar podemos encontrar algumas das obras de arte e arquitetura renascentistas mais conhecidas do mundo, como a estátua de Davi, de Michelangelo, as obras de Botticelli na Galleria degli Uffizi e a Catedral Santa Maria del Fiore, o Duomo, fora os montes Apeninos, as praias da ilha de Elba no Mar Tirreno e os vinhedos e oliveiras de Chianti, já havíamos pensado esse roteiro várias vezes e estávamos ali, conseguimos realizar nosso sonho.
Olha, se na Itália já se come bem, na Toscana se come benissimo, estávamos jantando no Cibrèino, um restaurante maravilhoso quando fomos servidos por um garçom brasileiro, um verdadeiro cavalheiro que falava o português com um forte sotaque italiano, todos os pratos que pedimos eram primorosos, tanto pela beleza, quanto pelo perfume e sabor de cada detalhe, iniciamos com Insalata di Ovoli, um prato elaborado com cogumelos especiais crus e temperados como salada, acompanhados de parmesão, rúcula, alcachofras, aspargos, porcini e pêssegos no vinho, e como prato principal pedimos bisteca alla Fiorentina, prato típico da região, e claro, vinho.
Estávamos conversando amenidades, enquanto a sobremesa não vinha, quando Marcelo, nosso garçom brasileiro se aproximou.
- Com licença senhoritas, aquele rapaz da mesa ao lado está perguntando se não pode se apresentar, ele está encantado pela a beleza exótica da ruiva.
Eu respirei fundo e senti meu rosto todo esquentar na mesma hora.
- Ora, mais que folgado, preciso avisar primeiro que somos senhoras e casadas entre nós, depois estamos aqui em lua de mel e tudo o que não precisamos no momento é alguém atrapalhando nosso romance.
- Desculpe-me senhora, mas, não tinha mesmo como saber - Falou o garçom olhando para nossas mãos e sorriu ao ver as alianças - Avisarei ao rapaz que ele bateu na porta errada.
- Erradíssima, diga que não se atreva a passar perto dessa mesa ou vou bater no cara certo, sou policial, de lua de mel, mas, sou...
- Ui que medo... - O garçom riu e se encaminhou até o rapaz, levando junto o meu recado.
- Mas o que foi isso Patrícia?, não precisava de tanto, como o rapaz ia saber que somos casadas?.
- Sim, mas, eu preferi deixar bem claro mesmo, porque se ele insistir com alguma proposta ridícula já sabe o que pode acontecer.
Dominique fingiu estar bastante chateada, mas, vi o seu sorrisinho tentando disfarçar a vontade de rir do acontecido, logo a sobremesa veio encerrando o assunto, pedi um Ricciarelli, doce de amêndoas, com mel e laranja, enquanto Nick escolheu um Panaforte, doce feito com frutas secas e especiarias.
Os dez dias que passamos na Toscana foram perfeitos, mas, infelizmente passaram voando, quando chegamos a Curitiba meus pais já estavam nos esperando, seguimos os quatro para o apartamento recém alugado no Bairro Água Verde e logo vimos que na sala estavam todos os presentes, fora alguns artigos de decoração no estilo oriental presenteados por meus pais, eles ficaram a semana inteira e no fim do terceiro dia, os pais de Dominique chegaram também, assim, nossa primeira semana como casadas foi bastante familiar, adoramos a surpresa, mas, estávamos loucas para inaugurar nosso apartamento, quando todos se foram embora respiramos felizes e aliviadas, amamos nossos pais, mas, com os quatro aqui tivemos que nos dividir, para não haver ciúmes e desatenção.
Estávamos de folga no nosso primeiro fim de semana sozinhas, pois sempre dávamos um jeito de conciliar os plantões, era um sábado à noite e estávamos em casa após comer uma deliciosa pizza caseira, deitamos abraçadinhas para ver um filme, no entanto foi muito difícil me concentrar com aquela perna bem torneada por cima da minha e aquela mão certeira que desenhava coisas aleatórias nos meus seios, eu suspirei ainda mais alto quando ela saiu da posição em que estava e sentou nas minhas coxas dizendo o quanto me amava e o tanto que era feliz comigo, falava sedutoramente com sua voz roca, enquanto tirava a camisola, expondo a sua nudez, ai não teve como, a saudade esquentou nossos corpos e fomos aproveitar toda a delícia que é fazer amor com quem amamos, com a força do meu corpo virei Nick invertendo nossa posição, e segui beijando cada cantinho que ela sentia prazer, até saciar minha sede do seu gosto em minha boca, só parei quando senti que ela havia explodido em um delicioso orgasmo, assim, deitei em seus braços enquanto passava a mão por seu corpo, ela abria e fechava os olhinhos querendo prolongar o momento, até os abrir de fato e falar em alerta.
- Amor, acho que tem um celular tocando...
- Deixa tocar Nick...vem aqui, estava com tanta saudade de fazer amor com você...
- Eu também Patinha, mas, vai que é da Delegacia?.
- Estamos de folga amorzinho, relaxa... - Falei enquanto dava mordidinhas delicadas em seu mamilo.
- Você sabe meu benzinho, se for algo muito grave...bom, se for algo...precisamos ir...talvez...ai Paty, facilita vai...
Eu espreguicei e fui buscar o telefone, realmente era da delegacia.
- Agente Patrícia, boa noite...
- Boa noite e desculpe incomodar, aqui é a Delegada Luna, por favor, peço que venha a delegacia imediatamente e se Dominique puder peço que também venha, preciso de várias mentes brilhantes que me ajudem nesse novo caso com características de crime em série.
- Claro, vamos só trocar de roupa e estamos a caminho.
Chegamos rapidamente a Delegacia, Dra. Luna já estava reunida com três colegas da Polícia Civil e sentamos a mesa de reuniões, cumprimentando discretamente a todos. Olhei atentamente a delegada, era loira e seus cabelos cacheados tinham um delicado corte chanel, os olhos eram intensos, de um lindo azul claro, ela não sabia, mas, era chamada nos bastidores de "Charlie", nome de uma personagem famosa de um filme dos anos 80, Top Gun, e realmente era inegável a semelhança da Delegada Luna com Kelly McGillis, na época do filme, é claro.
- Agente Patrícia? - Perguntou a delegada - ainda estou esperando a sua opinião sobre as fotos que acabei de passar.
- Desculpe, pode passar novamente?, me distrai.
- Claro.
O cenário do crime era estranho, um quarto de hotel localizado no centro da cidade, as paredes estavam recém pintadas de preto e todas as luzes estavam quebradas, também haviam colocado contact escuro nos vidros da janela e ao fundo havia uma gravação ininterrupta, de onde podia ser ouvido apenas suspiros. O corpo da mulher estava nu como uma espécie de armação para segurar seu corpo, pela enorme peruca ruiva e pela posição em que o corpo se encontrava, percebi com muita facilidade que era uma alusão ao quadro "o nascimento de Vênus", de Boticelli, detrás do corpo estavam dois distintos cenários, formados com peças de lego, um era enorme castelo e o outro uma espécie de muralha.
- Dra, de um close mais detalhado no corpo, vejo que a mão esquerda dela está fechada e encostada no seu sex*, como no quadro "O nascimento de Vênus", isso está óbvio, até a longa peruca ruiva evidencia, mas, acho que vi alguma coisa além, em sua mão...
- Sim, agente, dentro foi encontrado um bilhete, escrito a frase "Só sei que nada sei". - Frase de Sócrates, não é mesmo?.
Sim, a frase de fato é de Sócrates, por horas tentamos juntar as peças do caso, sem chegar a nada de concreto, já era tarde quando segui até a perícia com Dominique, colhendo as evidências e informações necessárias, assim, voltei para casa com uma pasta contendo fotos e todas as informações do caso, apesar de tentar juntar todas as peças, não consegui chegar à conclusão alguma, não tinha nenhum indício, digitais, cabelo, DNA...nada que me fizesse entender quem seria o assassino, sua motivação e se de fato era parte de um crime em série.
Estava em casa olhando Dominique dormir e pensando que há um ano atrás quase a perdi, enxuguei as lágrimas e lembrei da minha insegurança inicial e como eu evolui, eu tinha certeza na ocasião que teria minha passagem direta para o RH, mas, não, apenas fui indicada a continuar na terapia e em conjunto fazer um curso de reciclagem, é um saco, mas, foi o melhor que me aconteceu, consegui aprender a lidar melhor com minha falta de iniciativa e temores. Sabe, se eu não fosse tão boa em uma investigação estaria presa ao ostracismo, mas, por sorte, eu tenho uma longa estrada na Polícia e apesar de toda a minha fragilidade, consigo lidar bem com certos tipos crimes, conseguindo usar meu lado racional, no entanto, algumas histórias mexem mais do que outras, algumas vezes pela covardia ou extrema maldade do autor, outras pela fragilidade das vítimas e pelas sequelas evidentes deixadas em todos os envolvidos, no entanto, tenho uma certeza, esse crime vai ficar no meu histórico...sou apenas uma policial, tentando dar o meu melhor na vida e no trabalho, essa é a minha verdade pura, nua e crua. Parafraseando Che Guevara, se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros...
Fim do capítulo
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Anny Grazielly
Em: 09/03/2021
Eh... todas as meninas estao em processo de evolução... isso eh bom
florakferraro
Em: 06/12/2020
QQue viagem maravilhosaaaaa, me senti dentro do livro acompanhando as meninas, adorei essa lua de mel
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Gabi2020
Em: 17/08/2020
Olá!
Menina engordei só de ler o que elas comeram na viagem de lua de mel! Kkkkk... Meu sonho é conehcer a região da Toscana.
Eita que a Patrícia de distrai fácil né? Ok... A delegada é delegata, mas agora a Patty tá casada com a ruiva gostosa!
Agora esse crime para elas desvendaram... Interessante!
Muito bom!
Beijos
Resposta do autor:
Oieeee Gabi,
Ah, foi uma farra gastronômica que as duas fizeram...rsrsrs ah, essa região é de sonhar, um amor e uma Toscana para lembrar pelo resto da vida, ai simmmm...rsrsrs.
Patrícia se encanta muito, ela é muito interessada nas colegas de trabalho, mas, acho que é mais para uma admiração pela beleza, força e inteligência não é mesmo?.
Simmmmm vamos caminhando na investigação...amanhã é dia de Mariana...
bjssss
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