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O conto por caribu

Ver comentários: 3

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Palavras: 1003
Acessos: 1164   |  Postado em: 13/08/2020

Parte II

Na possibilidade de ser o que quiser, Júlia optou por ser revisora de texto. Ou quase isso. Era o que ela fazia: ganhava a vida corrigindo os erros das histórias dos outros. Se dizia artista das palavras – e seu trabalho era mesmo quase de lapidação. Suas ferramentas eram aquelas disponíveis no software de texto do seu computador (bem utilizadas pela sua genialidade, diga-se de passagem). Entregava sempre um primor de texto, uma obra-prima, segundo o gosto do artista inicial (ou seja, o resultado também dependia da matéria-prima. Era revisora, afinal de contas, não mágica).

Se concentrava rotineiramente nas palavras e vírgulas dos outros enquanto mantinha as suas próprias no cabresto. Por dentro, engolfava-se com as suas próprias histórias, que insistiam em escapar, e ela persistia em engolir. Porque nessas de podermos decidir nossas vidas às vezes acontece de optarmos por sermos nossos próprios vilões. De maneira inconsciente? Sim. Mas conscientemente também.

Júlia tinha em volta de si algumas muralhas erguidas por ela mesma. Bloqueios diversos, alimentados, dia após dia, ano após ano, como feras contidas em jaulas, acorrentadas a pés de cadeiras. Ali cresciam, também, como erva-daninha, crenças limitantes que já atingiam o tamanho de cinco palmos. Cenas que faziam já parte daquele cenário. Ela mal os notava.

Mas a moça não era nenhuma mocinha indefesa – longe disso. Sempre foi uma protagonista de sua própria história, e do tipo guerreira, que enfrenta com destemor todas as batalhas que a vida moderna impõe: rotinas estressantes feita de pequenos grandes feitos, por exemplo, sair da cama pela manhã, manter a casa organizada, ter um tempo para o lazer e descanso.

Sua rotina, naquele presente, aos 30 e poucos anos, se resumia a ficar na cama. Dormindo, trabalhando, e ficava por ali também nas suas folgas. Mudava as posturas e os locais do colchão conforme a atividade desempenhada, de acordo com o avanço dos ponteiros que indicam incansavelmente que o tempo avança – uma dança diária naquele ponto específico do quarto. Júlia se levantava ocasionalmente e, segundo os registros feitos pelo relógio preso em seu pulso direito, caminhava cerca de mil passos dentro do seu apartamento, que era pequeno, mas ela cabia bem.

Tinha a oportunidade de sair todos os dias; havia, durante um tempo, toda uma rotina arquitetada segundo os dias da semana, que pareciam curtos. Eram bem ocupados, bem preenchidos (quase não sobrava tempo para ela). Se dedicava a muitas causas que achava justas.

Mas tudo mudou em março de 2020, no começo da pandemia. Agora basicamente Júlia ficava ali, enfurnada em sua casa, reclamando de ter que trabalhar quando só queria escrever (ou olhar a vizinha caminhar na própria varanda. Amava ficar “curiando” a vida alheia. Tinha uma história inventada para cada janela de cada prédio à sua frente).

O tempo, para Júlia, agora tinha outro ritmo. Tudo muda quando se é obrigada a conviver somente com você mesma. Emagreceu 12 quilos nos primeiros cinco meses, porque navegou pelas águas do desânimo, mas acrescentou 27 novas músicas à sua playlist. Quase era possível afirmar que mudou o gosto musical naquele período! Ela mudou. Se rodeou dela mesma e aquela convivência lhe foi muito benéfica.

Ao contrário do que previa, nunca mais ligou a tevê. Experimentava o ineditismo de viver com seus personagens, amarrada às cenas que sua mente criava. Liberou todos dos calabouços sombrios do seu ser. Todos os “Era uma vez” soterrados pelos compromissos da vida adulta, submergidos pela responsabilidade imposta, vieram à tona com o isolamento – e talvez só porque aquele rio secou e tudo se tornou mais evidente, mais aparente. Esse é um processo aparentemente natural.

Mudanças drásticas causam resultados igualmente drásticos. Ela experimentava aquele contato com pessoas que eram quase tocáveis. Criadora e criaturas empoleiradas num colchão de molas, envoltas nas tênues e sutis malhas, finas, da criatividade. Foram dias assim. Noites, também.

E ela não previa o final – que na verdade era apenas a metade de tudo. Nunca se pode esquecer que cada ação gera uma reação – nada fica impune diante do universo. Júlia estava semeando, a colheita logo chegaria. Mas até lá algumas intempéries a brindariam.

No fim, são as tempestades que geram os arco-íris. Disso ela sabia.

Um dia largou o computador (seu instrumento de trabalho, e de lazer, sua janela para o mundo real e também o imaginário), que a esta altura estava colado com silver tape (porque estava desmontando. Literalmente estava com um parafuso a menos). O movimento lá fora lhe chamou a atenção. Havia urubus voando lá no alto, bem ao longe.

Era incrível a sua capacidade de se desligar – dos afazeres, dos deveres, dos serviços. E nem precisava de pássaros pretos de longas asas, que neste instante se moviam apenas segundo os fluxos do vento, ao seu bel-prazer. Tudo desviava sua atenção; era fácil se perder.

Ao menos naquela vez reconheceu uma vantagem: os urubus a fizeram se lembrar de Isolda (que lhe contou, lá na infância, da função de “lixeiro” que essas aves desempenham), e só a menção àquele nome fez Júlia sorrir. Caramba, quanto tempo se passou! Como ela estaria? Como estariam todos – seus rostos, suas vidas?

Fez o que uma pessoa sensata, com prazo de entrega de trabalho estourando, faria diante daquela lembrança, e responsabilidade: foi procurar Isolda no Facebook. Como era mesmo o seu sobrenome? Era uma mistura de sobrenome brasileiro e japonês.

Mandou mensagem no grupo dos irmãos. “Ei, como era mesmo o sobrenome da Isolda, lembram dela? Quero ver como ela está hoje”. Ninguém lembrava (o caçula teve dificuldade de lembrar da pessoa a que ela se referia). A última vez que se viram foi depois daquela Copa dos pênaltis. Putz, outra vida!

Fazia duas semanas que não conversava com a mãe. Mandou um zap: “Qual era o sobrenome da Isolda, filha daqueles seus amigos, você lembra?”. Por um pouco de birra (Júlia não mandou mensagem no dia das mães – alegando ser apenas uma data comercial), a mãe não respondeu.

Lembrava o sobrenome: Souza Takeshi.

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 2 - Parte II:
rhina
rhina

Em: 17/08/2020

 

Oi

Boa tarde.

Gostei do " vc está me ouvindo? Hahahahah

E também do vossa senhoria.......kkkkkk

Então teremos sexo!

Hum

Rhina


Resposta do autor:

hahaha

Pareceu que estava!rsrs

Leitor hoje em dia parece tão atento quanto o Google, ouvindo a gente rs

Sim, tem sexo!

Dos bons rsrs

Responder

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Aja Rocha
Aja Rocha

Em: 14/08/2020

Vai que que Julia não achar ela, e fica só pensando...

Sei lá o que vossa senhoria é capaz de escrever hahaha.

Até a história terminar, já tenho criado várias hipóteses de desfecho. 


Resposta do autor:

Hahahaha

E ontem falei pra minha amiga, que esse conto talvez nunca envolvesse sexo real 

Hahahaha

Vc tá me ouvindo?? Hahahaha

Mas vai ter. Alguém precisa fazer por aqui!

Responder

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Aja Rocha
Aja Rocha

Em: 14/08/2020

Será que Isolda aparece? hahaha


Resposta do autor: Simmm!! O conto é sobre as duas rsrs

Responder

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