Capitulo 7- Quando voce voltar...
CAPÍTULO 07 - Quando você voltar...
Era uma noite fria e seca, daquelas que só Brasília sabe proporcionar, dormi cedo e levantei suavemente horas depois, segui em direção à cozinha, lembrei que não tinha comido nada antes de deitar e meu estômago me acordou avisando que precisava me alimentar, peguei a caneca lindamente ornamentada com anjos orientais, que havia sido presenteada por Dominique, lembrando não apenas da nossa missão concluída com sucesso, mas, principalmente da nossa ida ao Café Oriental, localizado bem no coração do Centro histórico de Curitiba.
Preparei um chocolate quente e coloquei alguns marshmallows mergulhados nele, enquanto isso, alguns pãezinhos de queijo assavam no forninho e uma série de mantras da Deva Premal tocavam de forma ininterrupta, fiquei quietinha agasalhada por uma coberta de lã no sofá da sala, cheia de almofadas, onde pude acomodar a cabeça e relaxar um pouco depois do mês exaustivo que tivemos, dessa forma, as lembranças vieram me envolver, como um abraço quente em um sábado frio e silencioso.
Era final de um plantão cansativo, estava pronta para ir embora quando Dominique me chamou em sua sala, vi que ela passava uma mão na outra rapidamente, gesto que fazia sempre que estava tensa, a Delegada me olhava de forma doce, mas, ao mesmo tempo apreensiva, puxei a cadeira e cheguei bem próximo a ela, disse que podia se abrir comigo, que ficasse à vontade para falar o que a estava afligindo, foi ai que pude reparar na sutil diferença entre a cor de seus olhos, um era azul, o outro era de um verde azulado, quem não prestasse bastante atenção jamais iria reparar que eram de cores diferentes, logo percebi que não estava sendo muito discreta quando ela sorriu e me chamou, talvez não fosse a primeira vez.
- Paty, eu preciso ir a Curitiba resolver um caso com os colegas da Polícia Civil, e gostaria imensamente que fosse comigo, mas, o caso é de difícil solução, você sabe como é, não sabemos quando vamos conseguir fechar o caso, dessa forma, não temos data para voltar, você pode recusar o meu convite, claro, essa semana mesmo vem um Delegado para me substituir nesse tempo que ficarei longe. Bom, se você quiser e puder, eu...
- Claro que vou Dominique, será um prazer...
Não conclui minha fala, logo ela levantou e me puxou para um abraço, um arrepio subiu em minha nunca quando senti meu corpo colado ao seu, meu coração acelerou como há tempos não acontecia, afaguei aqueles cabelos ruivos tão macios e cheirosos, encostando minha cabeça em seu ombro, foi um encaixe perfeito, ficamos dentro desse abraço silencioso por minutos intermináveis, como se o tempo tivesse parado, estávamos nesse aconchego quando Falcão bateu na porta, não era nada demais, apenas para se despedir e seguimos, deixando nosso calor e perfumes impregnados no corpo e na alma uma da outra.
Quando chegamos em Curitiba, era uma tarde gelada de inverno, o vento cortante parecia entrar por dentro dos agasalhos grossos que usávamos para nos aquecer. O caso permanecia sem solução há cerca de quatro anos, fomos ao Sicride, "serviço de investigação de crianças desaparecidas", responsável pelo início das investigações, inclusive pelo caso em questão que mobilizou toda a sociedade curitibana, depois de anos sem resposta novas pistas chegaram e com isso, alguns jornalistas pressionavam nossos colegas, tanto em relação a divulgação dos novos fatos, quanto na resolução do caso.
Rafaella Gentil tinha nove anos quando desapareceu no Bairro Jardim Social, era uma segunda-feira, os pais haviam saído juntos para trabalhar e a menina ficava sempre aos cuidados da avó e dos empregados, enquanto o almoço não ficava pronto, deu um beijo na avô e avisou que sairia para dar uma volta de bicicleta na rua de casa, como de costume, antes de sair ligou para mãe pedindo que trouxesse uma torta de maçã quando voltasse no fim da tarde. Cerca de vinte minutos após ter saído, gritou pela avô do portão, perguntou se estava na hora de entrar, a avó olhou o relógio e disse que ainda tinha uns quinze minutos, que podia dar uma outra voltinha e logo mais poderia almoçar e se arrumar para ir à escola, ela ainda passou na frente de casa, acenando e jogando beijinhos, para logo depois gritar "eu te amo, vovó". Essa foi a última vez que viram Rafaella viva. Em depoimento, a avó contou que cerca de meia hora depois se deu conta do desaparecimento da menina e acionou a polícia. "Eles fizeram um rastreamento por toda a região, mas não encontraram nada, nem a bicicleta". A família se reuniu quase uma hora depois, espalhando cartazes com a foto de Rafaella por vários lugares, não apenas na capital, mas, também no interior, logo depois a foto da menina veio a circular por todo o Brasil, colocadas em locais com bastante circulação de pessoas, como terminais de ônibus, hospitais, escolas, entre outros. Após a ida ao Sicride, nos encaminhamos a Delegacia de homicídios, afinal, passados dois dias do desaparecimento, o corpo da criança foi encontrado em um dos banheiros do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba.
Passamos quase um mês investigando o caso sem encontrar muitas novidades, no entanto, no final desse mesmo mês, graças a uma denúncia anônima, chegamos ao nome certo do suspeito, era José Carlos dos Santos, quando colocamos seu nome no sistema, vimos o quanto sua lista de crimes era extensa, de estelionato a estupro de vulneráveis e de crianças a assassinatos, o seu primeiro crime foi investigado pelo desaparecimento de uma namorada em São Paulo, o sumiço até hoje não foi esclarecido, logo depois mudou para Florianópolis, onde cometeu o assassinato de um menino de quatro anos no início dos anos 80, de lá até Rafaella foram cerca vinte casos. Além dos estupros, José Carlos é suspeito de ter praticado, em média, doze crimes de estelionato e três roubos.
A principal característica do suspeito era ludibriar as vítimas através de conversas com o objetivo de descobrir o que mais desejavam, tentava sempre demonstrar ser uma boa pessoa pra convencê-las a se aproximar, e sempre conseguia fugir da cidade quando descoberto, conseguia emprego sempre com nomes falsos e frequentava regularmente uma igreja da cidade para congregar. Sei que nem sempre é muito fácil identificar um psicopata, mas, eles estão por ai e é preciso ter cuidado com essas pessoas manipuladoras em último grau, acho que deveria ter um manual ensinando, não é mesmo?.
Quando concluímos esse caso, senti um imenso alento no coração, entregamos uma resposta a família da menina Rafaella, sei que será uma ferida eterna, mas, saber que dessa forma eles poderão continuar a viver, mesmo levando essa marca me deixou aliviada.
Durante todo o mês que passamos em Curitiba, conversamos com muitos dos policiais que trabalham incansavelmente com o objetivo de solucionar todos os casos que ainda estão em aberto no Sicride, ter um filho desaparecido é ter uma vida suspensa, a família nunca volta ao normal, sempre falta um pedaço perdido no meio familiar, e sempre estão na expectativa de um retorno, nem que seja de um corpo para poder enterrar, não saber o que aconteceu é desesperador, as pessoas precisam continuar, no entanto levam eternamente essa lacuna em suas vidas.
Deixo anotado uma das falas de uma mãe:
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"Toda manhã eu me lembro dele, peço para que haja uma solução. É difícil não ter noção do que aconteceu. Quem realmente sabe alguma coisa se calou...Eu fiz a minha parte, inclusive com o trabalho de alertar os pais, para que cuidem melhor dos filhos. Sinceramente, não sei mais o que fazer, a não ser alertar, lembrar a todos que o problema existe. Eu não creio que fizeram um crime tão perfeito. Eu gostaria de encontrá-lo com vida. Talvez isso seja uma esperança até idiota depois de 27 anos, mas para Deus nada é impossível. Ele deixou muitas memórias, era o meu filho único. Eu o tive quando tinha 40 anos, então nem poderia ter outro... Fui feliz enquanto estava com ele. Eu deixei na mão de Deus".
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Estava comendo o meu último pão de queijo, quando lembrei que isso um dia também aconteceu comigo, fiquei quase um ano deprimida quando Mariana e toda a sua família foram embora sem se despedir, sem deixar contato, simplesmente viraram fumaça, ela mudou de escola, de bairro, mas, nos encontrávamos nos finais de semana, estava tudo bem, ia chegar o momento que ia perdoar, isso até saber que ela foi embora por Cassandra, que a encontrou ao acaso e Mari avisou que estava se mudando com a família, não disse nem para onde iria, isso foi três meses após o escândalo com a coordenadora. Já estava me entristecendo com essa lembrança quando peguei o celular e li uma mensagem praticamente piscando para mim.
- Oi Paty, ainda acordada?.
- Oi Nick, dormi cedo e acordei no meio da noite com fome, assei pães de queijo e fiz um chocolate quente.
- Humm, que delicia, quero.
- Venha...preparo pra você.
- Tem certeza?, são quase 1h da manhã.
- Sim, venha, quero demais, amanhã só vamos à tarde para delegacia, não tem problema dormir um pouco mais tarde.
E ela não demorou, entrou no apartamento e não foi preciso nenhuma palavra, ela delicadamente me encostou na parede, passou a mão no meu rosto, deslizando pelo meu corpo e fechei os olhos, ao abrir ela me olhava de uma forma que nunca alguém havia me olhado, tive algumas namoradas, mas, nunca ninguém havia me tocado daquele jeito.
- Paty, eu...
Não deixei que concluísse a frase, colei meus lábios no dela e foi uma sintonia perfeita, o sabor, a textura de sua boca e de sua língua me fizeram soltar um gemido rouco de desejo, nunca quis tanto que alguém fosse minha. A levei pela mão até o meu quarto e tirei com toda calma sua roupa, beijando seu ombro e pescoço, para logo depois tirar a minha, queria sentir a perfeição de fazer amor, onde cada pedacinho é importante, onde cada detalhe é especial. A deitei na cama e escalei o seu corpo beijando todo o caminho até chegar à sua boca, apesar do meu querer ser urgente, de todo o desejo que nos consumia e do sentimento que nos queimava a cada dia mais evidente, não tivemos pressa, nos amamos diversas vezes e por fim adormecemos abraçadas, saciadas no corpo e na alma.
Acordei antes dela, coloquei um roupão e segui até a cozinha, preparando o café da manhã em uma bandeja das grandes, fiz o achocolatado com chantili que sabia que ela gostava, cortei maçãs em lâminas do jeitinho que ela levava a delegacia e preparei um sanduiche de queijo brie com lasquinhas de damasco em um delicado brioche e levei até o quarto colocando em cima da mesinha de cabeceira, acho que fiz barulho pois ela abriu os olhos e espreguiçou graciosamente.
- Bom dia...
Sentei na cama, dei um beijinho suave e a abracei.
- Nick, você acorda todos os dias linda assim?, ai e você tem um cheiro morninho que nunca senti antes.
- Cheiro morninho?.
- É, sabe aquele cheirinho que os bebês tem quando acordam?, é aquele cheiro que dá vontade de aconchegar, você tem um cheirinho assim.
- Vou levar como um elogio linda...
- E é meu bem...
- Estou vendo que preparou um café da manhã delicioso, vamos comer, estou com muita fome, cheguei aqui e nada dos pães de queijo e nem do chocolate quente que me prometeram, sabe?.
Sorri envergonhada, ela riu, me puxou pela cintura e me beijou com tanta paixão, que corri logo para buscar meu sanduiche misto com iogurte de morango que havia deixado na bancada da cozinha, ou não resistiria. Ficamos conversando enquanto tomávamos café, depois de alimentadas, tomamos um banho bem quentinho e lógico que demoramos bastante, o chuveiro sempre é um bom cenário para fazer amor.
Chegamos a delegacia felizes, acho que todos sacaram que estávamos juntas, sei que não precisava formalizar, mas, eu sou assim, fui até meu porta joias, peguei um anel de prata com arabescos vazados que comprei em Curitiba, peguei sua mão esquerda e coloquei o anel perguntando.
- Dominique Velásquez Ferraro, você gostaria de ser oficialmente minha namorada?.
Ela riu, balançou a cabeça e me abraçou com os olhos marejados.
- Isso é um sim?. - Tinha que ter certeza, não é verdade?.
- É... - E riu apertando seus olhinhos.
Estávamos conversando com os colegas na cozinha da delegacia quando o Diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado estacionou, devia ser algo muito importante ou não estaria ali.
- Boa tarde, é sempre um prazer estar com vocês, vim pessoalmente porque quero compartilhar uma excelente notícia, ontem nossa agente infiltrada conseguiu o contato de Joy.
Dominique se antecipou dando tapinhas nas costas do Diretor.
- Que boa notícia, pelo que sei há anos estão em busca de pistas, como conseguiram?.
- Bom, não foi fácil, tudo começou com uma denúncia meses atrás, mas, tivemos que manter tudo isso em sigilo, peço desculpas, mas, recebemos ordem da corregedoria, depois vocês estavam tão envolvidas no caso da menina desaparecida, que resolvemos que deveriam seguir em apenas um caso por vez, o fato é que a anônima ligou dando algumas poucas pistas, tentamos estender a conversa, sem êxito, o pouco que nos foi revelado dizia respeito a suas características físicas e...
-É apenas o que conseguiram?, desculpe, mas, isso não é o suficiente...
- Calma Dra. Dominique, a denunciante também contou que Joy mora atualmente em Ilhéus, se chama Mariana, tem trinta e cinco anos, é lésbica e ocasionalmente frequenta uma boate LGBT de nome Millenium, foi lá que infiltramos dois agentes, Renata e Felipe, uma como cliente da boate e outro como segurança nos finais de semana. Demorou uns meses para Renata conseguir algum tipo de contato, mas, por sorte a própria Joy puxou assunto com Felipe para saber informações sobre uma dançarina.
- Excelente, como vamos pegá-la?.
- Bom, precisamos descobrir tudo sobre ela, pelo que eu sei, o romance com a dançarina foi ocasional, infelizmente a nossa agente não faz bem o estilo de Joy, e é ai que vocês duas entram, a missão de vocês é ir até Ilhéus, frequentar a boate, se aproximar de Joy e creu...
Olhei desconfiada para Dominique e falei com seriedade para o diretor.
- Eu não vou ficar com essa tal Joy - Me antecipei deixando bem claro a minha postura.
- Agente Patrícia estava falando creu no sentido figurado, como vocês vão pega-la, ai já não me diz respeito.
- Desculpe...
- Pense bem querida, uma boa dose de um perfume sedutor, a tradicional e cinematográfica cruzada de pernas e uma legítima e óbvia carteirada policial bem dada, tudo isso faz um predador se transformar em presa. Lembre-se disso sempre!.
Fim do capítulo
Paty estava merecendo, não é mesmo?.
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Anny Grazielly
Em: 09/03/2021
Eitaa... isso nao vai prestar... as duas juntas encontrando Mariana...
Resposta do autor:
Será? ;)
Andreia
Em: 09/12/2020
Muito triste o caso da Rafaela mais no mundo o que mais acontece são casos assim ou piores onde as crianças deveria ter segurança e são maltatradas.
Lindo caso da Patrícia e Dominique tomara que elas continue juntas e não se separem, depois do encontro da Mariana com Patrícia e ela saber que sua namorada ficom com Mari. E tbm a Patrícia ainda não ame a Mariana né que já tenha se curado desta ferida.
Bjs.
Resposta do autor:
Ah, eu fiz uma pesquisa em uma delegacia de crianças desaparecidas, dai a inspiração. Muito tristes os casos.
bjsss
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florakferraro
Em: 06/12/2020
Adoreeeeei o casal Paty e Dominique, elas são fofas demaisssss.
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brinamiranda Autora da história
Em: 02/11/2020
Ah, espero que o caminho da história te anime e supreenda Lis...Nick é gente boa demais, são aqueles acasos da vida, escorregões...rsrsrs acontece.
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lis
Em: 02/11/2020
Ainda bem que apareceu alguém bacana para a Paty, pois Mari com certeza não a merece, espero que a Paty não caia na conversa dela, eita esse encontro hein pois Nick ficou com Mari ai ai
Resposta do autor:
Olá Lis, muita água ainda corre debaixo dessa ponte. É Paty é um amorzinho, acho que foi a personagem mais fofa que criei, fico realmente feliz que tenha gostado dela, obrigada por comentar...
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Rain
Em: 10/08/2020
OK. Primeiro, fiquei super triste com a caso da Rafaela.
Segundo, será que não dar para história ser um romance entre a Nick e Paty não? Amei elas juntas.
Terceiro, acho que quem denuciou a Mariana foi dançarina.
Por último, se for para alguém morrer pode ser a Mariana mesmo. E não maltrate os leitores de mais não. Fazer uma cena linda da Paty e depois entregar tudo, poxa viu
Resposta do autor:
Oi Rain,
Eu coloquei o caso da Rafaella baseada em dois casos infelizmente verídicos, pesquisei um tempo no sicride e essa sensação de uma eterna interrogação na vida dos familiares era presente...foi um período de grande aprendizado para mim.
Ah, você fica feliz se te disser que o romance da Paty e da Nick vai até o fim?, não pretendo separar o casal rsrsrs elas são fofas mesmo, a paty é a personagem mais docinho que criei,
Bom, quanto a Mari ainda está em aberto o final dela, mas, te digo, ninguém vai morrer, nem ela...rsrsrs
Os capítulos são intercalados, um pra cada, vou postar o da mariana e o de amanhã ponho o da Paty...
abraço
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Gabi2020
Em: 09/08/2020
Olá tudo bem?
Agora que as coisas começaram a ficar interessantes entre a Patty e a Nick, elas vão para Ilhéus atrás da maluca, que coisa!
Então pelo que percebi, você fez um capítulo fofinho e romântico com direto a aliança e pedido de namoro , pra depois ferrar com tudo... Maldade isso! Kkkkk...
Vamos ver o que vem por aí!
Beijos
Resposta do autor:
Oi Gabi,
Ahhhhh, mas, não pense assim, quem sabe Ilhéus seja um cenário feliz, bom, ao menos vão juntas , né?, assim todos lavam a roupa suja ao mesmo tempo rsrsrs uma por ter sida deixada pra tras e a outra pq rasgou o cartão que tão gentilmente deu ahahahaha
Me mandaram um e-mail pedindo que se alguém fosse morrer que fosse a Mariana...rsrs
bjssss
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