6 - Entre duas linhas (Imagem escolhida por Brunna Pessoa)
Observar Gisele sempre vai ser algo que não consigo explicar, ela é tão... Reluzente, brilhante, linda. Conhecemo-nos há mais de cinco anos, mas nem todo esse tempo me faz parar de fazer isso.
— Você pode parar de babar na sua melhor amiga? _ Olho para o lado e minha namorada, Marcela, me encara com aquele semblante fechado. Ela também é linda, adoro seu sorriso meigo, a forma que me faz sentir, que me faz amar, seu cabelo preto, seu jeito bobo de ser, tudo nela me impressiona e atrai.
— Eu não estou babando nela, pequena, só estava prestando atenção no que ela falava. _ Beijo seus lábios levemente, pois ela é minha namorada, Marcela é minha namorada.
— Sei, você tem sorte de ser tão fofa. _ Ela sabe mesmo chamar minha atenção.
Conheci Marcela na mesma época que Gisele. Ambas se tornaram minhas melhores amigas e mesmo que sempre tivesse mais contato com a loira, foi com a morena que eu comecei um relacionamento há um ano. Entramos na faculdade de medicina juntas, vamos a festas juntas, almoçamos juntas, até pensamos em morar juntas, porém nossos pais foram contra, claro, seria um gasto desnecessário sendo que todas moramos perto da faculdade.
Resumindo, continuamos melhores amigas, mas é evidente que minha pequena tem ciúmes de Gisele, não a julgo, é de fato constrangedor o jeito que eu olho para minha melhor amiga, apesar de eu entender que é admiração, pelo menos eu penso assim.
— Então o professor doido veio dizer que não ia me dar dez porque queria me incentivar. _ Passei a escutar Gisele mais uma vez. — Eu fiquei tipo... An? Esse cara é doido!
— E você foi até o reitor reclamar. _ Eu disse, chamando sua atenção, vejo seu sorriso sem graça quando olha Marcela grudada em mim.
— Sim, fui mesmo, aquele diabo loiro queria me dar nove ponto oito para me incentivar, ah, vai tomar naquele lugar.
— Diabo loiro? Essa é nova? _ Marcela pergunta ao sorrir.
— Bom, não é? _ A loira pergunta e todos gargalham. Arrumo meus óculos e volto a beber da cerveja.
— Amor, estou cansada, vamos? _ Marcela pergunta.
— Sim, linda, vamos. Gente, estamos indo. Vai querer carona, Gi?
— Ah, não, hoje a Jaqueline vai me dar uma carona. _ Dessa vez sou eu que faço uma careta, sei bem o tipo de carona delas.
— Ah, certo. Boa noite, galera.
Saímos do bar e vamos em direção ao carro. Marcela vai dirigindo, pois não bebeu. Entramos e antes de ela dar partida, me encara, deu até medo do seu olhar.
— Posso te perguntar uma coisa?
— Claro, linda.
— Você me ama?
— Que pergunta é essa, Marcela?
— Só responde. _ Suspiro, então tiro o cinto e me aproximo dela, acariciando a lateral do seu rosto.
— Linda, você é minha namorada, a garota que escolhi estar, porque não te amaria?
Marcela sorri sem graça, então me beija da forma que ela sabe que me acalma. Da forma que eu sei que gostamos. Ela é maravilhosa. Depois nos separamos e ela dá partida no carro, porém em todo o caminho até sua casa eu percebi uma coisa, eu não respondi a sua pergunta. Aquilo me assustou pela primeira vez naquele ano de namoro.
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As coisas não estão legais entre eu e Marcela, muito por conta do seu ciúme. Sempre soube desse seu lado possessivo, mas está um tanto exagerado, ainda mais porque eu tento de todas as formas estar com ela, dar carinho, amá-la. Mesmo que falhe em algumas situações, ainda mais desde que descobri que Gisele e Jaqueline passaram dos ficas aleatórios para a coisa mais séria, agora oficialmente sendo namoradas.
— Amor, por favor, fala comigo. _ Chego perto dela. Estamos no meu quarto, mais uma vez depois da discussão por ciúme tento apaziguar as coisas. — Mar, eu estou com você, para de achar que eu te trairia, ainda mais com a Gisele, meu Deus!
— Não se trata de trair, Brunna, entende de uma vez. Não é legal estar com uma pessoa achando que ela pode estar pensando em outra. Cara, isso dói. Você nem diz mais que me ama. Acho que se Gisele não tivesse namorando vocês já tinham se pegado.
— Ei, pode parar! _ Dessa vez me sinto ofendida. — Você pode até estar certa em alguns pontos, mas eu nunca te trairia. Eu nunca ficaria com outra pessoa enquanto estou contigo.
— Você tem razão, desculpa. _ Então tento me aproximar, mas ela desvia. – Vou facilitar as coisas para ti.
— O que?
— Estamos terminando agora.
— Espera... O que? _ Agora me sinto desesperada.
— Está bem claro, Brunna, você a quer. Tenta negar, tentar fingir, mas você a quer. _ Escuto seu suspiro, mas estou mesmo paralisada pelo que acabei de escutar. — Você não me ama mais.
— Mas eu... _ Porém não termino de falar.
— Continua. _ Seus olhos já com lágrimas me encaram. — Viu? Você nem consegue mais falar que me ama. Eu te amo, por te amar tanto estou te deixando livre para ser feliz. Espero que esteja certa da sua escolha, porque sinceramente... Eu não estou nem um pouco da minha, mas dessa forma não dá para ficar.
— Marcela, amor...
— Não mais, Brunna, não mais. Até qualquer dia.
Então ela sai, me deixando ali paralisada. Quando dou conta do que acabou de acontecer e saio correndo atrás dela seu carro já virava a esquina.
— Que merd*!
Volto correndo para dentro da casa, chego ao meu quarto e procuro o celular, quando encontro ligo desesperadamente para Marcela, perdi a conta de quantas vezes eu fiz isso, mas ela não me atendeu, não respondeu minhas mensagens, não me deixou explicar nada.
O desespero chegou até mim de vez. A garota que eu namoro há um ano acabou de terminar comigo e eu como a idiota que sou não fiz nada, a vi partir e fiquei paralisada. Sento na cama e passo a mão no cabelo. Então ligo para Gisele.
— Gi... _ Estou chorando.
— O que aconteceu?
— A Marcela, ela... Ela terminou comigo.
— O que? Por quê?
— Ela... Droga, foi culpa minha, droga.
— Estou indo aí, não sai.
Então desliga. Deixo meu celular do lado e me jogo contra o colchão. Como o meu dia poderia ficar pior? Não poderia. Pelo menos eu acreditei nisso até Gisele chegar e me pegar no colo, deixando que eu chorasse contra seu ombro. Ficamos deitadas na cama por um tempo após eu contar em detalhes o que aconteceu, até o fato dos ciúmes dela, coisa que todos nossos amigos sabem que Marcela tem.
— Eu não posso perdê-la.
— Talvez... Talvez tenha sido melhor. _ Nesse momento eu me sento e a encaro.
— Como isso pode ser o melhor? Eu a amo.
— Mas... Mas você disse que não conseguiu dizer.
— Eu só... Travei.
— Tem certeza? _ Gisele começa a se aproximar, o que me deixa nervosa. — Será que ela não está certa?
— O que está fazendo? _ Estou tremendo.
— Eu... Eu gosto de ti.
— Eu também...
— Não, não dessa forma, eu gosto mesmo. E droga, estou com vontade de te beijar agora. _ Gisele então encara meus lábios, eu faço o mesmo com os dela.
— Gi...
— Essa é a hora de me empurrar.
Mas eu não faço, droga, eu não faço. Seus lábios colam nos meus, deixando meu corpo arrepiado. É bom, gostoso, mas diferente. É intenso, quente, atrativo, contrário do que costumo ter com Marcela. Pensar em minha ex nesse momento me faz afastar e levantar da cama de uma vez.
— O que estamos fazendo? Não, não, droga, não podemos.
— Brunna, calma.
— Calma o caralh*, eu estou traindo minha namorada.
— Teoricamente ela não é mais sua namorada. _ Encaro-a incrédula, sempre soube desse jeito da Gisele mais livre, porém agora estando do outro lado, me senti horrível por fazer isso. — Desculpa.
— Vai embora, por favor.
— Brunna...
— Por favor, eu preciso pensar. Minha namorada acabou de terminar comigo e ainda tive a capacidade de beijar minha melhor amiga, que vem a ser a dela também. Isso não pode ser bom, Gisele, em nenhum lugar do mundo isso pode ser certo.
Escuto seu suspiro, mas ela simplesmente levanta e me encarara, se aproxima e beija minha bochecha.
— Só não deixe de considerar, eu gosto mesmo de ti.
E mais uma vez sou deixada sozinha na solidão do meu quarto. Jogo-me contra a cama e penso no que acabou de acontecer. Minha cabeça dói, meu corpo se sente culpado por ter correspondido ao beijo, apesar de Gisele ter falado a verdade, não foi uma traição.
— Então porque me sinto como uma traidora?
As lágrimas voltam a cair com força total. Eu de fato me sinto daquela forma.
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A semana começou pior do que terminou o domingo. Primeiro porque além de estar sem namorada, estava sem a melhor amiga, que parece que aguardava uma decisão minha. Talvez eu já tenha feito, insistia em falar com Marcela, que continuava me ignorando.
A aula naquela noite foi horrível. Marcela em uma ponta, sem me encarar ou fazer qualquer gesto, e do outro lado Gisele que me olhava com expectativa. Aquilo está horrível. Como minha vida pode ter dado essa volta em menos de vinte e quatro horas?
Assim que o sinal toca eu pego minha mochila rapidamente, quero sair dali, quero correr, mas claro que não seria tão fácil. Vejo Marcela sair e não falar com ninguém. Suspiro, demoro um pouco e vou para o banheiro, assim que fecho a porta, Gisele entra depois, vejo-a pelo espelho.
— Não, vai embora.
— Você não pode me ignorar para sempre.
— Eu não estou te ignorando. Estou evitando ter essa conversa, não pode acontecer.
— Do que você tem medo? _ Ela vem se aproximando.
— Medo? _ Então me viro, ela já está próxima de mim. — Eu estou desesperada, Gisele. Pelo amor de Deus, minha namorada terminou comigo por ciúmes de você, aí de repente você admite que gosta de mim. O que eu poderia fazer?
— Você me beijou.
— Sim, mas foi... _ Paro de falar assim que escuto um barulho, uma cabine se abre e então Marcela sai de lá com os olhos cheios de lágrimas.
— Pelo jeito eu estava certa.
— Droga, não, não, amor, por favor, não é isso. _ Desvio de Gisele e me aproximo de Marcela, porém mais uma vez ela se afasta. — Me deixa explicar, por favor.
— Não tem o que explicar, Brunna, eu estava certa o tempo todo.
—Não, você não estava. Droga, não, eu amo você. _ Porém ela sorri.
— Eu acredito em você. _ Dessa vez eu sorrio, me aproximando, mas ela ergue a mão e não me deixa tocá-la. — Mas não saberei viver com sua divisão. Você ama nós duas. Quando você decidir, se eu ainda estiver aqui, quem sabe possamos ter outra chance, mas agora... _ Ela olha para Gisele. — Agora sua dúvida está te fazendo me perder.
— Pequena...
— Ela é toda sua, Gisele.
— Mar... _ Gisele tenta falar.
— Só espero que se ela te escolher, você a faça feliz, ela merece. _ Encaro Gisele esperando que me ajude, pois quero minha namorada de volta, mas ela simplesmente assente.
— Que droga, amor, eu... _ Mas Marcela simplesmente sai, novamente me deixando. Dói, dói para caralh*. Respiro fundo, minhas lágrimas mais uma vez insistem em cair.
— Que droga você está fazendo?
— Ela está certa, Brunna, você tem que escolher. Mas... _ Ela se aproxima. — Diferente dela, eu não vou sentar e esperar, eu vou lutar por ti. Não tenho essa maturidade de deixar você escolher, eu te quero e vou lutar.
Escuto suas palavras e meu coração dispara, mas não pelo motivo esperado. Eu amo Gisele, amo muito, é minha melhor amiga, companheira, gosto dos nossos momentos, da nossa amizade, mas é só isso, ela é minha amiga. Senti ciúmes sim, mas por ser sua amiga. Pela forma que ela nos deixava aos poucos por estar namorando, assim como eu fiz quando comecei a namorar Marcela. Meus pensamentos foram cortados pelos braços da loira em meu pescoço, mas eu a seguro pelos pulsos e os tiro de mim.
— Essa é a diferença, Gi. Ela me ama e por isso escolheu me dar essa opção, para eu escolher e ser feliz. Mas você... Eu te amo, mas você no momento só está pensando em si mesma, em me ter porque você me quer agora.
— Não, Brunna...
— Me responde, Gi, cadê sua namorada? _ Nesse momento ela se cala. — Viu... Você está aqui dizendo que me quer, mas não terminou com Jaqueline, que gosta de você de verdade. Dói dizer isso, eu te adoro, sua amizade é valiosa para mim, mas você é egoísta, principalmente com seus relacionamentos. _ Afasto-me ainda mais dela. — Eu escolho Marcela, não por isso aqui ser uma escolha, pois acho que nunca foi. Eu fui uma idiota por ter deixado acontecer, mas... Eu amo aquela garota, se preciso for vou rastejar por seu perdão. Por ter sido fraca e não gritado em alto e bom som antes que eu a amo.
Gisele continua me encarando, me olhando com aqueles olhos claros que normalmente me acalmam, mas dessa vez transmitem medo, decepção e arrependimento, é bom isso, pois mostra que ela ainda é a Gisele, minha melhor amiga dos tempos de colegial.
— Desculpa.
— Não se desculpe comigo, se desculpe consigo mesma e com Jaqueline. _ Aproximo-me e beijo sua testa. — Eu te adoro, Gi, mas é só amizade. Eu amo a Marcela. _ Ela sorri.
— Eu sei.
— Eu sei que sim.
Então saio, agora tenho que pensar em uma forma de estar com minha pequena de novo. É ela que eu amo, que eu quero, que eu preciso. Estou arrependida de ter ficado parada, nem posso dizer que me arrependi do beijo com Gisele, pois ele me ajudou a ver as coisas com mais clareza, é Marcela e nenhuma outra.
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No dia seguinte chego um pouco tarde até a faculdade. Depois das insistentes vezes que tentei falar com Marcela na noite anterior, as mensagens não respondidas, de não escutar a voz da minha pequena de boa noite, tudo isso me deixou sem ânimo. Sei que vai ser difícil, mas dessa vez eu vejo que posso perder o amor da minha vida por uma indecisão idiota.
Assim que chego à faculdade, de longe posso ver Marcela, meu desespero toma conta quando enxergo também Gisele ao seu lado. Elas conversavam, era evidente que minha menina estava triste, assim como eu. Então as duas desviam o olhar e me encaram. Que droga era aquela? Corro para perto, mas antes que eu chegue minha ex sai.
— O que você fez?
— Calma, Brunna, pelo amor de Deus, sou eu, a Gisele. _ Só então me dou conta da forma rude que falei com ela.
— Desculpa, eu só... Eu estou apavorada, Gi, ela não me responde, não fala comigo, não me deixa chegar perto, essa... Essa distância está me matando.
— Eu sei, só dá um tempo para ela. Marcela está sofrendo, mas ela te ama, Brunna, assim como você a ama.
— O que disse para ela?
— Apenas deixei as coisas claras, assim como ela sabe que é. Mas ela ainda está magoada. Na hora certa vocês vão conversar. _ Assinto e então caminhamos para dentro do prédio. De longe pude ver minha pequena conversando com algumas amigas, inclusive Jaqueline, que quando ver Gisele suspira.
— Vocês terminaram?
— Sim, quer dizer, demos um tempo. Ela está digerindo o fato de eu ter te beijado.
— Entendo, acho que teremos que ser bem criativas em nossos pedidos de perdão.
— Ah, eu sei pedir perdão de um jeito muito gostoso.
— Credo. Vou para a minha aula.
Saio de perto dela, pois o que não queria nesse momento era escutar as suas aventuras sexuais, ainda mais porque meus pensamentos estavam todos na morena que me encarava. Aquilo me deu esperanças, ainda mais quando recebo uma mensagem dela.
“Precisamos conversar. Podemos ir para a minha casa depois da aula? Estou sem carro”.
Meu coração dispara. Sorrio e logo respondo.
“Claro, meu amor, o que mais quero é resolver essa situação”.
A resposta veio, mas não foi algo bom. Era simplesmente um emoji de legal com o dedão. Olho para cima e sua atenção está no livro. O que era esperança passou a desespero. Agora eu tenho medo de ao invés de ter minha menina de volta, perdê-la para sempre.
Entrar naquele carro e receber apenas o seu oi foi terrível, sem contar o caminho todo em silêncio. Parecíamos duas estranhas. Doía e o pior era que eu não poderia fazer nada, ainda mais porque queria deixá-la ditar os passos. Entramos na sua casa ainda em silêncio.
— Meus pais estão na cidade vizinha resolvendo alguma coisa com meu irmão. Senta. _ Faço isso depois de colocar minha mochila ao lado. Então prendo meu cabelo em um coque e arrumo os óculos, vejo que Marcela me encara. Ela engole seco e se senta ao meu lado. — Como você está?
— Péssima.
— Brunna...
— Eu te amo. _ Ela sorri sem graça.
— Eu sei.
— Então volta para mim. _ Aproximo-me dela e seguro suas mãos. — Por favor, eu... Naquele dia eu fiquei paralisada por você ter terminado comigo. Meu Deus, eu fiquei sem chão, mas eu te amo, Mar, eu te amo demais.
— Eu só... Eu só não quero sofrer, Brunna. Era evidente que você sentia ciúme de Gisele, o que queria que eu fizesse sendo sua namorada e te via tendo aquelas crises?
— Eu sei e me sinto idiota por isso, mas era ciúme de amiga, eu juro por tudo que você quiser. Eu... A gente se beijou. _ Vejo-a abaixar a cabeça, mas logo seguro em seu queixo e a faço me encara de novo. — Só serviu para eu ter certeza do meu amor por você, não que precisasse, mas caramba, não teve comparação com o seu beijo, com o teu toque, com você... _ Aproximo nossos lábios sentindo sua respiração quente se misturar a minha. — Nada pode se comparar a você, porque eu sou louca, perdidamente, indiscutivelmente apaixonada por você. _ Sinto seu sorriso contra meus lábios. — E vou te provar isso todos os dias.
Marcela então empurra seus lábios contra os meus. Ah, como eu senti saudade disso. Seguro em sua cintura e puxo para perto. Eu amo essa garota, amo cada detalhe dela, cada insegurança, todas as TPM, cada sentimento. Amo seu coração e sua mente, amo tudo.
Ela se afasta apenas para tirar meus óculos e segurar enfim nos fios da minha nuca, não resisto e a puxo para sentar em meu colo, seu vestido sobe um pouco, deixando que minhas mãos explorem sua pele da coxa. Marcela me beija como antes, não, melhor, estamos melhores, estamos mais entregues, estamos mais apaixonada. Seu gemido contra o beijo nos faz afastar de novo.
— Eu te amo.
Ela diz, era o que eu precisava para ter certeza que as coisas voltariam ao seu normal, com ela sendo minha, minha namorada, minha mulher. Volto a beijá-la com mais vontade, ela me segura pela nuca com tanta força que meu coque se desfaz.
— Temos uma hora até meus pais chegarem.
— É o suficiente para eu te fazer goz*r umas três vezes.
Seu gemido me deixa louca e foi exatamente o que Marcela fez assim que levanto com ela em meu colo e a carrego para seu quarto, esse que conheço muito bem. Eu a amo e ela sempre será minha escolha. Para sempre.
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No fim de semana todos estavam reunidos no mesmo bar de sempre. Entro com minha namorada de mãos dadas e encontro todos à mesa. Jaqueline ainda não havia se entendido com Gisele, mas acredito que seja uma questão de tempo.
— Oi, gente.
— Olha só. Nosso casal fofo está de volta. _ Gisele brinca e então olha para Marcela, que assente, como se fosse uma permissão para voltarmos ao nosso normal. — Estou muito feliz por vocês, de verdade.
— A gente sabe. _ Minha menina responde, estou contente que tudo esteja bem também, ou quase, pois Jaqueline ainda não conseguiu perdoá-la, o caso dela é um pouco mais sério, pois todos conhecem a fama da minha melhor amiga.
— Isso merece uma foto.
Gisele pega o celular e aponta para nós duas, então me aproximo de Marcela, seguro em seu queixo e sorrio contra seus lábios. Meu cabelo preso em um coque, os óculos presentes e seu sorriso maravilhoso, ah, sim, eu amo aquela garota. O flash da câmera avisa que Gisele já tirou a foto.
— Pronto, agora vou postar.
— Deixa eu ver primeiro.
— Claro que não.
E ela fez mesmo, logo a notificação chega para mim. Abro meu Instagram e lá está a foto postada com a legenda “Casal Bruma está de volta para os invejosos de plantão”. Essa garota é doida.
— Ficou linda, olha, amor.
Mostro a foto para Marcela que logo compartilha no seu Instagram, assim como faço com o meu. Depois disso ficamos conversando, até que Jaqueline disse que ia ao banheiro, eu olho para Gisele que entende o recado.
— É agora ou nunca.
Digo para Marcela que sorri, me dando um beijo na bochecha. Estávamos todos ansiosos para as duas voltarem. Passa-se um tempo e chega uma mensagem em meu celular, eu olho e gargalho, mostrando para Marcela.
“Vem no banheiro e traz um batom, estou toda borrada, droga de mulher gostosa”.
Marcela gargalha também, então a beijo, não me importo com os olhares, todos nos conhecem ali, mas eu precisava, pois queria que ela entendesse todos os dias que era verdade, que era real o meu amor.
— Eu te amo. _ Digo sem nenhuma dúvida.
— Eu também te amo.
Sorrio contra seus lábios, enfim as coisas se acertaram. Dessa vez nada vai nos separar.
Fim do capítulo
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